sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Deus, clemente e indulgente

Padre Geovane Saraiva*
Gostaria de falar a mesma linguagem de Jesus de Nazaré, com aquele mesmo superlativo, quando, ao andar fisicamente pelo mundo de seu tempo, percorreu fielmente sua estrada, tomando para si todas as tribulações e misérias humanas, ensinando-nos o sentido da santidade. Assim, mulheres e homens recebem o mesmo convite que o Mestre e Senhor recebeu do Pai: o de amarem a vida e gostarem de viver alimentados, como no linguajar de Dom Helder Câmara, que tinha o sonho de um mundo melhor, belo e maravilhoso, dentro da visão e do plano divino.


Quisera eu possuir a mesma graça do Pastor dos Empobrecidos, dentro daquela dimensão poética e profética, por ele perfilhada. O convite de nosso bom Deus é o de paralisar o mal, por se acreditar na semente da confiança e da esperança, pela experiência do seu amor infinito, no compromisso de plantar a semente do bem como um dos maiores gestos de ação humana.

Jamais prescindir da convicção de que, na insuspeitada esperança, virá a generosa e abundante colheita, decorrente de nosso “sim”, assumido como renovação e restauração da face da terra, lembrando que o passar do tempo é dádiva preciosa de Deus, o mesmo que parece inclemente e não indulgente como escultor dos rostos, ou faces humanas. Mas é no limite humano que se revela o dom maior e supremo, infinito, como Deus o é, que chegou aos discípulos, quer dar a salvação ao nosso mundo, no qual estamos inseridos, profundamente conturbado e marcado pela ausência de paz; quer que todos falem uma só linguagem, a mais universal de todas: a linguagem do amor.

Agora, que se acredite e se convença da bondade e da grandeza de Deus, que, ao revelar-se de modo amável e afável, afastará a inveja, o ciúme e todo tipo de maldade. É na verdade o trigo a se sobressair do meio do joio (cf. Mt 13, 24-30). O Deus, no dom maior e supremo do Espírito Santo, infinito e interminável, que penetrou no coração das mulheres e dos homens de outrora, ilumine nosso mundo, mas na certeza da bem-aventurança eterna. Amém!

*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza

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