sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Uma freira cega francesa é a religiosa mais idosa do mundo

Por María Ximena Rondón


PARIS, 16 Nov. 17 / 06:00 pm (ACI).- A religiosa mais idosa do mundo é Irmã André, uma francesa cega que, em fevereiro de 2018, completará 114 anos.


Ir. André se tornou a freira mais idosa do mundo neste ano de 2017, depois que em 13 de julho faleceu aos 115 anos a Ir. Cecília, uma religiosa norte-americana cujo nome original era Marie-Josephine Gaudette.

No dia 16 de outubro, morreu aos 113 anos a Ir. Maria Electis, uma religiosa de origem alemã que durante muitos anos serviu no Brasil. Seu nome de nascimento era Luzia Mohrs.

Atualmente, Ir. André, cujo nome original é Lucille Randon, mora na cada de repouso para idosos Sainte-Catherine-Labouré, na cidade de Tolón, no departamento francês de Var.

A religiosa cega também é reconhecida como a francesa mais idosa, depois que Honorine Rondello faleceu aos 114 anos, no dia 20 de outubro.

Em declarações ao jornal ‘Le Parisien’, Ir. André indicou que “ser a mais idosa dos franceses me surpreendeu muito, porque não imaginei isso”.

Lucille Randon nasceu em 11 de fevereiro de 1904, em Alès, no departamento de Gard.

A religiosa disse ao jornal francês ‘La Croix’ que cresceu no seio de uma família protestante e de poucos recursos econômicos. Seu avô paterno era “um pastor, um homem muito rigoroso” que fazia longos sermões durante os quais “ninguém podia se mover nem cochilar. Portanto, meus pais deixaram a religião. Mas eu fiquei preocupada com isso”.

Aos 27 anos, converteu-se ao catolicismo e disse que caminhou “aos poucos”, seguindo sua “vida de católica”.

Durante a juventude, trabalhou como professora e governanta de várias famílias, entre as quais estava a família Peugeot, fundadora e proprietária da marca de automóveis.

Quando tinha 40 anos, ingressou como religiosa na Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e tomou o nome de Irmã André, em homenagem ao seu irmão André que, para ela, foi “como pai e mãe”.

Após o início da Segunda Guerra Mundial, a religiosa começou a trabalhar em um hospital em Vichy, no departamento de Allier, para cuidar dos idosos e das crianças.

Indicou que entre os pequenos “havia órfãos, outros foram colocados ali por seus pais, porque já não podiam alimentá-los. Naquela época, os alemães levavam tudo”.

Ir. André comentou que recorda “com muita alegria” os quase 30 anos que cuidou das crianças nesse hospital e afirmou que “alguns me encontraram e ainda vêm me ver”.

No ano de 2009, a religiosa se mudou para o asilo de Sainte-Catherine-Labouré, na cidade de Tolón.

“Tenho muita sorte de estar aqui, porque estou muito rodeada. Tranquiliza-me na minha idade. Todos cuidam de mim e desfruto do céu azul”, disse a religiosa a ‘Le Parisien’.

Por outro lado, Ir. André compartilhou com ‘La Croix’ que trabalhou até os 104 anos e que atualmente lamenta já não poder “ler, escrever, desenhar, bordar e tecer”.

Manifestou que, “quando meus irmãos morreram, aos 70 anos, pensei que logo seria minha vez”. Entretanto, isso não aconteceu e afirmou que agora já idosa, “o bom Deus me guiou bem”.

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