sexta-feira, 7 de julho de 2017

"O sacerdócio masculino não ajuda a Igreja a se apresentar como pioneira da igualdade", diz cardeal

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O arcebispo de Munique lamentou que no momento o sacerdócio seja uma possibilidade restrita apenas para os fiéis varões.
Em diversos países, mulheres vão abrindo seu espaço mesmo em meio à resistência de setores conservadores.
Em diversos países, mulheres vão abrindo seu espaço mesmo em meio à resistência de setores conservadores. (Hans Braegelmann)
Por Cameron Doody
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O impulso para que as mulheres tenham o espaço na liderança da Igreja que lhes corresponde pela dignidade humana ganha dimensões cada vez maiores. O último a clamar para que elas sejam mais envolvidas nos altos escalões da hierarquia foi o cardeal Reinhard Marx, que declarou que “precisamos de uma nova imagem do que a Igreja deve ser: uma Igreja mundial liderada por homens e mulheres de todas as culturas trabalhando juntos”.

De acordo com o jornal francês La Croix, o cardeal alemão afirmou em um encontro recente de mulheres líderes da Igreja de Munique que “seríamos loucos se não utilizássemos os talentos das mulheres. De fato, seria um verdadeiro absurdo”. Uma vigorosa reivindicação por um maior protagonismo feminino em círculos eclesiais de um dos homens mais próximos ao Papa Francisco, que apoiou o seu argumento no fato de que já há mulheres com altos cargos eclesiais em 11 das 27 dioceses da Alemanha e em cinco das 10 dioceses austríacas, “e há uma satisfação generalizada”.

O arcebispo de Munique lamentou que no momento o sacerdócio seja uma possibilidade restrita apenas para os fiéis varões, uma limitação que, “certamente, não está ajudando a Igreja a se apresentar como uma pioneira da igualdade de direitos”. Como matizou o cardeal, não obstante, a questão do sacerdócio exclusivamente masculino “não queira dizer que só os homens podem mandar na Igreja”.

“Esta é, precisamente, a mensagem que a Igreja não deveria dar ao mundo”, insistiu. “E esta é a razão pela qual quero enfatizar que os postos de responsabilidade e os cargos executivos na Igreja que estão abertos aos leigos precisam ser repartidos entre homens e mulheres”.

De sua cadeira no conselho assessor do Papa Francisco – conhecido como C9 – o cardeal alemão, como assinalou, prosseguirá sua cruzada para que mais mulheres sejam incluídas em postos decisivos da Igreja, embora reconheça que, devido ao fato de que “há alguns na Igreja que se aferram à tradição”, é preciso ter “paciência”. “Mas, uma coisa é certa”, prometeu: “as coisas aqui [em Munique] não serão como antes”. Mudanças que, vaticinou o cardeal, poderiam chegar inclusive ao coração do Vaticano, dados aos “bons sinais” em relação à igualdade de sexos que o Papa Francisco está emitindo.


Religión Digital/ IHU - Tradução: André Langer

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