sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Geórgia: Papa sublinha identidade europeia de país que é «ponte» com a Ásia

Agência Ecclesia 30 de Setembro de 2016, às 13:37 
Foto: @antoniospadaro      Foto: @antoniospadaro
Primeiro discurso de Francisco em Tbilisi convida ao diálogo contra «extremismos violentos»

Tbilisi, 30 set 2016 (Ecclesia) - O Papa sublinhou hoje na Geórgia a identidade europeia deste país do Cáucaso, uma “ponte natural” para a Ásia que tem sido, ao longo da história, local de “encontro e intercâmbio vital” entre culturas e civilizações.

“Qualquer distinção de caráter étnico, linguístico, político ou religioso, longe de ser utilizada como pretexto para transformar as divergências em conflitos e estes em tragédias sem fim, pode e deve ser, para todos, fonte de enriquecimento recíproco em benefício do bem comum”, defendeu, no primeiro discurso pronunciado em solo georgiano.

Francisco falava no Palácio Presidencial de Tbilisi, uma hora depois de ter chegado ao país para uma visita que se prolonga até à manhã de domingo, dia em que o pontífice argentino segue para o Azerbaijão.

Perante autoridades políticas, representantes da sociedade civil da Geórgia e membros do corpo diplomático, o Papa sublinhou que este é um “país a pleno título e de modo fecundo e peculiar no leito da civilização europeia”.

“Ao mesmo tempo, como evidencia a sua posição geográfica, é quase uma ponte natural entre a Europa e a Ásia”, acrescentou.

Francisco denunciou “extremismos violentos” que manipulam e princípios de natureza civil e religiosa, “pondo-os ao serviço de obscuros desígnios de domínio e morte”.

O Papa recordou depois a situação dos refugiados e migrantes, pedindo que todos tenham a “possibilidade de viver em paz na sua terra ou de regressar a ela livremente”.

A intervenção sublinhou depois a importância do “diálogo e a troca de ideias e experiências entre mundos diversos”, como tem acontecido historicamente na Geórgia.

Num país de maioria ortodoxa, o Papa elogiou a presença cristã desde o início do século IV, neste território, bem como os “grandes sacrifícios” que os georgianos fizeram para recuperar a sua independência, há 25 anos, após a queda da URSS.

Francisco apelou a uma “coexistência pacífica” entre todos os povos e Estados da região, antes de referir as “boas relações” que a Geórgia “sempre manteve com a Santa Sé”.

O discurso concluiu-se com votos de que exista um “um diálogo renovado e mais intenso” entre a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Georgiana antiga e as outras comunidades religiosas do país.

O primeiro dia de viagem vai prosseguir no Palácio do Patriarcado Ortodoxo, num encontro com Elias II, ‘catholicos’ e patriarca de toda a Geórgia.

OC

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