quinta-feira, 11 de maio de 2017

Amor de mãe e outras bençãos

  domtotal.com
Para uma mãe qualquer que seja o seu filho, ele será um ser humano cheio de virtudes.
O que é maior que amor de mãe?
O que é maior que amor de mãe? (Reprodução)
Por Ricardo Soares*

Sempre tive superlativa veleidade em ser mascate de minha própria literatura como o fazia  bem o finado e saudoso Plínio Marcos que não só falava sobre sua escrita com desenvoltura como a vendia em banquinhas de camelô. Eu mesmo comprei vários da mão dele assim. No entanto a gente vai percebendo que na era onde o marketing pessoal muitas vezes vale mais que o trabalho em si é preciso fazer uma certa marola com o que fazemos senão passa batido mesmo.

Vencendo aos poucos a resistência e feita a inócua justificativa venho, sem vergonha, avisar aos meus 27 leitores que em breve estarei lançando um livro novo. Dez anos depois do infanto-juvenil “Falta de ar” e 12 anos após o romance “Cinevertigem”. Carreira bissexta não dá  “sustança” nem firma o teto mas pelo menos digo para mim mesmo e para os outros que  com esse lançamento  estou aí de novo , na área. Nessa imensa nau onde tanto se publica e pouco se lê. Mas ficar de fora só vendo o espetáculo também não tem graça. Vou colocar meu tempero nesse pirão.

“Amor de mãe” é um romance curto. Uma novela como descreveriam os europeus já que aqui o termo é desgastado na medida que associado com as telelágrimas televisivas. Foi escrita e engavetada há mais de dez anos e agora é minha porta de saída para começar tudo de novo. Começo por ela, porteira aberta para os outros livros escritos nos últimos anos.  E recomeço por uma editora pequena e corajosa (Patuá)  que tem bom padrão gráfico e um editor aguerrido e ousado ( Eduardo Lacerda) que trabalha com edições pequenas e divulgadas e vendidas apenas pela  internet ou na livraria Patuscada lá na vila Madalena em São Paulo.

Se é que posso chamar isso de uma sinopse “Amor de mãe” tem uma certa frenética ação que se passa entre guerrilheiros colombianos, assaltantes de banco, soldados corruptos , trabalhadores, a loira da via Dutra, mulheres fáceis e difíceis, poetas viscerais e torneiros mecânicos presidentes. No meio disso tudo está Mário, o Paulicéia, que passa e vaga pela Venezuela, Montes Claros, Vale do Jequitinhonha, Feira de Santana,  São Paulo e ABC paulista ; Rio, sul da Colômbia, Monte Santo e Filadélfia na  Bahia entre outros recantos, aprazíveis ou não.

Mário levanta, cai, sacode a  poeira,  foge pela porta dos fundos, se contradiz, se desdenha, se ama e se locupleta. Por fim volta  à porta necrotério onde  iniciou sua aventura e entra pra ver, enfim, o corpo da mãe deixando no ar uma única dúvida: o que é maior que  amor de mãe? Eu mesmo faço a pergunta e eu mesmo não sei responder  embora a resposta seja óbvia. Para uma mãe qualquer que seja o seu  filho, político,ladrão, engenheiro ou bandido ele será um ser humano cheio de virtudes que mesmo no meio de uma psicopatia haverá de ter lados bons.

Toda essa propaganda mal feita de meu pequeno romance talvez seja para lhes dizer que voltar a publicar tem a ver com  continuar seguindo com a crença de que a força das palavras- bem ou mal ditas – pode mais do que imaginam vãs alegorias. Minhas crônicas, meus livros bissextos, meus escritos, modestamente, me renderam bons amigos e, creiam, fiéis leitores. Justifiquei minha vida quando soube há muitos anos que evitei um suicídio por conta de uma crônica publicada no jornal “O Estado de S.Paulo”.Pode haver presente maior para quem escreve? Assim sendo lhes peço o benefício da dúvida e que dêem uma espiada no “Amor de mãe” que sai em breve. E opinem com sinceridade se devo continuar insistindo.

* Ricardo Soares é escritor, roteirista, diretor de tv e jornalista. Publicou 7 livros, dirigiu 12 documentários. Em breve publica o romance “Amor de Mãe”

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