A verdadeira alegria da família vem da harmonia profunda entre as pessoas
rust PRIMEROS CRISTIANOS 12 DE MARÇO DE 2017 SALVAR EM MINHA LISTA DE LEITURAS
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O termo “harmonia” deriva do grego ἁρμονία (harmonia), que significa ajustamento, união e combinação de sons simultâneos e diferentes, mas acordes.
O Papa Francisco se referiu precisamente a esta harmonia na homilia dada aos participantes do Encontro das Famílias, em 27 de outubro de 2013: “A verdadeira alegria que se desfruta na família vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos experimentam em seu coração e que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de sustentar-nos mutuamente no caminho da vida”.
E acrescentou: “Só Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e se apaga a alegria”.
Então, só se aceitarmos, unirmos e combinarmos sons diferentes, mas acordes, viveremos em harmonia. Uma harmonia que, como bem disse Bento XVI, se realiza graças ao empenho paciente, fadigoso, que requer tempo e sacrifícios, com o esforço de escutar-se mutuamente, evitando excessivos protagonismos e privilegiando o melhor êxito do conjunto.
Pois bem, o casamento é como a música. Cada som diferente é necessário para criar uma melodia agradável e extraordinária, um todo, repleto de ritmo, pausas, equilíbrio, tempos, tensão, repouso…
Há um texto de São Paulo que incomoda muitos: “Mulheres, submetam-se aos seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja. Assim como a Igreja se submete a Cristo, as mulheres devem se submeter aos seus maridos em tudo”.
Mas explicar o papel das mulheres na época de São Paulo, com a mentalidade do século 21, é um pouco difícil e complicado. Temos de fazer um esforço e mergulhar na cultura, na educação e nos costumes da época para entender isso em sua correta medida.
De qualquer maneira, há algo claro: a mulher de hoje encontra muitas dificuldades para viver, inventar e cumprir seu papel com dignidade, responsabilidade e respeito, seja qual for o papel que ela decidir que lhe corresponde.
Oferecer suas qualidades femininas como esposa, mãe, empresária do lar ou até como profissional não é fácil.
Neste sentido, vale a pena recordar quatro mitos que costumam confundir muitos sobre este tema e que continuam tendo uma enorme atualidade:
1. O primeiro é o mito de ver a mulher somente como natureza: sua natureza lhe atribui este ou aquele papel. O mito tem algo radicalmente falso: a mulher se faz e se inventa. Mas tem algo de profundamente verdadeiro: ela se inventa a partir da sua natureza de mulher.
2. O segundo mito é o da emancipação da mulher. Radicalmente falso, quando por “emancipação” se entende somente cortar correntes e não, além disso, assumir responsabilidades. Radicalmente falso com relação à família, quando se entende como livrar-se da família, livrar-se da sua condição de mulher, desligar-se da maternidade.
Mas profundamente verdadeiro quando “emancipar-se” é entendido como participação, com a mesma dignidade do homem, de um projeto de libertação comum, de liberdade solidária, baseada no serviço à família, para encontrar no serviço mútuo a possibilidade de crescimento pessoal.
3. O terceiro é o mito da inferioridade: a mulher seria inferior ao homem, teria de assumir um papel subordinado. É um mito radicalmente falso, porque os fatos psicológicos indicam diferenças entre os sexos, não superioridade geral de nenhum sobre outro.
4. O quarto mito é o da igualdade: é o mais obviamente falso. A mulher, felizmente, não é igual ao homem. Não é superior, nem inferior, nem igual: é diferente.
Ela tem, hoje, assim como o homem, a aspiração ética de que se reconheça sua igualdade como pessoa, não só em uma abstrata dignidade, mas de fato e de direito na vida de cada dia.
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