sábado, 13 de setembro de 2014

Moradores de favela do Rio praticam highline em cartões-postais cariocas

Atualizado em 13/09/2014 15h30

Grupo 'Slack Favela', criado em 2012, transmite benefícios do esporte.

Pão de Açúcar, Pedra da Gávea e Cristo Redentor são cenários dos atletas.

Lívia TorresDo G1 Rio
Highline no Morro do Cantagalo (Foto: Felipe Andrei)Highline no Morro do Cantagalo, em Ipanema, na Zona Sul do Rio (Foto: Felipe Andrei)
Uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos é o caminho para encontrar a "paz na alma", de acordo com integrantes do grupo "Slack Favela", criado em 2012, por moradores do Vidigal. Espremida entre o Leblon e São Conrado, sobre o Morro Dois Irmãos, a comunidade tem sido palco de apresentações e workshops com o objetivo de transmitir os benefícios do slackline para os moradores.
Paulo Henrique faz highline na Pedra da Gávea (Foto: Felipe Andrei)Paulo Henrique faz highline na Pedra da Gávea
(Foto: Felipe Andrei)
Apesar de ter nascido no Vidigal, o grupo não se restringe à comunidade. O Morro do Cantagalo, em Ipanema, e o Morro dos Cabritos, em Copacabana, ambos na Zona Sul, também têm recebido apresentações do esporte. Além das comunidades, cartões-postais como Pão de Açúcar, Pedra da Gávea, Cristo Redentor e a Praia de Itacoatiara, em Niterói, Região Metropolitana da cidade, também viraram pontos de encontro entre os atletas praticantes da modalidade.

"Esse grupo é um projeto que evoluiu até mais do que eu pensava. Minha ideia era fazer workshops na comunidade. Somos um grupo de cinco pessoas, fazemos apresentações na Praça do Vidigal e falamos sobre a história do esporte", afirmou o atleta e morador do Vidigal Paulo Henrique King, de 23 anos, acrescentando que a chegada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade trouxe mais segurança para que as apresentações pudessem ser realizadas dentro da comunidade.

Paulo, que começou a praticar o slackline em 2010, explica que o esporte tem variações de acordo com o nível de dificuldade. Algumas dessas derivações incluem o “waterline” (slackline sobre água), o “longline” (slackline de distância longa, normalmente acima de 40 metros), “highline” (slackline em grandes alturas, como por exemplo montanhas e pontes), entre outros. O atleta diz que o medo deixa o esporte ainda mais emocionante.

"Comecei a praticar o esporte na praia do Vidigal. Conheci através de um amigo, comprei o meu equipamento e demorei umas duas semanas para ficar em pé e começar a caminhar. A sensação quando praticamos é de paz na alma, onde o pensamento positivo faz toda energia transcender o medo. O medo existe sempre como um respeito natural, revelando o quanto a vida e bela nesse extremo da natureza", disse.

Equilíbrio
Morador do Vidigal, o atleta Raphael Alves, de 28 anos, explica que o segredo para manter-se em pé na fita é focar no equilíbrio e treinar bastante. Ele, que começou a praticar o esporte há dois anos, diz que prefere fazer o highline no Morro do Cantagalo, mas que o visual mais bonito é o da Pedra da Gávea.

"Para conseguir um bom desempenho, o ideal é treinar umas três vezes por semana. Primeiro, o ideal é treinar no solo e depois partir para um estágio mais avançado. O equipamento é muito pesado, não dá pra uma pessoa carregar sozinha. Pesa em torno de 23 kg e as vezes até mais do que isso porque é quase tudo de aço", explicou.
Raphael Alves no Morro do Cantagalo (Foto: Arquivo Pessoal)Raphael Alves no Morro do Cantagalo (Foto: Arquivo Pessoal)
O atleta Raphael Alves faz righline no Rio (Foto: Arquivo Pessoal)O atleta Raphael Alves faz highline no Rio (Foto: Arquivo Pessoal)

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