sexta-feira, 31 de julho de 2020

Santo Afonso, rogai por nós! Festa: (31 de julho a 09 de agosto/2020)

Fotos: Padre Geovane Saraiva
No horário das 18 horas
Missa sem a presença dos fiéis

Inácio de Loyola, um santo para nosso tempo

Reflexão em memória de Santo Inácio de Loyola, celebrado no dia 31 de julho
Bendito confinamento se nos serve para receber uma luz e um conhecimento que não teríamos e bendita prova quando ajuda a nos tornar mais humanos e compassivos!
Bendito confinamento se nos serve para receber uma luz e um conhecimento que não teríamos e bendita prova quando ajuda a nos tornar mais humanos e compassivos! (Ava Sol / Unsplash)
Adroaldo Palaoro*

Estaremos celebrando, no próximo dia 31 de julho, a festa de Santo Inácio de Loyola. No período 31 de julho de 2020 a 31 de junho de 2021, a Companhia de Jesus nos convida a viver o "ano inaciano", ou seja, fazer memória dos quinhentos anos da conversão de Santo Inácio.

Depois de cinco séculos, Santo Inácio continua sendo uma figura única e paradigmática. O marcante nele está no fato de ter sido capaz de situar-se, de maneira original e através do ritmo de decisões pessoais aprofundadas, no contexto de mudanças de seu mundo e de seu tempo. Ele é considerado o santo dos "tempos novos" que despontavam perante seus olhos deslumbrados. Novos valores emergiam, novos modos de pensar, de sentir, de viver, novas descobertas, novas terras...

Inácio é o homem da mudança, da transição no tempo, dos tempos novos, agitados, turbulentos, de transbordantes mudanças que colocavam em questão tudo o que até então era recebido.

Depois de ter posto seus pés sobre as pegadas de seu Senhor e beijar o solo que Ele havia pisado, Inácio compreende que a "terra de Cristo" era o vasto mundo de seu tempo. Desde então, para além do deserto e da peregrinação a Jerusalém, abre-se diante de seus olhos, outro caminho. A partir de então, o mundo o aproxima de Deus e a saudade de Deus não o afasta do mundo.

Mas, seu itinerário não é unicamente geográfico. A grande originalidade da história e da vida de Inácio não é a que ocorreu fora, mas a que aconteceu dentro dele mesmo. Sua principal contribuição à história da Igreja e da humanidade não é o que pessoalmente ele realizou em suas atividades de apostolado e de governo, ou sua obra exterior mais conhecida, a Companhia de Jesus, mas a descoberta de seu "mundo interior" e, através dela, a descoberta desse continente sempre inexplorado e surpreendente, que é o coração, onde acontece o mais importante e decisivo em cada pessoa.

Tudo começou em 20 de março de 1521. A "bala" que feriu Inácio na batalha de Pamplona não transpassou tão somente sua perna; atravessou também, de modo igualmente profundo e traumático, todo o mundo de ambições e sonhos de glória que ele havia buscado e fantasiado até esse momento. Todo um sistema de ideais se vê deste modo derrubado.

Foi forçado a um confinamento, de uns nove meses. Nas primeiras semanas debateu-se com a dor e com a morte, mas logo começou a abrir-se, para ele, algo diferente, e desse tempo nasceu um homem novo.

Um castelo interior (um tipo ideal de homem) se desmoronou, ao mesmo tempo que começou a surgir outro edifício humano, não mais centrado na busca de poder e prestígio, mas na força dos grandes desejos e na sedução pela pessoa de Jesus Cristo, que, desde então, ocupará a tela inteira de sua vida.

A partir deste momento, toma como ponto de partida o protagonismo ativo e criativo de Deus em sua história pessoal. Inácio é movido a fazer uma leitura de sua própria história com a chave do protagonismo de Deus. A leitura de alguns livros, como Vita Christi e Legenda Áurea foi, para ele, a primeira porta de acesso ao Mistério.

Da "leitura de textos" à "leitura de si mesmo": este é o deslocamento que Inácio experimenta em seu interior. Inicia-se uma travessia do "texto escrito" ao "texto da vida". Leitura provocativa e questionadora, pois ela desmonta uma estrutura fincada em falsos fundamentos e desperta o desejo de construir a vida sobre uma nova base. Uma leitura conflituosa, marcada por resistências e medos, mas, ao mesmo tempo, uma leitura atenta e centrada, com pausas para reflexão sobre as reações que ela despertava. Leitura que o compromete com outra escrita, carregada de sentido, valor e utopia. Leitura que o ajuda a "ordenar" seu mundo interior. Descobre, então, ser possuidor de uma profundidade que é seu mistério íntimo e pessoal.

"Viver em profundidade" significa entrar no âmago da própria vida, descer até às fontes do próprio ser, até às raízes mais profundas. Aí se pode encontrar o sentido de tudo "aquilo que se é, daquilo que se faz, se espera, busca e deseja".

A situação pandêmica, na qual estamos vivendo, pode nos oferecer uma outra perspectiva, se cairmos na conta que talvez estejamos vivendo, de um modo coletivo, o que aconteceu com Inácio de Loyola: não é um tiro de canhão que está detendo nossa correria maluca; rapidamente fomos imobilizados por um pequeno vírus, que nem sequer vemos, derrubando-nos do pedestal da autossuficiência, da soberba, do falso sentimento de que não éramos vulneráveis.

A pandemia está desvelando (tirando o véu) como são, no fundo, os nossos estilos de vida, onde, muitas vezes, não há lugar para o humano, não há lugar para o encontro, não há lugar para uma vida interior, não há lugar para a oração... Confusos e aturdidos, com dor e também com temor, estamos prostrados na cama, cada qual na sua (porque cada um precisa fazer seu próprio processo), mas todos no mesmo quarto, porque esta prostração nos afeta e nos diz respeito a todos.

Inácio precisou de tempo para compreender tudo o que se passava com ele. No começo, teve de lutar contra a febre e a dor de suas feridas. Quando elas começaram a diminuir, buscou primeiro entreter-se com leituras amenas e finalmente foi encontrado por Aquele que o buscava, através dessa ferida. Aquilo que no início foi vivido como uma derrota e um fracasso, foi seu segundo nascimento.

Como Inácio, talvez busquemos, num primeiro momento, nos entreter lendo "livros de cavalarias" que nos fazem fugir e esquecer a angustiante situação que estamos vivendo. Ou talvez, já tenhamos começado a ler textos verdadeiros, textos reveladores e instigantes que nos devolvem a nós mesmos para dispor-nos a uma outra escuta, agora interna.

O novo de tudo isto é que não se trata de uma situação individual, mas coletiva. É agora que nos é dada a oportunidade de nos colocar realmente a escutar e a discernir os sinais. Mas, não sozinhos, e sim, juntos. Talvez seja esta a diferença fundamental com respeito a Inácio de Loyola. Como aconteceu com ele, o desafio está em passar de um confinamento forçado a um distanciamento, livremente acolhido e carregado de presenças.

Dispomos de muitas ferramentas, entre elas, aquelas que o mesmo Inácio nos deixou, para converter este confinamento coletivo em um retiro partilhado, em Exercícios coletivos de discernimento e re-conversão. São muitos os apelos, as inspirações, os movimentos internos, as reações e os impulsos que estão em jogo. Santo Inácio, em seu leito de convalescente em Loyola, começou a dar nomes a tudo isso. Ali aprendeu a discernir e a decidir; ao sair de seu confinamento, não voltou à "normalidade" da vida, mas abriu-se ao novo, sonhando grande, ensaiando outros caminhos, indo ao encontro de um mundo em efervescência.

Também para nós, este é um tempo de kénosis, de esvaziamento, um tempo de silêncio, um tempo para despertar uma outra sensibilidade e entrar em sintonia com o Deus presente e atuante em tudo; em qualquer situação que nos encontremos, estamos envolvidos por suas mãos providentes. Aos poucos vamos descobrindo que este tempo é de uma grande intensidade espiritual.

Bendito confinamento se nos serve para receber uma luz e um conhecimento que não teríamos e bendita prova quando ajuda a nos tornar mais humanos e compassivos! Mais do que nunca, precisamos uns dos outros. A luz de um é luz para todos.

Que Santo Inácio nos inspire a viver este tempo de distanciamento social como momento privilegiado para uma intensificação nas relações, para dar passos novos, para reinventar a vida e carregá-la de sentido.

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*Adroaldo Palaoro é padre jesuíta e atua no ministério dos Exercícios Espirituais
https://domtotal.com/

ORAÇÃO PARA ESTA MANHÃ: SEXTA-FEIRA, 31 JULHO

Foto: Geovane Saraiva
Igreja Santo Afonso - Parquelândia, Fortaleza - CE
Como são grandes e admiráveis vossas obras,
ó Senhor e nosso Deus onipotente!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém
Hino
Nosso canto celebre a Inácio,
de um exército de heróis comandante,
general que os soldados anima
com palavras e atos, constante.

O amor de Jesus, Cristo Rei,
sobre ele obteve vitória.
Depois disso, a sua alegria
foi buscar para Deus maior glória.

Ele aos seus companheiros reunido
num exército aguerrido e valente,
os direitos de Cristo defende
e dissipa as trevas da mente.

Pelo Espírito Santo inspirado
este grande e prudente doutor,
discernindo os caminhos do Reino,
salvação para o mundo indicou.

Desejando que a Igreja estendesse
os seus ramos a muitas nações,
aos rincões mais distantes da terra
os seus sócios envia às missões.

Seja glória e louvor à Trindade,
que nos dê imitarmos também
seu exemplo, buscando valentes,
maior glória de Deus sempre. Amém.

Salmo 50(51)
Renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo (Ef 4,23-24).

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado,
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença,
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Mas vós amais os corações que são sinceros,
na intimidade me ensinais sabedoria.
Aspergi-me e serei puro do pecado,
e mais branco do que a neve ficarei.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
e exultarão estes meus ossos que esmagastes.
Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!

Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Dai-me de novo a alegria de ser salvo
e confirmai-me com espírito generoso!
Ensinarei vosso caminho aos pecadores,
e para vós se voltarão os transviados.

Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!
Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,
e minha boca anunciará vosso louvor!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!

Sede benigno com Sião, por vossa graça,
reconstruí Jerusalém e os seus muros!
E aceitareis o verdadeiro sacrifício,
os holocaustos e oblações em vosso altar!

Glória ao Pai...
Leitura breve Hb 13,7-9a
Lembrai-vos de vossos dirigentes, que vos pregaram a palavra de Deus, e, considerando o fim de sua vida, imitai-lhes a fé. Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis enganar por qualquer espécie de doutrina estranha.

Colocastes sentinelas vigiando vosso povo.
Anunciam, dia e noite, vosso nome, ó Senhor.

BENEDICTUS
Oxalá eu possa ter uma profunda experiência do Senhor e do poder de sua ressureição, e associar-me à sua Paixão.

Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou;

e fez surgir um poderoso Salvador
na casa de Davi, seu servidor,

como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos,

para salvar-nos do poder dos inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.

Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa Aliança

e o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,

a ele nós sirvamos sem temor
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.

Serás profeta do Altíssimo, ó menino,
pois irás andando à frente do Senhor
para aplainar e preparar os seus caminhos,

anunciando ao seu povo a salvação,
que está na remissão de seus pecados;

pela bondade e compaixão de nosso Deus,
que sobre nós fará brilhar o Sol nascente,

para iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados

e para dirigir os nossos passos,
guiando-os no caminho da paz.

Glória ao Pai...
Preces
Agradeçamos a Cristo, o bom Pastor que deu a vida por suas ovelhas; e lhe peçamos:

R. Apascentai, Senhor, o vosso rebanho!
Cristo, quisestes mostrar vosso amor e misericórdia nos santos pastores;
– por meio deles, sede sempre misericordioso para conosco. R.

Através dos vossos representantes na terra, continuais a ser o Pastor das nossas almas;
– não vos canseis de nos dirigir por intermédio de nossos pastores. R.

Em vossos santos, que guiam os povos, sois o médico dos corpos e das almas;
– não cesseis de exercer para conosco o ministério da vida e da santidade. R.

Pela sabedoria e caridade dos santos, instruístes o vosso rebanho;
– guiados pelos nossos pastores, fazei-nos crescer na santidade. R.

(Intenções livres)
Pai nosso ...
Oração
Ó Deus, que suscitastes em vossa Igreja Santo Inácio de Loyola para propagar a maior glória do vosso nome, fazei que, auxiliados por ele, imitemos seu combate na terra, para partilharmos no céu sua vitória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Silêncio: Sant’Ana, mãe da Santíssima Virgem Maria


Segundo os especialistas, o gesto de pedir silêncio é raro na arte cristã
Um retrato de Sant’Ana, mãe da Santíssima Virgem Maria, foi descoberto na década de 1960 por uma equipe arqueológica polonesa durante escavação na Catedral de Faras, antiga Núbia e atual Sudão.
O que torna o retrato tão misterioso é o gesto incomum de Sant’Ana. Ela é retratada com o dedo indicador da mão direita nos lábios.

A pintura, que desde 1964 faz parte da coleção do Museu Nacional de Varsóvia, foi descoberta pela equipe liderada pelo professor Kazimierz Michałowski como parte de um projeto da UNESCO para preservar relíquias do reino medieval da Núbia. Os governantes nubianos se converteram ao cristianismo por volta de 548 graças aos missionários enviados de Constantinopla pela imperatriz Theodora.

Sabemos que a pintura de parede é de Sant’Ana, a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus, por causa da inscrição abaixo, que diz: “Santa Ana, mãe da Mãe de Deus…”

Sant’Ana não é mencionada no Novo Testamento – todas as nossas informações sobre ela vêm de literatura apócrifa. Ana e seu marido Joaquim não tiveram filhos até que, graças às orações e à fé em Deus, eles conceberam e deram à luz uma menina, Maria.

Sant’Ana era venerada na antiga Núbia, e acredita-se que as mulheres rezavam a ela pedindo sua ajuda para engravidar.

Mas por que Sant’Ana está pedindo silêncio?
Há interpretações diferentes do significado deste gesto. Alguns estudiosos afirmam que ela está pedindo silêncio, que segundo o site ArchaeoTravel.eu, pode aludir ao “silêncio divino”. Outra teoria é que o gesto indica simplesmente que ela está rezando.

De acordo com Archaeotravel.eu, o gesto, que raramente é visto na arte cristã, pode se referir a uma tradição cristã egípcia (copta), na qual as pessoas rezavam em silêncio enquanto colocavam o dedo da mão direita nos lábios. O gesto protegeria as pessoas do mal que tentaria entrar no coração humano durante a oração.

Aleteia

Inácio de Loyola: uma vida que nos provoca

Embora não seja um santo que tenha caído na devoção popular, Inácio pode inspirar e ajudar às pessoas de hoje
Vitral do Santuário de Loyola, na Espanha
Vitral do Santuário de Loyola, na Espanha (Unsplash/Enrique Vidal Flores)
Carlos César Barbosa*

Inácio de Loyola é um daqueles santos que não figura na lista dos mais populares e devocionais. Salvaguardadas as exceções, não costumamos louvá-lo com novenas e procissões. A piedade popular lhe reserva um lugar discreto. O senso comum acostumou a lembra-lo como um soldado de Cristo. Não raras as vezes, o santo vê-se restringido quase que ao âmbito estrito de sua ordem (Companhia de Jesus) e suas adjacências.

Ao longo dos séculos a figura do místico Inácio sempre esteve cercada por ambiguidades que foram fazendo dele o santo que conhecemos ou que muitos acham conhecer.

Exigente, ele tinha a justa medida entre o rigor e a ternura. Determinado, para não dizer cabeça-dura, sabia ser completamente dócil ao Espírito. Sem almejar o lugar dos poderosos, ele soube se relacionar bem com reis e papas. Soube conciliar, ainda, a fidelidade carinhosa à Igreja hierárquica com a evangélica liberdade de crítica. Enfim, amado por uns e odiado por outros, inquestionavelmente, este homem de personalidade forte tinha em sua vida, em suas palavras e em suas ações um verdadeiro ímã que atraía as pessoas para Cristo e para a sua Companhia.

Íñigo, que mais tarde se tornou Inácio, nasceu em 1491 na Espanha, no Castelo de Loyola. De família nobre, seguiu carreira militar. Em 1521, quando defendia a cidade de Pamplona, caiu gravemente ferido por uma bala de canhão e, durante a sua recuperação, motivado por algumas leituras que inicialmente não lhe faziam gosto, acabou tendo a sua vida mudada radicalmente. A leitura da vida de Cristo e da vida dos Santos foi a porta de entrada para a sua conversão. A partir desse episódio, Inácio trilhará um longo caminho de conhecimento de si, de Deus e do mundo.

Em 1540, viu a sua ordem religiosa aprovada pelo papa Paulo III. Na condição de superior geral, morreu em 31 de julho de 1556, em Roma. Em 1609 foi beatificado pelo papa Paulo V e, em 1622, Gregório XV o canonizou juntamente com outros santos de igual quilate: Teresa de Ávila, Francisco Xavier e Felipe Néri.

Entre idas e vindas, altos e baixos a Igreja sempre reconheceu o inestimável legado de Inácio. Desde o século passado muitos papas, mais especificamente  Pio XI, Pio XII e Paulo VI, não pouparam elogios e gestos delicados para com Santo Inácio e a Companhia de Jesus. De modo particular, vale destacar o papa Pio XI que, há exatos 98 anos, pela constituição apostólica Summorum pontificum declarou Santo Inácio de Loyola padroeiro de todos os Exercícios Espirituais. Esse mesmo papa, em 1929, na carta enciclica Mens nostra, evidenciou a importância e a profundidade dos Exercícios Espirituais, dispondo, pois, que a partir daquela data se praticassem os Exercícios anualmente na Cúria Romana, lançando, assim, um costume que permanece até hoje.

De fato, os Exercícios Espirituais segundo o método inaciano são uma proposta de caminho espiritual bastante oportuno e, como disse Pio XI, embora pequeno em volume é repleto de celestial sabedoria. Tendo os exercícios como meio, Deus e o homem vão dialogando e estreitando os laços. É um verdadeiro caminho de aprofundamento das nossas relações, onde somos levados a questionamentos e às escolhas sérias. Em última instância, os exercícios são uma escola de discernimento, cuja estrutura está tecida pelo Evangelho.

Ainda que a devoção não nos leve imediatamente a Santo Inácio, escutar o que diz a Igreja sobre ele, celebrar a sua memória, revisitar a sua vida e reler a sua experiência de Deus podem nos ajudar em nossa própria experiência de busca e crescimento espirituais, pois, tal qual Inácio, somos antes de tudo peregrinos da vontade de Deus.

Neste sentido, a vida deste santo nos segue atual e inspiradora. Aqui lembramos, por exemplo, que em seu processo de conversão, desde a sua convalescença até o fim de sua vida, a abertura ao novo foi fundamental. Deixar-se ser tocado pelas novidades de Deus foi um imperativo na vida de Inácio e segue sendo em nossa vida. Mas isso não é o suficiente.

Inácio também buscou a todo instante a profundidade naquilo que fazia e sentia. Hoje, falta-nos um olhar mais demorado sobre as situações e as pessoas. Acostumamos a apenas molhar os pés na margem. Não mergulhamos a fundo nem aprofundamos à realidade de nós mesmos, dos outros, de Deus e do mundo. Respostas rápidas e não discernidas são mais fáceis e sedutoras, mas não se sustentam por muito tempo.

Assim, um terceiro aspecto da vida de Inácio que se destaca pela atualidade tem a ver com as relações sólidas que ele estabelecia com todos. Essas relações foram sendo construídas a partir de sua relação com Deus. Inácio soube estabelecer relações com todo tipo de gente. Soube se relacionar com uma Igreja em ebulição, com uma sociedade em grandes descobertas e com um grupo diverso e cada vez mais crescente de homens que buscavam ser companheiros de Jesus sob o estandarte da Companhia de Jesus. Com Santo Inácio, aprendemos que as relações sólidas e justas são construídas quando, entre outras coisas, sabemos acolher o outro e dar a devida atenção ao melhor que cada um traz em si.

Portanto, ser aberto e sensível às novidades de Deus, buscar a profundidade com coragem e ousadia e estabelecer relações sólidas e justas são alguns dos aspectos da vida de Inácio que oxalá inspirem também a nossa vida hoje. Certamente, há muitos outros aspectos da vida deste santo que podem nos inspirar e apontar para Jesus.

Dito isto, por que não conhecer, então, mais sobre este santo? Por que não conhecer mais dessa espiritualidade que tem ajudado um número sem fim de pessoas? Ao final, quem sabe, poderemos repetir as palavras do padre Antônio Vieira em seu sermão de Santo Inácio em 1669: "admirável é Deus em seus santos, mas em Santo Inácio Deus é singularmente admirável".

*Carlos César é jesuíta, graduado em Relações Internacionais pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e estudante de Filosofia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte (FAJE)

ORAÇÃO PARA ESTA MANHÃ: QUINTA-FEIRA ,30 JULHO

Fotos: Geovane Saraiva
Igreja Santo Afonso - Parquelândia, Fortaleza - CE
Louvai o Senhor Deus no santuário,
louvai-o no alto céu de seu poder!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém
Hino
Já surge a luz dourada,
a treva dissipando,
que as almas do abismo
aos poucos vai levando.

Dissipa-se a cegueira
que a todos envolvia;
alegres caminhemos
na luz de um novo dia.

Que a luz nos traga paz,
pureza ao coração:
longe a palavra falsa,
o pensamento vão.

Decorra calmo o dia:
a mão, a língua, o olhar.
Não deixe nosso corpo
na culpa se manchar.

Do alto, nossos atos
Deus vê, constantemente;
solícito nos segue
da aurora ao sol poente.

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

Salmo 56(57)
Este salmo canta a Paixão do Senhor (Santo Agostinho).

Piedade, Senhor, piedade,
pois em vós se abriga a minh'alma!
De vossas asas, à sombra, me achego,
até que passe a tormenta, Senhor!

Lanço um grito ao Senhor Deus Altíssimo,
a este Deus que me dá todo o bem.
Que me envie do céu sua ajuda
e confunda os meus opressores!
Deus me envie sua graça e verdade!

Eu me encontro em meio a leões,
que, famintos, devoram os homens;
os seus dentes são lanças e flechas,
suas línguas, espadas cortantes.

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!

Prepararam um laço a meus pés,
e assim oprimiram minh'alma;
uma cova me abriram à frente,
mas na mesma acabaram caindo.

Meu coração está pronto, meu Deus,
está pronto o meu coração!
Vou cantar e tocar para vós:
desperta, minh'alma, desperta!
Despertem a harpa e a lira,
eu irei acordar a aurora!

Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos,
dar-vos graças, por entre as nações!
Vosso amor é mais alto que os céus,
mais que as nuvens a vossa verdade!

Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus,
vossa glória refulja na terra!

Glória ao Pai...
Leitura breve Is 66,1-2
Isto diz o Senhor: O céu é o meu trono e a terra é o apoio de meus pés. Que casa é esta que edificareis para mim, e que lugar é este para meu descanso? Tudo isso foi minha mão que fez, tudo isso é meu, diz o Senhor. Mas eu olho para este, para o pobrezinho de alma abatida, que treme ao ouvir a minha palavra.

Clamo de todo o coração: atendei-me, ó Senhor!
Quero cumprir vossa vontade.

BENEDICTUS
Sirvamos ao Senhor em justiça e santidade, e de nossos inimigos haverá de nos salvar.

Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou;

e fez surgir um poderoso Salvador
na casa de Davi, seu servidor,

como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos,

para salvar-nos do poder dos inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.

Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa Aliança

e o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,

a ele nós sirvamos sem temor
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.

Serás profeta do Altíssimo, ó menino,
pois irás andando à frente do Senhor
para aplainar e preparar os seus caminhos,

anunciando ao seu povo a salvação,
que está na remissão de seus pecados;

pela bondade e compaixão de nosso Deus,
que sobre nós fará brilhar o Sol nascente,

para iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados

e para dirigir os nossos passos,
guiando-os no caminho da paz.

Glória ao Pai...
Preces
Demos graças a Cristo que nos concede a luz deste novo dia; e lhe peçamos:

R. Senhor, abençoai-nos e santificai-nos!
Senhor, que vos entregastes como vítima pelos nossos pecados,
– aceitai os trabalhos que já começamos e os nossos planos de ação para hoje. R.

Senhor, que alegrais nossos olhos com a luz deste novo dia,
– sede vós mesmo a luz dos nossos corações. R.

Tornai-nos generosos para com todos,
– para sermos imagens fiéis da vossa bondade. R.

Fazei-nos desde a manhã sentir o vosso amor,
– para que a vossa alegria seja hoje a nossa força. R.

(Intenções livres)
Pai nosso ...
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, ouvi as súplicas que vos dirigimos de manhã, ao meio-dia e à tarde; expulsai de nossos corações as trevas do pecado e fazei-nos alcançar a verdadeira luz, Jesus Cristo. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Em busca do tesouro

Padre Geovane Saraiva*
Quem encontra o tesouro apressa-se em vender tudo o que possui, pela conquista ou para adquiri-lo. Conquistá-lo consiste na relevância de ficar muito perto do sonho do Reino de Deus, pelo Evangelho, pelo esforço da mensagem cristã, na graça e na amizade com Deus. É, na verdade, um tesouro muito bem escondido e oculto, mas presente no mundo, e muitos o têm como um valor inigualável. Outros, tendo-o achado, não o valorizam e optam mesmo é pelo reino terreno. Outros, ainda, encontram enorme dificuldade e contam com forças insuficientes na intenção de descobri-lo.

O gozo da vida, o absoluto dos bens materiais e a satisfação da vida terrena no mundo da diversidade, como o nosso atual, falam mais alto. Aqui não se prescinde de um coração grande, afável e dócil, na mesma atitude do Rei Salomão, compreendendo e fazenda a diferença entre o bem e o mal (cf. 1Rs 3, 9), tendo, dentro de uma visão divina, o que é eterno e o que é transitório, fugaz ou efêmero, entre o que é aparente e o que é essencial, ou fundamental, na radical tomada de decisão: “vender todos os seus bens”, na ânsia do tesouro.

Veja, estimado leitor e estimada leitora, que Jesus não exige um pouco, nem relativiza, oferecendo só a metade. Na investida do verdadeiro, incontestável e irrefutável Reino, Jesus de Nazaré pede tudo, dando-nos também, em contrapartida, não pouco, prometendo-nos na sua compassiva misericórdia tudo, o prêmio da vida, na contemplativa comunhão com Deus. Saibamos, pois, insistentemente, nunca perder de vista a vontade divina de abraçar as realidades que transcendem e que são eternas: o tesouro.

Guardemos as palavras de São Bernardo de Claraval: “Ó sabedoria eterna, que vos estendeis de uma a outra extremidade da terra, para governar com força todas as coisas, dirigis nossas ações segundo as exigências de vossa vontade, a fim de que possa cada um de nós, sem temor, gloriar-nos em vós”. Conduzidos por vós, ó sabedoria encarnada do Pai, que possamos usar, de tal modo, os bens que passam, mas no sentido de abraçar os que não passam. Assim seja!

*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

ORAÇÃO PARA ESTA MANHÃ: QUARTA-FEIRA, 29 JULHO

Fotos Geovane Saraiva
Igreja Santo Afonso, Parquelândia - Fortaleza-CE
Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa,
salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém

Hino
Santa Marta de Betânia,
hospedeira do Senhor,
hoje o Povo da Aliança
canta um hino em teu louvor.

Tua casa foi o abrigo
onde o Mestre repousou.
No calor de um lar amigo,
ele renovou as forças.

Pão e vinho lhe serviste,
quando tua irmã, Maria,
vida eterna em alimento
dos seus lábios recebia.

Reclamaste a sua ausência
junto a Lázaro doente,
proclamando assim a fé
no seu verbo onipotente.

Dele escutas a promessa:
Teu irmão ressurgirá.
E proclamas: Tu és o Cristo,
Deus conosco em ti está.

No milagre testemunhas
seu poder e seu amor:
teu irmão retorna à vida,
à palavra do Senhor.

Que possamos caminhar
com Jesus, na fé ardente,
e contigo contemplar
sua face eternamente.

Salmo 35(36)
Quem me segue, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

O pecado sussurra ao ímpio
lá no fundo do seu coração;
o temor do Senhor, nosso Deus,
não existe perante seus olhos.
Lisonjeia a si mesmo pensando:
“Ninguém vê nem condena o meu crime”!

Traz na boca maldade e engano;
já não quer refletir e agir bem.
Arquiteta a maldade em seu leito,
nos caminhos errados insiste
e não quer afastar-se do mal.

Vosso amor chega aos céus, ó Senhor,
chega às nuvens a vossa verdade.
Como as altas montanhas eternas
é a vossa justiça, Senhor;
e os vossos juízos superam
os abismos profundos dos mares.

Os animais e os homens salvais:
quão preciosa é, Senhor, vossa graça!
Eis que os filhos dos homens se abrigam
sob a sombra das asas de Deus.
Na abundância de vossa morada,
eles vêm saciar-se de bens.

Vós lhes dais de beber água viva,
na torrente das vossas delícias.
Pois em vós está a fonte da vida,
e em vossa luz contemplamos a luz.
Conservai aos fiéis vossa graça,
e aos retos, a vossa justiça!

Não me pisem os pés dos soberbos,
nem me expulsem as mãos dos malvados!
Os perversos, tremendo, caíram
e não podem erguer-se do chão.

Glória ao Pai...
Leitura breve Rm 12,1-2
Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: Este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.

O Senhor a sustenta com a luz de sua face.
Quem a pode abalar? Deus está junto a ela.

BENEDICTUS
Disse Marta a Jesus: Eu creio que és o Cristo, o Filho do Deus vivo, que vieste a este mundo.

Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou;

e fez surgir um poderoso Salvador
na casa de Davi, seu servidor,

como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos,

para salvar-nos do poder dos inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.

Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa Aliança

e o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,

a ele nós sirvamos sem temor
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.

Serás profeta do Altíssimo, ó menino,
pois irás andando à frente do Senhor
para aplainar e preparar os seus caminhos,

anunciando ao seu povo a salvação,
que está na remissão de seus pecados;

pela bondade e compaixão de nosso Deus,
que sobre nós fará brilhar o Sol nascente,

para iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados

e para dirigir os nossos passos,
guiando-os no caminho da paz.

Glória ao Pai...
Preces
Juntamente com todas as santas mulheres, louvemos, irmãos e irmãs, nosso Salvador; e peçamos:

R. Vinde, Senhor Jesus!
Senhor Jesus, que perdoastes à mulher pecadora todos os seus pecados porque ela muito amou,
– perdoai-nos também os nossos muitos pecados. R.

Senhor Jesus, a quem as santas mulheres serviam em vossas jornadas,
– concedei-nos seguir fielmente os vossos passos. R.

Senhor Jesus, Mestre a quem Maria escutava, enquanto Marta vos servia;
– concedei-nos também vos servirmos na fé e na caridade. R.

Senhor Jesus, que chamastes irmão, irmã e mãe a todos aqueles que cumprem a vontade do Pai,
– fazei que sempre vos agrademos em palavras e ações. R.

(Intenções livres)
Pai nosso ...
Oração
Pai todo-poderoso, cujo Filho quis hospedar-se em casa de Marta, concedei por sua intercessão que, servindo fielmente a Cristo em nossos irmãos e irmãs, sejamos recebidos por vós em vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Ex-presidente do Banco do Brasil diz que há muita gente em Brasília “com o rabo preso”


Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil
Da coluna de Merval Pereira no Globo:

O economista Rubem Novaes, que pediu demissão da presidência do Banco do Brasil dias atrás, resume com a seguinte frase o ambiente político de Brasília, uma das razões que o fez pedir para sair : “Muita gente com rabo preso trocando proteção”. Para Novaes, a cultura política em Brasília piorou muito ao longo do tempo, mas ele não aceita citar casos concretos. Afirma apenas que tudo começou na reeleição do Fernando Henrique Cardoso “e piorou muito nos anos do PT com mensalões e petrolões”.

Para ele, “criar dificuldades para vender facilidades é a regra”, e além disso, “temos os privilégios e compadrios”. Ele cita o presidente do PTB Roberto Jefferson como sendo hoje “o melhor cronista dos bastidores planaltinos”.

Novaes insiste em que nenhum fato específico levou à sua renúncia, “pois desde junho converso com o Paulo sobre a minha saída”. E nega que tenha sofrido alguma pressão de políticos: “No BB, não. Todos sabiam qual seria a minha reação”. Mas cita a decisão do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU) de impedir a propaganda digital do Banco do Brasil como “um dos maiores absurdos já ocorridos na administração pública federal. Quem pagará pelos prejuízos?”.

ORAÇÃO PARA ESTA MANHÃ: TERÇA-FEIRA, 28 JULHO

Fotos: Geovane Saraiva, Igreja de Santo Afonso
Parquelândia - Fortaleza-CE
O Rei da glória é o Senhor onipotente,
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém

Hino
Já vem brilhante aurora
o sol anunciar.
De cor reveste as coisas,
faz tudo cintilar.

Ó Cristo, Sol eterno,
vivente para nós,
saltamos de alegria,
cantando para vós.

Do Pai Ciência e Verbo,
por quem se fez a luz,
as mentes, para vós,
levai, Senhor Jesus.

Que nós, da luz os filhos,
solícitos andemos.
Do Pai eterno a graça
nos atos expressemos.

Profira a nossa boca
palavras de verdade,
trazendo à alma o gozo
que vem da lealdade.

A vós, ó Cristo, a glória
e a vós, ó Pai, também,
com vosso Santo Espírito,
agora e sempre. Amém.

Salmo 23(24)
Na Ascensão, as portas do céu se abriram para o Cristo (Sto. Irineu).

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares,
e sobre as águas a mantém inabalável.

‘Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?’
‘Quem tem mãos puras e inocente coração,
quem não dirige sua mente para o crime,
nem jura falso para o dano de seu próximo.

Sobre este desce a bênção do Senhor
e a recompensa de seu Deus e Salvador’.
‘É assim a geração dos que o procuram,
e do Deus de Israel buscam a face’.

‘Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
a fim de que o Rei da glória possa entrar!’

Dizei-nos: 'Quem é este Rei da glória?’
‘É o Senhor, o valoroso, o onipotente,
o Senhor, o poderoso nas batalhas!’

‘Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
a fim de que o Rei da glória possa entrar!’
Dizei-nos: ‘Quem é este Rei da glória?’
‘O Rei da glória é o Senhor onipotente,
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!’

Glória ao Pai...
Leitura breve Rm 13,11b.12-13a
Já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia.

Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, Meu escudo e proteção: em vós espero!
Minha rocha, meu abrigo e Salvador.

BENEDICTUS
O Senhor fez surgir um poderoso Salvador, como falara pela boca de seus santos e profetas.

Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou;

e fez surgir um poderoso Salvador
na casa de Davi, seu servidor,

como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos,

para salvar-nos do poder dos inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.

Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa Aliança

e o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,

a ele nós sirvamos sem temor
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.

Serás profeta do Altíssimo, ó menino,
pois irás andando à frente do Senhor
para aplainar e preparar os seus caminhos,

anunciando ao seu povo a salvação,
que está na remissão de seus pecados;

pela bondade e compaixão de nosso Deus,
que sobre nós fará brilhar o Sol nascente,

para iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados

e para dirigir os nossos passos,
guiando-os no caminho da paz.

Glória ao Pai...
Preces
Irmãos e irmãs, chamados a participar de uma vocação celeste, bendigamos a Jesus Cristo, pontífice da nossa fé; e aclamemos:

R. Senhor, nosso Deus e Salvador!
Rei todo-poderoso, que pelo batismo nos conferistes um sacerdócio régio,
– fazei da nossa vida um contínuo sacrifício de louvor. R.

Ajudai-nos, Senhor, a guardar os vossos mandamentos,
– para que, pela força do Espírito Santo, permaneçamos em vós e vós permaneçais em nós. R.

Dai-nos a vossa sabedoria eterna,
– para que ela sempre nos acompanhe e dirija os nossos trabalhos. R.

Não permitais que neste dia sejamos motivo de tristeza para ninguém,
– mas causa de alegria para todos os que convivem conosco. R.

(Intenções livres)
Pai nosso ...
Oração
Acolhei, Senhor, as preces desta manhã, e por vossa bondade iluminai as profundezas de nosso coração, para que não se prendam por desejos tenebrosos os que foram renovados pela luz de vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Bispos brasileiros: governo Bolsonaro é incapaz de gerenciar crises e promove 'economia que mata'

Para os bispos, ? o sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma ?economia que mata?.
'Carta ao Povo de Deus' assinada por mais de 150 arcebispos e bispos faz duras críticas à condução da crise da Covid-19 pelo governo, além de políticas econômicas e do meio ambiente
Para os bispos, ? o sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma ?economia que mata?.
Para os bispos, ? o sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma ?economia que mata?. (Isac Nóbrega/PR)
Thiago Ventura

Uma carta assinada por mais de 150 bispos brasileiros com duas críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi revelada na noite desse domingo. O documento deveria ser divulgado de forma oficial no último dia 22, mas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ainda não analisou o mérito do texto. A ‘Carta ao Povo de Deus’ foi revelada pela jornalista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo. Segundo ela, o texto não foi divulgado devido pressão da ala conservadora da Igreja Católica.

Segundo arcebispos, bispos e bispos eméritos que subscrevem o documento não há interesses político-partidários ou ideológicos nas críticas, mas alinhamento à opção preferencial pelos pobres dentro da Doutrina Social da Igreja. A carta critica o gerenciamento da pandemia do novo coronavírus e ainda  cobra maior proteção à ‘Casa-comum’, defendida pelo papa Francisco na encíclica Laudato Si.

“Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela Covid-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço”, dizem os bispos.

A carta também critica a política econômica do ministro Paulo Guedes. Os bispos são contundentes em cravar que as escolhas feitas para defender as empresas em detrimento de salários dos funcionários são típicas da ‘economia que mata’. “No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos”, diz o texto. Para os bispos, ‘ o sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata”.

O texto encerra conclamando os católicos a se engajarem em movimentos que defendem a democracia e o Estado Democrático de Direito. “Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam”.

Segundo Mônica Bérgamo, entre os bispos que assinam o documento, estão arcebispo emérito de São Paulo, cardeal dom frei Claudio Hummes, OFM o bispo emérito de Blumenau dom Angélico Sandalo Bernardino, o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Taschetto Damian, pelo arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, o prelado emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler, o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol e pelo arcebispo de Manaus (AM) e ex-secretário-geral da CNBB dom Leonardi Ulrich.

Leia abaixo a íntegra da carta

Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.

Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.

É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.

O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.

Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.

É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).

Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.

O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.

O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.

No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.

Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).

Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?

O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.

Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).

Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).

O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.
O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26).