terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Lula será o principal adversário de Bolsonaro em 2022, diz pesquisa definitiva


A Paraná Pesquisas fez a sondagem definitiva deste ano e constatou que 32% acreditam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022, será nas urnas o principal adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O resultado do levantamento alegra o PT e o Palácio do Planalto porque confirma a tese de polarização e, reflexo disso, a quase impossibilidade de o ministro Sérgio Moro concorrer ao cargo.

Depois de Lula, segundo a sondagem, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) seria o principal oponente de Bolsonaro na percepção de 15,6% do eleitorado brasileiro.

A Paraná Pesquisas foi ao cerne da questão ao perguntar “Quem será o principal adversário político do Presidente Jair Bolsonaro até as eleições de 2.022?”, e obteve as seguintes respostas:

Não sabe: 13,1%
Nenhum: 14,4%
Lula: 32,0%
Ciro Gomes: 15,6%
O Governador de São Paulo João Doria: 11,7%
O apresentador de televisão Luciano Huck: 8,3%
O Governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel: 3,0%
O Presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia: 1,9%
O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ficaram na lanterna porque disputam Bolsonaro a pauta negativa: um quer executar, matar mais pobres com tiro do que o presidente da República; o outro que retirar direitos dos trabalhadores e matar de fome os brasileiros com mais eficiência que o capitão.

Maia e Witzel são confundidos pelo bolsonarismo. São vistos pelo povo como farinha do mesmo saco de Bolsonaro, portanto o projeto “presidencial” do deputado e do governado é um retumbante fracasso.

A Paraná Pesquisas ouviu 2.222 pessoas de 26 estados e o Distrito Federal entre os dias 14 a 18 de dezembro de 2019. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

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"Bolsonaro fez ataque sistemático à democracia em 2019", diz Miriam Leitão

"O presidente Bolsonaro preferiu manter constante ambiente de conflito e estresse na sociedade. Brigou até com o partido pelo qual se elegeu. Criou a rotina hedionda de diariamente sair e exibir-se para uma claque de apoiadores, agredindo os repórteres que fazem plantão na porta do Palácio", diz a jornalista
31 de dezembro de 2019, 06:35 h
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(Foto: Reprodução | PR)


247 – "O ano de 2019 na economia nunca poderá ser avaliado apenas pela economia. Houve em volta um ambiente de contínua piora institucional. O governo fez um ataque sistemático aos valores da democracia. Não ficou apenas em palavras. Das referências a um novo AI-5, feitas até pelo ministro da Economia, à demolição do aparato de proteção ambiental, às ameaças ao pluralismo na educação e na cultura, foram muitos os erros deste primeiro ano do governo Bolsonaro. A agenda presidencial oscilou entre miudezas e agressões. Foi um péssimo primeiro ano", diz a jornalista Miriam Leitão, colunista do Globo, em seu último artigo de 2019.

"Normalmente, os presidentes aproveitam a lua de mel após a posse para tentar atrair eleitores que não votaram nele mas torcem para que o governo dê certo. O presidente Bolsonaro preferiu manter constante ambiente de conflito e estresse na sociedade. Brigou até com o partido pelo qual se elegeu. Criou a rotina hedionda de diariamente sair e exibir-se para uma claque de apoiadores, agredindo os repórteres que fazem plantão na porta do Palácio. De falas escatológicas, sobre a frequência da ida ao banheiro, até declarações homofóbicas, tudo foi servido nessas declarações matinais. O pior são as mentiras deliberadamente divulgadas nessas entrevistas ou na rede social", afirma.

"A economia se ressentiu do desgaste provocado pelas crises fabricadas pelo governo. O PIB poderia ter sido mais forte não fosse a imperícia na condução do país. O contexto encolheu o desempenho da economia. A torcida é por um 2020 melhor. Feliz ano novo", conclui.

Dia Mundial da Paz: «Não há justiça sem equidade e sem uma justa distribuição dos recursos» – Ana Patrícia Fonseca

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Coordenadora do Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social, da Fundação Fé e Cooperação, comenta mensagem do Papa Francisco
Agência Ecclesia/MC
Lisboa, 31 dez 2019 (Ecclesia) – A coordenadora do Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social da Fundação Fé e Cooperação (FEC), sustenta que o Papa Francisco faz um “grande apelo” para repor a justiça, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2020.
“O que entendo desta mensagem do Papa, e que é o grande apelo das organizações da sociedade civil, é a necessidade de repor uma certa justiça. Não há justiça sem equidade, não há justiça sem uma justa distribuição dos recursos e, sobretudo, não há paz sem esta justiça”, explica Ana Patrícia Fonseca à Agência ECCLESIA, a propósito da mensagem que o Papa Francisco escreveu para a celebração de 1 de janeiro de 2020.
A mensagem indica o diálogo, a reconciliação e a conversão ecológica como caminhos de esperança para a paz.
A responsável da FEC evoca a situação dos “mais pobres e dos países mais pobres”, sendo estes “os que mais sofrem com os fenómenos das alterações climáticas. São ao mesmo tempo os que menos contribuíram para estes fenómenos”.
Desde a publicação da encíclica «Laudato Si», publicada em 2015, que Francisco evidencia “o planeta em sofrimento e como um corpo em sofrimento manifesta dores: nuns locais são secas, noutros são cheias, incêndios, grandes furacões, vamos sentindo as manifestações deste corpo doente”.
O que o Papa nos tem vindo a apelar é que diante deste corpo doente, que cuidemos dele. Temos uma grande responsabilidade naquilo que é este corpo que é, antes de mais para cristãos, católicos e crentes, uma criação de Deus. Há este grande alerta que são as pessoas, os seres humanos que mais sofrem com este corpo que está doente”.
Ana Patrícia Fonseca recorda o sínodo da Amazónia, que aconteceu no Vaticano em outubro de 2019, como “um duplo grito dos pobres”.
“Neste grito dos pobres eu entendo sempre um grito de desespero, a dizerem «estamos nesta situação, precisamos que alguém nos ajude», mas também um grito de esperança, ao dizerem «nós aqui temos as soluções que o mundo tanto apela»”, observa.

A responsável evidencia as “transferências de conhecimento e tecnologia” entre os países desenvolvidos para os países em vias de desenvolvimento, mas lamenta que “as soluções que estes povos têm” não sejam transferidas para os países desenvolvidos.
“Estes povos têm as soluções que são necessárias, precisam só de um empurrão”, sublinha.
Ana Patrícia Fonseca, que representou a Plataforma das Organização Não Governamentais na Cimeira das Nações Unidas sobre o Clima (COP25), lamenta a falta de vontade política para “agir agora”.
“Temos as soluções técnicas muitas de base local, outras de tecnologia nova. Temos tudo em cima da mesa. O que precisamos é de vontade para agir. Na COP25 dizia-se que agora é o tempo de agir. O que o Papa Francisco nos vem dizer é que é agora o tempo de agir e tem de haver esta vontade política para fazer o que tem de ser feito”, finaliza.
A entrevista a Ana Patrícia Fonseca sobre a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz pode ser escutada hoje no programa Ecclesia, na Antena 1, pelas 22h45.
LS

Reflexão para o fim de ano

Ano Novo
Ano Novo
Fim de Ano é momento de ação de graças a Deus por todas as nossas realizações!
Padre Cesar Augusto dos Santos - Cidade do Vaticano

Fim de ano! Na mente de muitas pessoas, a virada do ano significa jogar fora, se despedir de tudo aquilo que não foi bom, que causou frustração e sofrimento. Olha-se para o Ano Novo com muita esperança, com fascínio e por vezes até mesmo com um arzinho de presunção, como que dizendo: não importam a coisas que não deram certo, agora começaremos com o pé direito. Muitos até, cheios de crendices e superstições, procurarão realizar certos ritos de passagem de ano, ritos às vezes ridículos e sem sentido, como se o futuro, a felicidade dependesse desses gestos.

O homem atento e prudente jamais despreza o que não deu certo, mas após perguntar o porquê do erro, integra o resultado do que fez de modo errado e aí tira proveito disso. Aprende com o erro. Segundo São Paulo “Tudo colabora para o bem dos que são amados por Deus”! Portanto o final de ano deve ser marcado especialmente pela ação de graças a Deus por TUDO que nos possa ter acontecido. Para o filhos queridos de Deus só existe bom tempo, não no sentido de que tudo correu às mil maravilhas, mas no sentido de que tudo está integrado.

O cristão é, por natureza, otimista. Para ele serve aquele canto da MPB que diz: “Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”!

Por outro lado, o cristão não precisa de nenhum gesto particular para lhe dar sorte durante o ano que se inicia. Ele crê em Deus, crê em seu Amor, crê que Deus o criou por Amor e por amor a ele morreu numa cruz e ressuscitou. Crê que Deus é Todo-Poderoso, e por isso nenhum mal lhe poderá acontecer. Aos que se comportam de modo pagão, que creem em forças da natureza, que desconhecem serem filhos de Deus e terem em Maria a Mãe que vela – Nossa Senhora, como disse ao índio azteca sob o título de Guadalupe: Não sou eu sua mãe, não estou eu aqui com você?” Para que temer? “Se Deus é por nós, quem poderá ser contra nós”, dirá, por sua vez, São Paulo Apóstolo.

O cristão começa bem o ano rezando, celebrando a Eucaristia, programando repetir esses dois gestos durante todo o novo ano, programando ser caridoso, solidário e fraterno, sendo sinal do compromisso de Deus com o homens.

Que você, querida irmã, querido irmão, tenha uma boa passagem de ano, com saúde, na alegria e na paz, ao lado dos entes queridos e dos amigos mais próximos! Feliz Ano novo a todos!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Olavo de Carvalho: direita elegeu Bolsonaro, mas “quem manda no país é Haddad”

“A direita elegeu um presidente, porém quem manda no país é Fernando Haddad”, diz o astrólogo, Olavo de Carvalho. Segundo ele, "Haddad criou um plano para o PT cujo resumo é a elevação política do ‘lumpemproletariado’. São bandidos, prostitutas, drogados, loucos, pessoas divergentes sem lugar específico na sociedade. E hoje, o ‘lumpemproletariado’ domina o panorama nacional”
30 de dezembro de 2019, 14:00 h
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(Foto: Facebook)

Revista Fórum - O astrólogo e guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, publicou um vídeo em seu canal no YouTube neste domingo (29) criticando políticos de direita eleitos na eleição de 2018 e afirma que o poder no Brasil está, na verdade, nas mãos da esquerda. De acordo com ele, quem domina o país é o ex-candidato à presidência, Fernando Haddad (PT).

“A direita elegeu um presidente, porém quem manda no país é Fernando Haddad”, afirma o astrólogo. “Em 1998, Haddad criou um plano para o PT cujo resumo é a elevação política do ‘lumpemproletariado’. São bandidos, prostitutas, drogados, loucos, pessoas divergentes sem lugar específico na sociedade. E hoje, o ‘lumpemproletariado’ domina o panorama nacional”, afirma Carvalho.

O termo citado pelo guru de Bolsonaro faz referência a Karl Marx, que utilizou a palavra para definir o limbo entre a burguesia e o proletariado, referindo-se a grupos marginais que não têm recursos financeiros, organização ou consciência de classe.

“Entregaram esse abacaxi pro Bolsonaro e querem que ele resolva, mas a esquerda domina a mídia, as universidades, os órgãos públicos, as ONGs, a OAB… Eles estão no poder, vocês não entenderam ainda?”, continua o astrólogo. 

Leia a íntegra na Revista Fórumhttps://www.brasil247.com/

Bispo: Servidor dos Servidores

Padre Geovane Saraiva*
Voltando-me para Santo Agostinho, numa reflexão sobre os bispos, pensei em Maria, na condição de Rainha dos Apóstolos, em união com aquele que gerou, hauriu da misteriosa força do seu múnus apostólico, na sua íntima e encantadora realidade salvífica, naquele amor, que podemos imaginar como sendo o mais inflamado, sublime e restaurador.

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Dom Valdemir Vicente
Bispo Auxiliar de Fortaleza-CE
Daí a participação do doutor da graça e dos bispos, no sacerdócio de Cristo! Só lhe acrescenta responsabilidade e pena, ao afiançar: “O que tenho em comum convosco enche-me de entusiasmo; o que tenho diferente de vós atormenta-me, enche-me de tremor”. Que os bispos saibam sempre mais se voltarem para o Livro Sagrado, enxergando aí Nossa Senhora, e a partir dela a redenção, Jesus de Nazaré imolado, na sorte de associar-se aos seus sofrimentos.

A grandeza de Maria, na minha inconsistente imaginação, pode muito ajudar os bispos nos nossos difíceis tempos, ela que, ao nos presentear com o Messias-Redentor, também participa de sua suprema imolação entre tormentos, pela sua transcendente, inaudita e sublime entrega. O bispo, com efeito, é o Servidor dos Servidores. Antes de tudo, ele é o servo dos padres e dos religiosos. Sua tarefa de amor na Igreja deverá primar pela atenção dada aos que ocupam os postos imediatos e diretos de serviço aos fiéis. No supracitado apostolado da Mãe do Redentor, na mais segura confiança de que é o Espírito da Verdade que o acompanha, passo a passo, descobre-se a grandeza do trabalho específico, implacável quanto indulgente, dos sacerdotes com o bispo, unidos ao Papa.

Padre Geovane Saraiva* Voltando-me para Santo Agostinho, numa reflexão sobre os bispos, pensei em Maria, na condição de Rainha dos Apóstolos, em união com aquele que gerou, hauriu da misteriosa força do seu múnus apostólico, na sua íntima e encantadora realidade salvífica, naquele amor, que podemos imaginar como sendo o mais inflamado, sublime e restaurador. …
 Missão do bispo na saudação do Anjo Gabriel: “Não temas, Maria (...). O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1, 30-35). O bispo em particular tem que se considerar qual pálida imagem da Virgem. É pai, como ela foi mãe, por obra do Consolador, o Paráclito. Terá também que exercer seu governo com entranhas de bondade e clemência, semelhantes às da doce mãe da nova humanidade (cf. Dom José M. Delgado).

Que seja real e constante a presença da Mãe de Deus no pastoreio de nossos bispos. Que a Santíssima Virgem Maria nos proteja e nos revele aquela paz tão sonhada por Deus, a qual o Brasil tanto necessita! Assim seja!

*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e Colunista, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza

Foto: Padre Geovane Saraiva, vista da estrada na Serra de Baturité -  de Aratuba a Mulungu Ceará






Tacla Duran: Moro é mimado, deslumbrado por uma ambição política que o leva a crer que o poder é eterno

O ex-advogado da Odebrecht respondeu a um tuíte de Sergio Moro criticando a criação do Juiz de Garantias, uma das medidas do pacote anticrime sancionadas por Bolsonaro

27 DE DEZEMBRO DE 2019 Bolsonaro e Sergio Moro (Foto:Isaac Amorim/MJSP)
Por Gabriella Sales  

Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, afirmou no Twitter nesta sexta-feira (27) que o ministro Sérgio Moro é “um mimado, deslumbrado, inebriado por uma ambição política”. O comentário foi uma resposta a um tuíte de Moro criticando a lei de criação do Juiz de Garantias.

Em resposta ao pacote anti-crime aprovado pelo presidente Bolsonaro na última terça-feira (24), Moro fez um tuíte que criticava a determinação feita em relação às comarcas que apresentam hoje apenas um juiz. “Nas comarcas com um juiz apenas (40 por cento do total) será feito um ‘rodízio de magistrados’ para resolver a necessidade de outro juiz. Para mim é um mistério o que esse ‘rodízio significa’. Tenho dúvidas se alguém sabe a resposta”, escreveu.

Morre Nilcea Freire, ex-ministra de Lula responsável pela criação da Lei Maria da Penha

Primeira mulher a ser reitora da UERJ, foi responsável, entre outras coisas, pela criação do regime de cotas raciais para estudantes egressos de escolas públicas e negros

Foto: Facebook
Por Redação  

Nilcea Freire, ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2004 e 2011, morreu neste sábado (28), aos 66 anos, no Rio de Janeiro.

Ela era médica, professora, pesquisadora e primeira mulher a ser reitora da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Ela tinha câncer e recebia assistência médica em casa.


Nilcea foi responsável pela realização da I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que teve como um dos resultados o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.

Presidiu o Conselho Nacional de Direitos da Mulher.

Durante a sua gestão no governo destacam-se a “Lei Maria da Penha”, a criação do Ligue 180 e do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

Durante sua gestão na reitoria (2000-2004) foi votado e implantado na UERJ, de forma pioneira, o sistema de cotas para estudantes egressos de escolas públicas e negros. O projeto foi intensamente debatido nos anos seguintes e acabou adotado em outras dezenas de universidades públicas.

Ex-militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro), foi ameaçada por órgãos de repressão durante a ditadura militar brasileira e viveu exilada no México entre 1975 e 1977.

Várias personalidades, políticos e internautas lamentaram a partida de Nilcea. 

Dia Mundial da Paz: Papa reforça alertas contra perigo de «aniquilação» nuclear da humanidade (c/vídeo)

Francisco defende passagem de «cultura da ameaça» para «cultura do encontro», evocando experiência em Hiroxima e Nagasáqui
Cidade do Vaticano, 30 dez 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco alerta na sua mensagem para o 53.º Dia Mundial da Paz para o perigo de “aniquilação” nuclear da humanidade, apelando ao fim deste armamento.
“Não podemos pretender manter a estabilidade no mundo através do medo da aniquilação, num equilíbrio muito instável, pendente sobre o abismo nuclear e fechado dentro dos muros da indiferença”, refere o texto para a celebração de 1 de janeiro de 2020, intitulado ‘A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica’.
Francisco evoca a experiência vivida na sua viagem ao Japão, aquando da passagem pelos memorias de Nagasáqui e Hiroxima, a 25 de novembro, onde rezou pelas vítimas dos bombardeamentos atómicos de 1945, durante a II Guerra Mundial.
“Os sobreviventes aos bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui – denominados os hibakusha – contam-se entre aqueles que, hoje, mantêm viva a chama da consciência coletiva, testemunhando às sucessivas gerações o horror daquilo que aconteceu”, refere.
Desconfiança e medo aumentam a fragilidade das relações e o risco de violência, num círculo vicioso que nunca poderá levar a uma relação de paz. Neste sentido, a própria dissuasão nuclear só pode criar uma segurança ilusória”.
O Papa desafia a comunidade internacional a romper a “lógica do medo”, passando da “cultura da ameaça” para a “cultura do encontro”.
“É preciso, antes de mais nada, fazer apelo à consciência moral e à vontade pessoal e política. Com efeito, a paz alcança-se no mais fundo do coração humano, e a vontade política deve ser incessantemente revigorada para abrir novos processos que reconciliem e unam pessoas e comunidades”, apela.
Francisco recorda os “sinais das guerras e conflitos” que a humanidade transporta consigo, num momento de “crescente capacidade destruidora”, afetando especialmente os mais pobres.
“Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências. A muitos homens e mulheres, crianças e idosos ainda hoje se nega a dignidade, a integridade física, a liberdade – incluindo a liberdade religiosa”, denuncia.
A mensagem sublinha o valor da memória, do respeito, da solidariedade e da reconciliação, para “depor toda a violência” e “reconhecer no inimigo o rosto dum irmão”.
“O mundo não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas, artesãos da paz abertos ao diálogo sem exclusões nem manipulações”, indica o pontífice.
O Papa fala da paz como um processo, um “trabalho paciente de busca da verdade e da justiça, que honra a memória das vítimas”.

“Este caminho de reconciliação convida-nos a encontrar no mais fundo do nosso coração a força do perdão e a capacidade de nos reconhecermos como irmãos e irmãs”, pode ler-se.
Francisco observa ainda que “nunca haverá paz verdadeira” sem a construção de um “sistema económico mais justo”.
“Que o Deus da paz nos abençoe e venha em nossa ajuda. Que Maria, Mãe do Príncipe da paz e Mãe de todos os povos da terra, nos acompanhe e apoie, passo a passo, no caminho da reconciliação. E que toda a pessoa que vem a este mundo possa conhecer uma existência de paz e desenvolver plenamente a promessa de amor e vida que traz em si”, conclui.
O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.
OC

Paz: «Discutir alterações climáticas» é «discutir a paz» – Francisco Ferreira

Presidente da associação ambientalista «Zero» comenta mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2020
Foto: Lusa/EPA
Lisboa, 30 dez 2019 (Ecclesia) – O presidente da associação ambientalista ‘Zero’ disse que o desenvolvimento sustentável só se atingirá se forem conjugados cinco «P», “pessoas, planeta, prosperidade, parcerias, e paz”, aludindo à conversão ecológica proposta pelo Papa Francisco.
“Quando discutimos as alterações climáticas, nós estamos a discutir toda a sustentabilidade, tudo o que se relaciona com os direitos humanos, a paz e não apenas a componente mais ambiental; as questões sociais, económicas, de governação, estão obviamente patentes”, referiu Francisco Ferreira à Agência ECCLESIA.
O ambientalista afirma que o desenvolvimento só estará assegurado quando se salvaguardarem os “recursos que o planeta tem” e se quando conseguir “uma conversão ecológica” que proteja as futuras gerações.
O Papa Francisco escreveu a tradicional mensagem para o dia 1 de janeiro de 2020, indicando o diálogo, a reconciliação e a conversão ecológica como caminhos para a paz.
O presidente da ‘Zero’ sublinha a intervenção de Francisco, “em especial desde a publicação da encíclica ‘Laudato Si’, em 2015”, insistindo que “um desenvolvimento sustentável é um desenvolvimento que tem a capacidade de unir muitas vertentes” e que, apenas assim, “consegue dar uma resposta integrada à felicidade”, gerindo corretamente “um planeta que está sobre explorado e onde o consumo e o aquecimento global e as alterações climáticas têm de ser olhados de frente e de forma ambiciosa”.
Francisco Ferreira lamenta a falta de compromisso efetivo dos Estados, depois de duas semanas de cimeira das Nações Unidas sobre o clima, que decorreu em Madrid, entre 2 a 13 de dezembro, notando “um divórcio” entre os vários países e, simultaneamente, entre a sociedade civil.
Temos um divórcio entre países e entre a sociedade civil que sente a necessidade de agir e não tem resposta por parte dos políticos; deveria ter saído uma reafirmação de urgência climática, de emergência para a humanidade que nos últimos anos tem sido motivo de alerta, de forma quase ecuménica com bases científicas muito claras a alertarem para a necessidade de fazer muito mais porque os custos serão muito mais elevados mais tarde, em comparação com o que viermos a fazer desde já”.
Em Madrid estiveram presentes observadores provenientes de diferentes religiões: “cristãos, árabe, hindu” e também católico, com a participação do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
Foto Agência Ecclesia/MC
“É impressionante percebermos uma comunhão de ideias e perspetivas e todos, em Madrid, queriam mais ação, compromissos muito mais firmes, para passar à ação do que são os textos consensualizados neste tipo de reuniões”, indicou Francisco Ferreira.
O entrevistado lamenta a falta de vontade política, patente na Cimeira, e a falta de acordo, “à escala das Nações Unidas”, para “uma real ambição de redução das emissões de gases com efeito de estufa, procurar apoiar os países que não têm meios para lidar com a catástrofe climática, e proteger e salvaguardar valores essenciais”.
Criticando o bloqueio do Brasil para se conseguirem acordos sobre a região amazónica, Francisco Ferreira assinalou esta região como “repositório” de oxigénio e biodiversidade, mas também a área onde vivem “povos indígenas” que mostram a sua “ligação com a natureza, a sua cultura e visão, a comunhão com o ambiente”.
A entrevista sobre a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz pode ser ouvida hoje no programa Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, pelas 22h45.
LS

Dia Mundial da Paz: Papa apela a «conversão ecológica» para garantir futuro da humanidade

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Mensagem para o primeiro dia de 2020 denuncia «exploração abusiva dos recursos naturais»
Cidade do Vaticano, 30 dez 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco apela a uma “conversão ecológica” que garanta o futuro da humanidade, na sua mensagem para o 53.º Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebra a 1 de janeiro de 2020.
“Vendo as consequências da nossa hostilidade contra os outros, da falta de respeito pela casa comum e da exploração abusiva dos recursos naturais – considerados como instrumentos úteis apenas para o lucro de hoje, sem respeito pelas comunidades locais, pelo bem comum e pela natureza –, precisamos duma conversão ecológica”, refere o texto para a celebração, intitulado ‘A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica’.
Francisco denuncia a “exploração abusiva dos recursos naturais”, defendendo uma nova perspetiva sobre a vida, que promova a “sobriedade da partilha”.
Em causa, assinala o texto, estão as gerações futuras, que exigem “a participação responsável e diligente de cada um” na gestão dos recursos naturais.
De modo particular brotam daqui motivações profundas e um novo modo de habitar na casa comum, de convivermos uns e outros com as próprias diversidades, de celebrar e respeitar a vida recebida e partilhada, de nos preocuparmos com condições e modelos de sociedade que favoreçam o desabrochar e a permanência da vida no futuro, de desenvolver o bem comum de toda a família humana”.
A mensagem papal sustenta que esta conversão deve ser entendida de “maneira integral”, como uma transformação das relações entre pessoas, com os outros seres vivos, com a natureza e com Deus, “origem de toda a vida”, valorizando “o encontro com o outro e a receção do dom da criação, que reflete a beleza e a sabedoria do seu Artífice”.
Francisco recordo o Sínodo especial sobre a Amazónia, propondo uma ação reforçada “em prol duma relação pacífica entre as comunidades e a terra, entre o presente e a memória, entre as experiências e as esperanças”.
“Este caminho de reconciliação inclui também escuta e contemplação do mundo que nos foi dado por Deus, para fazermos dele a nossa casa comum”, acrescenta.
A mensagem para o Dia Mundial da Paz 2020 cita a encíclica ‘Laudato Si’ (2015), sobre a ecologia integral, para admitir que nem sempre as religiões cumpriram o seu papel neste campo.
Se às vezes uma má compreensão dos nossos princípios nos levou a justificar o abuso da natureza, ou o domínio despótico do ser humano sobre a criação, ou as guerras, a injustiça e a violência, nós, crentes, podemos reconhecer que então fomos infiéis ao tesouro de sabedoria que devíamos guardar”.
O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.
OC

Francisco: a personalidade do ano

Por que o papa se tornou um líder que transcende a Igreja Católica?
No Vaticano, o jesuíta argentino após sua mensagem no 'Urbi et orbi'
No Vaticano, o jesuíta argentino após sua mensagem no 'Urbi et orbi' (Alberto PIZZOLI/AFP)
Mirticeli de Medeiros*
De Roma

Que papa Francisco conquistou o mundo, isso não é novidade para ninguém. Mas, além do carinho que ele demonstra para com os fiéis, estão as suas atitudes. O ano de 2019 pode ser considerado marcante para o pontificado de Francisco. Uma série de eventos serviram para concretizar os projetos que o pontífice tinha em mente quando assumiu o governo da Igreja Católica.

Da política tolerância zero em relação à pedofilia à defesa da ecologia; do apelo para que no cristianismo impere a cultura do encontro às várias tentativas de reaproximação com o mundo islâmico. Só por isso, Francisco merece ganhar capas dos jornais e destaque nas retrospectivas televisivas.

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O alcance da sua mensagem ultrapassou os muros da religião. Francisco é um jesuíta que redimensionou a Igreja Católica: o papa de todos e para todos. Francisco é ecumênico, interreligioso, “bíblico, lírico e existencial”, roubando as palavras que Drummond usou para definir Adélia Prado.

Pedofilia

Se nos recordarmos bem, em fevereiro deste ano, o pontífice convocou a Roma os líderes das conferências episcopais de todos os continentes para tratar do problema da pedofilia. Um momento histórico no qual, pela primeira vez, vimos a Igreja Católica promover uma ação conjunta de prevenção contra esse crime. Apesar de a maioria dos casos terem sido registrados entre as décadas de 1960 e 1980, a impunidade em relação aos culpados ainda era uma realidade, mesmo com os esforços do predecessor, Bento XVI.

Ou seja, quase 30 anos depois, quando as vítimas finalmente tiveram a coragem de denunciar tais atrocidades, a Igreja passou a encarar o problema de frente. Em grande parte, graças a Francisco, o pontífice que não se preocupa em preservar a imagem da instituição. Foi ele quem incentivou, inclusive, que os jornalistas denunciassem esses crimes.

E não por acaso, a vaticanista mexicana Valentina Alzraki, considerada “a decana” dos vaticanistas por causa dos 45 anos de experiência em coberturas papais, foi convocada por Francisco para dar seu parecer diante de todos os padres, bispos e cardeais reunidos no evento do início do ano. “Se vocês não decidirem, de maneira radical, ficar ao lado das crianças, das mães, da sociedade civil, vocês terão que ter medo de nós. Porque nós, jornalistas, que queremos o bem comum, seremos os vossos piores inimigos”, disse a comunicadora na ocasião, quando foi aplaudida de pé pelos colegas presentes.

Quando pensávamos que Francisco já tinha feito o impossível, ele apresenta outra novidade: retira o silêncio pontifício, medida canônica que garantia à Igreja Católica acompanhar as denúncias de abuso sexual envolvendo padres numa espécie de “segredo de Justiça”. Com a medida, a Justiça civil terá acesso a todos os autos do processo. Mais um ponto para Francisco. E que ponto!

Ecologia

O papa abraçou as periferias e chegou à Amazônia. O grito dos missionários e dos marginalizados daquelas terras ecoou em Roma. O Sínodo dos Bispos para a Amazônia foi atacado desde a sua preparação, por causa de um jogo de interesses travestido de “preocupação com questões morais e de disciplina”. Passando por cima das muitas críticas, Francisco “derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes”, fazendo assim o seu Magnificat, denunciando que a criação não pode ser massacrada e violada pelo homem a seu bel prazer.

Francisco disse que a Igreja não é simplesmente uma “fábrica de documentos”, mas realidade viva, chamada a transformar, com seu testemunho, toda e qualquer realidade. Laudato si, a encíclica ecológica publicada em 2017, transformou-se em vida em outubro. “Chegamos aos diagnósticos”, declarou o papa no encerramento do sínodo, não sem antes lamentar a incompreensão diante dos motivos da convocação ao diálogo. O pontífice, no entanto, dorme com a consciência tranquila, pois é ciente de que fez sua parte, afinal, propôs-se a ouvir justo no momento em que o diálogo é conturbado e se turva. E se continuar dependendo dele, a Amazônia não cairá no esquecimento outra vez. Em 2020, virá uma exortação apostólica, na qual dará seu parecer a respeito das preocupações apresentadas pelos participantes do evento.

Os pobres e a Igreja

Quem nunca ouviu um “por que o Vaticano não vende os seus bens e dá aos mais pobres?”. Mas, e se for possível algo melhor que isso? Foi o que Francisco fez. O luxuoso Palazzo Migliori, nas imediações da Praça São Pedro, doado ao Vaticano por uma família romana na década de 1930, agora pertence aos sem-teto da capital. O edifício – repleto de afrescos, pisos em mármore e estuques decô – terá como moradores ilustres “os pobres do papa”, que têm preferência no pontificado do primeiro jesuíta da Igreja.

Após criar espaço para oferecer banho e comida aos necessitados – e até enviar um cardeal para dormir na rua com mendigos –, Francisco, novamente, surpreendeu ao resgatar os fundamentos cristãos primordiais. Para o argentino, se a Igreja não estiver ao lado dos últimos, como seu fundador Jesus Cristo, não estará cumprindo sua missão. Em meio à crise e ao emaranhado de ideologia e religiosidade de aparência, o líder da Igreja Católica insiste em relembrar aos cristãos a essência fraterna do cristianismo.

Às portas da Igreja, não batem apenas os romanos, mas aqueles que estão nos mares arriscando a vida para ter uma vida digna que lhes foi arrancada por conflitos políticos e ingerências de potências indiferentes ao sofrimento alheio. Rostos marcados pela guerra, pela fome e pela exploração. A Europa, que reclama tanto da crise imigratória, foi a maior responsável por suas causas. E se alguma vez os líderes do velho mundo se esqueceram disso, o papa está aí para lembrá-los. Francisco tornou-se um líder de respeito, porque não tem medo de colocar o dedo na ferida. “Na dúvida, fique do lado dos mais pobres”, disse certa vez dom Helder Câmara. Porém, no caso de Francisco, não há dúvidas. Em sua visão, se a Igreja fizer opção contrária, certamente perderá de vez sua credibilidade e força. Quando se diz que a “Igreja caminha lado a lado com o homem”, quer dizer que é chamada a lutar pela sua dignidade, em um momento no qual, há seres humanos “descartáveis”. É o movimento pró-vida na sua integridade levado adiante por um papa sem medo de se sacrificar pela causa essencial de Cristo.

Francisco e os muçulmanos pela paz

Ainda falando sobre “o ano de Francisco”, não podemos deixar de fora a visita aos Emirados Árabes, realizada também em fevereiro. Em meio aos esforços de aproximação com o mundo islâmico, nada se compara a essa viagem apostólica. O papa argentino conseguiu o feito, naquele conglomerado de ilhas, de lançar um apelo de paz inédito, que contou com o apoio e a adesão dos maiores líderes muçulmanos da atualidade, entre eles o imã Ahmad al-Tayyeb, autoridade máxima sunita. Considerada uma “surpresa de Deus” por Francisco, a visita “inaugurou um novo tempo de relação entre Igreja Católica e o mundo islâmico”, como ele mesmo fez questão de frisar. Para quem não sabe, o documento será estudado em universidades de vários países e, por se tratar de um compromisso público, teve enorme repercussão no mundo árabe muçulmano.

Os debates do ano: as mulheres e os padres casados

O Sínodo dos Bispos para a Amazônia foi o primeiro da história a contar com um número expressivo de mulheres: foram 35. Muitas delas atuaram como auditoras e peritas da assembleia e puderam reivindicar maior reconhecimento de seu papel na vida da Igreja. Diversos padres e bispos participantes do evento saíram em defesa delas, pedindo ao papa para conceder-lhes um ministério especial, de modo que mulheres possam ter participação mais efetiva nas decisões da instituição. Francisco não só abriu o debate como prometeu refletir sobre os pedidos.

Outra antiga discussão, em torno da ordenação de homens casados, também foi enfrentada pelo papa. Um momento histórico, já que a questão foi engavetada por Paulo VI e João Paulo II, os quais reafirmaram, através de documentos, a impossibilidade de qualquer tipo de abertura em relação ao celibato. Atendendo ao apelo dos bispos da região pan-amazônica, que solicitaram essa licença especial para comunidades isoladas da Amazônia, Francisco, apesar de ser claramente contra a extinção da disciplina do celibato na Igreja do Ocidente, deu um passo adiante, abrindo-se à possibilidade de suprir a carência de padres através da concessão do ministério a homens casados para atuar no território.

*Mirticeli Dias de Medeiros é jornalista e mestre em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Desde 2009, cobre primordialmente o Vaticano para meios de comunicação no Brasil e na Itália, sendo uma das poucas jornalistas brasileiras credenciadas como vaticanista junto à Sala de Imprensa da Santa Sé.