terça-feira, 30 de julho de 2019

AO VIVO: Ato em solidariedade a Glenn Greenwald na ABI


Assista ao vivo o ato em solidariedade a Glenn Greenwald na Associação Brasileira de Imprensa nesta terça-feira, 30 de julho.

https://www.esmaelmorais.com.br/2019/07/ao-vivo-ato-em-solidariedade-a-glenn-greenwald-na-abi/

Encontro secreto de Dallagnol reuniu bancos que formataram acordo de R$ 3 bi com acionistas da Petrobras nos EUA

Nos bastidores do grande acordo nacional - "com Supremo, com tudo" - a sanha privatista do sistema financeiro internacional sempre teve um foco muito claro: adquirir a empresa que alcançou o posto de segunda maior petrolífera do mundo durante o governo Lula
Deltan Dallagnol em palestra para bancos e empresas de cobrança (Reprodução)
  
Por Plínio Teodoro, da Fórum, e Tadeu Porto, petroleiro diretor da FUP e do SindipetroNF Nos bastidores do grande acordo nacional – “com Supremo, com tudo” – a sanha privatista do sistema financeiro internacional sempre teve um foco muito claro: adquirir a empresa que alcançou o posto de segunda maior petrolífera do mundo durante o governo Lula, figurando entre as 4 maiores, em valor de mercado, de todo o planeta. E a ideia era premiar, com a vultosa quantia de R$ 2,5 bilhões, o principal braço que abriu caminho para que isso pudesse acontecer. Em 1º de fevereiro de 2018, executivos...


Jurista Miguel Reale Jr. defende ‘interdição’ de Bolsonaro


O jurista Miguel Reale Jr. deu entrevista à Rádio Guaíba na segunda-feira (29) e fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para o jurista, que foi um dos signatários do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma, “não é mais caso de impeachment (de Bolsonaro), mas de interdição”.

“Estamos, realmente, em um quadro de insanidade da mais absoluta. Não é mais caso de impeachment, mas de interdição”, disse Reale. “É um fato gravíssimo. Há mais de um ano, disse que quem fosse democrata não deveria votar no Bolsonaro”.

Frente Povo Sem Medo organiza ato Ditadura Nunca Mais

Ex-militantes da Ação Popular-ML rechaçam infâmia de Bolsonaro

O jurista prestou solidariedade ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e afirmou que Bolsonaro “ofendeu todos que prezam pelos direitos humanos”.

Reale relembrou o discurso feito por Bolsonaro no voto pelo impeachment de Dilma, quando homenageou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, em São Paulo, durante a ditadura.

Afastamento de Moro por oitocentos advogados


O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, fala à imprensa no CCBB, em Brasília.
Na esteira do derretimento institucional, da crise penitenciária, da verborragia protofascista bolsonariana e da reportagem mais importante em tempos recentes (a Vaza Jato), um abaixo-assinado de advogados e juristas com mais de 800 adesões defendeu a liberdade de imprensa e sugeriu algo de forte impacto na cena política: o afastamento de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça

30 de julho de 2019, 19:53 h Atualizado em 30 de julho de 2019, 20:57
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 O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, fala à imprensa no CCBB, em Brasília.
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, fala à imprensa no CCBB, em Brasília. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 -  Na esteira do derretimento institucional, da crise penitenciária, da verborragia protofascista bolsonariana e da reportagem mais importante em tempos recentes (a Vaza Jato), um abaixo-assinado de advogados e juristas com mais de 800 adesões defendeu a liberdade de imprensa e sugeriu algo de forte impacto na cena política: o afastamento de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "o texto será divulgado no evento que ocorre nesta terça (30), no Rio, em apoio ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, que está divulgando diálogos de Moro com procuradores da Operação Lava Jato."

A matéria ainda sublinha que "o documento alega, entre outras coisas, que o ex-juiz está atuando fora dos limites da lei no caso da investigação dos hackers presos na semana passada sob a acusação de grampear o próprio ministro e diversas outras autoridades."

Assinam o documento, entre outros, Geraldo Prado, Celso Antônio Bandeira de Mello, Alberto Toron, Aury Lopes, Marco Aurélio de Carvalho, Carol Proner, Giselle Citadino, Weida Zancaner, Antonio Carlos de Almeida Castro, Kerarik Boujikian e Roberto Podval.


Rodrigo Maia grava vídeo em apoio a Glenn Greenwald e aumenta o isolamento de Moro; assista



O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), gravou um vídeo para ser exibido no ato de hoje na ABI em defesa da liberdade de imprensa e de Glenn Greenwald.


“No nosso Brasil democrático, o sigilo da fonte é um direito constitucional”, disse o deputado. Se o hacker é criminoso, o agente público que revela dados sigilosos também é, comparou Maia.

LEIA TAMBÉM
AO VIVO: Ato em solidariedade a Glenn Greenwald na ABI - https://www.esmaelmorais.com.br/

Assista ao vídeo:

Doria minimiza crítica a Bolsonaro: não quero confronto com o governo

João Doria, governador de São Paulo, miniminar o tom da crítica que fez ao Jair Bolsonaro e disse que "não tem intenções" de fazer confronto e garante que mantém "boa relação" com o governo

(Foto: Marcos Corrêa/PR)

247 - O tucano João Doria, governador de São Paulo, tentou miniminar o tom da crítica que fez ao Jair Bolsonaro e disse que "não tem intenções" de fazer confronto e garante que mantém "boa relação" com o governo.

"A minha posição, antes de tudo brasileiro, torço pelo Brasil. Não torço pelo mal nem pelo tropeço do presidente Bolsonaro", disse o tucano, em coletiva de imprensa.

Doria disse que a relação do PSDB com Bolsonaro é de liberdade para ter "posição crítica". "Nós não jogamos no time dos que querem o pior para o Brasil", disse ele que colaborou com o discurso de ódio que levou a eleição de Bolonaro.

Nesta segunda, Doria criticou as declrações de Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Classificou como "infeliz" e lembrou que o próprio pai foi exilado na ditadura militar.


Patrimônios da humanidade

Patrimônios da humanidade

Paris, França

Ou o Brasil acaba com o ódio, ou o ódio acaba com o Brasil!

Maia usa humor para desmentir Moro; a batata do ministro assa no Congresso Nacional


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou do humor para desmentir que teve seu celular invadido por hackers.

Numa postagem no Twitter, nesta terça (30), o parlamentar disse já começou uma dieta.

Bolsonaro quebrou o decoro e pode perder o mandato, dizem advogados do Paraná

Greenwald pergunta pelo pavão e Carluxo se entrega

Bolsonaro sugere que chacina de 57 presos no Pará foi boa

Diz o texto de Maia em forma de “nota oficial”:

“Rodrigo Maia também teve o seu celular invadido por hackers. Todas as mensagens eram para o iFood”, ironizou o presidente da Câmara citando o aplicativo para pedir comida.

Portanto, Maia admite que está acima do peso e –ao mesmo tempo– desmente o ministro da Justiça Sérgio Moro. Na semana passada, o ex-juiz disseminou a falsa notícia de que toda a República estaria grampeada e que ele iria destruir as mensagens.

Para um bom entendedor, o ex-juiz da Lava Jato se isolou politicamente com o episódio Intercept e indica que a batata de Moro já está assando no Congresso Nacional.

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Lula escreve a Felipe Santa Cruz: o Brasil não merece o ódio de Bolsonaro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu, de sua cela em Curitiba, uma carta ao presidente ds OAB, Felipe Santa Cruz, um carta, na manhã desta terça-feira; "Nada poderá reparar o sacrifício de seu pai, meu caro Felipe, nem a ofensa brutal que o vitimou mais uma vez"; no texto, Lula afirma que "o Brasil não merece ouvir as palavras de ódio" de Bolsonaro

(Foto: Ricardo Stuckert e divulgação)

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu, de sua cela em Curitiba, uma carta ao presidente ds OAB, Felipe Santa Cruz, um carta, na manhã desta terça-feira; "Nada poderá reparar o sacrifício de seu pai, meu caro Felipe, nem a ofensa brutal que o vitimou mais uma vez"; no texto, Lula afirma que "o Brasil não merece ouvir as palavras de ódio" de Bolsonaro.

Felipe Santa Cruz é filho de Fernando Santa Cruz, miitante do grupo Ação Popular (AP) desaparecido durante a ditadura militar e assassinado pelas Forças Armadas em 1974, conforme  atestado num documento secreto da Aeronáutica (aqui). Pai e filho têm sido alvo de ataques brutais de Bolsonaro.

A carta de Lula, em tom emocionado, sai em defesa de Felipe, Fernando e todas as pessoas perseguidas pela ditadura: "É como se violentassem seu pai mais uma vez, e junto com ele todas as vítimas da ditadura".

Leia a íntegra da carta:
Carta de Lula a Felipe Santa Cruz, presidente da OAB

ONU condena assassinato de líder indígena no Brasil


O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro defende a mineração na Amazônia.


Michelle Bachelet condenou o assassinato do líder indígena Emrya Wajãpi.
Michelle Bachelet condenou o assassinato do líder indígena Emrya Wajãpi. (AFP)
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou na ontem, segunda-feira (29) o assassinato do líder indígena Emrya Wajãpi no norte do Brasil.
Segundo ela, o crime teria acontecido por causa do desenvolvimento da exploração da mineração na Amazônia, apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Emrya Wajãpi, chefe da tribo Wajãpi, foi morto na sexta-feira durante a invasão de garimpeiros à aldeia de Mariry, no estado do Amapá.
"Este assassinato (...) é um sintoma preocupante do problema crescente da intrusão em terras indígenas - sobretudo nas selvas - por parte de mineiros, madeireiros e agricultores, no Brasil", escreveu Michelle Bachelet, em um comunicado.
"A política proposta pelo governo brasileiro de abrir mais zonas da Amazônia à exploração mineradora cria riscos de induzir a incidentes violentos, intimidações e assassinatos, como o que sofreu o povo wajãpi na semana passada", continuou.
No sábado, o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro voltou a defender a mineração na Amazônia, destacando a grande quantidade de minerais existentes na região.
Os wajãpi vivem em uma zona remota da Amazônia, rica em ouro, manganês, ferro e cobre. Desde os anos 1980, porém, seu território foi delimitado pelas autoridades para uso exclusivo dos indígenas.
"Solicito urgentemente ao governo brasileiro que aja com firmeza para deter a invasão dos territórios indígenas e lhes garantir o exercício pacífico de seus direitos sobre suas terras", completou Bachelet.
Há muito tempo, os membros das tribos amazônicas enfrentam a pressão de garimpeiros, pecuaristas e madeireiros. Militantes da causa indígena afirmam, contudo, que as ameaças contra eles se intensificaram desde que Bolsonaro, defensor dos setores comerciais e financeiros, assumiu a presidência em janeiro.
AFP

SANTO AFONSO E A ESPIRITUALIDADE REDENTORISTA


Santo Afonso Maria de Ligório nasceu em Nápoles em 1696. Em 1732, esse grande santo e Doutor da Igreja fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, popularmente conhecida como Congregação Redentorista, para seguir o exemplo de Jesus Cristo, anunciando a Boa Nova aos pobres e mais abandonados. Ele era um homem extraordinário: advogado, músico, pintor, poeta, escritor, teólogo, moralista e apologista. Escreveu 120 obras sobre tópicos como: espiritualidade, teologia moral, meditações, retiros sermões etc. que foram traduzidas em 86 línguas. Estudou Ciências Jurídicas e, em 1723, exerceu a profissão de advogado, sem deixar de lado uma visão de séria piedade. O jovem advogado sofreu um revés que lhe marcou a vida, perdendo uma causa que o abalou profundamente. Resolveu então trocar as lides do foro pelo serviço à Igreja. Considerando todos os diferentes tipos de trabalhos que Santo Afonso fez para o Reino de Deus, pode parecer precipitado tentar estabelecer sua maior realização. Entretanto, talvez entre as maiores tenha sido sua habilidade em pregar o Evangelho e explicar a espiritualidade católica de maneira que as pessoas simples pudessem prontamente entender.

Embora seja impossível resumir num artigo todos os ensinamentos de Santo Afonso, os itens seguintes são essenciais ao entendimento do que é frequentemente chamado de “Espiritualidade Afonsiana”.

A) Nosso chamado à santidade. Afonso ensinou que “Deus quer que todos se tornem santos, cada um em sua ocupação; o religioso exatamente como religioso, o secular como um secular, o padre como um padre, o casado como uma pessoa casada, o comerciante como um comerciante, e as outras pessoas de acordo como caminham na vida”;

B) Afonso enfatizou o amor de Deus por nós e nosso amor por Jesus. Ele tentou de diversas maneiras fazer com que as pessoas compreendessem o quanto Deus as ama. Com ênfase particular, ele escreveu sobre “os três grandes sinais”; a manjedoura, a cruz e o tabernáculo. É digno notar que Afonso escreveu dois livros inteiros para cada um destes grandes mistérios cristãos;

C) De todos os mistérios cristãos, a Paixão e morte de Jesus Cristo foi o que tocou Afonso mais profundamente. O fato de o Pai ter enviado Jesus, seu Filho amado, para sofrer e morrer por nossos pecados era um sinal de “amor inacreditável”. Sua preocupação com a Paixão não era um interesse mórbido em sofrimento, sangue e morte etc., mas sim uma realização da Cruz, passado, presente e futuro, na parcimônia da vontade de salvação de Deus;

D) Afonso afirmou em um dos livros, que “a total santidade e perfeição de uma pessoa consiste em amar Jesus Cristo, nosso Deus e nosso Redentor”. O verdadeiro teste de nosso amor é nossa aceitação da vontade divina manifestada na Sagrada Escritura e na Igreja, guiada pelo Espírito Santo que ensina questões de fé e moral com a autoridade do próprio Jesus;

E) Uma palavra sempre presente nos escritos espirituais de Santo Afonso é a palavra italiana “distacco”. É difícil traduzir essa palavra para o Português. Normalmente, é traduzida como desprendimento. Afonso sabia claramente que o maior inimigo do verdadeiro amor de Deus era o falso amor do ego. Condenou o egocentrismo afirmando que “muitos fazem da vida espiritual uma profissão, mas são adoradores de si mesmos”. “Distacco” é o esforço consciente do cristão para dominar a praga do egocentrismo.

F) Santo Afonso enfatizou a importância dos nossos atos de mortificação, citando o Evangelho: “Quem procurar a sua vida, há de perdê-la; e quem perder a sua vida por amor de mim, há de encontra-la” (Mt 10, 39). Ele gostava de fazer uma distinção entre mortificação externa e interna. A mortificação externa refere-se à disciplina dos sentidos, tais como o jejum, a abstinência, o controle das palavras etc. A mortificação interna refere-se a disciplina e ao esforço para superar determinadas paixões, por exemplo, certos ressentimento, aversões, curiosidades e apegos perigosos;

G) Santo Afonso é descrito como “Doutor da Oração”. Ele escreveu vários livros inteiramente dedicados à oração. Ele dizia que orar era possível a qualquer pessoa. Nossa oração deve ser uma simples conversa com Deus que é nosso melhor amigo. Devemos falar sobre nossas alegrias e tristezas, sobre nossas necessidades e agradecer tudo de bom que Deus nos deu. Afonso sempre citava as palavras de Jesus quando falou sobre oração: “Pedi e será dado; buscai e acharei; batei e será aberto” (M7 7,7). Para Santo Afonso os santos tornaram se santos porque oravam;

H) De modo especial Afonso insistia para que rezássemos a Maria, nossa Mãe abençoada. Ele escreveu um tratado completo (As glórias de Maria) sobre o papel de Maria no plano de salvação de Deus. Ela, segundo Afonso, deveria ser nosso modelo na vida cristã;

I) Afonso também enfatizava a meditação frequente, isto é, a reflexão interior e a resposta à palavra de Deus;

J) Santo Afonso insistia na devoção à Eucaristia. A grande oração de louvor e agradecimento é a celebração do sacrifício e sacramento da Eucaristia. Encorajaram católicos a assistir à Missa todo dia, para honrar e glorificar a Deus, para agradecê-lo todas as graças e benefícios recebidos, para pedir perdão por nossos pecados e para adquirir as graças de que necessitamos.

Vários outros temas da espiritualidade de Santo Afonso valem a pena serem considerados como, por exemplo, a importância de visitas diárias ao Santíssimo, mas esses já mencionados são suficientes para este breve artigo. Aos 66 anos, mesmo sofrendo gravemente de artrite, aceitou o desejo do papa para que fosse consagrado bispo e servisse a diocese de Santa Ágata. Ele habilmente administrou essa diocese por treze anos. Morreu santamente entre seus companheiros redentoristas em primeiro de agosto de 1787, com 91 anos de idade. Foi canonizado em 26 de maio de 1839. Declarado “Doutor da Igreja” em 23 de março de 1871. Proclamado patrono dos confessores e moralistas em 26 de abril de 1950. Sua festa é celebrada no dia 1º. De agosto de cada ano.

Pe. Brendan Coleman  Mc Donald C.Ss.R.

Redentorista

Greenwald pergunta pelo pavão e Carluxo se entrega



 O jornalista Glenn Greenwald lançou a isca e Carlos Bolsonaro, o Carluxo, mordeu e acabou se entregando. Glenn perguntou por onde andava o Pavão com as teorias de hackers russos. O filho do presidente comprou a pilha e deu uma resposta deselegante.


Antes dos “hackers” de Araraquara serem presos pela polícia política de Sérgio Moro, uma conta no Twitter distribuía teorias conspiratória sobre as fontes da Vaza Jato, do Intercept. Era o tal “Pavão Misterioso”.

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Confira o tuíte de Greenwald:
O que aconteceu com todas as teorias de conspiração da Pavão sobre como paguei hackers na Rússia usando bitcoins através do Panamá? Percebe como os YouTubers e blogs de Bolsonaro (e @RevistaISTOE ) espalham suas mentiras e depois fingem que isso nunca aconteceu quando é exposto?
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E a resposta “nervosinha” do Carluxo:
O que aconteceu com todas as teorias de conspiração da Pavão sobre como paguei hackers na Rússia usando bitcoins através do Panamá? Percebe como os YouTubers e blogs de Bolsonaro (e @RevistaISTOE ) espalham suas mentiras e depois fingem que isso nunca aconteceu quando é exposto?

Irmã de Santa Cruz pede o impeachment de Bolsonaro: ‘Figura absurda que só nos dá vergonha’

Rosalina Santa Cruz, irmã de Fernando Santa Cruz, assassinado pela ditadura militar, relembra seus últimos momentos com o irmão e também defende o impeachment de Bolsonaro; ‘Figura absurda que só nos dá vergonha’

Rosalina Santa Cruz247
Rosalina Santa Cruz247 (Foto: 247)

Tutameia -  Era sábado de Carnaval e a família foi à praia do Leme, no Rio. Estavam todos muito alegres. “Nunca imaginei que ali fosse uma despedida”, lembra Rosalina Santa Cruz ao falar ao TUTAMÉIA de seu irmão Fernando Santa Cruz. Estudante de direito, ele bateu ponto no trabalho até a sexta. Naquele 23 de fevereiro de 1974 o jovem pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da OAB, desapareceu. Foi assassinado pela ditadura militar.

“Fernando foi levado a um campo de extermínio”, afirma Rosalina. Conforme o relato do delegado Cláudio Guerra, o corpo de Fernando foi incinerado na caldeira de uma usina em Campos (RJ). O proprietário do lugar cedia suas instalações em troca de financiamento. “Nem as cinzas sobraram”, fala a irmã. Documentos das Forças Armadas confirmaram a prisão, e a União reconheceu sua responsabilidade na morte de Fernando.

Por tudo isso, quando Jair Bolsonaro ataca a memória de Fernando, Rosalina declara: “São mentiras. É absurdo Bolsonaro dizer que Fernando não foi preso. Ele é incapaz de provar. Precisa esclarecer o que está dizendo. É uma irresponsabilidade o presidente da República fazer uma entrevista numa barbearia, à tarde, falando essas barbaridades, tendo uma postura que o Hitler teve, numa barbearia também”.

E segue: “Ficamos indignados, porque somos uma família que lutou muito para que o caso de Fernando fosse esclarecido. Temos muito orgulho da nossa participação, da nossa vida política. Somos pessoas do bem. Bolsonaro é um indivíduo que enaltece a tortura, um crime contra a humanidade. É um indivíduo do ódio, do mal. Fico indignada que ele, para atingir o Felipe, um opositor político dele, seja capaz de recorrer a uma prisão de um jovem reconhecidamente feita pelo Estado. O próprio Estado nos pediu desculpas, nos deu anistia, mostrando que o que fazíamos não era um crime, mas um ato de defesa, de justiça, de querermos uma sociedade livre e democrática, coisa que ele não quer”.

Mórbido

Barbearia Pente Fino

Milton Alves: Bolsonaro ressuscita o ‘porão’ da ditadura na Presidência da República

O ativista social Milton Alves, que integrou a Comissão da Verdade no Paraná, avalia que as provocações de Jair Bolsonaro (PSL) se inserem no marco de uma ofensiva contra a democracia e o Estado de direito. Segundo o articulista, seria uma tentativa de instalar um porão da ditadura militar na Presidência da República.
Bolsonaro ressuscita o ‘porão’ da ditadura na Presidência da República

Milton Alves*

As estarrecedoras e criminosas declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre o desaparecido político Fernando Augusto Santa Cruz chocaram o país e a consciência democrática. Bolsonaro ainda ofendeu a memória de Santa Cruz que integrava a organização política de esquerda Ação Popular, que combatia a ditadura e não participou da luta armada.


“Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, disse Bolsonaro numa referência ao pai do atual presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.

Após as declarações de Bolsonaro, inúmeras lideranças políticas, jornalistas e personalidades do mundo jurídico contestaram as criminosas e infames afirmações do presidente.

Felipe Santa Cruz rebateu no Twitter e disse que os comentários de Bolsonaro são “inqualificáveis” e que demonstram “mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia”.

“É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão”, disse o presidente da OAB. “Lamentavelmente, temos um presidente que trata a perda de um pai como se fosse assunto corriqueiro — e debocha do assassinato de um jovem aos 26 anos”, disse.

General Mourão vem aí, segundo a Paraná Pesquisas

Em nota, Instituto Lula repudia as declarações de Jair Bolsonaro

Presidente da OAB vai interpelar Bolsonaro no STF

Ainda na tarde de segunda-feira (29), Bolsonaro em uma transmissão ao vivo numa rede social afirmou que Fernando Santa Cruz foi assassinado por outros integrantes da Ação Popular. Ou seja, Santa Cruz foi “justiçado” por seus próprios companheiros. Uma infâmia e uma mentira construída nos porões dos assassinos da ditadura.

“O pessoal da AP no Rio de Janeiro ficou estupefato. ‘Como pode vir esse cara vir do Recife aqui se encontrar com a gente aqui?’ O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular no Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época”, afirmou Bolsonaro.

As declarações do presidente não encontram nenhum respaldo e são levianas e criminosas. Segundo a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Santa Cruz Oliveira foi visto pela última vez em 23 de fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi. O militante da Ação Popular (AP) tinha vida legal e era funcionário público em São Paulo.

A Comissão Nacional da Verdade reconheceu em relatório oficial de 2014 que Fernando Augusto Santa Cruz foi morto por agentes do estado brasileiro. E que foi mais um crime da ditadura militar contra opositores políticos do regime.

As provocações de Bolsonaro se inserem no marco de uma ofensiva contra a democracia e o estado de direito. Cada vez mais autoritário e prepotente, o governo Bolsonaro tentar criar um clima de intimidação e violência, forjando as condições para implantação de um estado policial.

Nos últimos dias, a escalada antidemocrática prosseguiu com a edição da portaria 666/2019 do ministro da Justiça Sergio Moro, com a invasão pela Policia Federal de reunião sindical em Manaus e do acompanhamento por arapongas da Abin de uma plenária da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Além da montagem da farsa dos “hackers de Araraquara” e da ameaça de prisão do jornalista Glenn Greenwald (The Intercept) feita em público por Bolsonaro.

É hora de deter a escalada antidemocrática do governo da extrema-direita! E mais do que nunca é necessária a unidade das forças populares e democráticas para impedir novos crimes de Bolsonaro.

*Milton Alves é ativista político e social, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Integrou a coordenação do Fórum Paranaense pelo resgate da Verdade, Memória e Justiça. Autor do livro “A Política Além da Notícia”.

Associação de Juízes defende apuração de crime de responsabilidade de Bolsonaro


Entidade de magistrados avalia que declaração do presidente sobre desaparecimento do pai de mandatário máximo da OAB 'vilipendia o senso de moral e ética'.


"O presidente da República (...) coleciona uma longa lista de declarações que indicam o menosprezo pela vida humana." (Marcos Corrêa/PR)
A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental, defendeu nessa segunda-feira (29) apuração de crime de responsabilidade de Jair Bolsonaro pela declaração sobre o desaparecimento do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, durante o regime de exceção, em fevereiro de 1974.
Leia também:
"A infeliz declaração do presidente da República banaliza o desaparecimento forçado e desrespeita a dor pungente de brasileiras e brasileiros que esperam e procuram por seus entes desaparecidos, registrando-se que grande parte dos desaparecimentos decorrem da ação das próprias forças de segurança do Estado, o que configura grave violação aos Direitos Humanos garantidos na Constituição Federal de 1988 e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948", diz a entidade de magistrados, em nota.
Segundo AJD, "mais que isso, o presidente vilipendia o senso de moral e ética, violando não o patrimônio material do Estado Brasileiro, mas o princípio máximo desta República: a dignidade da pessoa humana".
A Associação Juízes para a Democracia declarou solidariedade com a família Santa Cruz "que, como tantas outras, vive até hoje o drama da busca de informações sobre as circunstâncias do desaparecimento de Fernando após sua prisão em 24 de fevereiro de 1974".
"AJD exige a apuração e responsabilização do presidente da República pelo cometimento do crime de responsabilidade por atentar contra a Constituição Federal, nos termos do artigo 85, inciso V."
Leia nota pública da Associação de Juízes para a Democracia
A AJD se solidariza à família Santa Cruz e exige apuração e responsabilização do presidente da República por crime de responsabilidade por atentar à Constituição Federal
A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem dentre seus objetivos estatutários o respeito aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, vem a público manifestar seu repúdio ao pronunciamento do presidente da República acerca do desaparecido político Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
A prisão clandestina, tortura e ocultação de cadáver dos opositores da ditadura civil-militar instaurada no Brasil a partir de 1964 foram utilizadas sistematicamente como terrorismo praticado pelo Estado, quando não bastava eliminá-los fisicamente, mas apagá-los da memória e da história, prolongando a tortura sobre os familiares com a incerteza sobre o paradeiro de seu ente querido, a impossibilidade de prantear e sepultar seus mortos e de conhecer em que circunstâncias morreram.
A condenação do Estado brasileiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, proferida em 24 de novembro de 2010 (caso Gomes Lund e outros vs. Brasil) reconheceu que o desaparecimento de pessoas praticado como política de Estado viola tanto os direitos fundamentais da vítima desaparecida quanto dos seus familiares, por afronta à preservação da dignidade do corpo do finado e obstáculo à construção da memória deste pelos seus entes vivos.
O presidente da República, seja nesta condição ou no exercício dos diversos mandatos na condição de parlamentar, coleciona uma longa lista de declarações que indicam o menosprezo pela vida humana, pelos direitos humanos e reiteradas formas de apologia à tortura, além de sistematicamente negar fatos já reconhecidos e comprovados no âmbito da Comissão da Verdade, relacionados à prática de terrorismo de Estado no Brasil.
À já longa lista de declarações vergonhosas e que demonstram profundo desconhecimento/indiferença perante a realidade brasileira, soma-se a proferida nesta data e dirigida ao presidente da Ordem dos advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Em uma fala que já se delineava demasiadamente indecorosa à instituição representativa da profissão de advogado, essencial à realização da Justiça nos termos da Constituição Federal, o presidente da República fez referência desrespeitosa ao desaparecimento de Fernando Santa Cruz, caso ainda investigado pela Comissão da Verdade.
A declaração do presidente da República não somente escancara mais uma vez a sua total carência de valores e princípios éticos e inabilidade para o exercício do mais alto cargo do Poder Executivo, mas, concretamente, configura crime de responsabilidade nos termos do artigo 85, V, da Constituição Federal.
A probidade no âmbito da administração pública excede o conceito da estrita legalidade e avança para a impor que todos os servidores, no cumprimento da função pública, em especial o presidente da república, atuem em atenção ao padrão de moralidade - regras que a sociedade tem como essenciais para o bom convívio e garantia do bem comum.
A infeliz declaração do presidente da República banaliza o desaparecimento forçado e desrespeita a dor pungente de brasileiras e brasileiros que esperam e procuram por seus entes desaparecidos, registrando-se que grande parte dos desaparecimentos decorrem da ação das próprias forças de segurança do Estado, o que configura grave violação aos Direitos Humanos garantidos na Constituição Federal de 1988 e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948.
Mais que isso, o presidente Jair Bolsonaro vilipendia o senso de moral e ética, violando não o patrimônio material do Estado Brasileiro, mas o princípio máximo desta República: a dignidade da pessoa humana.
Por estas razões, a AJD, ao mesmo tempo em que se solidariza com a família Santa Cruz que, como tantas outras, vive até hoje o drama da busca de informações sobre as circunstâncias do desaparecimento de Fernando após sua prisão em 24/02/1974, EXIGE a apuração e responsabilização do presidente da República pelo cometimento do crime de responsabilidade por atentar contra a Constituição Federal, nos termos do artigo 85, inciso V.
São Paulo, 29 de julho de 2019
Agência Estado/Dom Total

Atestado de óbito diz que morte de pai do presidente da OAB foi causada pelo Estado

Foto: (Reprodução/TV Globo)
Bolsonaro diz que Fernando Santa Cruz foi morto por 'grupo terrorista' de esquerda, não por militares. Segundo Comissão de Mortos e Desaparecidos, vítima teve 'morte violenta' em 1974.

Por Vladimir Netto, Marcelo Parreira e Filipe Matoso, TV Globo e G1 — Brasília

O atestado de óbito de Fernando Santa Cruz de Oliveira, opositor do regime militar, afirma que a morte dele foi causada pelo Estado brasileiro.

Fernando Santa Cruz é pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Mais cedo, nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que, se o presidente da OAB quisesse saber como o pai morreu, ele, Bolsonaro, contaria.

Depois, em uma rede social, Bolsonaro disse que Fernando Santa Cruz não foi morto por militares, mas, sim, pela organização de esquerda Ação Popular do Rio de Janeiro, classificada pelo presidente como "grupo terrorista".

A Comissão da Verdade, porém, diz que Santa Cruz foi morto por agentes da ditadura.

O atestado de óbito foi incluído no sistema da Comissão de Mortos e Desaparecidos no último dia 24 e será enviado à família de Fernando Santa Cruz.

Documento da Aeronáutica
A Comissão da Verdade disponibiliza na internet um documento do antigo Ministério da Aeronáutica segundo o qual Fernando Santa Cruz foi preso em 22 de fevereiro de 1974, um dia antes da data em que, segundo o atestado de óbito, ele morreu.

Reação
O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, divulgou uma carta nesta segunda-feira após as declarações de Bolsonaro.


No documento, afirmou que o presidente da República é "cruel" e não sabe separar o público do privado.

Também nesta segunda, a própria OAB divulgou uma nota de repúdio à declaração do presidente da República.

Íntegra
Leia a íntegra do atestado de óbito de Fernando Santa Cruz:

ATESTADO DE ÓBITO

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, instituída pela Lei n° 9.140, de 04 de dezembro de 1995, por sua presidente nomeada no Decreto de 25 de julho de 2014 (D.O.U. 28/07/2014), declara, nos termos da Resolução N° 2, de 29 de novembro de 2017 (D.O.U. 11/12/2017), para fins de retificação de assento de óbito lavrado com base na mesma lei acima citada, que:

- FERNANDO AUGUSTO DE SANTA CRUZ OLIVEIRA, brasileiro, casado, estudante universitário e funcionário público, residente e domiciliado em São Paulo/SP, nascido em Recife/PE, aos 20 de fevereiro de 1948, filho de Elzita Santos de Santa Cruz Oliveira e Lincoln de Santa Cruz Oliveira, conforme reconhecido às páginas 1.601/1.607, do Volume III, do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, instituída pela Lei n° 12.528, de 18 de novembro de 2011, faleceu provavelmente no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro/RJ, em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985.

Brasília, 24 de julho de 2019.

(Assinado eletronicamente)

EUGÊNIA AUGUSTA GONZAGA

Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

Presidente

Observação: corpo não localizado até a data de lavratura do presente atestado.

A DESIGUALDADE ESTÁ CRESCENDO – E A CULPA É DO DESEMPREGO

Em 2016, protesto patrocinado pela FIESP com o tema "chega de pagar o pato", na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Em 2016, protesto patrocinado pela FIESP com o tema "chega de pagar o pato", na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foto: Andressa Anholete/AFP/Getty Images

Marcelo Medeiros, Rogério J. Barbosa
30 de Julho de 2019, 0h03
NÃO VOU PAGAR O PATO! No meio da crise em 2016, quando colocou um pato inflável enorme na porta do Congresso Nacional, a Fiesp, que era parte do problema, estava dizendo que não queria ser parte da solução. A pergunta óbvia, neste caso, era “quem vai pagar então?”, afinal, em economia, não adianta perguntar o quanto se ganha ou perde sem perguntar também quem ganha ou perde.

Do pato pra cá, muita coisa ruim aconteceu. Mas algo triste nos dá pistas sobre quem está pagando a conta e perdendo: a desigualdade da renda do trabalho está aumentando.

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Eu topo
O Brasil vive uma estagnação desigual e instável. A pouca recuperação que ocorre beneficia mais os mais ricos. Ela é maior, por exemplo, nos 5% do topo do que no restante da população. Para mais ou menos metade dos trabalhadores, a recessão não foi recuperada. Sua renda teve perdas importantes e segue estagnada.

O desemprego nunca havia sido uma causa importante da desigualdade.
Esse aumento da desigualdade é o reverso do que vinha acontecendo nas últimas duas décadas. Desde meados dos anos 1990, os salários vinham se tornando mais iguais. Mas, por volta de 2015, a trajetória muda para um crescimento rápido das diferenças entre trabalhadores.

Por trás desse aumento, há um novo vilão: o desemprego. Historicamente, o mercado de trabalho brasileiro sofre de crônica informalidade e subemprego. O desemprego, contudo, nunca havia sido uma causa importante de desigualdade. Agora, porém, responde pela maior parte dela. Com níveis de desemprego altos, as poucas melhoras observadas em alguns setores da economia são dissipadas pelo fato de uma parte muito grande da população não ter trabalho algum.

O próprio desemprego já é desigualmente distribuído. É mais alto entre pessoas com menor escolaridade. Por isso, sua redução tenderia a melhorar a vida daquelas mais pobres. Como o desemprego praticamente não cai, as poucas melhoras na economia estão deixando os mais pobres para trás.

Em 2017, prédio da Fiesp na Avenida Paulista voltou a exibir um pato inflável, em protesto contra aumentos de impostos pelo governo Temer. (Foto: Nelson Antoine/Folhapress) Em 2017, prédio da Fiesp na Avenida Paulista voltou a exibir um pato inflável, em protesto contra aumentos de impostos pelo governo Temer. Foto: Nelson Antoine/Folhapress
Mas o aumento da desigualdade se estende também àqueles que têm sobrevivido à recessão permanecendo em seus postos de trabalho. Os trabalhadores do setor formal, incluído o setor público, observam alguma melhora enquanto os trabalhadores do setor informal, com pouca proteção ao emprego, permanecem estagnados.

Uma andorinha só não faz verão. Tampouco um pato sozinho cria recessão. Porém, o pato e aquilo que ele representa pioraram as coisas. Criou-se um ambiente de instabilidade política que o governo atual não dá sinais de querer resolver. Adicione-se a isso a instabilidade no mercado de trabalho, e um dos riscos que o Brasil corre é um novo retrocesso para quem trabalha.

A situação é instável porque a melhoria observada entre os trabalhadores mais ricos está mais relacionada a aumentos de rendas com grande flutuação do que a salários regulares. São rendimentos eventuais, que oscilam ao longo do tempo. Isso é ruim, à medida que não assegura estabilidade no consumo, dificultando a recuperação econômica.

A crise do trabalho só não é maior porque o estado serviu de amortecedor.
A crise do trabalho só não é maior porque o estado serviu de amortecedor. Não só por meio das políticas sociais estabelecidas em sucessivos governos, mas também pela proteção às atividades em educação, saúde e serviços sociais. O desemprego não cresceu mais porque essas áreas estavam mais protegidas. São elas, aliás, as que mais puxam a recuperação da renda do trabalho no Brasil.

Postos de trabalho que não dão sinais de melhora são aqueles na indústria, tanto de transformação quanto de construção civil. Essas atividades continuam em retração, uma tendência que vem de longa data. Ou seja, seguem em declínio apesar terem sido beneficiadas por uma onda de redução de impostos, barateamento de energia e favorecimentos à indústria que comprometeram as finanças do estado e ajudaram a criar o problema.

Quem apostou em privatizar os ganhos e socializar os prejuízos perdeu. A instabilidade política não resultou na dança de cadeiras esperada e acabou agravando a crise. Todos saíram piores. Mas quem pagou a pior parte do pato foram os mais pobres.

Mais de 200 renas morrem de fome devido à mudança climática no Ártico


Geada e degelo alternados podem formar uma ou mais camadas de gelo impenetrável que deixem as renas sem comida.


Raposa caça no arquipélago norueguês de Svalbard, no Ártico, onde cerca de 200 renas morreram de fome pelas mudanças climáticas na região.
Raposa caça no arquipélago norueguês de Svalbard, no Ártico, onde cerca de 200 renas morreram de fome pelas mudanças climáticas na região. (AFP)
Cerca de 200 renas morreram de fome no arquipélago norueguês de Svalbard, no Ártico, um número excepcionalmente alto explicado pelas mudanças climáticas na região, informou o Instituto Polar Norueguês.
Durante o mapeamento anual da população de renas selvagens neste grupo de ilhas, localizado a cerca de 1,2 mil quilômetros do Polo Norte, três pesquisadores do Instituto Polar registraram cerca de 200 corpos de renas que morreram de fome durante o inverno.
Ashild Onvik Pedersen, a chefe do projeto de censo, vê nessa "alta taxa de mortalidade" uma consequência da mudança climática, duas vezes mais rápida no Ártico do que no resto do mundo, segundo os climatologistas.
"A mudança climática faz chover muito mais. A chuva cai sobre a neve e forma uma camada de gelo na tundra, o que torna as condições da grama para os animais muito ruins", disse.
Renas geralmente se alimentam de líquen que extraem da neve graças a seus cascos. Geada e degelo alternados podem formar uma ou mais camadas de gelo impenetrável que as deixam sem comida.
Segundo Onvik Pedersen, a taxa de mortalidade é comparável à do final do inverno de 2007-2008, desde que a população de renas de Svalbard começou passar por um censo há 40 anos.
Essa alta mortalidade também se deve a um claro aumento no arquipélago norueguês do número de renas que disputa os mesmos campos, disse a pesquisadora.
De acordo com o Instituto Polar Norueguês, o número de renas em Svalbard, um território duas vezes maior que a Bélgica, dobrou desde os anos 1980, chegando atualmente a 22 mil exemplares.
AFP