domingo, 30 de junho de 2019

Empreiteiro que incriminou Lula foi tratado com desconfiança pela Lava Jato, indicam novas mensagens


Segundo a matéria, as mensagens indicam que Léo Pinheiro só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes de versão sobre o apartamento do Guarujá.


Diálogos sugerem que depoimento sobre tríplex foi decisivo para que procuradores voltassem a conversar sobre delação.
Diálogos sugerem que depoimento sobre tríplex foi decisivo para que procuradores voltassem a conversar sobre delação. (AFP)
O empreiteiro Léo Pinheiro, que incriminou o ex-presidente Lula, foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações.
As informações foram publicadas neste domingo (30) pelo Jornal A Folha de São Paulo, a partir de mensagens trocadas entre procuradores. O conteúdo é da mesma fonte anônima do site The Intercept Brasil.  
Segundo a matéria, as mensagens indicam que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes de versão sobre o apartamento do Guarujá.
Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.
O empresário só incriminou Lula em abril de 2017, quando prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, um ano depois do inicio das negociações.
Confira trechos das mensagens entre procuradores:
Procuradores da Lava Jato em Curitiba e em Brasília começaram a negociar um acordo de delação premiada com executivos da OAS em fevereiro de 2016.
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro já tinha sido condenado em um processo da Lava Jato, mas recorria em liberdade.
Os advogados da OAS apresentaram diferentes versões dos anexos com resumos dos relatos que os executivos da empreiteira pretendiam fazer.
Um dia depois da assinatura do termo de confidencialidade, a revista Veja informou que a delação da OAS citava o ministro Dias Toffoli, do STF.
O vazamento dividiu os procuradores. A maioria defendeu a suspensão das negociações, como resposta à quebra de sigilo e para evitar atritos com o STF. 
Uma semana depois, a Veja publicou trechos de sete anexos da delação e afirmou que a empresa revelara a existência de uma conta secreta usada para fazer pagamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Léo Pinheiro foi preso em setembro de 2016 e as negociações ficaram congeladas até 2017, quando ele incriminou Lula ao depor no processo sobre o triplex de Guarujá que a OAS diz ter reformado para o petista.

Redação DomTotal com informações da Folha de São Paulo

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