domingo, 30 de junho de 2019

Intercept comemora fracasso das mobilizações em apoio a Moro


 Os jornalistas do site The Intercept Brasil, no Twitter, avaliaram como um retumbante fracasso as mobilizações da extrema-direita em apoio ao ministro Sérgio Moro.

O fundador da página, Glenn Greenwald, ironizou a briga ocorrida entre os “tontos” que foram às ruas neste domingo (30) em defesa do ex-juiz da Lava Jato.

“Tão pequeno quanto os protestos de hoje em defesa de Moro, eles ainda conseguiram lutar um com o outro: “Atos têm briga entre bolsonaristas e MBL””, escreveu Glenn.

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O editor do Intercept, Leandro Demori, também viu o movimento pró-Moro desmilinguir no asfalto.

“Você sabe que a manifestação foi fraca quando a TV alinhada veicula matéria com mais close de gente no chão do que imagem aérea. A #VazaJato tirou gente das ruas. É uma vitória imensa. Seguimos”, comemorou.

A Globo jura que até por volta de 19h30, 88 cidades dos 26 estados e do Distrito Federal tinham registrado atos da extrema-direita. No entanto, o grupo de comunicação não arriscou o número de participantes.

Mais cedo, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também avaliou que os atos da direita estão perdendo fôlego porque a economia não vai bem no governo Jair Bolsonaro (PSL), aliada à desmoralização de Moro.

Governadores do Nordeste pedem investigação sobre abusos da Lava Jato


Os governadores do Nordeste divulgaram nota conjunta publicada neste domingo (30) após a nova série de denúncias contra o ex-juiz Moro e procuradores da Lava Jato reveladas pelo site The Intercept Brasil neste fim de semana. No documento, os governadores pedem a apuração dos “abusos cometidos pela operação Lava Jato” e reivindicam “a pronta e ágil apuração de tudo, com independência e transparência”.

Confira a íntegra da nota:

As seguidas revelações de conversas e acordos informais entre membros do Judiciário e do Ministério Público, em Curitiba, divulgadas pelo Theintercept.com e outros veículos de comunicação, são de muita gravidade. As conversas anormais configuram um flagrante desrespeito às leis, como se os fins justificassem os meios.

Não se trata de pequenos erros; são vidas de seres humanos e suas histórias que se revelam alteradas em julgamentos fora das regras constitucionais, legais e éticas. Todos sabem que um juiz deve ser imparcial e por isso não pode se juntar com uma das partes para prejudicar a outra parte.

Acreditamos que a defesa da real imparcialidade dos juízes é um tema de alto interesse inclusive para eles próprios. Assim, manifestamos nossa confiança de que a imensa maioria dos magistrados e membros do Ministério Público que, com seriedade e respeito à lei fazem o verdadeiro combate à corrupção e outros crimes, podem apoiar as necessárias investigações nesse caso.

Agora, um dos trechos das conversas divulgadas destacam o Procurador Deltan Dallagnol sugerindo busca e apreensão na residência do hoje Senador pela Bahia, Jaques Wagner. E a justificativa do coordenador da Lava Jato? “Questão simbólica”, ou seja, ao lixo o direito. É mais uma revelação de extrema gravidade.

É inadmissível uma atuação que se denuncia ilegal entre membros do Ministério Público e do Judiciário, combinando previamente passos de uma importante investigação, com o intuito de perseguir e prender pessoas. Em discurso recente, na Cúpula Pan-Americana de Juízes, o Papa Francisco já demonstrou a sua preocupação com atos abusivos e de perseguição por meio de processos judiciais sem base legítima.

Reivindicamos a pronta e ágil apuração de tudo, com independência e transparência. É preciso também avaliar o afastamento dos envolvidos. Defendemos, ainda, a revisão ou anulação de todo e qualquer julgamento realizado fora da legalidade.


Outrossim, sublinhamos a relevância de o Congresso Nacional concluir a votação do Projeto de Lei sobre Abuso de Autoridade.

Apoiamos firmemente o combate à corrupção, porém consideramos que também é uma forma de corrupção conduzir processos jurídicos desrespeitando deliberadamente a lei.

Governadores do Nordeste do Brasil.

‘MORO VIOLA SEMPRE O SISTEMA ACUSATÓRIO’

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Chats da Lava Jato revelam que procuradores reclamavam de violações éticas de Moro e temiam que operação perdesse toda credibilidade com sua ida ao governo Bolsonaro
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Ilustração: João Brizzi e Rodrigo Bento/The Intercept Brasil; Marcelo Camargo/Agência Brasil
Glenn Greenwald, Rafael Moro Martins, Leandro Demori, Victor Pougy
29 de Junho de 2019, 1h01
As mensagens secretas da Lava JatoAs mensagens secretas da Lava Jato
Parte 8
Às vésperas de Moro aceitar convite para o Ministério da Justiça, procuradores do MPF discutiam como ingresso do juiz na política podia legitimar críticas à Lava Jato.

 ABRIR TODAS AS PARTES
Procuradores do Ministério Público Federal, em mensagens privadas trocadas em grupos com integrantes da Lava Jato, criticaram Sergio Moro duramente pelo que consideraram uma agenda pessoal e política do juiz. Eles foram além no decorrer e logo depois da campanha eleitoral de 2018: para os procuradores, Moro infringia sistematicamente os limites da magistratura para alcançar o que queria.

“Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, disse a procuradora Monique Cheker em 1º de novembro, uma hora antes de o ex-juiz anunciar ter aceito o convite de Jair Bolsonaro para se tornar ministro da Justiça. Integrantes da força-tarefa da Lava Jato lamentavam que, ao aceitar o cargo (algo que ele havia prometido jamais fazer), Moro colocou em eterna dúvida a legitimidade e o legado da operação. Os óbvios questionamentos éticos envolvidos na ida do juiz ao ministério poderiam, afinal, dar maior credibilidade às alegações de que a Lava Jato teria motivações políticas.

Folha e Intercept mostram como Leo Pinheiro negociou a delação com a Lava Jato

 
O chanceler alemão Otto von Bismarck tinha uma máxima que podemos adaptá-las nesses tempos de Lava Jato e vazamentos pelo site The Intercept Brasil: “As delações premiadas são como salsichas. É melhor não ver como elas são feitas.”

Feito esse introito, a Folha divulgou neste domingo (30) os vai e vens da negociação de Leo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, com os procuradores da Lava Jato. De acordo com a reportagem, a partir do exame de diálogos fornecidos pelo Intercept, o ex-executivo mudou diversas vezes sua versão sobre o tríplex do Guarujá (SP) até fechar a delação, qual seja, incriminar o ex-presidente Lula.

A Folha confirma na reportagem que o oitavo lote de mensagens vazadas indica que houve uma negociata em torno da delação de Leo Pinheiro, pivô da condenação, sem provas, de Lula.

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“É grave? É gravíssimo”, avaliou a jurista Carol Proner. “E mais. O que sai não está isolado, mas circundado por um sistema confirmatório. Adianta negar? Pesadelo para muitos”, disse.

Que a Lava Jato sempre temeu pela fragilidade da condenação do ex-presidente Lula, ok, nós já sabíamos. Agora o que se confirma hoje é que a força-tarefa também moldava a versão ao delator e vice-versa, segundo a Folha e o Intercept.

Os procuradores tratavam a delação não como uma salsicha, como descrevia Bismarck, mas como uma luva para certas personagens que tinha de assentir uma narrativa contra Lula. O caso concreto de Leo Pinheiro, ele só virou um delator depois que disse exatamente aquilo que a Lava Jato exigia que dissesse.

Ainda de acordo com a Folha, o então juiz Sérgio Moro só interrogou o Leo Pinheiro depois que a delação estava ajustada ao objetivo principal: conectar o apartamento à corrupção da Petrobras. Ou seja, a negociação premiada só evoluiu porque virou uma negociata para atingir o inimigo ideológico da Lava Jato, Lula.

O sistema penal acusatório previsto na Constituição Federal proíbe veementemente que o julgador atue para enfraquecer a defesa reforçando a acusação. A falta de imparcialidade do julgador causa nulidade absoluta da sentença.

Empreiteiro que incriminou Lula foi tratado com desconfiança pela Lava Jato, indicam novas mensagens


Segundo a matéria, as mensagens indicam que Léo Pinheiro só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes de versão sobre o apartamento do Guarujá.


Diálogos sugerem que depoimento sobre tríplex foi decisivo para que procuradores voltassem a conversar sobre delação.
Diálogos sugerem que depoimento sobre tríplex foi decisivo para que procuradores voltassem a conversar sobre delação. (AFP)
O empreiteiro Léo Pinheiro, que incriminou o ex-presidente Lula, foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações.
As informações foram publicadas neste domingo (30) pelo Jornal A Folha de São Paulo, a partir de mensagens trocadas entre procuradores. O conteúdo é da mesma fonte anônima do site The Intercept Brasil.  
Segundo a matéria, as mensagens indicam que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes de versão sobre o apartamento do Guarujá.
Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.
O empresário só incriminou Lula em abril de 2017, quando prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, um ano depois do inicio das negociações.
Confira trechos das mensagens entre procuradores:
Procuradores da Lava Jato em Curitiba e em Brasília começaram a negociar um acordo de delação premiada com executivos da OAS em fevereiro de 2016.
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro já tinha sido condenado em um processo da Lava Jato, mas recorria em liberdade.
Os advogados da OAS apresentaram diferentes versões dos anexos com resumos dos relatos que os executivos da empreiteira pretendiam fazer.
Um dia depois da assinatura do termo de confidencialidade, a revista Veja informou que a delação da OAS citava o ministro Dias Toffoli, do STF.
O vazamento dividiu os procuradores. A maioria defendeu a suspensão das negociações, como resposta à quebra de sigilo e para evitar atritos com o STF. 
Uma semana depois, a Veja publicou trechos de sete anexos da delação e afirmou que a empresa revelara a existência de uma conta secreta usada para fazer pagamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Léo Pinheiro foi preso em setembro de 2016 e as negociações ficaram congeladas até 2017, quando ele incriminou Lula ao depor no processo sobre o triplex de Guarujá que a OAS diz ter reformado para o petista.

Redação DomTotal com informações da Folha de São Paulo

Pobreza

LÉO PINHEIRO TEVE QUE MUDAR VERSÃO CONTRA LULA DUAS VEZES ATÉ SER ACEITO COMO DELATOR


Escrito por Portal Click Política 30 de junho de 2019

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“Uma pessoa que acompanhou as conversas da OAS com a Lava Jato na época disse à Folha que, inicialmente, Léo Pinheiro descreveu o tríplex como um presente que oferecera a Lula sem pedir nada em troca. Segundo essa pessoa, a insatisfação dos procuradores o levou a mudar sua versão pelo menos duas vezes até chegar àquela adotada em 2017”, aponta a reportagem da Folha deste domingo, em parceria com o Intercept, que revela como a delação contra Lula foi fabricada pela força-tarefa.

The Intercept: procuradores desnudaram Moro


O Brasil está em seu momento mais perigoso
“Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar com suas ideias, decide sem pedido do MP (várias vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”, disse a procuradora Monique Cheker, em mensagem revelada pelo site de Glenn Greenwald


O Brasil está em seu momento mais perigoso

Do Br2pontos – Novos diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil, divulgados na madrugada deste sábado 29, mostram uma troca de mensagens entre dois procuradores do Ministério Público Federal (MPF), que criticam as práticas do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quando atuava como juiz. Na conversa, Monique Checker, procuradora do MPF do Rio de Janeiro, diz que Moro “viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”.

Checker fez a declaração em uma conversa pelo aplicativo Telegram, em 1º de novembro de 2018, uma hora antes de Moro aceitar convite para se tornar ministro do governo Jair Bolsonaro. No trecho divulgado, ela interage com outro procurador, que diz, em mensagem transcrita pelo site: “Eu não confio no Moro, não. Em breve vamos receber cota de delegado mandando acrescentar fatos à denúncia. E, se não cumprirmos, o próprio juiz resolve”.

Checker afirma que pensa igual e acrescenta: “Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar com suas ideias, decide sem pedido do MP (várias vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”.


247 faz apelo por debate responsável na internet.


Papa: amor a Jesus se traduz em proximidade aos mais necessitados

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No Angelus, este domingo (30/06), o Santo Padre disse que o seguir Jesus exclui arrependimentos e olhar para trás, mas requer a virtude de decisão. Comentando o Evangelho deste XIII Domingo do Tempo Comum, Francisco destacou que o ser discípulo de Cristo deve ser uma escolha livre e consciente, feita por amor, para retribuir a graça inestimável de Deus, e não um modo para promover a si próprio
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“Jesus nos quer apaixonados por Ele e pelo Evangelho. Uma paixão do coração que se traduz em gestos concretos de proximidade, de proximidade aos irmãos mais necessitados de acolhimento e de atenção. Exatamente como Ele mesmo quis.”

Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus ao meio-dia deste domingo (30/06), em que a Igreja no Brasil celebra a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e também o Dia do Papa.

Na alocução que precedeu a oração mariana, dirigindo-se aos milhares de fiéis, peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro, o Pontífice explicou a página do Evangelho deste XIII Domingo do Tempo Comum (Lc 9,51-62), em que o Evangelista São Lucas dá início à narração da última viagem de Jesus rumo a Jerusalém, que se concluirá no capítulo 19.

Decisão de seguir Jesus deve ser também ela total e radical
Francisco observou tratar-se de uma longa marcha não somente geográfica e espacial, mas espiritual e teológica rumo ao cumprimento da missão do Messias, acrescentando que “a decisão de Jesus é radical e total, e aqueles que o seguem são chamados a defrontar-se com ela.

O Santo Padre ateve-se aos três personagens que São Lucas apresenta no Evangelho do dia, “três casos de vocação, podemos dizer, que evidenciam o que é exigido a quem quer seguir Jesus até o fim, totalmente”, ressaltou.

O primeiro personagem promete a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que vás”. Generoso! Mas Jesus responde que o Filho do homem, diferentemente das raposas que têm as tocas e as aves do céu, ninhos, “não tem onde reclinar a cabeça. A pobreza absoluta de Jesus”.

O cristão é um itinerante
“Efetivamente, Jesus deixou a casa paterna e renunciou a toda e qualquer segurança para anunciar o Reino de Deus às ovelhas perdidas de seu povo. Desse modo, Jesus indicou a nós, seus discípulos, que a nossa missão no mundo não pode ser estática, mas itinerante, o cristão é um itinerante”, explicou o Papa.

“Por sua natureza, a Igreja está em movimento, não fica sedentária e tranquila em seu recinto. É aberta aos mais vastos horizontes, enviada – a Igreja é enviada – a levar o Evangelho pelas estradas e a alcançar as periferias humanas e existenciais. Este é o primeiro personagem.”

Primado do seguimento e do anúncio do Reino
O segundo personagem que Jesus encontra, continuou Francisco, recebe o chamado diretamente d’Ele, porém responde: “Senhor, permite-me primeiro ir enterrar meu pai”. O Pontífice observou tratar-se de um pedido legítimo, fundado no mandamento de honrar pai e mãe. Todavia, Jesus replicou: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos”.

“Com essas palavras, propositadamente provocatórias, Ele quer afirmar o primado do seguimento e do anúncio do Reino de Deus, mesmo sobre as realidades mais importantes, como a família. A urgência de comunicar o Evangelho, que rompe a cadeia da morte e inaugura a vida eterna, não admite atrasos, mas requer prontidão e total disponibilidade. Ou seja, a Igreja é itinerante, aí a Igreja é decidida, tem pressa, no momento, sem esperar.”

Seguir Jesus exclui indecisões e repensamentos
O terceiro personagem apresentado pelo Evangelista quer também ele seguir Jesus, mas, com a condição de antes despedir-se dos parentes, e ele ouve o Mestre dizer-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus”. Francisco destacou que o seguir Jesus exclui arrependimentos e olhar para trás, mas requer a virtude de decisão.

O valor destas condições colocadas por Jesus – itinerante, prontidão e decisão – não está numa série de “não” ditos a coisas boas e importantes da vida, explicou o Papa.

Não se segue Jesus por conveniência. Ai dos carreiristas!
“O acento deve ser colocado no objetivo principal: tornar-se discípulo de Cristo! Uma escolha livre e consciente, feita por amor, para retribuir a graça inestimável de Deus, e não feita como um modo para promover a si próprio. Isso é triste! Ai daqueles que pensam seguir Jesus para promover-se, isto é, para fazer carreira para sentir-se importantes ou adquirir um lugar de prestígio.”

“Quem a Virgem Maria, ícone da Igreja em caminho, nos ajude a seguir o Senhor com alegria e a anunciar aos irmãos, com renovado amor, a Boa Nova da salvação”, disse Francisco voltando seu pensamento a Nossa Senhora.

Atenção à península coreana
Após a oração mariana, o Pontífice comentou o aperto de mão este domingo, na Coreia, entre o presidente estadunidense Donald Trump e seu homólogo norte-coreano Kim Jong-um:

“Nas últimas horas assistimos na Coreia um bom exemplo de cultura do encontro. Saúdo os protagonistas, com a oração a fim de que tal gesto significativo constitua um passo ulterior no caminho da paz, não somente naquela península, mas em favor do mundo inteiro.”

Como seguir Jesus

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A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lc 9,51-62 que corresponde ao 13° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico.
O grande obstáculo que impede que muitos cristãos de hoje sigam verdadeiramente a Jesus é o bem-estar em que vivemos instalados.
O grande obstáculo que impede que muitos cristãos de hoje sigam verdadeiramente a Jesus é o bem-estar em que vivemos instalados. (Free-Photos/Pixabay)
Por José Antonio Pagola*

Jesus empreende com determinação sua marcha para Jerusalém. Sabe o perigo que corre na capital, mas nada o impede. Sua vida tem apenas um objetivo: anunciar e promover o projeto do reino de Deus. A marcha começa mal: os samaritanos rejeitam-No. Ele está habituado: o mesmo lhe aconteceu na sua terra de Nazaré.

Jesus sabe que não é fácil que lhe acompanhem na sua vida de profeta itinerante. Não pode oferecer aos seus seguidores a segurança e o prestígio que podem prometer os letrados da lei aos seus discípulos. Jesus não engana ninguém. Aqueles que querem segui-lo terão que aprender a viver como ele.

Enquanto eles estão a caminho, aproxima-se um desconhecido. Ele parece entusiasmado: "Te sigo para onde quer que vás". Antes de tudo, Jesus lhe faz ver que não espere dele segurança, vantagens ou bem-estar. Ele mesmo "não tem onde reclinar a cabeça". Não tem casa, come o que lhe oferecem, dorme onde pode.

Não nos enganemos. O grande obstáculo que impede que muitos cristãos de hoje sigam verdadeiramente a Jesus é o bem-estar em que vivemos instalados. Temos medo de levar a sério porque sabemos que exigiria viver de forma mais generosa e solidária. Somos escravos do nosso pequeno bem-estar. Talvez as crises econômicas nos possam tornar mais humanos e mais cristãos.

Outro pede a Jesus para deixá-lo ir enterrar o pai antes de segui-lo. Jesus lhe responde com um jogo de palavras provocativas e enigmáticas: "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos, vai e anuncia o reino de Deus". Essas palavras intrigantes questionam o nosso estilo convencional de vida.

Temos de ampliar o horizonte em que nos movemos. A família não é tudo. Há algo mais importante. Se decidirmos seguir Jesus, temos de pensar também na família humana: ninguém deveria viver sem uma casa, sem pátria, sem documentos, sem direitos. Todos nós podemos fazer algo mais por um mundo justo e fraterno.

Outro está disposto a segui-lo, mas antes ele quer dizer adeus à sua família. Jesus surpreende-o com estas palavras: "Aquele que lança mão ao arado e olha para trás não é apto para o reino de Deus". Colaborar no projeto de Jesus exige dedicação total, olhar para frente sem distrair-nos, caminhar em direção ao futuro sem nos fecharmos no passado.

Papa Francisco avisou-nos de algo que está acontecendo hoje na Igreja: "Temos medo que Deus nos leve por caminhos novos, tirando-nos dos nossos horizontes, frequentemente limitados, fechados e egoístas, para nos abrir aos seus".

*José Antonio Pagola é padre e tem dedicado a sua vida aos estudos bíblicos, nomeadamente à investigação sobre o Jesus histórico. Nascido em 1937, é licenciado em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (1962), licenciado em Sagradas Escrituras pelo Instituto Bíblico de Roma (1965), e diplomado em Ciências Bíblicas pela École Biblique de Jerusalém (1966). Professor no seminário de San Sebastián (Espanha) e na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha (sede de Vitória), foi também reitor do seminário diocesano de San Sebastián e vigário-geral da diocese de San Sebastián.

Qual seria essa nova teologia de Francisco?

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Na semana passada, um evento na cidade de Nápoles demonstrou qual a real intenção do papa atual em relação aos rumos da teologia.
Papa Francisco e cardeal Crescenzo Pepe, arcebispo metropolitano de Nápoles.
Papa Francisco e cardeal Crescenzo Pepe, arcebispo metropolitano de Nápoles. (AP)
Por Mirticeli Dias de Medeiros*

Na semana passada, um evento memorável. Nápoles e o mundo presenciaram, pela primeira vez na história, um pontífice que assume as vestes de um palestrante de um congresso de teologia. Nós, do Dom total, acompanhamos todo o evento.

Papa Francisco chegou à Universidade Teológica Meridional, que fica localizada na cidade de Nápoles, à pé, entre os estudantes que o aguardavam ansiosamente. Ele se colocou ao centro da mesa redonda e acompanhou, atentamente, todos os palestrantes que o antecederam. Ele fez questão de chegar não somente para participar momento no qual iria discursar, mas antes, dando o exemplo de que um verdadeiro líder também se coloca em atitude de escuta.

“Foi um evento histórico porque ele aceitou o convite de vir a uma universidade pequena, localizada em uma provîncia, demonstrando, mais uma vez, seu interesse pela margem, pela periferia, também pela periferia teológica, se comparamos aos grandes centros culturais (...) Na sua colocação, ele exaltou a primazia do contexto. Não se pode fazer uma teologia que não olhe para o mundo”, disse o historiador Sergio Tanzarella, um dos palestrantes que organizaram o evento.

Não só papa Francisco, como todos os palestrantes, aproveitaram a ocasião também para denunciar a marginalização das mulheres na Igreja, a história da Igreja instrumentalizada para fins políticos e a teologia “desencarnada” que coloca-se alheia aos problemas sociais.

Em Nápoles, Francisco é considerado de casa. A cidade que, como sabemos, possui problemas estruturais bastante evidentes que irritam os próprios italianos, abre suas portas para os imigrantes. O apelo formal de acolhida partiu do prefeito da cidade, Luigi Magistris: “Quem tem condições, por favor, acolha um imigrante”. O espírito de acolhida do napolitano ninguém pode negar. Basta pedir uma informação de como chegar a tal lugar e, provavelmente, o cidadão daquela cidade será capaz de levar você até a parada do ônibus, para estar certo de que você chegará a seu destino.

O interessante desse evento, sobretudo em relação às palavras do papa, foi o “decálogo da nova teologia” que ele, sem que ninguém se desse conta, “canonizou” naquele evento. Acolhida, diálogo, escuta e interdisciplinaridade foram as palavras-chaves. Naquela cidade, palco de tantos problemas sociais, às margens do mar mediterrâneo, o desejo de que a teologia de “joelhos”, como ele gosta de frisar, transborde em solidariedade e caridade. Não mais uma teologia apologética, diz o pontífice, mas teologia de evangelização.

“A nova teologia de papa Francisco é assumir, para si, todos os problemas do mundo. Uma teologia que escuta o mundo e a história para que, a partir daí, se estabeleçam os critérios de discernimento. Não uma teologia “manualística”, mas uma teologia que procura as perguntas para só depois dar as respostas, ressaltou Tanzarella.

*Mirticeli Dias de Medeiros é jornalista e mestre em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Desde 2009, cobre primordialmente o Vaticano para meios de comunicação no Brasil e na Itália, sendo uma das poucas jornalistas brasileiras credenciadas como vaticanista junto à Sala de Imprensa da Santa Sé.

Pobreza

JN E MORO MENTEM!

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 PROCURADOR CONFIRMA AO CORREIO AUTENTICIDADE DE MENSAGENS SOBRE MORO; CONFIRA!

Escrito por Portal Click Política 29 de junho de 2019

Em nota divulgada no final da tarde deste sábado (29/6), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) “alerta a sociedade sobre a impossibilidade de considerar como verdadeiras” mensagens divulgadas pelo site The Intercept em que procuradores da República fazem críticas ao ministro Sérgio Moro. Ouvido pelo Correio, um procurador, porém, confirma, que as mensagens sobre Moro são verdadeiras.

Integrantes da força-tarefa da Lava-Jato revelam preocupações com a possibilidade de que o então juiz Sérgio Moro aceitasse convite para compor a equipe de ministros do presidente Jair Bolsonaro.

Nas mensagens publicadas, a procuradora Monique Cheker critica a condução dos processos da Lava-Jato pelo ministro na época em que ele era juiz no Paraná. “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, teria dito Monique. Em um grupo no aplicativo Telegram, os procuradores teriam demonstrado preocupação com o fato de Moro marcar encontros com o presidente Jair Bolsonaro após o resultado das eleições do ano passado.


Um dos que participam do diálogo é o procurador Alan Mansur, coordenador da Lava-Jato no Pará. Ele revela temor com a ida de Moro para o Ministério da Justiça. “Tem toda a técnica e conhecimento para ser um excelente ministro da Justiça. E tentar colocar em prática tudo que ele acredita. Porém, o fato de ter aceitado, neste momento, entrar na política e desta forma, é muito ruim pra imagem de imparcialidade do sistema de justiça e MP em geral”, disse.

Minutos antes da reportagem entrar no ar, o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, apresentou a reprodução de uma conversa, citando o procurador Ângelo Goulart Villela. A matéria publicada, porém, citou na verdade Ângelo Augusto Costa, um homônimo. Pelo Twitter, Sérgio Moro afirmou que as controvérsias da publicação revelam que as mensagens não ocorreram. “Isso só reforça que as mensagens não são autênticas e que são passíveis de adulteração. O que se tem é um balão vazio, cheio de nada. Até quando a honra e a privacidade de agentes da lei vão ser violadas com o propósito de anular condenações e impedir investigações contra corrupção?”, disse.

No posicionamento divulgado, a ANPR ressaltou a “preocupação quanto à divulgação de mensagens atribuídas a integrantes do Ministério Publico Federal com indícios de terem sido adulteradas e de serem oriundas de crime cibernético”. A entidade destacou ainda que se “manterá implacável na defesa das prerrogativas funcionais dos procuradores da República, garantidas pela Constituição para que eles possam defender, com independência e autonomia, a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis”.


Veracidade

Ao Correio, um dos procuradores que estava no grupo em que ocorreram as conversas, disse, sob a condição de anonimato, que os trechos divulgados são verdadeiros. “Me recordo dos diálogos com os procuradores apontados pelo site. O grupo não existe mais. No entanto, me lembro do debate em torno do resultado das eleições e da expectativa sobre a ida de Moro para o Ministério da Justiça”, disse.

O integrante do Ministério Público Federal (MPF) também declarou que conseguiu recuperar parte do conteúdo. “Consegui recuperar alguns arquivos no celular. Percebi que os trechos divulgados não são de diálogos completos. Tem mensagens anteriores e posteriores às que foram publicadas. No entanto, realmente ocorreram. Não posso atestar que tudo que foi publicado até agora é real e não sofreu alterações. No entanto, aquelas mensagens que foram publicadas ontem (sexta) são autênticas”, completou.

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Procuradores da Lava Jato sabiam que condenação de Lula era frágil, revela Intercept



Na véspera de o juiz Sérgio Moro ser confirmado no Ministério da Justiça, procuradores da Lava Jato manifestavam preocupação porque sabiam da precariedade da condenação e da dificuldade para a manutenção da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem provas, eles temiam que o PT derrubasse a frágil “convicção” da força-tarefa com a narrativa de que ela era partidária e o julgador (bingo!) parcial.


As mensagens foram divulgadas na madrugada deste sábado (29) pelo site The Intercept Brasil. O pacote faz parte da oitava parte das reportagens iniciadas no dia 9 de junho.

O procurador Antônio Carlos Welter, no dia 31 de outubro de 2018, sintetiza o pensamento da força-tarefa numa mensagem: “Veja que um dos fundamentos do pedido feito ao comitê da Onu para anular o processo do Lula é justamente o de falta de parcialidade do juiz”, disse.

“E logo após as eleições ele é convidado para ser Ministro. Se aceitar vai confirmar para muitos a teoria da conspiração. Vai ser um prato cheio. As vezes, o convite, ainda que possa representar reconhecimento (merecido), vai significar para muita gente boa e imparcial, que nos apoia, sem falar da imprensa e o PT, uma virada de mesa, de postura, incompatível com a de Juiz”, continuou Welter.

O procurador Alan Mansur, no dia 1º de novembro de 2018, após a confirmação de Moro como superministro, avaliou: “Será ainda mais marcado por parcialidade. E sempre ficará o comentário, Moro fez tudo isso para assumir o poder.”

A procuradora Monique Cheker é bastante assertiva sobre as ilegalidades na Lava Jato, ao admitir a submissão da força-tarefa e afirmar que “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados.”

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A íntegra das novas e cabeludas mensagens trocadas entre integrantes da Lava Jato; confira

Cheker não deixa dúvidas acerca da condição bovina no Ministério Público Federal do Paraná. “Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar suas ideias, decide sem pedido do MP (variasssss vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela lava jato.”

Às suas ordens!

The Intercept: procuradores desnudaram Moro

O Brasil está em seu momento mais perigoso
“Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar com suas ideias, decide sem pedido do MP (várias vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”, disse a procuradora Monique Cheker, em mensagem revelada pelo site de Glenn Greenwald

30 de junho de 2019, 05:37 h
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O Brasil está em seu momento mais perigoso

Do Br2pontos – Novos diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil, divulgados na madrugada deste sábado 29, mostram uma troca de mensagens entre dois procuradores do Ministério Público Federal (MPF), que criticam as práticas do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quando atuava como juiz. Na conversa, Monique Checker, procuradora do MPF do Rio de Janeiro, diz que Moro “viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”.


Checker fez a declaração em uma conversa pelo aplicativo Telegram, em 1º de novembro de 2018, uma hora antes de Moro aceitar convite para se tornar ministro do governo Jair Bolsonaro. No trecho divulgado, ela interage com outro procurador, que diz, em mensagem transcrita pelo site: “Eu não confio no Moro, não. Em breve vamos receber cota de delegado mandando acrescentar fatos à denúncia. E, se não cumprirmos, o próprio juiz resolve”.

Checker afirma que pensa igual e acrescenta: “Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar com suas ideias, decide sem pedido do MP (várias vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela Lava Jato”.

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Liberação em larga escala de agrotóxicos no Brasil é preocupante


Desde o início deste ano, o governo federal já autorizou 239 agrotóxicos e outros 539 pedidos de registro já foram acatados.


O ano de 2019 pode bater recorde de aprovação de agrotóxicos, ultrapassando o ano de 2018, com maior registro de aprovações até então.
O ano de 2019 pode bater recorde de aprovação de agrotóxicos, ultrapassando o ano de 2018, com maior registro de aprovações até então. (Juan Carlos Ulate/Reuters)
Nunca se liberou tanto agrotóxico no país quanto no primeiro semestre de 2019. Esse presente de grego coloca a população na mira: substâncias altamente ou extremamente tóxicas estão sendo despejadas sobre nossas cabeças.
Mantendo o ritmo acelerado de aprovações de agrotóxicos, o governo liberou nessa segunda-feira, 24, mais 42 venenos no mercado brasileiro, totalizando 239 desde o começo de 2019. Esse volume de aprovações é inédito e preocupante.
Além dos 239 agrotóxicos já liberados, há 538 novos pedidos de registro acatados pelo novo governo. Se o ritmo de liberação seguir assim, podemos encerrar 2019 com novo recorde de aprovação de agrotóxicos, superando 2018 (maior registro de aprovações até então). 
A posição do governo em relação aos agrotóxicos tem sido uma afronta ao meio ambiente e uma ameaça não somente à saúde da população, como também à própria produção agrícola. É veneno que não acaba mais e um desrespeito sem tamanho à sociedade, que pede mais saúde e alimentos de verdade.
“O governo vem passando por cima da opinião pública e de órgãos de saúde, colocando em prática o pacote do veneno com simples canetadas. Já passamos de 200 aprovações de agrotóxicos neste ano. O país está inundado de veneno”, alerta Marina Lacôrte, da campanha de Alimentação e Agricultura do Greenpeace. 
“Dos novos produtos liberados nesta leva, há apenas um ativo inédito que é muito tóxico a organismos aquáticos. Já os outros produtos são variações de substâncias já aprovadas, que em nada agregam nem vão em direção a um cultivo mais sustentável. Pelo contrário, eles mantêm o sistema industrial vigente e consomem recursos que poderiam estar sendo direcionados para iniciativas melhores para nossa saúde e agricultura”.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é a maior defensora do pacote do veneno na Câmara junto a seus aliados ruralistas. Seu argumento de que a flexibilização na liberação de novos produtos permitiria agilidade no registro de moléculas menos tóxicas tem se mostrado uma grande conversa para boi dormir, já que, dos 239 agrotóxicos liberados em 2019, 43% são altamente ou extremamente tóxicos e a maior parte deles não tem nada de novo ou mais ‘moderno’, como costuma dizer. Além disso, de todos os produtos liberados até agora, 31% não são permitidos na União Europeia.
Para Marina Lacôrte, isso é escandaloso. “É a atitude mais atrasada que um governo pode tomar. É possível produzir sem agrotóxicos, em equilíbrio com o meio ambiente e respeitando a saúde das pessoas. Porém, cada vez mais venenos são impostos ao povo brasileiro e nossa agricultura fica cada vez mais insustentável, tornando-a inviável no longo prazo”.
Se de um lado a população tem sua saúde desrespeitada, de outro tem quem se beneficie desse casamento entre o governo e o veneno. O projeto de jornalismo investigativo Unearthed revelou que várias empresas estrangeiras fizeram do Brasil um destino de substâncias químicas proibidas em seus países de origem. Entre essas empresas estão as alemãs Helm e BASF e as recentemente compradas pela chinesa ChemChina Adama e Syngenta.
Segundo a Unearthed, desde 2016, a Helm registrou nove produtos no Brasil que não são permitidos na Alemanha. Em 2019, a Helm teve aprovado um agrotóxico com diquat no país, um produto químico perigoso que foi proibido na União Europeia no ano passado depois que a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) descobriu que ela pode prejudicar o sistema hormonal humano e é ameaça para aves e mamíferos.
A Syngenta é outra que se aproveita das regras mais frouxas no Brasil, de acordo com a Unearthead. A empresa vende, por exemplo, diversos produtos contendo atrazina, um herbicida que é proibido na União Europeia desde 2003, pode causar problemas cardíacos em humanos e estragos na vida sexual de sapos machos.
Agrotóxicos proibidos também na China foram aprovados recentemente no Brasil, como o acefato. A substância, banida na Europa há quase duas décadas, sofreu restrições de uso no país asiático em 2017. 
Alguns dos venenos liberados pelo governo em 2019:
2-4D – classificado como extremamente tóxico e provável carcinogênico, é um herbicida normalmente lembrado como um dos ingredientes do Agente Laranja, utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Em abril, produtores do Rio Grande do Sultiveram perdas estimadas em R$ 100 milhões por conta do uso da substância.
Acefato e atrazina – banidos na Europa, o primeiro foi associado a danos na fertilidade masculina e o segundo é conhecido por possíveis problemas cardíacos em humanos, além de prejudicar a vida sexual de sapos machos.
Dibrometo de diquate – considerado extremamente tóxico pela Anvisa, essa substância é letal se inalada.
Fipronil – banido na Europa desde 2013, tem alta toxicidade e letalidade para as abelhas, provocando danos à sua aprendizagem e memorização.
Glifosato – agrotóxico mais usado no mundo, é classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como potencialmente cancerígeno para humanos. Também é muito prejudicial às abelhas, pois altera a sua sensibilidade por açúcar e a habilidade de navegação, atrapalhando-as na busca por alimentos e no retorno à colônia.
Glufosinato de amônio – já foi associado a problemas reprodutivos em humanos.
Greenpeace, 25-06-2019.

sábado, 29 de junho de 2019

Datafolha já tira o sono de Bolsonaro


 Os bastidores da política aguardam uma “bombástica” pesquisa do Datafolha no sexto mês de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

As prévias dos institutos Ibope e Paraná Pesquisas mostraram esta semana que o capitão começou a beijar a lona, qual seja, sua popularidade despenca em velocidade de cruzeiro.

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Escândalos como o dos 39 kg de cocaína, proximidade com a milícia, laranjal no PSL, dentre outros, são somados à incompetência e à recessão econômica.

É nesse contexto que o Datafolha vem aí, segundo o mundo político.

Procurador atesta: mensagens sobre Moro são verdadeiras


Brasília: Ministro da Justiça Sergio Moro durante depoimento na CCJ dp senado.
Apesar da nota divulgada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que alerta sobre a impossibilidade de avaliar a veracidade das mensagens publicadas pelo The Intercept, um procurador da República confirmou ao jornal O Correio Braziliense que as mensagens sobre Moro são verdadeiras.


29 de junho de 2019, 21:30 h Atualizado em 29 de junho de 2019, 21:44
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Brasília: Ministro da Justiça Sergio Moro durante depoimento na CCJ dp senado.

247 -  Apesar da  nota divulgada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que alerta sobre a impossibilidade de avaliar a veracidade das mensagens publicadas pelo The Intercept, um procurador da República confirmou ao jornal O Correio Braziliense que as mensagens sobre Moro são verdadeiras.

A reportagem destaca que "integrantes da força-tarefa da Lava-Jato revelam preocupações com a possibilidade de que o então juiz Sérgio Moro aceitasse convite para compor a equipe de ministros do presidente Jair Bolsonaro. Nas mensagens publicadas, a procuradora Monique Cheker critica a condução dos processos da Lava-Jato pelo ministro na época em que ele era juiz no Paraná. "Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados", teria dito Monique. Em um grupo no aplicativo Telegram, os procuradores teriam demonstrado preocupação com o fato de Moro marcar encontros com o presidente Jair Bolsonaro após o resultado das eleições do ano passado."

A matéria ainda sublinha que "um dos que participam do diálogo é o procurador Alan Mansur, coordenador da Lava-Jato no Pará. Ele revela temor com a ida de Moro para o Ministério da Justiça. 'Tem toda a técnica e conhecimento para ser um excelente ministro da Justiça. E tentar colocar em prática tudo que ele acredita. Porém, o fato de ter aceitado, neste momento, entrar na política e desta forma, é muito ruim pra imagem de imparcialidade do sistema de justiça e MP em geral', disse."

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Violência contra crianças explode sob Bolsonaro


Crianças são expostas em 'desfile' de adoção em Cuiabá
A situação das crianças no Brasil atingiu seu pior momento na história; são 43,3% de crianças pobres ou 18,2 milhões de crianças de 0 a 14 anos; diante de um governo que mal se importa com esses dados, o problema da violência contra crianças fica dramático

29 de junho de 2019, 17:19 h Atualizado em 29 de junho de 2019, 17:36
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Crianças são expostas em 'desfile' de adoção em Cuiabá

247 - As crianças brasileiras passam pr um momento crítico. 43,4% das crianças do país vivem na pobreza, o que representa 18,2 milhões de crianças de 0 a 14 anos. Além disso, no Índice de Risco de Violência Contra Crianças, o Brasil fica em primeiro lugar na classificação “alto risco”. O ranking faz parte da pesquisa ‘Violência Contra Crianças e Adolescentes – Percepções Públicas no Brasil’, 
A reportagem do jornal GGN destaca que "a pesquisa entrevistou 5.826 pessoas, de 13 países, e analisou a porcentagem de crianças e adolescentes em risco em cada país. Considerando apenas a população classificada como em “alto risco”, o Brasil ficou em primeiro lugar, com 13%, seguido do México, com 11%."

E acrescenta: "considerando a população com risco alto e médio, o país que liderou o ranking foi o México, com 34% desse público em risco alto ou médio. Em seguida, vieram o Brasil, com 29%, a Guatemala (27%) e El Salvador (25%)."

Filme 'A Lei é para Todos' entra no rol de operações suspeitas, junto com a Lava Jato


Com o escândalo que desmoraliza a operação Lava Jato, o filme produzido no país que enaltecia a força-tarefa também entrou para o rol dos supeitos; deputados querem explicações sobre o acordo em forma de consultoria que teria sido firmado entre a PF e a produção do filme

Da Rede Brasil Atual - Os deputados federais pelo PT Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP) vão protocolar novo requerimento de informações ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre o envolvimento da Polícia Federal na produção do filme Polícia Federal – A Lei é para todos, que enaltece os agentes e a própria operação Lava Jato.  O pedido anterior, formalizado em fevereiro de 2017 à pasta e que continha ainda a assinatura do ex-deputado Wadih Damous(PT-RJ), ainda não foi atendido.

A retomada da apuração, segundo Teixeira, foi motivada pela divulgação, pelo Intercept Brasil, das conversas entre o ex-juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL), e o coordenador da operação, o procurador Deltan Dallagnol. A troca de mensagens pelo aplicativo Telegram demonstra que Moro dava as cartas na coordenação da Força Tarefa.

Os parlamentares querem explicações sobre o acordo em forma de consultoria que teria sido firmado entre a PF e a produção do filme. Na época, o produtor Tomislav Blazic e o diretor Marcelo Antunes chegaram a dizer em entrevista que, embora a polícia federal “não tem a tradição de ficar transmitindo informações, daquela vez tiveram interesse em torna-las públicas”. O ator Ary Fontoura, que interpretou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou à imprensa que a equipe teve acesso a arquivos da Polícia. Quem seriam os responsáveis pela abertura de informações?  Respaldados em qual legislação? Que equipamentos e armas do órgão teriam sido usados?

E mais: o fato da produção afirmar em entrevistas não ter dinheiro público envolvido, mas guardar sigilo quanto ao nome dos patrocinadores, não levantaria suspeitas sobre a procedência desse financiamento? A Polícia Federal sabe quem financiou o filme? Teve acesso à documentação da transação financeira para custear a produção? Qual o amparo legal para que uma atividade dessa natureza omita a origem dos recursos recebidos e guarde sigilo de seus patrocinadores?

Tamanho mistério sobre a identidade daqueles que teriam injetado os cerca de R$ 15 milhões correspondentes ao orçamento do longa metragem, tratado com naturalidade pelo produtor, ainda persiste sob o argumento do temor  de “patrulhamento ideológico”. Será?

Pista falsa
Em 27 de agosto de 2017, o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, noticiou que os financiadores de filme sobre a Lava Jato foram reunidos pela Saga Investimentos. E dava conta de que o grupo tinha sede em São Paulo. Dois dias depois, veículos da mídia alternativa publicaram reportagens sobre os supostos financiadores.

A empresa do setor financeiro informado por Jardim foi diretamente associada à Saga Investimento e Participações do Brasil S/A, comandada pelo empresário Sergio Antonio Garcia Amoroso. Com empresas no setor florestal, de mineração, celulose, agronegócio e financeiro entre outros, Amoroso rapidamente negou envolvimento. E afirmou haver outras empresas do mesmo ramo e com o mesmo nome.

Destaque da nota de Lauro Jardim, apontando financiamento para empresários ligados à Saga Investimentos, de Sérgio Amoroso

De fato. A reportagem da RBA encontrou a Saga Gestão de Investimentos Financeiros Ltda e a Sagapar Participações Ltda, ambas sediadas no mesmo endereço, na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro. Entre os sócios está o empresário Rafael Zingales Icaza. De acordo com a Receita Federal, ele tem participação em 19 empreendimentos no setor financeiro, imobiliário cultural e de entretenimento. A Delphos Produções Artísticas, Delphos Soluções Culturais, Core Bar e Eventos Ltda e a Cinesystem S.A.


As duas últimas têm particularidades curiosas. Localizada no Rio de Janeiro, a Core Bar é sócia da produtora do Polícia Federal – A Lei é para Todos New Cine & TV.  A reportagem tentou contato telefônico com a New Cine diversas vezes, mas as chamadas não foram atendidas.

Detalhe da ficha da empresa na Receita Federal

Mundo do cinema
Outra ligação de Icaza com o mundo do cinema é a sociedade na Cinesystem. Sediada em Maringá – coincidentemente a cidade natal do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro – a empresa é do ramo de salas de cinema em shoppings centers.

Aclamado pela imprensa conservadora como maior bilheteria nacional de 2017, o filme da Lava Jato vendeu 1,2 milhão de ingressos nas quatro primeiras semanas em cartaz. Mas não foi muito além. De acordo com o Observatório do Cinema e do Audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o público total foi de 1,36 milhão. A  arrecadação com a venda de ingressos não passou de R$ 21,5 milhões. O Tropa de Elite 2, por exemplo, vendeu mais de 11,14 milhões de ingressos. E arrecadou R$ 103,4 milhões.

O fracasso da película talvez explique a demora na continuidade da “trilogia”. Segundo a produção, o segundo filme da franquia mostraria o processo de impeachment que destituiu Dilma Rousseff (PT) mesmo sem ter cometido crime de responsabilidade. E o terceiro, teria como ápice a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018 na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba – a mesma que participou ativamente da produção de A Lei é para Todos.

Ou será a razão pela qual os investidores preferem se manter no anonimato? Por pouco o filme não fica no vermelho.



Em nota, Dilma Rousseff presta solidariedade a Jaques Wagner


Dilma
Dilma Em nota divulgada neste sábado (29), a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) repudia a nova denúncia divulgada pela Folha de S. Paulo de ilegalidades cometidas pelo chefe da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, que queria incriminar o senador Jaques Wagner (PT-BA) por uma “questão simbólica”. 

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Dallagnol queria ferrar Jaques Wagner, mostram diálogos vazados

“Manifesto minha solidariedade ao senador diante da revelação de mais uma perseguição indevida que reforça nossa convicção de que a conduta de Sérgio Moro, Deltan Dellagnol e alguns procuradores da Lava Jato é razão suficiente para anular processos e condenações forjadas com a máquina de mentiras da Lava Jato”, diz trecho da nota da ex-presidenta.

Confira a íntegra da nota:

O país descobre, hoje, mais um alvo da operação Lava Jato: o senador Jaques Wagner. Na Folha, são reproduzidos trechos inéditos do material do The Intercept, que revelam mais abusos e ilegalidades dos procuradores da República e de Sérgio Moro.

Queriam a todo custo incriminar o senador Jaques Wagner e submetê-lo a constrangimentos de operações de busca e apreensão.

Manifesto minha solidariedade ao senador diante da revelação de mais uma perseguição indevida que reforça nossa convicção de que a conduta de Sérgio Moro, Deltan Dellagnol e alguns procuradores da Lava Jato é razão suficiente para anular processos e condenações forjadas com a máquina de mentiras da Lava Jato.

O Judiciário não pode ser usado para perseguir adversários políticos, escolhidos como alvo fácil ao bel-prazer por agentes do Estado. A imparcialidade da Justiça é princípio básico do Estado Democrático de Direito o qual fundamenta que “todos somos iguais perante a lei”.

Quebrá-lo instaura o estado de exceção persecutório que atinge a todos os cidadãos.

Dilma Rousseff, ex-presidenta da República e vítima de golpe em 2016

Procuradora Laura Tessler chama Bolsonaro de Bozo: 'é muito mal visto'

https://www.brasil247.com/brasil/
Procuradora Laura Tessler
A nova reportagem do Intercept Brasil, divulgada na madrugada deste sábado (29), revela que a procuradora federal Laura Tessler se referiu ao então candidato Jair Bolsonaro como Bozo e achava péssima a possibilidade do à época juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, virar ministro de Bolsonaro. "Péssimo. E Bozo é muito mal visto… se juntar a ele vai queimar o Moro", escreveu

"Em mensagens trocadas com outros procuradores, Tessler afirmou que se Moro aceitasse ser ministro queimaria a Lava Jato e reforçaria a tese de que ele foi parcial nos processos contra o PT.  A procuradora Laura Tessler, também da força-tarefa, concordou com a avaliação: 'Tb acho péssimo. MJ nem pensar… além de ele não ter poder para fazer mudanças positivas, vai queimar a LJ. Já tem gente falando que isso mostraria a parcialidade dele ao julgar o PT. E o discurso vai pegar. Péssimo. E Bozo é muito mal visto… se juntar a ele vai queimar o Moro.' Viecili completou: 'E queimando o moro queima a LJ'. Outro procurador da operação, Antônio Carlos Welter, enfatizou que a postura de Moro era 'incompatível com a de Juiz'", revela a reportagem.

Laura Tessler é a mesma que, em revelação anterior do Intercept Brasil, feita por Reinaldo Azevedo, havia sido retirada da oitiva do ex-presidente Lula após Moro reclamar de seu desempenho. Nas mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, o primeiro se queixa da procuradora, cuja performance não lhe agradou, evidanciando mais uma vez o conluio entre Juízo e Procuradoria para condenar o ex-presidente Lula.

Filme 'Casal Improvável' vai além do romance


"Casal Improvável" passa por cima de alguns clichês da comédia romântica.


Seth Rogen e Charlize Theron em cena no filme 'Casal Improvável'.
Seth Rogen e Charlize Theron em cena no filme 'Casal Improvável'. (Divulgação/Copyright SND)
De um lado, Charlize Theron, linda, alta e loira. Do outro, Seth Rogen, com a barba desgrenhada, camiseta puída e umas gordurinhas saltando aqui e ali. Mas na comédia romântica "Casal Improvável", dirigida por Jonathan Levine, os dois não formam o casal improvável do título por causa de sua aparência. "Nem pensei na questão física", disse Rogen, que é um dos produtores, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em Los Angeles. "Queríamos apresentar ao público duas pessoas aparentemente incompatíveis que, no fim, são complementares uma à outra."
A incompatibilidade vem do fato de Charlotte Field (Theron) ser a poderosa Secretária de Estado americana - no Brasil equivalente a ministra das Relações Exteriores -, posição que foi ocupada na vida real por mulheres como Hillary Clinton, Condoleezza Rice e Madeleine Albright. E Fred Flarsky (Rogen) é um jornalista progressista e um tanto radical que acabou de ser demitido do jornal em que trabalhava. Os dois se conhecem de longa data - Charlotte costumava ser baby-sitter de Fred, que, pré-adolescente, nutria por ela uma paixão platônica. Reencontram-se numa festa, e ela resolve chamá-lo para sua campanha à presidência da República.
"Casal Improvável" passa por cima de alguns clichês da comédia romântica, como a do sujeito que não quer compromisso e é transformado ao encontrar a garota certa ou da mulher que até tem sua carreira, mas não hesita em abrir mão dela por amor. "Queríamos refletir o mundo em que vivemos", disse Charlize Theron. Num dado momento, os dois discutem a possível divulgação de um vídeo comprometedor. "As imagens no filme são absurdas, mas certamente casais já tiveram de debater esse tipo de coisa", afirmou Levine. "Mostramos ainda como é difícil ser uma mulher poderosa num clube do bolinha, e isso acontece não apenas na política."
"Casal Improvável" também era uma chance de, como tantas produções americanas no passado, usar a plataforma para fazer um comentário político - de leve. "Mas nosso filme é adjacente à realidade", explicou o diretor. "Não poderíamos ter uma comédia romântica baseada na realidade porque ela seria infundida pelo ódio e revolta que as pessoas sentem em relação à política americana hoje." Assim, Charlotte é secretária de Estado de um presidente (Bob Odenkirk) que brinca com um tipo meio Donald Trump, obcecado pelos holofotes, mas que não é realmente ele. "Queríamos que o filme fosse escapismo também. E mostrasse um mundo onde políticos ainda querem fazer a coisa certa", disse Levine.
Como no Brasil e em outros países do mundo, a população americana está dividida em dois campos. Uma das cenas mais engraçadas de "Casal Improvável" trata justamente desse abismo. "Eu acho que cada um tem uma posição pessoal sobre como lidar com isso, mas eu gosto que o filme coloca isso em discussão", afirma Rogen.
Tanto ele quanto Charlize Theron contaram que discutiram muito com os outros por causa de posições políticas. "Inclusive com minha mãe", disse a atriz. "Para ela, eu não podia criticar nada nos Estados Unidos porque era muito melhor que a África do Sul, de onde viemos."
Quando Seth Rogen, canadense, chegou ao país vizinho, sentiu-se muito mais à esquerda do que o mais esquerdista dos americanos. "Eu era basicamente comunista", disse, rindo. "Me vi em muitos conflitos com pessoas progressistas. Então logo percebi que, estar do mesmo lado ou não, independe, e que é possível ultrapassar certas rusgas e continuar amigo de pessoas que não estão do mesmo lado." Com graça e leveza, "Casal Improvável" mostra como isso pode ser possível.
Agência Estado

Procuradores questionam ida de Moro para o governo: ' Viola sempre o sistema acusatório'

Os procuradores também ficaram irritados com a postura da esposa de Moro na noite do segundo turno das eleições. Rosângela comemorou explicitamente a vitória de Bolsonaro nas redes sociais.


Sergio Moro (d) aceitou convite para ser ministro de Bolsonaro dias após a eleição
Sergio Moro (d) aceitou convite para ser ministro de Bolsonaro dias após a eleição (Carolina Antunes/PR)
Novas conversas privadas atribuídas a integrantes da Lava Jato mostram que os procuradores reclamaram de violações éticas cometidas pelo então juiz Sergio Moro, especialmente pelo fato de ele ter aceitado, logo após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo. O conteúdo das novas supostas trocas de mensagens foi divulgado na madrugada deste sábado (29) pelo site The Intercept Brasil
“Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, disse a procuradora Monique Cheker em 1º de novembro, pouco antes de o ex-juiz anunciar ter aceito o convite de Jair Bolsonaro.  
Até Deltan Dallagnol mostrou insegurança com a decisão de Moro. “Temos uma preocupação sobre alegações de parcialidade que virão”, disse em outro chat.
Segundo o The Intercept Brasil, as informações fazem parte um lote de arquivos enviados por uma fonte anônima há algumas semanas para a empresa de comunicação, contendo mensagens de texto, áudio e vídeo trocadas entre 2015 e 2018 pelo aplicativo Telegram.  As conversas divulgadas neste sábado  estão na oitava parte de um conteúdo gigantesco que o site garante possuir. Tanto o ministro quanto os procuradores alegam não reconhecer a veracidade das conversas e condenam a invasão 'criminosa' de celulares.
Os supostos diálogos postados neste sábado (29) mostram que integrantes da força-tarefa da Lava Jato e outros procuradores avaliaram que a atuação política do atual ministro deixava sobre eterna dúvida a legitimidade e o legado da operação. 
Segundo o Intercept, a possível ida de Moro para o governo Bolsonaro começou a ser questionada em 31 de outubro, um dia antes do anúncio do então juiz. A procuradora Jerusa Viecili, integrante da força-tarefa em Curitiba, escreveu no grupo Filhos do Januario 3: “Acho péssimo. Só dá ênfase às alegações de parcialidade e partidarismo.”
A procuradora Laura Tessler, também da força-tarefa, reforçou: “Tb acho péssimo. MJ nem pensar… além de ele não ter poder para fazer mudanças positivas, vai queimar a LJ. Já tem gente falando que isso mostraria a parcialidade dele ao julgar o PT. E o discurso vai pegar. Péssimo. E Bozo é muito mal visto… se juntar a ele vai queimar o Moro.” Viecili completou: “E queimando o moro queima a LJ”. Outro procurador da operação, Antônio Carlos Welter, enfatizou que a postura de Moro era “incompatível com a de Juiz”:
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1º de novembro - dia que ficou claro que Moro seria ministro da Justiça:
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1º de novembro - Moro confirmado:

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Dias depois de Moro ter aceitado o convite de Bolsonaro, Deltan Dallagnol confessou estar preocupado com os danos causados à credibilidade da Lava Jato.
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