domingo, 31 de março de 2019

PLANALTO DIVULGA VÍDEO QUE EXALTA O GOLPE MILITAR

BOLSONARO ABRE ESCRITÓRIO EM JERUSALÉM E FERRA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

Alan Santos - PR

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, anunciou que o governo Jair Bolsonaro abrirá um escritório diplomático em Jerusalém como extensão da embaixada em Tel-Aviv; iniciativa pode prejudicar o Brasil porque na prática o Bolsonaro reconhece Jerusalém como território de Israel; postura do chefe do Planalto pode afetar as exportações para todos os países árabes, que defendem um estado palestino na região; além disso, trata-se de desperdício de dinheiro público porque toda a atividade empresarial de Israel se concentra em Tel Aviv.
https://www.brasil247.com/

OLP: JERUSALÉM ORIENTAL É TERRITÓRIO PALESTINO E VISITA DE BOLSONARO É 'INACEITÁVEL'

Charge: 64, #ditaduranuncamais


https://www.brasil247.com/pt/247/charges/388738/64.htm

CHARGES: Golpe militar de 64


http://domtotal.com/charge/2540/2019/03/golpe-militar-de-64/

DILMA NOS 55 ANOS DO GOLPE: DIA DE LUTO E DE LUTA

Irmã morte

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Trágica é a morte quando fruto da imprudência, da violência, da irresponsabilidade dos humanos.
A morte, em si, não é uma tragédia. Trágicas são certas formas pelas quais ela acontece.
A morte, em si, não é uma tragédia. Trágicas são certas formas pelas quais ela acontece. (Pixabay)
Por Evaldo D' Assumpção*

No penúltimo verso do Cântico das Criaturas, composto por São Francisco de Assis, ele exalta: “Louvado sejas, meu Senhor, pela Irmã nossa, a morte corporal, da qual nenhum homem vivente pode escapar”. E por ela ser um fato humano, uma realidade inexorável, em seu cântico ele a coloca junto com seus outros “irmãos e irmãs”, porquanto obras do mesmo criador: o sol, a lua, a terra com suas flores e frutas, as estrelas e o vento, a água cristalina e cantante. Para ele, a morte não é um mal, nem uma inimiga execrável, da qual não se deve nem falar. “Dá azar!” alguns acreditam. “Falar dela, a atrai”, afirmam outros.                      

Quando em 1978 tive meu primeiro contato com a Tanatologia, ciência que estuda os comportamentos diante da morte, com aplicação prática no cuidado dos enfermos em fase terminal de sua doença e na assistência aos enlutados, fiquei fascinado com esse trabalho, especialmente na importância que tinha para a melhora significativa da relação médico-paciente, e nos cuidados dos médicos para consigo mesmos. Aprofundei-me no seu estudo e tornei-me um dos pioneiros nesse campo, em nosso país. Nos Estados Unidos e na Europa, ele já era feito e crescia geometricamente, desde o final dos anos 60.

Comecei a divulgá-lo através de artigos publicados em revistas leigas e médicas, em palestras e cursos, e em diversos livros, como o “Sobre o viver e o morrer” e “O Luto” (Ed. Vozes). Pouco tempo depois, alguns colegas passaram a comentar jocosamente essa minha dedicação à Tanatologia (tanatos = morte, logia = estudo), apelidando-me de “Doutor Morte” ou então de “O médico amigo da morte”. Uma evidente ironia para disfarçar seus próprios medos. Descobri então que médicos e sacerdotes costumam ser mais temerosos da morte do que qualquer outro. Fazendo palestras em hospitais, com auditórios lotados de enfermeiras e assistentes sociais, observava a pequena presença de médicos. Geralmente estavam ausentes aqueles dos comentários irônicos. Perguntando-lhes por que não participavam, sempre tinham uma desculpa. E, como o desconhecimento é o maior responsável pelos medos e angústias, eles se privavam de superar o verdadeiro pânico de que padeciam com relação a nossa irmã morte. Por outro lado, os que estavam presentes nos seminários e palestras, frequentemente davam-me gratificantes retornos, dizendo o quanto aprenderam, e como fora libertador para eles eliminar preconceitos e temores, em sua convivência quase diária com situações de perdas e morte.

A morte, em si, não é uma tragédia. Trágicas são certas formas pelas quais ela acontece. Trágicas são as mortes precoces; trágicas elas são quando fruto de omissões dos poderes públicos, da carência ou ausência de cuidados médico-hospitalares adequados; trágicas são as decorrentes da fome e da miséria. Enfim, trágica é a morte quando fruto da imprudência, da violência, da irresponsabilidade dos humanos. Já a morte como fase final do transcorrer da vida, essa não deve ser estigmatizada, pois a vida é um dom imensurável, contudo já vem com data de vencimento. Não falo de destino nem de predeterminação, pois neles não acredito, mas das naturais etapas que temos de percorrer. Nascemos, aproveitamos nossa infância, saboreamos a juventude com suas dúvidas e naturais limitações, chegamos à fase adulta, quando podemos compartilhar tantos frutos que colhemos das semeaduras feitas ao longo de nossa caminhada. Entramos então no período da envelhecência, quando desfrutamos da sabedoria que somente os anos conseguem nos proporcionar, até chegar à senescência, que para alguns pode durar vários anos, e para outros nem tanto. Mas toda forma de vida tem, natural e inevitavelmente, as etapas do nascer, desenvolver e morrer. Sendo assim, não devemos encarar nenhuma delas como anormal. Pelo contrário, devemos aproveitar intensamente cada uma, e quando completar o ciclo, abraçar a irmã morte como a plena realização de uma vida. Quem o faz, tem uma passagem, uma transformação, um encantamento, como disse Guimarães Rosa – dê a ela o nome que quiser – tranquila e sem maior sofrimento pela sua ocorrência. O sofrimento, geralmente é devido a enfermidades dolorosas, deformantes, limitantes, mas não pela morte em si.

Sofrimentos maiores decorrem do apego desmedido que muitos desenvolvem, acreditando que são donos de tudo, controladores de tudo, senhores de tudo. Mas a morte não toma o menor conhecimento de nossa tecnologia sofisticada, de nossas veleidades, desse nosso pavor de perder o que tolamente julgamos ser posse inteiramente nossa. Ela reina absoluta, no seu tempo.

Mas existe também o sofrimento pela perda do outro. Esse, também causado pelo apego – pois temos o péssimo hábito de confundi-lo com o amor – e quanto maior o sentimento de posse, maior será a dor da perda. Para quem assimilou a essência do amar, quem tem a certeza de que amar é querer o bem do outro, é fazer o possível para que o outro seja feliz, tendo a certeza de que a felicidade do outro é a minha felicidade, esse sofre sim, a perda de quem ama. Mas é um sofrimento que rapidamente se transforma, de uma saudade dolorosa, numa saudade gostosa. Iremos nos lembrar sim, da pessoa amada, mas nem por isso deixando de usufruir plenamente a nossa própria vida que continua, pois para sermos felizes é que fomos criados, e existimos.

Nesse tempo de quaresma, em que os que creem meditam sobre o maior ato de amor da história, que foi o doar da própria vida pela vida dos outros, temos uma ótima oportunidade para refletir sobre tudo isso. Refletir sobre qual é o nosso relacionamento com a irmã morte, superando assim nossos medos e angustias, nossa dor e sofrimento pelas perdas que tivermos.

*Evaldo D' Assumpção é médico e escritor

Com os braços sempre abertos

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A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-3.11-32.
O relato descreve com todos os detalhes o encontro surpreendente do pai com o filho que abandonou o lar.
O relato descreve com todos os detalhes o encontro surpreendente do pai com o filho que abandonou o lar. (Pixabay)
Por José Antonio Pagola*

Para não poucos, Deus é tudo menos alguém capaz de colocar alegria na sua vida. Pensar nele traz-lhes más recordações: no seu interior se desperta a ideia de um ser ameaçador e exigente, que torna a vida mais fastidiosa, incômoda e perigosa.

Pouco a pouco prescindiram dele. A fé foi “reprimida” no seu interior. Hoje não sabem se acreditam ou não acreditam. Ficaram sem caminhos para
Deus. Alguns recordam ainda a “parábola do filho pródigo”, mas nunca a ouviram nos seus corações.

O verdadeiro protagonista desta parábola é o pai. Por duas vezes repete o mesmo grito de alegria: ”Este meu filho estava morto e voltou à vida: estava perdido e nós o encontramos”. Este grito revela o que está no coração de seu pai. Esse pai não se importa com a sua honra, os seus interesses ou com o tratamento que os seus filhos lhe dão. Nunca usa uma linguagem moral. Pensa apenas na vida do seu filho: que não seja destruído, que não fique morto, que não viva perdido sem conhecer a alegria da vida.

O relato descreve com todos os detalhes o encontro surpreendente do pai com o filho que abandonou o lar. Estando ainda longe, o pai ”viu-o” chegar
cheio de fome e humilhado, e comoveu-se até às entranhas. Esse olhar bom, cheio de bondade e compaixão é o que nos salva. Só Deus nos olha assim.

Então ”começa a correr”. Não é o filho que volta para casa. É o pai que sai a correr e procura o abraço com mais ardor que o próprio filho.
”Atirou-se ao pescoço e começou a beijá-lo”. Assim está sempre Deus. Correndo com os braços abertos para aqueles que voltam para Ele.

O filho começa a sua confissão: preparou longamente no seu interior. O pai interrompe-o para poupá-lo de mais humilhações. Não lhe impõe qualquer
castigo, não lhe exige nenhum rito de expiação; não lhe impõe nenhuma condição para recebê-lo em casa. Só Deus acolhe e protege assim os pecadores.

O pai só pensa na dignidade de seu filho. Tem de agir depressa. Manda trazer o melhor vestido, o anel do filho e as sandálias para entrar em casa.
Assim, será recebido num banquete realizado em sua honra. O filho deve conhecer junto com o seu pai a vida digna e feliz que ele não pôde desfrutar
longe dele.

Quem ouve esta parábola do lado de fora não entenderá nada. Continuará a caminhar pela vida sem Deus. Quem a escuta no seu coração, talvez chore
de alegria e gratidão. Sentirá pela primeira vez que o mistério final da vida é Alguém que nos acolhe e nos perdoa porque só quer a nossa alegria.

*José António Pagola é padre e tem dedicado a sua vida aos estudos bíblicos, nomeadamente à investigação sobre o Jesus histórico. Nascido em 1937, é licenciado em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (1962), licenciado em Sagradas Escrituras pelo Instituto Bíblico de Roma (1965), e diplomado em Ciências Bíblicas pela École Biblique de Jerusalém (1966). Professor no seminário de San Sebastián (Espanha) e na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha (sede de Vitória), foi também reitor do seminário diocesano de San Sebastián e vigário-geral da diocese de San Sebastián.

FOLHA ANTECIPA ANO PERDIDO E ADIA 'RETOMADA' QUE VIRIA APÓS GOLPE CONTRA DILMA

 PR | Reuters
PR | Reuters
A tal 'confiança empresarial', que voltaria com o golpe de 2016, também não retornou ao Brasil após a eleição de Jair Bolsonaro. É o que aponta a manchete principal da Folha de S. Paulo neste domingo. "Passado o primeiro trimestre do ano, o setor empresarial abandona a expectativa de viver uma retomada vibrante em seus negócios ainda em 2019. Sedimenta-se a certeza de que o crescimento vai ficar para 2020, principalmente no setor industrial", aponta a reportagem.

Papa Francisco: Os migrantes não são "descarte humano" e estão no coração da Igreja

Papa Francisco no encontro com migrantes na sede da Cáritas, no Marrocos. Foto: Captura de vídeo / 
RABAT, 30 Mar. 19 / 04:00 pm (ACI).- No último compromisso do primeiro dia de sua viagem apostólica ao Marrocos, o Papa Francisco se encontrou com cerca de 80 migrantes africanos atendidos pela Cáritas Diocesana, em Rabat, e assegurou-lhes que não são um "descarte humano", mas estão "no coração da Igreja".

Assim que chegou à sede, o Santo Padre escutou o testemunho de Abena Banyomo Jackson, jovem nascido em uma pequena aldeia dos Camarões, que chegou ao Marrocos depois de atravessar vários países e passar por diferentes espaços para refugiados com a esperança de chegar à Europa para conseguir um futuro melhor e recursos para ajudar sua família.

Mas sua vida mudou quando conheceu um sacerdote, que "me acolheu em sua casa, a Igreja, e me deu um novo ânimo". Com o passar do tempo, decidiu ficar no Marrocos e, depois de regularizar sua situação, começou a trabalhar com a Cáritas para ajudar outros migrantes.

"Hoje eu quero te agradecer do fundo do meu coração, a Igreja me acolheu e cuidou de mim como uma mãe, com paz e com amor", disse ao Papa.

O Santo Padre também viu a apresentação de danças de um pequeno grupo de crianças africanas.


Falando aos migrantes, o Papa desatacou que este encontro é "ocasião para expressar a minha proximidade a todos vós e, juntamente convosco, debruçar-me sobre uma ferida, grande e grave, que continua a afligir os inícios deste século XXI".

Esta ferida, reafirmou, "brada ao céu, e por isso não queremos que a indiferença e o silêncio sejam a nossa resposta".

"E, mais ainda, quando se constata que são muitos milhões os refugiados e outros migrantes forçados que pedem a proteção internacional, sem contar as vítimas do tráfico e das novas formas de escravidão nas mãos de organizações criminosas. Ninguém pode ficar indiferente perante este sofrimento".

O Papa destacou que "muitos passos positivos foram dados em diferentes áreas, especialmente nas sociedades desenvolvidas, mas não podemos esquecer que o progresso dos nossos povos não se pode medir apenas pelo desenvolvimento tecnológico ou econômico".

"Como se torna deserta e inóspita uma cidade, quando perde a capacidade da compaixão! Uma sociedade sem coração... uma mãe estéril", expressou.

O Santo Padre destacou aos migrantes: "Não estais marginalizados, mas no centro do coração da Igreja".

"Queridos amigos migrantes, a Igreja é sabedora das angústias que marcam o vosso caminho e sofre convosco. Ao encontrar-vos nas vossas situações tão diferenciadas, ela pretende lembrar que Deus quer vivificar a todos nós”, assinalou.

"Ela deseja estar ao vosso lado para construir convosco o que for melhor para a vossa vida. Com efeito, todo o ser humano tem direito à vida, todo o ser humano tem o direito de ter sonhos e poder encontrar o seu justo lugar na nossa ‘casa comum’! Toda a pessoa tem direito ao futuro".

O Papa também agradeceu "a todas as pessoas que estão ao serviço dos migrantes e refugiados em todo o mundo, e hoje particularmente a vós, operadores da Cáritas, que tendes a honra de manifestar o amor misericordioso de Deus a tantos nossos irmãos e irmãs em nome de toda a Igreja".

"O Senhor, que durante a sua vida terrena viveu na própria carne a angústia do exílio, abençoe a cada um de vós, vos dê a força necessária para não desanimardes e para serdes uns para os outros ‘porto seguro’ de acolhimento", concluiu.

O Santo Padre presenteou a Cáritas com uma imagem de Nossa Senhora esculpida em ônix rosa, artesanato toscano.

Domingo da Quaresma


REDAÇÃO CENTRAL, 31 Mar. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 31 de março, a Igreja celebra o quarto Domingo da Quaresma. No Evangelho de hoje, retirado de Lucas 15,1-3.11-32, Jesus conta a parábola do Filho Pródigo.

A seguir, leia e reflita o Evangelho deste quarto Domingo da Quaresma:

Lc 15,1-3.11-32

Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então Jesus contou-lhes esta parábola:

11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles.


13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.

15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.

17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.

20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos.

21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.

22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.

25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo.

27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’.

28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’.

31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’”.

sábado, 30 de março de 2019

PAULO COELHO NARRA TORTURA E ESTRAGA A “FESTA” DE BOLSONARO

BOLSONARO EM ISRAEL: UMA VIAGEM INÚTIL

Papa Francisco já está no Marrocos

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O pontífice acabou de chegar no aeroporto da cidade de Rabat, no Marrocos, onde inicia a sua viagem apostólica de número 28.
O Papa Francisco chegou ao Marrocos, embaixo de chuva, mas com o sorriso de "Servidor da Esperança". O avião decolou do Aeroporto Internacional de Fiumicino pouco antes das 11h (horário italiano) e chegou às 13h50 no aeroporto de Rabat. O Núncio Apostólico Dom Vito Rallo e o chefe do Protocolo subiram a bordo do avião para saudar o Pontífice que, ao descer, foi acolhido pelo Rei Mohammed VI e por crianças que estavam vestidas com trajes típicos - que ofereceram flores. No Salão Real do aeroporto, para um momento rápido, foram oferecidos produtos típicos locais ao Pontífice, como tâmaras e leite de amêndoas.

Uma cerimônia oficial de boas-vindas também será realizada na praça diante do Palácio Real, com a apresentação das delegações e os primeiros discursos oficiais. Depois, Francisco fará uma visita de cortesia ao rei Mohammed VI e, então, irá se deslocar à esplanada da Mesquita Hassan para encontrar a comunidade local e autoridades.
https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-03/papa-francisco-viagem-marrocos-papmar0.html

AGRESSÃO E VIOLÊNCIA INOMINÁVEIS

Charge: Discrepâncias


http://domtotal.com/charge/2539/2019/03/discrepancias/

VÉLEZ RODRÍGUEZ A GRIPAR

Papa aprova nova lei sobre proteção de menores e pessoas vulneráveis

Orientações para o Estado do Vaticano e Cúria Romana sublinham obrigatoriedade da denúncia e afastamento de pessoas envolvidas em casos de abusos

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Cidade do Vaticano, 29 mar 2019 (Ecclesia) – O Papa aprovou a primeira nova lei sobre a proteção de menores e pessoas vulneráveis no Estado do Vaticano e na Cúria Romana, com normas que sublinham a obrigatoriedade da denúncia e afastamento de pessoas envolvidas em casos de abusos.

“Que amadureça em todos a consciência do dever de denunciar os abusos às autoridades competentes e de cooperar com eles em atividades de prevenção e combate”, apela Francisco.

O ordenamento jurídico, acompanhado por um conjunto de diretrizes, surge na sequência da cimeira mundial convocada pelo pontífice, entre 21 e 24 de fevereiro, com responsáveis de conferências episcopais e institutos religiosos.

O Papa assina uma Carta Apostólica, na forma de ‘Motu Proprio’ (documento de iniciativa pontifícia), para acompanhar a Lei CCXCVII sobre proteção de menores e pessoas vulneráveis no Estado da Cidade do Vaticano e na Cúria Romana, sublinhando a necessidade de “criar um ambiente seguro” para todos.

“Isto requer uma conversão contínua e profunda, na qual a santidade pessoal e o compromisso moral podem contribuir para promover a credibilidade do anúncio do Evangelho e renovar a missão educativa da Igreja”, escreve.

Francisco assume a intenção de “reforçar ainda mais o quadro institucional” para prevenir e combater qualquer forma de violência física ou mental ou abuso, negligência, abuso ou exploração.

As novas orientações determinam que “qualquer abuso ou maus-tratos” contra menores ou contra pessoas vulneráveis sejam “eficazmente” investigado, respeitando o direito da vítima e suas famílias a ser “acolhido, ouvido e acompanhado”.

Francisco determina que as vítimas tenham o devido “apoio espiritual, médico, psicológico e legal” e recorda a importância de que aos acusados seja garantido o direito a um “julgamento justo e imparcial”, em conformidade com a presunção de inocência, bem como aos “princípios de legalidade e proporcionalidade entre o crime e a sentença”.

A pessoa condenada por ter abusado de uma criança ou de uma pessoa vulnerável seja removida de suas funções e, ao mesmo tempo, receba apoio adequado para a reabilitação psicológica e espiritual, também para fins de reintegração social”.

O Papa sublinha a obrigatoriedade de “apresentação de denúncia promotor de justiça no tribunal do Estado da Cidade do Vaticano” a todos aqueles que, no exercício das suas funções, tenham “notícia ou motivos razoáveis para acreditar que uma criança ou uma pessoa vulnerável” foi vítimas de abusos.

“Na seleção e recrutamento de pessoal da Cúria Romana e de instituições ligadas à Santa Sé, bem como daqueles que colaboram numa base voluntária, deve ser verificada a idoneidade do candidato para interagir com menores e pessoas vulneráveis”, acrescenta o texto.

O alargamento da prescrição para 20 anos, “em caso de ofensa a um menor”, a partir do momento em que este completa 18 anos de idade, seguindo o Direito Canónico, é uma das novidades no ordenamento jurídico do Estado da Cidade do Vaticano.

A lei prevê sanções para responsáveis que omitam a denúncia às autoridades judiciais, com exceção do “sigilo sacramental”, isto é, do segredo de Confissão.

Essa obrigação estende-se a todos os funcionários do Estado do Vaticano e da Cúria Romana, bem como diplomatas ao serviço das nunciaturas (embaixadas da Santa Sé).

As normas preveem a criação de um “serviço de acompanhamento” para as vítimas, com assistência médica e legal.

O ‘Motu Proprio’ e a Lei CCXCVII são acompanhados por um conjunto de diretrizes pastorais, as quais assinala, que “os agentes, colaboradores e voluntários que souberem de abusos devem informar o vigário-geral”, por escrito, a fim se de comunicar essa denúncia ao promotor de justiça do tribunal do Estado da Cidade do Vaticano.

Quando a denúncia não for “manifestamente infundada”, o vigário-geral comunica-a diretamente ao tribunal e afasta o alegado autor dos factos “das atividades pastorais do Vicariato”.

O novo quadro jurídico entra em vigor a 1 de junho de 2019.

OC

Notícia atualizada às 11h55

No decorrer dos procedimentos, ter-se-á o cuidado de:
a) trabalhar para a cura de todas as pessoas envolvidas;
b) recolher o depoimento da pessoa ofendida, sem demora e segundo as modalidades adequadas ao fim;
c) encaminhar a pessoa ofendida para o Serviço de Acompanhamento administrado pelo Departamento de Saúde e Higiene;
d) ilustrar à parte lesada quais são os seus direitos e como aplicá-los, incluindo a possibilidade de apresentar provas e pedir para ser ouvido, diretamente ou através de um intermediário;
e) informar a parte lesada, se assim o solicitar, dos resultados das várias fases do processo;
f) encorajar a pessoa lesada a recorrer à assistência de conselheiros civis e canónicos;
g) preservar a pessoa lesada e sua família de qualquer intimidação ou retaliação;
h) proteger a imagem e a esfera privada, bem como a confidencialidade dos dados pessoais da parte lesada.
Diretrizes do Vicariato do Vaticano para a proteção de menores e pessoas vulneráveis

Ceará: Estado de homenagear torturadores

POLÍTICA
Resultado de imagem para Ceará proíbe o Estado de homenagear torturadoresCeará possui uma lei que proíbe o Estado de homenagear torturadores

 DE ALEXANDRE PUTTI   28 DE MARÇO DE 2019

A maior polêmica da semana, até agora, se deu pelo fato de o presidente Jair Bolsonaro incentivar os quartéis do exército a comemorar o dia em que aconteceu o golpe militar no Brasil. Aquele 31 de março de 1964 que o país recorda justamente para que nunca mais se repita.

Após 21 anos de ditadura e com o processo de redemocratização, é a primeira vez que um chefe do Executivo ousa incentivar esse tipo de comemoração. Jair Bolsonaro é um ex-militar e sempre fez elogios ao regime. “Não houve ditadura, mas alguns probleminhas”, disse o presidente na quarta-feira 27.

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➤ Leia também: Vítimas da ditadura querem barrar homenagens de Bolsonaro ao golpe

No Ceará, porém, o tom é outro. O Estado tem uma lei, de janeiro deste ano, que proíbe a administração pública de homenagear qualquer pessoa que tenha seu nome no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, documento divulgado em 2014 com os envolvidos nas torturas e mortes do regime.

O autor do projeto foi o deputado federal Renato Roseno (PSOL). Ele conta que ficava indignado ao ver prédios públicos, como escolas, levando nome de ditadores. “Ter acesso à verdade, cultivar a memória e realizar a reparação dos crimes de Estado é pressuposto para a democracia. Um dos elementos é a memória do que deve ser celebrado ou não”, afirmou.

➤ Leia também: Ministério Público: celebrar ditadura é crime de responsabilidade


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➤ Leia também: Exército envia ofício aos quartéis e mantém comemoração do golpe de 64

O projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa no final de dezembro e sancionado pelo governado do estado, Camilo Santana (PT), em janeiro. Roseno conta que a matéria passou por resistência dentro da casa. A  ideia inicial era rebatizar os locais que traziam nomes de torturadores, mas esse ponto foi retirado e a lei aprovada sem essa cláusula.

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Que fique claro: o projeto proíbe o Estado de prestar homenagens a torturadores. O caso sugerido por Bolsonaro não se encaixa nesta lei, porque seria uma homenagem ao regime como um todo. Mas o fato de não ser ilegal não diminui o absurdo. “É um desrespeito, inclusive aos mais de 7 mil militares cassados e perseguidos pelo regime por não concordarem com a ditadura”, diz o deputado.

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Por que nossas orações devem ser curtas? São Bento explica

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Romaset | Shutterstock

São Bento diz que, acima de tudo, nossas orações devem ser autênticas

No século VI, São Bento, o pai da vida monástica ocidental, formulou uma regra específica para seus monges. No documento, ele aconselha os religiosos a fazer orações curtas: 
“A oração deve, portanto, ser curta e pura, a menos que seja prolongada sob a inspiração da graça divina. Na comunidade, no entanto, a oração deve ser sempre breve; e quando o superior dá o sinal, todos devem se levantar juntos.”
Isto não significa, entretanto, que os monges não devessem rezar por longos períodos de tempo.
De acordo com o comentário de um beneditino:
 Depois de fazer uma oração, então uma pessoa rezou no coração e isso foi considerado ‘oração’. Assim, em algumas das tradições primitivas, após cada Salmo havia um curto período para este grito espontâneo do coração ao Senhor. É essa oração que deve ser mantida: curta e pura – e não prolongada. Tentativas de prolongar tal oração são, geralmente, apenas encenações, não a realidade”.
São Bento queria que seus monges rezassem com seus corações, não para chamar a atenção dos outros. Como ele escreveu na mesma Regra, “devemos saber que Deus considera nossa pureza de coração e lágrimas de compunção, não nossas muitas palavras”.
Neste sentido, a Regra de São Bento não se aplica apenas às orações feitas em público, mas também em nossas orações particulares, ditas no conforto de nossa própria casa. A oração não deve ser focada na duração, mas no coração.
Deus quer ouvir as orações que vêm do mais profundo dos nossos corações. Quando fazemos isso, nós O convidamos a entrar em nossas vidas e permitimos que ele sonde as nossas feridas mais profundas. Ele é o “Médico Divino” e pode nos curar quando abrimos nossos corações a Ele.
Portanto, vamos tomar o conselho de São Bento e focar nossa oração na autenticidade e não na quantidade de palavras..

https://pt.aleteia.org/2019/03/29/por-que-nossas-oracoes-devem-ser-curtas-sao-bento-explica/

Amor e serviço: 470 anos dos jesuítas no Brasil

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Desde que chegou ao país, a Companhia de Jesus tem contribuído para a formação cultural do povo brasileiro, sobretudo por meio da educação.
A missão dos jesuítas se configura, segundo a dinâmica do amor e do serviço, na busca por discernir, em todas as coisas, a vontade de Deus
A missão dos jesuítas se configura, segundo a dinâmica do amor e do serviço, na busca por discernir, em todas as coisas, a vontade de Deus (Karine Viana/Palácio Piratini)
“Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade,
minha memória, minha inteligência e toda a minha
vontade, tudo o que tenho e possuo.
De vós recebi, a vós, Senhor, restituo. Tudo é vosso;
disponde de tudo inteiramente, segundo a vossa vontade.
Dai-me o vosso amor e graça, que esta me basta”
Santo Inácio de Loyola

 Por Felipe Magalhães Francisco*
A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, barba, óculos e close-up"Em tudo amar e servir" é uma inspiração-lema que sintetiza o carisma da Companhia de Jesus, bem como de leigos e leigas que bebem na fonte da espiritualidade inaciana. Amor e serviço são o resumo daquilo que Jesus pratica e ensina aos seus discípulos, no Evangelho: eis a base que deve sustentar aqueles e aquelas que dedicam sua vida a viver segundo o Reinado de Deus. A disponibilidade para o Reinado pressupõe amor; e esse amor nos impulsiona ao serviço dos irmãos e irmãs, para que também experimentem a graça de contemplarem a chegada desse Reinado. A missão dos jesuítas se configura, segundo a dinâmica do amor e do serviço, na busca por discernir, em todas as coisas, a vontade de Deus. Adentrar em profundidade nos mistérios da vida de Jesus Cristo, para alcançar o amor: esse é o itinerário espiritual proposto por Inácio de Loyola, e que perdura como proposta fecunda no processo de amadurecimento da fé de muitos cristãos e cristãs.

Desde sua chegada ao solo brasileiro, em 29 de março de 1549, nesta sexta-feira a exatos 470 anos, os jesuítas têm contribuído para a formação cultural do povo brasileiro, sobretudo por meio da educação, tal como registra a História do Brasil. História, aliás, eminentemente marcada pela influência e participação da Companhia de Jesus. No que diz respeito à teologia, os jesuítas assumem a vanguarda do pensamento teológico e muito têm contribuído para a formação de bons quadros no clero católico, bem como para a formação de leigos e leigas, com perspectivas de uma formação ecumênica e dialógica.

No atual cenário do Brasil, perspectivas importantes se abrem para a missão jesuíta. A teologia precisa continuar na vanguarda, contribuindo para a solidez da fé de cristãos e cristãs, quando a tendência à alienação e à infantilização da experiência religiosa nos conduz ao obscurantismo da fé. A espiritualidade inaciana, por meio dos Exercícios Espirituais, é uma fonte a ser considerada como alternativa fecunda e profunda de encontro com o Mistério de Páscoa de Cristo, quando vigoram tendências psicologizantes e intimistas de religiosidade. O trabalho com as juventudes tem influenciado de maneira bastante positiva a formação de pessoas responsáveis e com consciência cidadã: a ampliação do alcance desse trabalho se abre como perspectiva, num cenário cultural de perda de sentido. Por fim, a educação continua sendo uma questão urgente em nosso país, e o papel da Companhia de Jesus, nesse contexto, é de fundamental importância, na garantia de uma educação com fins humanísticos.

Adentrando mais na temática da importância da presenta jesuíta no Brasil, nossos colaboradores nos oferecem três artigos, neste Dom Especial. No primeiro artigo, Ousaram ir onde ninguém ia, Paulo Veríssimo de Araújo Filho retoma a história da Companhia de Jesus no Brasil, em perspectiva celebrativa e de ação de graças.Com fé no futuro: a Restauração e o retorno dos jesuítas ao Brasil, de Alan Calvante, aborda a inspiração pontifícia a nortear a missão jesuíta, sobretudo no tocante à educação. Carlos César propõe o terceiro e último artigo: Os jesuítas: Passado e Presente em perspectiva, no qual elucida que o papel dos jesuítas é viver sua missão, segundo aos apelos próprios que a realidade suscita, para maior glória de Deus e salvação do mundo.

Boa leitura!

*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.

Descobrir o pai que nos habita

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"Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos" (Lc 15,20)).
A descoberta de que somos o irmão mais novo e, ao mesmo tempo, o irmão mais velho, nos faz perceber o objetivo da parábola, que é o Pai.
A descoberta de que somos o irmão mais novo e, ao mesmo tempo, o irmão mais velho, nos faz perceber o objetivo da parábola, que é o Pai. (Pixabay)
Por Adroaldo Palaoro*

As parábolas mais belas que saíram dos lábios de Jesus, elaboradas nas profundezas de seu coração, foram aquelas nas quais deixou transparecer a todos a incrível misericórdia de Deus.

A mais cativante, com certeza, é a parábola do “pai misericordioso”. Aqueles que a escutaram pela primeira vez certamente ficaram surpreendidos. Não era isto o que eles ouviam dos escribas ou dos sacerdotes. A insistência “moralista” no pecado nos fez interpretar esta parábola de uma maneira unilateral. É incorreto chamar o relato de “parábola do filho pródigo”. Ela não é dirigida aos pecadores para que se arrependam, mas aos fariseus e mestres da lei para que mudem sua ideia e imagem de Deus.

Nesta parábola, Jesus justifica sua postura para com os publicanos e pecadores, desvelando quem é o Deus de misericórdia para todos nós, sejamos “bons” e “maus”. Na maneira de atuar com os dois filhos, o pai da parábola torna visível o rosto do Deus compassivo revelado por Jesus e não o “deus legalista do templo”; a maneira como Jesus acolhe os pecadores e excluídos, torna presente o Deus que ama a todos indistintamente.

Jesus não fala nunca de um Deus indiferente ou distante, esquecido de suas criaturas ou interessado por sua honra, sua glória ou seus direitos.  No centro de sua experiência religiosa não nos encontramos com um Deus “legislador” procurando governar o mundo por meio de leis, nem com um Deus “justiceiro”, irritado ou irado diante dos pecados dos seus filhos e filhas. Para Jesus, Deus é compaixão, e a compaixão é o modo de ser de Deus, sua primeira reação diante de suas criaturas, sua maneira de ver a vida e de olhar às pessoas, o que move e dirige toda sua atuação. Deus sente para com suas criaturas o que uma mãe sente para com o filho que leva em seu ventre. Deus nos carrega em suas entranhas misericordiosas.

A compreensão da “parábola do amor paterno-materno de Deus” pode ser para nós uma verdadeira iluminação. Ela revela não só o “coração compassivo” de Deus, mas também vemos, refletida nela, de maneira sublime, tudo o que devemos aprender sobre o “falso eu” e o nosso verdadeiro ser.

Os três personagens representam diferentes aspectos de nós mesmos.

A “parábola dos dois filhos” trata de uma denúncia implacável contra a espiritualidade farisaica. Em primeiro lugar, tanto o filho mais novo como o primogênito habitam em cada um de nós; podemos encontrar em cada um deles, elementos que nos levem a identificar-nos com ambos.

Temos considerado a parábola como dirigida aos “filhos pródigos”. O “filho mais novo” simboliza nossa natureza egocêntrica e narcisista que nos domina enquanto não descubramos o que realmente somos. Dá por suposto que todos temos muito do filho mais novo, que é aquele que rompeu a aliança e se distanciou da casa paterna. A verdade é que a atitude do filho mais velho também deveria ser objeto de uma atenção mais cuidada. É relativamente fácil sentir-nos “filho pródigo”. É fácil tomar consciência de ter dilapidado um capital que nos foi entregue sem ter merecido. É fácil cair na conta que temos rompido com o pai e com a casa, que temos desejado que ele estivesse morto para herdar seus bens, temos renegado o entorno no qual se desenvolveu nossa existência. Tudo para potenciar nosso egoísmo, para satisfazer nosso hedonismo à custa daquilo que nos foi entregue com amor. O fracasso do filho mais novo e a desesperada situação à qual chegou, facilita a tomada de consciência de que tomou o caminho equivocado.

É difícil descobrir em nós o “irmão mais velho” e, no entanto, todos temos mais traços deste que do filho mais moço. Com frequência, não entendemos o perdão do Pai para com os pródigos, nos irrita que outra pessoa que se comportou mal seja tão querida como nós; não percebemos que rejeitar o irmão é rejeitar o Pai; caímos facilmente na queixa que envenena e no julgamento que mata. Não só não nos sentimos identificados com o Pai, mas buscamos, por todos os meios, que o Pai se identifique conosco; coisa que não se passa na cabeça do irmão mais novo. A partir desta perspectiva, tampouco descobrimos que precisamos de conversão e temos de regressar ao Pai. Por isso, a parábola deixa em um suspense inquietante a resposta do irmão maior; não nos diz se ele acolheu o apelo do Pai e se incorporou à festa. Isto nos faz pensar.

A descoberta de que somos o irmão mais novo e, ao mesmo tempo, o irmão mais velho, nos faz perceber o objetivo da parábola, que é o Pai. Todo temos de deixar de ser “irmão mais novo” e “irmão mais velho” para converter-nos finalmente em “Pai”.

Todos somos chamados a deixar de ser irmãos e identificar-nos com o Pai, como Jesus (aqui podemos descobrir um profundo significado da frase de Jesus: “Eu e o Pai somos Um”). Nossa maturação pessoal acontece quando deixamos transparecer em nós a figura do Pai. “Sede misericordiosos como vosso pai é misericordioso”. A parábola de hoje nos faz tomar consciência que sempre haverá, em nossa vida, etapas a serem superadas, na direção do coração compassivo do Pai.

Permanecer distanciados de nosso verdadeiro ser é afastar-nos de Deus e caminhar na direção oposta à nossa plenitude.

Daí a necessidade de interpretar a parábola não a partir da perspectiva de um Deus externo a nós, mas a partir da perspectiva de um Deus que se revela dentro de nós mesmos. Nós mesmos somos o Pai/Mãe que perdoa, acolhe e integra tudo o que há em nós de fragilidade e engano. Ser verdadeiro(a) filho(a) não é viver submetido ao pai ou afastado dele, mas imitá-lo até identificar-nos com ele.

O “pai” é nosso verdadeiro ser, nossa natureza essencial, o divino que há em nós. É a realidade que temos de descobrir no fundo de nosso ser. Não faz referência a um Deus que nos ama a partir de fora, mas ao que há de Deus em nós, formando parte de nós mesmos. É o fogo do amor compassivo que derrete a frieza nos nossos relacionamentos, queima toda pretensão de julgamento e intolerância, e ativa o impulso ao contínuo retorno à casa paterna.  Essa realidade fundante tudo abarca e tudo integra nela mesma.

Para re-descobrir o(a) “pai-mãe que nos habita”, não supõe ignorar nossa condição de “irmão mais novo” e “mais velho”; é preciso aceitá-la, é preciso saber conviver com o que ainda há em nós de fragilidade e imperfeição. Devemos buscar superá-la, mas enquanto esse momento não chega, é preciso aceitá-la e ultrapassá-la, ativando o amor incondicional do Pai. Tanto o irmão mais novo como o irmão mais velho que há em cada um de nós, deve ser objeto do mesmo amor. A parábola não exige de nós uma perfeição absoluta, mas que caiamos na conta de que nos resta um longo caminho a percorrer. O que ela pretende é colocar-nos no caminho da verdadeira conversão: a superação do auto-centramento e do perfeccionismo. Falta-nos dar o último passo no desprendimento do ego e para nos identificar com o que há de divino em nós, o Pai.

Texto bíblico:  Lc 15,1-3.11-32

Na oração: “Eu e o Pai somos Um”: é a melhor expressão de quem foi Jesus.

Você também é “Um com Deus”, mas talvez não tenha se inteirado disto; descubra-o e esta frase saltará do mais profundo do seu ser.

- Descubra o que há em você do irmão mais novo: deixar-se levar pelo hedonismo individualista, buscar o mais fácil, o mais cômodo, o que o corpo pede... Seu objetivo é satisfazer as exigências de seu falso “eu”.

- Descubra o que há em você de irmão mais velho: distante do coração do pai, fechado na queixa amarga e incapaz de expressar um gesto de acolhida.

- Descubra as marcas do Deus Pai/Mãe nas profundezas de seu ser: cheio de compaixão, festeiro, aberto à vida...

*Adroaldo Palaoro é padre jesuíta e atua no ministério dos Exercícios Espirituais.

SINAIS DE MUDANÇA JÁ SÃO VISÍVEIS NA LINHA DO HORIZONTE

O PARLAMENTARISMO UMA OPÇÃO REAL, DIZ SINGER

sexta-feira, 29 de março de 2019

Em SP, ‘Caminhada do Silêncio’ fará homenagem aos mortos e desaparecidos na ditadura

29 de março de 2019 por Esmael Morais

Familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura, anistiados políticos e organizações de direitos humanos farão neste domingo (31), em São Paulo, uma caminhada silenciosa em memória das vítimas da ditadura militar. Os manifestantes se concentram a partir das 16h, na Praça da Paz, no Parque do Ibirapuera.

Após programação cultural, os manifestantes saem em caminhada silenciosa em direção ao Monumento pelos Mortos e Desaparecidos Políticos, que fica ao lado do parque. Participantes ficarão em vigília até a 0h do dia 1º.

As organizações que promovem a caminhada do silêncio esperam uma adesão ainda maior da população aos atos após polêmica criada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que autorizou os quartéis a celebrar o golpe que derrubou João Goulart em 31 de março, apesar de as próprias Forças Armadas sugerirem comedimento. Durante a semana, a hashtag #DitaduraNuncaMais figurou entre as mais comentadas do Twitter, com mensagens em reação às declarações do presidente.

No sábado (30), em São Paulo, ocorrerá também o 6º Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, nas dependências do antigo DOI-CODI. O prédio, que fica na Rua Tutoia, zona sul paulistana, é considerado o maior centro de tortura e extermínio do período da ditadura. Hoje, abriga uma delegacia policial.

Organizado pelo Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça (CPMVJ) e o Núcleo de Preservação da Memória Política (NM), além de relembrar as vítimas do DOI-Codi – 52 pessoas mortas nas suas dependências ou por seus agentes, segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV) –, os manifestantes reivindicam que o local seja transformado em centro de memória.

É O DESEMPREGO, ESTÚPIDO

JUÍZA PROÍBE BOLSONARO DE COMEMORAR GOLPE DE 1964

OAB e Instituto Herzog denunciam Bolsonaro à ONU por 31 de março festivo

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Presidente e outros membros do governo tentam 'modificar a narrativa histórica do golpe'
Presidente e outros membros do governo tentam 'modificar a narrativa histórica do golpe' (Marcos Corrêa/PR).

O Instituto Vladimir Herzog e a Ordem dos Advogados do Brasil enviaram à Organização das Nações Unidas, na manhã desta sexta-feira (29) uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro. A petição tem relação com a orientação de Bolsonaro para comemorações nos quartéis, no próximo domingo, 31 de março, data que marca os 55 anos do golpe militar de 1964.

O documento afirma que o presidente e outros membros do governo tentam "modificar a narrativa histórica do golpe que instaurou uma ditadura militar".

A queixa também cita as recentes entrevistas de Bolsonaro, em que o presidente "nega o caráter ditatorial do regime e os crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado".

No último domingo (24), Bolsonaro mandou os quartéis celebrarem a "data histórica". Nesta quinta-feira, 28, ele disse que sugeriu às unidades militares que "rememorem" o 31.

Para o Herzog e a OAB, a comemoração constitui "uma violação dos tratados aos quais o Brasil passou a fazer parte depois de retornar à democracia".

No documento, eles pedem aos relatores que a ONU cobre explicações do presidente.

A expectativa do Instituto é que a ONU se manifeste sobre "a importância do direito à memória e à verdade e a necessidade de se manter viva a lembrança das atrocidades cometidas durante o regime militar, a fim de evitar qualquer tentativa de revisionismo histórico".

Segundo o Instituto Vladimir Herzog, "a queixa tem caráter confidencial".

Nesta quinta, o instituto protocolou mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal para impedir comemorações que façam alusão à 1964.

"Em razão dos crimes cometidos durante a ditadura, isso representaria imoralidade administrativa por parte do Poder Executivo", afirma o Instituto, em nota publicada em seu site.

O Instituto leva o nome do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto nas dependências do DOI-CODI, núcleo mais temido da repressão, ligado ao antigo II Exército, em São Paulo.