segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

TEMER NÃO ASSINA E AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO FICA NAS MÃOS DE BOLSONARO

Adriano Machado - Reuters
Adriano Machado - Reuters


Michel Temer deixou para o sucessor, Jair Bolsonaro, definir a nova política para o salário mínimo e o reajuste que deixaria o salário no valor de R$ 1006 a partir desta terça-feira 1º; o valor atual do salário mínimo é de R$ 954; assessoria de Temer informou à Agência Brasil que ele não irá assinar mais nenhum ato que envolva impactos futuros.

Rússia envia presidente do parlamento para posse de Bolsonaro

31 de dezembro de 2018 por Esmael Morais

O presidente da Duma, Câmara dos Deputados da Rússia, Vyacheslav Volodin, chefiará a delegação em nome do presidente russo, Vladimir Putin, para participar da cerimônia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, segunda informa a Agência Brasil.

A delegação russa é integrada ainda pela vice-presidente da Duma, Olga Epifanova, e o parlamentar Vadim Denghin (LDPR).

Como o voo entre Moscou e Brasília pode durar de 10 a 11 horas, a expectativa é que delegação russa celebre o Ano-Novo na aeronave.

A precisão é que pelo menos 12 chefes de Estado (presidentes) participem da solenidade amanhã (1º) da posse, além de primeiros-ministros e chanceleres, assim como presidentes de parlamentos estrangeiros.

*Com informações da Tass, agência pública de notícias da Rússia

FELIZ 2019

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
"Hoje é o último dia para chorarmos derrotas e cicatrizarmos feridas do terrível ano que acaba. Amanhã tudo recomeça. Faremos o que sempre fizemos quando o inimigo avança: resistiremos, ao lado do povo, compartindo suas dores e alegrias. A esperança voltará a vencer o medo", escreve o jornalista Breno Altman, num artigo em que afirma acreditar que "mais cedo ou mais tarde, a classe trabalhadora voltará a tomar em suas mãos o fio da história"; "Venceremos! Feliz 2019"; leia a íntegra

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A imagem pode conter: Luis Sartorel, sorrindo, pássaro

POSSE DE BOLSONARO PODE TER PASSE LIVRE PARA JORNALISTAS LEAIS E AMIGOS

Agência Brasil
Agência Brasil
Jornalista Mônica Bergamo informa: "rumores em Brasília de que jornalistas considerados AMIGOS poderão circular por todos os lugares na posse, até com PIN da Presidência da República", a partir de "critérios seriam de suposta 'lealdade'"; cerimônia de posse de Bolsonaro, nesta terça-feira 1º, será a primeira a não permitir que jornalistas circulem livremente por todas as áreas do evento, nem tenham contato com a população em todos os locais; "Quero dizer q não creio nos boatos. As alegações oficiais de restrição a parte da imprensa são de segurança.Não de amizade", diz a jornalista.

MILITARES A BOLSONARO: BRASIL PERDERÁ BILHÕES COM AGRADO A NETANYAHU



Leo Correa/Pool via REUTERS

Leo Correa/Pool via REUTERS
Reportagem da agência Reuters revela que integrantes do governo Bolsonaro estão perplexos com a decisão de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém – decisão que atende apenas aos interesses geopolíticos da extrema-direita de Israel e dos Estados Unidos. "Jair Bolsonaro tem sido alertado sobre a importância dos países árabes para o setor agrícola brasileiro", disse à Reuters a fonte, na condição de anonimato. "São bilhões por ano"

Papa: Jesus é 'concentrado' de todo o amor de Deus num ser humano

31.12.2018 Primeiras Vésperas e Te Deum
O próprio Jesus nasceu em condição de privação, “não por acaso nem por um incidente”, observou, mas “quis nascer assim, para manifestar o amor de Deus pelos humildes e os pobres e, deste modo, lançar no mundo a semente do Reino de Deus, Reino de justiça, amor e paz”, disse o Papa no Te Deum de ação de graças pelo ano transcorrido.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“Também durante este ano que chega ao fim, muitos homens e mulheres viveram, e vivem, em condições de escravidão, condições indignas de pessoas humanas”: disse o Papa Francisco no final da tarde desta segunda-feira, 31 de dezembro, no Te Deum – celebração de Ação de Graças – na Basílica de São Pedro, durante as Primeiras Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, que a Igreja celebra em 1º de janeiro.

No final do ano, a Palavra de Deus acompanha-nos com estes dois versículos do apóstolo Paulo (cf. Gal 4, 4-5). São expressões breves e densas: uma síntese do Novo Testamento que dá sentido a um momento “crítico” como é sempre uma passagem de ano, ressaltou o Pontífice no início da homilia, atendo-se à liturgia das Primeiras Vésperas.

Plenitude do tempo
A primeira expressão que nos sensibiliza, disse Francisco, é “plenitude do tempo”. Assume uma ressonância particular nestas horas finais dum ano solar, em que sentimos ainda mais a necessidade de algo que encha de significado o transcorrer do tempo. Algo, ou melhor, alguém. E este “alguém” veio. Deus enviou-o: é “o seu Filho”, Jesus.

“Celebramos há pouco o seu nascimento: nasceu duma mulher, a Virgem Maria; nasceu sob a Lei, um menino judeu, sujeito à Lei do Senhor.” Mas, como é possível? Como pode ser isto o sinal da “plenitude do tempo”?, questionou o Santo Padre, acrescentando:

“Claro, por enquanto é quase invisível e insignificante, mas, dentro de pouco mais de trinta anos, aquele Jesus desencadeará uma força inaudita, que dura ainda e durará ao longo da história inteira. Esta força chama-se Amor. É o amor que dá plenitude a tudo, mesmo ao tempo; e Jesus é o ‘concentrado’ de todo o amor de Deus num ser humano.”

Para resgatar: fazer sair da escravidão e restituir a liberdade
São Paulo diz, claramente, o motivo porque o Filho de Deus nasceu no tempo, qual é a missão que o Pai Lhe confiou para realizar: nasceu “para resgatar”, frisou o Papa.

“Esta é a segunda palavra que nos sensibiliza: resgatar, isto é – prosseguiu –, fazer sair duma condição de escravidão e restituir à liberdade – à dignidade e à liberdade próprias de filhos.”

A escravidão que o apóstolo tem em mente é a da “Lei”, explicou Francisco, “entendida como um conjunto de preceitos que devem ser observados, uma Lei que certamente educa o homem, é pedagógica, mas não o liberta da sua condição de pecador”; antes, de certo modo “crava-o” a esta condição, impedindo-o de atingir a liberdade do filho, observou.

Convite à reflexão e ao arrependimento
“Deus Pai enviou ao mundo o seu Filho Unigênito para desenraizar do coração do homem a escravidão antiga do pecado e, assim, restituir-lhe a sua dignidade”, disse Francisco convidando à reflexão e ao arrependimento: “devemos deter-nos; deter-nos a refletir com amargura e arrependimento porque também durante este ano que chega ao fim, muitos homens e mulheres viveram, e vivem, em condições de escravidão, condições indignas de pessoas humanas”.

“Também na nossa cidade de Roma, há irmãos e irmãs que, por vários motivos, estão neste estado. Penso, de modo particular, naqueles que vivem sem um lar. São mais de dez mil. De inverno, a sua situação é particularmente dura. Todos eles são filhos e filhas de Deus, mas diferentes formas de escravidão, por vezes muito complexas, levaram-nos a viver no limite extremo da dignidade humana.”

Manifestação do amor de Deus pelos humildes e os pobres
Francisco disse ainda que o próprio Jesus nasceu em condição semelhante, “não por acaso nem por um incidente”, observou, mas “quis nascer assim, para manifestar o amor de Deus pelos humildes e os pobres e, deste modo, lançar no mundo a semente do Reino de Deus, Reino de justiça, amor e paz”.

“A Igreja que está em Roma não quer ficar indiferente às escravidões do nosso tempo, nem limitar-se a observá-las e prestar-lhes assistência, mas quer estar dentro desta realidade, próxima a estas pessoas e situações.”

A santa mãe Igreja eleva seu hino de louvor a Deus
“Apraz-me encorajar esta forma da maternidade da Igreja, ao celebrarmos a maternidade divina da Virgem Maria”, disse por fim o Papa, acrescentando:

“Contemplando este mistério, reconhecemos que Deus ‘nasceu de uma mulher’ para que nós pudéssemos receber a plenitude da nossa humanidade, ‘a adoção de filhos’. Pelo seu abaixamento, fomos solevados. Da sua pequenez, veio a nossa grandeza. Da sua fragilidade, a nossa força. De Ele Se fazer servo, a nossa liberdade.”

“Que nome dar a tudo isso, senão Amor? Amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo, a Quem a santa mãe Igreja eleva em todo o mundo, nesta tarde, o seu hino de louvor e agradecimento”, concluiu Francisco.

A liturgia encerrou-se com a exposição do Santíssimo Sacramento, o canto do tradicional hino Te Deum de ação de graças pelo ano transcorrido e a Bênção Eucarística, ao término da qual o Santo Padre, deixando a Basílica Vaticana, deslocou-se até a Praça São Pedro detendo-se em oração diante do Presépio montado no centro da praça.

Gaudí e o Natal: uma fachada da catedral de Barcelona

Cena do Nascimento de Jesus mostra o mistério da vida

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A Sagrada Família de Gaudí, esta imponente basílica em construção em Barcelona, tem duas fachadas: a do Nascimento e a da Paixão do Senhor. Veja as imagens desta grandiosa obra de arte.

Basilica de São Pedro -Vésperas e Te Deum

MICHEL ARTICULA ATÉ O ÚLTIMO MINUTO PARA SALVAR A PELE

 Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
"Michel Temer já avançou, recuou, desistiu e desistiu da desistência várias vezes em seu governo, que acaba amanhã. Em quase todas, a ginástica teve o objetivo de salvar a própria pele, e foi bem sucedida", recorda Helena Chagas, em artigo para o Jornalistas pela Democracia; segundo ela, é a sobrevivência também "que está sendo levada em conta na decisão de não (pelo menos neste momento) assinar o indulto que poderia tirar milhares de presos da cadeia nessa virada do ano", para não "quer melindrar nenhum dos ministros do divididíssimo STF, que não decidiram ainda sobre o indulto de 2017".

Datafolha: 61% são contra plano de Bolsonaro para facilitar posse de armas

BRASIL

Adriano Machado/Reuters: <p>bolsonaro armas</p>
Adriano Machado/Reuters: bolsonaro armas

A ideia anunciada por Jair Bolsonaro de facilitar a posse de armas por decreto enfrenta a oposição da maioria absoluta da população brasileira; de acordo com levantamento feito pelo Datafolha, 61% são contra a ideia e apenas 37% a defendem; especialistas em segurança pública veem como "erro grosseiro" a proposta dos bolsonaristas.

NA VÉSPERA DA POSSE, BOLSONARO DECLARA GUERRA À EDUCAÇÃO


Na véspera de sua posse como presidente, Jair Bolsonaro praticamente declarou guerra à Educação brasileira e aos professores e professoras; lançou um tweet na manhã desta segunda afirmando que uma das metas de seu governo será "combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino"; Bolsonaro afirmou que a educação no país forma "militantes políticos" e que passará a formar "cidadãos"; texto sinaliza início de um período de perseguição nas escolas e especialmente nas Universidades federais do Brasil.

POVO BRASILEIRO 2, BOLSONARO 0


"Antes mesmo da posse, Bolsonaro enfrenta oposição popular a duas medidas importantes de seu governo, a venda do controle de armas e a submissão da diplomacia brasileira aos Estados Unidos", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247; "A rejeição popular a essas propostas mostra que as contradições entre Bolsonaro e o eleitorado tendem a se acentuar com o tempo, na medida em que o novo governo for levado a mostrar as verdadeiras intenções, muito bem escondidas numa campanha presidencial sem debate político real, apoiada em fake news. A reforma da Previdência é o próximo ponto da lista", prevê PML.

O transumanismo ganha terreno apesar das objeções dos cientistas

 domtotal.com
O transumanismo surgiu 'quando nos demos conta de que poderíamos tomar decisões para intervir em nossa evolução biológica graças à técnica', explica Marc Roux.
Algumas empresas estão pesquisando o desenvolvimento de interfaces
Algumas empresas estão pesquisando o desenvolvimento de interfaces "cérebro-máquina" implantáveis para conectar humanos a computadores. (AFP).

Os avanços tecnológicos estão abrindo portas para o transumanismo, um movimento promovido até por gigantes como a Google que busca desenvolver um "hiperhumano" imortal, apesar da fortes objeções de muitos cientistas.

O transumanismo surgiu "quando nos demos conta de que poderíamos tomar decisões para intervir em nossa evolução biológica graças à técnica", explica Marc Roux, presidente da Associação Francesa Transumanista (AFT).

Um exemplo recente foi o anúncio polêmico de um pesquisador chinês sobre o suposto nascimento dos primeiros bebês geneticamente modificados, capazes de resistir ao vírus da Aids.

Quase 40 anos depois do surgimento entre um grupo de futurólogos da Califórnia, o transumanismo parece mais forte do que nunca: a Google, por exemplo, após ter contratado um de seus ícones mundiais, o engenheiro Ray Kurzweil, criou a filial Calico para pesquisar o controle do envelhecimento, enquanto o milionário Elon Musk aposta na pesquisa sobre implantes cerebrais.

"Alguns transumanistas assinam seus e-mails com slogans como "a morte agora é facultativa" ou "a primeira pessoa que viverá 500 anos já nasceu", diz Blay Whitby, especialista em informática e inteligência artificial da Universidade de Sussex, na Inglaterra. "São claramente mais otimistas do que eu!".

Direito à experimentação

A realidade é que, por exemplo, a medicina continua impotente diante das doenças neurodegenerativas, com pesquisas clínicas sobre Alzheimer fracassando uma após a outra, e este ano a expectativa de vida voltou a recuar nos Estados Unidos. Segundo alguns estudos, a longevidade, após ter aumentado até os anos 1990, poderia ter alcançado seu limite máximo.

"Continuam existindo verdadeiras barreiras para nossa compreensão do homem", segundo Nathanaël Jarrassé, do Instituto de Sistemas Inteligentes e Robótica de Paris. "Se diz que é questão de tempo e dinheiro e se nega que talvez nunca conseguiremos entender certas coisas, ou seja, se nega a impossibilidade científica".

Marc Roux lamenta que os transumanismo se reduza muitas vezes a seus partidários mais radicais.

Ele admite que o recente caso dos "bebês OGM" apresenta falhas de "protocolo científico", mas defende a visão dos transumanistas que não acreditam que modificar as gerações futuras seja "abominável".

"Por que tem que ser algo ruim? Já não há debate sobre esses temas. Se condena, mas no fundo esquecemos o por quê", afirma o historiador de formação.

O movimento pede o direito de experimentar, em pacientes voluntários, técnicas possíveis de realizar hoje, como implantes de retina que permitem perceber raios infravermelhos, próteses para rotações ilimitadas e implantes que atuam sobre o nervo auditivo com o fim de captar ultrassons.

"As teorias transumanistas se baseiam em um conceito muito materialista do corpo, da consciência...", lamenta Edouard Kleinpeter, engenheiro e pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. "Para essas pessoas, não há nenhuma diferença fundamental entre um cérebro e um microprocessador".

Mas o "ser humano não é unicamente uma ideia ou um 'espírito', e sim um ser de carne e osso, feito de células vivas, com vasos sanguíneos que nos alimentam", protesta o neurobiólogo Jean Mariani.

Política mercantil dos GAFA

Para Jarrassé, outro problema é que quem insiste na ideia de que as tecnologias salvarão a humanidade são muitas vezes, as mesmas pessoas que as vendem, como os GAFA (Google Apple Facebook Amazon). O corpo humano representa para eles um novo mercado.

"As decisões políticas, estratégicas ou econômicas não podem ser tomadas em função (...) dos interesses econômicos de empresas que prometem um futuro de ficção científica e de 'start ups' que fazem propagandas de produtos incríveis", diz Jarrassé, que adverte que esse setor poderia "indiretamente desviar a pesquisa das necessidades reais".

"O transumanismo é mais o reflexo do homem de hoje em dia do que do homem do futuro", segundo Kleinpeter: "Uma mistura de onipotência que se apoia nos avanços técnicos e de recusa da fragilidade e o azar que supõe o fato de serem seres biológicos que vivem em sociedade".

Mas se há algo que gera unanimidade é a necessidade de refletir sobre como deve ser o futuro e que lugares a tecnologia irá ocupar.

"No mundo há cada vez mais desigualdade. Essa tecnologia é o privilégio de um pequeno grupo de pessoas muito ricas. Temo que a utilizem para ganhar ainda mais dinheiro. É esse o futuro que queremos?", se pergunta Blay Whitby.


AFP

Os principais fluxos migratórios nos últimos anos

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O conflito na Síria deixou mais de 360.000 mortos desde março de 2011.
Criança síria em acampamento em Shamarin, perto da fronteira com a Turquia, em 6 de dezembro de 2018
Criança síria em acampamento em Shamarin, perto da fronteira com a Turquia, em 6 de dezembro de 2018 (AFP).

Os anos 2000 foram cenário de movimentos maciços de população que fogem dos conflitos, da pobreza e de perseguições. Abaixo, alguns casos:

Desde 2011: Síria

O conflito na Síria, que começou com a repressão das manifestações pró-democracia, deixou mais de 360.000 mortos desde março de 2011. Neste país de aproximadamente 23 milhões de habitantes antes da guerra, mais da metade da população se viu obrigada a fugir de seus lares por causa dos combates. No interior do país há cerca de 6,6 milhões de sírios deslocados.

O restante, mais de 5,6 milhões, fugiram para o exterior, a maioria a países vizinhos, segundo os últimos dados da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur).

A Turquia é o país que acolhe mais sírios registrados pela Acnur, com mais de 3,6 milhões. Em seguida estão Líbano (menos de 1 milhão a 1,5 milhão, segundo Beirute) e Jordânia (de 673.000 a 1,3 milhão, segundo Amã).

Centenas de milhares de sírios se refugiaram também na Europa, sobretudo na Alemanha.

2013-2018: Sudão do Sul

O Sudão do Sul, que conquistou sua independência em 2011, foi cenário de uma guerra civil durante quase cinco anos, é caracterizado pelas atrocidades de caráter étnico. O conflito entre dezembro de 2013 e setembro de 2018 deixou mais de 380.000 mortos e obrigou cerca de 4,2 milhões de pessoas, um terço da população, a fugir.

Segundo o Acnur, quase 2,2 milhões de pessoas deixaram o país para ir a Uganda (785.000), Sudão (764.000) e Etiópia (422.000). Trata-se de uma das piores crises humanitárias do mundo.

2015: um recorde na Europa

A chegada maciça e continuada de migrantes por vários anos provocou uma grave crise migratória e política na Europa, onde os governos endureceram suas condições de acolhida e, em alguns casos, restabeleceram os controles fronteiriços.

Depois do recorde de mais de 1 milhão de migrantes em 2015, o número de chegadas pelo mar Mediterrâneo (de origem síria, iraquiana, afegã e da África subsaariana) tende a cair. Em 2016 foram mais de 362.000, e em 2017, 172.000. Desde o início de 2018, 132.500 migrantes chegaram à Europa, 108.400 deles pelo mar, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Cerca de 2.130 pessoas morreram nessa tentativa.

À medida que foram fechando as rotas migratórias no Mediterrâneo oriental (Turquia-Grécia) e central (através da Líbia ou da Tunísia para a Itália), a pressão foi sendo acentuada na rota ocidental, sobretudo no Marrocos. As redes de tráfico de migrantes aumentaram suas atividades rumo à Espanha que, com quase a metade das chegadas, se tornou neste ano a principal porta de entrada da imigração clandestina na Europa.

A partir de 2015: Venezuela

Segundo as Nações Unidas, cerca de três milhões de venezuelanos vivem no exterior, dos 2,3 milhões emigraram desde 2015, fugindo da grave crise econômica, política e social que atravessa o país. A Colômbia, que compartilha 2.200 km de fronteira com a Venezuela, acolhe mais de 1 milhão; o Peru, pelo menos 550.000; e o Equador, cerca de 300.000. Em agosto deste ano, uma estimativa divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que cerca de 30,8 mil venezuelanos vivem no Brasil atualmente.

O Acnur acredita que esse êxodo de venezuelanos que escapam da hiperinflação e da escassez é o mais expressivo fluxo migratório da história recente da América Latina.

2018: Honduras

Uma caravana de milhares de migrantes, principalmente hondurenhos que saíram de seu país escapando da violência e da pobreza, alcançou em meados de novembro deste ano à fronteira com os Estados Unidos.

Outras caravanas procedentes de América Central se juntaram e os migrantes percorreram milhares de quilômetros a pé, de ônibus ou em veículos que os ajudavam, na esperança de obter o status de refugiados nos Estados Unidos.

Cerca de 6.000 pessoas se reuniram na cidade mexicana de Tijuana, mas não conseguiram cruzar a fronteira, para onde o presidente Donald Trump deslocou milhares de soldados.


AFP

Desastres causados por mudança climática custaram US$ 100 bi em 2018

domtotal.com
Eventos climáticos extremos provavelmente se tornarão muito mais comuns.
Incêndios florestais atingiram grande parte do sul da Europa e da Califórnia em 2018.
Incêndios florestais atingiram grande parte do sul da Europa e da Califórnia em 2018. (AFP/Arquivos).

Os desastres provocados pelas mudanças climáticas custaram às nações pelo menos US$ 100 bilhões em 2018, alertou uma agência britânica advertindo que a série de incêndios florestais, enchentes e supertempestades seriam uma "sombra" do que acontecerá se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas.

Este ano deverá ser o quarto mais quente já registrado e, à medida que os níveis de carbono e metano na atmosfera continuarem aumentando, eventos climáticos extremos, como os devastadoras incêndios que destruíram áreas da Califórnia, provavelmente se tornarão muito mais comuns.

O ano de 2018 "mostrou a ameaça catastrófica que a mudança climática representa para o mundo. E isso é apenas uma sombra do que virá se as temperaturas continuarem subindo", disse Kat Kramer, líder climática global da organização religiosa de assistência Christian Aid.

Sua equipe elaborou uma lista de 10 desastres ligados ao clima e usou dados de código aberto, estimativas oficiais e avaliações de empresas de seguros para determinar o custo de cada um.

No topo da lista estavam os furacões Florence e Michael, que causaram danos estimados em US$ 17 bilhões e US$ 15 bilhões, respectivamente.

"A única resposta é que haja esforços globais imediatos para reverter o aumento das emissões, para colocar o mundo a caminho da neutralidade de carbono até a metade do século", disse Kramer à AFP.

Os compromissos assumidos nas negociações da COP24 realizada na Polônia neste mês colocam a Terra no caminho para um aquecimento de 3ºC, considerado perigoso por especialistas.

Em 2018 houve pelo menos um grande desastre induzido pelo clima em cada continente habitado da Terra.

A Christian Aid descobriu que quatro eventos - incluindo os incêndios na Califórnia, a seca no sul da Europa e as inundações no Japão - custaram pelo menos US$ 7 bilhões cada.

"As inundações, secas, ondas de calor, incêndios e tempestades sem precedentes que vimos nos últimos anos são o rosto da mudança climática", disse Michael Mann, professor de Ciências Atmosféricas da Penn State University.

"O clima do mundo está se tornando mais extremo diante de nossos olhos. A única coisa que pode impedir que essa tendência destrutiva se intensifique é uma rápida queda nas emissões de carbono", acrescentou.

A Christian Aid disse que as estimativas de danos provavelmente são muito menores do que o custo real da maioria dos desastres, já que muitas vezes só mostraram perdas seguradas e não incluíram a perda de produtividade associada a negócios e residências fechadas ou danificadas.

AFP

Católicos devem acreditar nas previsões de futurólogos para 2019? Um exorcista responde

Imagem referencial. Foto: Flickr Agathe LM (CC BY-NC-ND 2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Dez. 18 / 05:00 am (ACI).- Nos dias que antecedem a celebração de um Ano Novo, proliferam os prognósticos e adivinhações sobre o que acontecerá. Algo que muito poucos tomam em conta ao recorrer a estes supostos adivinhos é que nem sequer os demônios podem ver o futuro, tal como o explica o famoso exorcista José Antonio Fortea. Ele esclarece porque nós católicos não devemos acreditar nos gurus e adivinhos de fim de ano.

Em seu livro Summa Daemoniaca, uma obra de consulta sobre a questão dos demônios e o exorcismo, o Pe. Fortea adverte: “Nem precisa dizer que se o futuro não se pode conhecer nem mesmo invocando os demônios, muito menos com essas práticas de astrologia, cartomancia etc.”.

“Os demônios não sabem tudo, só o que podem deduzir, mas eles não veem o futuro”, assinala.

O Pe. Fortea indica que os demônios “com sua inteligência muito superior à humana podem deduzir por suas causas algumas coisas que acontecerão no futuro”, mas precisa que aquilo que pertence “à liberdade humana, está indeterminável e eles não o sabem”.

Além disso, o exorcista espanhol escreve que “os que praticam esses enganos são a prova viva de que por esse meio não se pode obter nenhum benefício”.

“Os únicos que sim obtêm algum benefício de tais adivinhações são os enganadores profissionais que são os primeiros a não acreditar nelas e que sabem dosar suas previsões para não serem descobertos”, assinala.

O exorcista espanhol é enfático em que “nunca nenhum cristão sob nenhum conceito deve consultar este tipo de pessoas”, pois “a consulta a um mago, vidente ou guru constitui sempre um pecado grave”.

domingo, 30 de dezembro de 2018

Um mundo melhor é possível - Pe Geovane Saraiva



A hora da verdade chegou para o Brasil e Jair Bolsonaro

BOLSONARO
BOLSONARO
Fernando Frazão-Agência Brasil-CC

Agências de Notícias | Dez 30, 2018
O ex-militar, de 63 anos, chega com uma legitimidade conferida pela clara vitória nas urnas
Chegou a hora da verdade para Jair Bolsonaro, que poderá demonstrar a partir de terça-feira se tem tanta habilidade de governar o Brasil quanto de fazer ataques eleitorais contra a corrupção política, os partidos de esquerda e a “ideologia de gênero”.

O ex-militar, de 63 anos, chega com uma legitimidade conferida pela clara vitória nas urnas e por um cenário político devastado por anos de escândalos de corrupção, crise econômica e aumento da criminalidade.

A esquerda está dividida e os partidos de centro-direita estão reduzidos a forças inexpressivas.

O Partido Social Liberal (PSL) do presidente, com apenas 52 cadeiras de um total de 513, será o segundo maior em uma Câmara dos Deputados pulverizada.

Para garantir a governabilidade, deve manter a convergência dos lobbies transpartidários que deram a ele um suporte fundamental na campanha: os grandes produtores agrícolas, as igrejas ultraconservadoras neopentecostais e os defensores da flexibilização do porte de armas.

Ele também ganhou o apoio do mundo dos negócios, seduzido por suas promessas de reduções de gastos públicos, de impostos e privatizações.

– Retórica eleitoral –

A tarefa se anuncia complexa. A reforma da previdência, considerada essencial por sua equipe econômica, encontra resistência entre seus próprios aliados. E a reaproximação com Israel é vista com desconfiança pelos exportadores de carne, que temem represálias comerciais de países árabes.

Desde as eleições, Bolsonaro teve que recuar ou deixar em suspenso algumas de suas promessas, sem dar qualquer indicação de onde começará.

“Estamos às vésperas da posse do presidente eleito e ainda há uma grande incógnita sobre como será o governo”, afirma Rogério Bastos Arantes, professor de Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP).

Um de seus poucos anúncios concretos foi a retirada do Brasil do Pacto Global das Nações Unidas sobre Migração. Além disso, alguns de seus comentários acabou precipitando o fim da cooperação médica com Cuba.

Essas medidas satisfazem seu eleitorado, mobilizado por uma forte campanha de ruptura com as idéias universalistas e com o legado do PT, que governou de 2003 a 2016.

Mas Bolsonaro ainda não emitiu nenhum sinal de que pretende ser, como prometeu perante o STF em 10 de dezembro, “o presidente dos 210 milhões de brasileiros (…) sem distinção de origem, raça, sexo, cor ou religião”.

Bastos Arantes afirma que se esses sinais demorarem muito, o Brasil poderá mergulhar numa “crise de governabilidade”.

“Bolsonaro tem que dizer à sociedade o que pretende fazer positivamente, não apenas negativamente”, destaca o analista político. E alerta: “É muito difícil governar e se relacionar com as instituições com base em sua retórica de campanha”.

– “Poder popular” –

Em seu discurso ante ao STF, Bolsonaro evocou a possibilidade de abalar o sistema atual de representação, através de “uma relação direta” com o povo graças às redes sociais, sua ferramenta de campanha preferida.

“As eleições de outubro revelaram uma realidade diferente das práticas do passado: o poder popular não requer mais intermediação e as novas tecnologias permitiram uma relação direta entre o eleitor e seus representantes”, afirmou.

Para Bastos Arantes, “o estímulo à beligerância pode continuar (…) porque existem mecanismos constitucionais que podem ser usados para apoiar o presidente por meio de referendos”.

“Há um cenário ainda muito aberto, com risco de investir em um inimigo interno, que também poderia ser externo”, continua ele, lembrando que Bolsonaro, diplomaticamente alinhado com o americano Donald Trump, multiplica as declarações hostis contra o fracassado regime socialista da Venezuela.

“Inventar um inimigo externo para se sustentar internamente é uma fórmula bem conhecida”, afirma.

– Ministros em batalha –

Bolsonaro, nostálgico da ditadura militar (1964-1985), formou uma equipe de 22 ministros, sete deles militares reformados. O Ministério da Economia foi confiado ao ultraliberal Paulo Guedes, o de Relações Exteriores a um diplomata convicto de que Trump pode “salvar o Ocidente” e o da Mulher, Família e Direitos Humanos a uma pastora evangélica.

Na Justiça, ele colocou o juiz do combate à corrupção, Sérgio Moro, figura emblemática da Operação Lava Jato que levou dezenas de políticos à cadeia, incluindo o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.

O novo governo revelou nesta semana um plano para os primeiros cem dias para essa equipe díspar, com uma maioria de integrantes sem experiência política.

O texto estabelece quatro etapas para os 10, 30, 60 e 90 dias com a identificação e o encaminhamento de propostas prioritárias, bem como para eventual revogação de decretos e leis existentes.

Prevê, por fim, “uma cerimônia para comemorar 100 dias de governo, em 11 de abril”.

O mundo então terá, talvez, uma ideia do que é o Brasil de Bolsonaro.

(AFP)

ESTUDO DO IPEA MOSTRA EFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO



Estudo apresentado pela diretoria do Instituto numa sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2015 aponta que o Estatuto do Desarmamento, aprovado pelo Congresso Nacional em 2003 e sancionado pelo ex-presidente Lula no mesmo ano, rompeu com a escalada dos homicídios desde 1980; entre 1995 e 2003, a taxa de homicídio cresceu 21,4% no Brasil, enquanto de 2003 a 2012, a mesma taxa cresceu apenas 0,3%.

A SUA FAMÍLIA É SAGRADA

Jesus desceu então com os seus pais para Nazaré e era-lhes obediente (Lc 2, 49)

Dentro da oitava do natal, celebramos, hoje, o Domingo da Sagrada Família, a família de Jesus, Maria e José.  Celebrando a família de Nazaré, celebramos a nossa própria família, que é também sagrada, berço da fé, igreja doméstica. O evangelho de hoje dá notícia da angústia de José e Maria que se desencontraram do filho na volta da romaria da páscoa, em Jerusalém  e só o encontraram três dias depois. Que susto grande eles passaram! É verdade que o garoto já tinha doze anos, idade na qual o judeuzinho era integrado na comunidade judaica com os direitos e deveres de um adulto. Mas, desaparecer assim, sem aviso... Poderia, pelo menos, ter mandado um recado pelos colegas ou vizinhos que estavam na mesma caravana. Bom, o garoto ficou no Templo e foi encontrado, três dias depois, sentado no meio dos doutores, ouvindo e fazendo perguntas. “Mas, meu filho, olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura. Por que você fez isso com a gente?”. O menino procurou se explicar e voltou pra casa com eles.

Então, mesmo na Sagrada Família, há desencontros. O adolescente Jesus, num gesto de independência próprio de sua idade, deu um susto nos pais que depois de um dia de viagem tiveram que voltar procurando-o, cheios de preocupação. Outra situação difícil da sagrada família, lembramos recentemente, foi a fuga para o Egito, por causa da perseguição de Herodes. É, problemas não faltam na vida de uma sagrada família, como a de Jesus e como a nossa também.

A palavra de Deus, hoje, proclamada em nossas celebrações, traz conselhos preciosos para toda a família: pais, mães e filhos. Um conselho muito especial é para os pais: NÃO SE AFASTAR DE DEUS. O salmo 127(128) é todo para os pais: “Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas os seus caminhos”. Esse é o homem abençoado: o que teme e anda com Deus. Sua esposa, seus filhos, seu trabalho, tudo vai andar bem. A carta aos Colossenses também tem um conselho para o esposo: amar sua mulher, não ser grosseiro com ela. Pais, acolham este conselho: não se afastem de Deus!

O conselho especial para as mães está no evangelho, é fazer como Maria: GUARDAR AS COISAS BOAS NO CORAÇÃO. Foi isto que Maria fez depois que encontrou seu filho no Templo e o levou pra casa. O menino deu uma resposta inesperada: “Por que estavam me procurando? Não sabem que devo estar na casa de meu Pai?”. Tanta coisa vinha acontecendo desde que o anjo tinha falado com ela. Coisas de Deus, maravilhosas, surpreendentes... E Maria guarda, medita tudo isso no coração. Ela toca o mistério de Deus, com respeito e admiração. Guardar é conservar memória, fotos, cartas, as histórias de cada um, e conservar todos em oração.  A mãe toca o mistério de Deus muito de perto, no seio de sua família, na gravidez, no nascimento, em cada passo de crescimento ou de crise dos seus filhos. Ela é a memória viva da família, a memória grata a Deus, guarda tudo no coração. Ela é o coração da família. Mas, procura guardar as coisas boas, os bons momentos, as inspirações de Deus. Guarda tudo no cofre do seu coração. Quando alguém precisa, já sabe onde encontrar. Mães, fiquem com esse conselho: guardem as coisas boas de sua família no seu coração.

O conselho especial para os filhos está no gesto de Jesus: HONRAR E OBEDECER OS SEUS PAIS. É o que aconteceu com ele: “desceu então com os seus pais para Nazaré e era-lhes obediente”. O livro do Eclesiástico (Eclo 3) comenta o mandamento de Deus de honrar pai e mãe: “Quem honra o seu pai alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros”. Também aí no livro do Eclesiástico há uma preocupação com os pais idosos. Aliás, o Papa Francisco, em nome da Igreja, tem manifestado preocupação com a situação de desrespeito e abandono de muitos idosos. Então, é muito atual, o que está escrito nesse livro bíblico: “Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive.  Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo com ele; não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida”. Filhos, este conselho é pra vocês: honrem e obedeçam os seus pais!

Guardando a mensagem

Neste domingo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, recolhemos conselhos para os pais e para os filhos. Para o pai e esposo: não se afastar de Deus; Para as mães e esposas: guardar as coisas boas no coração; Para os filhos: honrar e obedecer seus pais. E toda atenção com os pais idosos: amor, amparo, compreensão e respeito.

Jesus desceu então com os seus pais para Nazaré e era-lhes obediente (Lc 2, 49)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
nasceste e cresceste numa família humana tão especial! Nossas famílias também são especiais, porque nasceram do amor e são sustentadas pela tua graça. Elas são comunidades de fé, berço da vida, igrejas domésticas. Abençoa, Senhor, os pais, as mães, filhos e filhas, os avós, os tios e primos. Que a teu exemplo, os filhos vivam o mandamento de honrar e obedecer a seus pais. Que a exemplo de Maria, tua mãe, as mães guardem tudo no seu coração, em profunda comunhão contigo. Que a exemplo de José, teu pai adotivo, os pais nunca se afastem de Deus e honrem suas esposas com um amor fiel. Abençoa, hoje, de maneira especial, os idosos de nossas famílias. Que eles se sintam amados e valorizados. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Muita coisa você pode fazer, hoje, por sua família, especialmente rezar por todos de sua casa. Mas, posso lhe dar mais uma sugestão. Procure, hoje, sem pressa, tomar ao menos uma refeição na companhia de seus familiares.

Pe. João Carlos Ribeiro

2018 foi o segundo ano mais quente registrado no Ártico desde 1900

domtotal.com
A tendência é clara: os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados.
Os últimos 12 anos foram os de cobertura de gelo mais frágil.
Os últimos 12 anos foram os de cobertura de gelo mais frágil. (GETTY IMAGES/ AFP)
O aquecimento global está subindo a temperatura do Ártico a um ritmo recorde, reduzindo o gelo na região e impulsando importantes mudanças ambientais em todo o planeta, alertou uma agência do governo americano.

O ano 2018 é o segundo mais quente no Ártico desde que se começou a registrar as temperaturas, em 1900, segundo um informe da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA, sigla em inglês), que alertou que o aquecimento alimentou "mudanças profundas" no ecossistema.

A agência informou que só 2016 foi historicamente mais quente que 2018, quando o Ártico registrou uma temperatura 1,7°C acima da média das últimas três décadas, com um aquecimento duas vezes mais rápido que a média mundial.

A tendência é clara: os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados, segundo a NOAA, que coordenou este informe de referência escrito por mais de 80 cientistas de 12 países.

A agência depende diretamente da administração do presidente Donald Trump, que em novembro rejeitou um informe sobre os efeitos das mudanças climáticas por parte de cientistas federais.

"O Ártico está experimentando uma transição sem precedentes na história da humanidade", disse Emily Osborne, do Programa de Pesquisa do Ártico da NOAA.

No oceano Ártico, o gelo se forma de setembro a março, mas esse intervalo se reduz inexoravelmente com o passar dos anos. O gelo é menos espesso, mais jovem e cobre uma parte menor do oceano. O gelo antigo, ou seja, de mais de quatro anos, diminuiu 95% nos últimos 33 anos.

É um círculo vicioso: o gelo mais jovem é mais frágil e derrete no início da primavera boreal. E menos gelo significa menos reflexo solar: o oceano absorve mais energia e aquece um pouco mais.

Os últimos 12 anos foram os de cobertura de gelo mais frágil.

Por exemplo, nunca houve tão pouco gelo invernal no Mar de Bering entre a Rússia e o Alasca quanto em 2017-2018. Em geral, o inverno mais forte chega em fevereiro, mas este ano o gelo derreteu nesse mês. Só restava um quarto do normal.

"É informação importante este ano", disse Donald Perovich, professor em Dartmouth College, "a perda de uma área do tamanho de Idaho", aproximadamente 215.000 km² em duas semanas em fevereiro.

Menos gelo

O fenômeno do aquecimento global nesta zona do Ártico provavelmente causou o degelo prematuro de verão nos mares de Beaufort e Chukchi.

Por outro lado, a aceleração do degelo da cobertura glacial da Groenlândia se estabilizou, segundo a NOAA.

A agência americana tem dados consideráveis. Seus satélites viajam 28 vezes por dia sobre o Ártico e proporcionam as leituras mais precisas sobre o gelo e os oceanos. Também se baseia em uma rede de cientistas, sensores e boias.

Segundo esta agência, os seis rios da Eurásia que desembocavam no Oceano Ártico derramaram 25% a mais de água no verão boreal passado em comparação com os anos 1980.

Estas mudanças climáticas têm um efeito dramático no ecossistema.

"O aquecimento contínuo da atmosfera e do oceano árticos está causando grandes mudanças no sistema ambiental", resumiu a agência.

As populações de renas selvagens da tundra diminuíram desde meados dos anos 1990.

Só duas das 22 manadas monitoradas não diminuíram. Cinco perderam mais de 90% de seus membros na região do Alasca e Canadá e "não mostram sinais de recuperação".

"Algumas manadas têm populações no nível mais baixo já registrado", adverte a agência. A maioria está classificada oficialmente como raras ou em perigo de extinção.

A causa provável é o alargamento do verão e seus males para os animais, bem equipados para o inverno mas não para a estação quente devido aos parasitas, pulgas e doenças.

Por outro lado, o aquecimento ajuda as algas vermelhas tóxicas (plâncton microscópico ou algas maiores) a conquistarem novos territórios, conforme penetram nas águas cada vez menos frias do Ártico, onde os peixes e os mariscos podem se envenenar.

"Os dados reunidos na última década mostram claramente que existem múltiplas espécies de algas tóxicas na cadeia alimentar do Ártico em níveis perigosos, e é muito provável que este problema persista e piore no futuro", segundo a NOAA.

O aquecimento do Ártico também está mudando a corrente de jato que tem consequências em latitudes médias, muito abaixo do polo. Esta corrente rápida de ventos fortes rodeia e contém o ar frio do Ártico.

Mas se essa barrera se "suaviza", as massas de ar frio descem e fazem o ar quente subir. Segundo o informe, isto contribui para a multiplicação de fenômenos meteorológicos extremos, como as ondas de calor no oeste dos Estados Unidos e as tempestades de neve excepcionais na costa leste.

AFP

“Brasil: extrema direita chega ao poder”, registra Le Monde

30 de dezembro de 2018 por Esmael Morais

“Brasil: extrema direita chega ao poder” é a chamada de capa do jornal francês Le Monde deste domingo (29). O texto destaca as posições extremistas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e de seu grupo político integrado por militares, ultraliberais, religiosos conservadores e nostálgicos da ditadura”.

O jornal francês tem adotado uma linha editorial crítica e alertado para os riscos da democracia com a extrema-direita no governo do Brasil.

Le Monde também adotou uma linha crítica em relação ao impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff em 2016.

CAMILO DIZ QUE CIRO TERIA SIDO ELEITO E PROPÕE DIÁLOGO COM BOLSONARO


Governador mais votado do Brasil, reeleito com quase 80% dos votos no Ceará, Camilo Santana, do PT, concedeu uma entrevista que vai dar o que falar; segundo ele, se o PT tivesse optado pela chapa Ciro-Haddad, a esquerda teria vencido a disputa; "por mais que o Haddad seja uma pessoa de um grande caráter, um cara íntegro, havia uma rejeição muito grande por conta de ele ser do PT", diz ele; Camilo também propõe um diálogo construtivo dos governadores com Jair Bolsonaro.

TOFFOLI NEGA NOVOS PEDIDOS DE LIBERDADE DE LULA

STF | Reuters
STF | Reuters
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, não aceitou uma série de pedidos de liberdade feitos por investigados da Lava-Jato ou seus desdobramentos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Toffoli entendeu que as solicitações devem ser analisadas pelos ministros relatores. Como a Corte está de recesso desde o dia 20 de dezembro e volta a funcionar normalmente apenas em 1º de fevereiro de 2019, isso significa que os pedidos não serão julgados nesse período.

Uma família diferente

domtotal.com
Reflexão sobre o Evangelhos da festa da Sagrada Família - Lc 2,41-52
Em um lar onde Jesus é vivido com fé simples, mas com grande paixão, cresce uma família acolhedora, sensível ao sofrimento dos mais necessitados.
Em um lar onde Jesus é vivido com fé simples, mas com grande paixão, cresce uma família acolhedora, sensível ao sofrimento dos mais necessitados. (Reprodução/ Pixabay)
Por José Antonio Pagola*

Entre os católicos, o valor da família é defendido quase instintivamente, mas nem sempre paramos para refletir sobre o conteúdo concreto de um projeto familiar, compreendido e vivido a partir do Evangelho. Como seria uma família inspirada em Jesus?

A família, segundo ele, tem sua origem no mistério do Criador que atrai a mulher e o homem a ser "uma só carne", compartilhando sua vida em mútua entrega, animada por um amor livre e gratuito. Esta é a primeira coisa e a decisiva. Esta experiência amorosa dos pais pode gerar uma família saudável.

Seguindo o chamado profundo de seu amor, os pais se tornam uma fonte de vida nova. É a sua tarefa mais apaixonante. Aquela que pode dar uma profundidade e um horizonte novo para o seu amor. Aquela que pode consolidar para sempre sua obra criadora no mundo.

Os filhos são um presente e uma responsabilidade. Um desafio difícil e uma satisfação incomparável.A atuação de Jesus, sempre defendendo os pequenos e abraçando e abençoando as crianças, sugere a atitude básica: cuidar da vida frágil daqueles que começam a caminhar neste mundo. Ninguém lhes poderá oferecer nada melhor.

Uma família cristã trata de viver uma experiência original no meio da sociedade atual, indiferente e agnóstica: construir seu lar a partir de Jesus. "Onde dois ou três se reúnem em meu nome, ali estou eu no meio deles." É Jesus quem alenta, sustenta e orienta a vida saudável da família cristã.

A casa torna-se então um espaço privilegiado para viver as experiências mais básicas da fé cristã: confiar num Deus bom, amigo do ser humano; a atração pelo estilo de vida de Jesus; a descoberta do projeto de Deus, para construir um mundo mais digno, justo e amável para todos. A leitura do Evangelho em família é uma experiência decisiva.

Em um lar onde Jesus é vivido com fé simples, mas com grande paixão, cresce uma família acolhedora, sensível ao sofrimento dos mais necessitados, onde aprendem a compartilhar e se comprometer com um mundo mais humano. Uma família que não se encerra apenas em seus interesses, mas que vive aberta à família humana.

Muitos pais vivem hoje sobrecarregados por problemas diferentes e demasiado sozinhos para enfrentar sua tarefa. Não poderiam receber uma ajuda mais concreta e eficaz das comunidades cristãs? Faria bem a muitos pais crentes se encontrar, compartilhar suas preocupações e apoiar-se mutuamente. Não é evangélico exigir-lhes tarefas heroicas e depois ignorar suas lutas e esforços.

*José Antonio Pagola é padre e tem dedicado a sua vida aos estudos bíblicos, nomeadamente à investigação sobre o Jesus histórico. Nascido em 1937, é licenciado em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (1962), licenciado em Sagradas Escrituras pelo Instituto Bíblico de Roma (1965), e diplomado em Ciências Bíblicas pela École Biblique de Jerusalém (1966). Professor no seminário de San Sebastián (Espanha) e na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha (sede de Vitória), foi também reitor do seminário diocesano de San Sebastián e vigário-geral da diocese de San Sebastián.

sábado, 29 de dezembro de 2018

É Natal!

Soneto
Luiz Gustavo Melo Correia Lima*
A imagem pode conter: Luiz Gustavo Melo Correia Lima, close-up

É Natal, dos céus nasceu a esperança,
Veio habitar no coração da humanidade,
A mais perfeita criança, 
O menino Deus traz a verdade e a humildade,

Maria, mãe de Deus Filho,
 Jesus é seu nome, 
Digno de louvor e todos amor,
Veio para que todos o amem,

Nasceu n cidade Belém,
Filho de José, também,
Filho adotivo do fruto do Bem,

Alegremo-nos, o Salvador chegou,
A paz na terra brotou,
É todo mal na vida do povo de Deus findou. 

*Professor de Inglês e Físico

BOLSONARO PASSA O NATAL EM CENTRO DE TORTURA; QUEIROZ CONSIDERA A PRÁTICA UM 'CORRETIVO'


No último discurso da campanha eleitoral, que fez por telefone e foi transmitido ao vivo para a avenida Paulista, Jair Bolsonaro disparou uma frase que soou enigmática à ocasião: "Petralhada, vai tudo vocês pra ponta da praia"; a "ponta da praia" a que Bolsonaro referia-se, em linguagem cifrada militar, era referência à base da Marinha na Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro; lá funcionou um dos piores centros de tortura e assassinatos de opositores da ditadura militar; a frase era uma ameça velada; foi nessa base da Marinha que o presidente eleito passou o  Natal; sabe-se agora que o nome que passeia como uma sombra sobre o clã-Bolsonaro, o motorista-PM Fabrício Queiroz, íntimo do presidente eleito, também é um defensor da tortura.

Faça uma reflexão!

Carlos Delano Rebouças*

Na iniciativa privada nem sempre, aliás, muito raramente, se escolhe um chefe democraticamente. Essa escolha acontece, de praxe,  ou por meio meio de nomeação pela diretoria, reconhecendo o trabalho desenvolvido, ou por seleções internas e externas. Isso é fato.

Contudo, para escolher o líder ou enxergar uma liderança não se faz uso desses recursos, pois não necessariamente o chefe nomeado ou selecionado apresenta características de alguém que representa uma equipe, tendo o seu respeito e atenção. Muitas vezes é intitulado de líder, mas sem jamais ser enxergado como tal.

Muita gente critica o chefe que possui, tachando-o de autoritário, desumano e patronal. Enxerga nele tudo que se possa imaginar de alguém que não representa a sua equipe, com vistas à conquista de objetivos comuns, sobretudo aqueles da organização em que todos atuam e que certamente são os maiores. 

Diante dessa análise comportamental do trabalhador brasileiro, dando um grande desconto em relação ao seu visível despreparo e desconhecimento profissional no que tange à postura e saberes diversos, será que somos injustos ao rotular nossos chefes dessa forma,  tendo feito uma escolha de um chefe de estado com todas as características indiferentes a de um verdadeiro líder?

*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

ESQUERDA E CENTRO-ESQUERDA NÃO VÃO À POSSE; SERÁ UMA FESTA DA DIREITA E EXTREMA-DIREITA


Os partidos de esquerda não irão à posse de Jair Bolsonaro; os parlamentares do PT, PSOL e PC do B estarão ausentes da cerimônia de 1º de janeiro às 15h no Congresso Nacional; os partidos de centro-esquerda, PDT e PSB, liberaram suas bancadas para que cada parlamentar decidia-se; o presidente do PSB, Carlos Siqueira, já anunciou que não irá, mesma posição do líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo; com a confirmação da presença de Benjamin Netanyahu, Viktor Orbán, Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque (Colômbia) e Mario Abdo (Paraguai), a posse de Bolsonaro adquire feição de um encontro da direita e extrema-direita global.

Espaço Familiar: tempo de enraizamento, mística do encontro no cotidiano

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Reflexão sobre o Evangelhos da festa da Sagrada Família - Lc 2,41-52
Precisamente a vida cotidiana é o lugar privilegiado para descobrir Deus.
Precisamente a vida cotidiana é o lugar privilegiado para descobrir Deus. 
(LUMO project by Free Bible Images)
Por Adroaldo Palaoro*

“Jesus desceu então com seus pais para Nazaré...” (Lc 2,51).

Nazaré é a escola do Filho de Maria, rodeado de gente comum, com sua paisagem natal, sua linguagem, seu modo pessoal de ser e viver, sua conduta, sua fé...

Na “vida oculta em Nazaré” encontramos os “nomes” e “verbos” nos quais Deus falou em Jesus e onde continua nos falando hoje. Ali Ele se faz “um entre tantos”, vizinho com os vizinhos, trabalhando com os que trabalhavam, acolhendo a vida cotidiana em toda sua riqueza e limitação. Ele é “o filho do carpinteiro”.

Para Jesus, Nazaré é um tempo de aprendizagem: olha, escuta, observa tudo o que acontece nesta escola do cotidiano. Exercício de preparação diante das urgências do Reino. “Tempo de enraizamento...”.

Jesus conheceu a dor real do povo, na escola do Pai, que é a escola da vida humana, em contato com as necessidades dos mais pobres e excluídos, em solidariedade laboral. Assim aprendeu a ser humano, ouvindo os gritos dos homens e mulheres de seu entorno, expulsos, oprimidos, como ovelhas sem pastor. Não teve que entrar no lugar da exclusão a partir de fora: cresceu ali dentro.

Na escola da vida, comum e cotidiana, Jesus também foi aprendiz.

O artesão de Nazaré nos ensina o valor das coisas cotidianas quando são feitas com dedicação e carinho.

Nesta “ocultação”, estava assumindo a condição da imensa maioria dos mortais deste mundo, dos homens e mulheres “comuns”, daqueles que vão trabalhar ou estão sem emprego, daqueles que precisam “ganhar a vida”, porque na vida não encontram seu lar, daqueles que são pura estatística...

Aprender é consequência básica da dinâmica da Encarnação. Lucas confirma: “Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lc. 2,52).

Portanto, Jesus viveu a vida como um processo lento e progressivo, a partir da própria condição humana no meio do povo e em vista do Reino de Deus, graças a uma criatividade transformadora.

Foi no cotidiano familiar que Ele aprendeu, aos poucos, a ampliar seus horizontes, seus interlocutores e o sentido de sua missão. É a vida cotidiana que nos revela que Jesus foi uma pessoa nitidamente humana e humanizante, que vivenciou um processo de maturação, de releitura de suas tradições e assimilação do novo, até chegar à proposta original da Boa-Nova.

Foi no cotidiano que Jesus viveu a “mística do encontro”: viveu intensamente, em primeiro lugar, o encontro com o Pai, conhecendo e realizando Sua Vontade; foi em Nazaré que aprendeu a valorizar e a saborear o encontro com todas as pessoas. Encontros humanizadores que O humanizaram.

Na sua vida em Nazaré Jesus nos convida a entrar na sua casa para aprender d’Ele e com Ele os valores próprios de uma família. É difícil compreender a “normalidade” da vida de Jesus; parece até que o Reino não tinha exigências sobre a sua vida. Identificando-se com a vida de todo mundo mostrava que a salvação não consistia em coisas extraordinárias e em gestos fantásticos, mas na “adoração do Pai em espírito e verdade”. Jesus passou praticamente toda sua Vida nesta humilde condição; viveu desapercebido como Messias. Pois o Reino se revela no pequeno, no anônimo e não no espetacular, no grandioso. Ele está misteriosa-mente se realizando entre nós.

Nazaré é o sinal da “epifania” de Deus nas pequenas coisas, é o sinal da palavra divina escondida nas vestes humildes da vida simples, é o sinal do sorriso de Deus que se faz visível nos espaços comunitários.

Tanto em Nazaré quanto na vida pública, Jesus nos comunica uma profunda união com o Pai, vivendo uma oração confiante e de entrega.

Jesus sente quando o Pai o chama a mudar o estilo de vida escondido. Ele está atento aos “sinais dos tempos” e saberá discernir, nesses sinais, a Vontade do Pai que o chama a mudar de caminho, a deixar sua terra, a lançar-se numa aventura. Começará, então, uma vida itinerante, missionária, despojado de tudo.

No espaço familiar, em Nazaré, Jesus se revela, para todos nós, como presença inspiradora neste momento em que as transformações são rápidas e exigem de nós maturidade, aprendizado, diálogo, novas expressões de fé... Um dos desafios da espiritualidade atual é motivar a viver a vida em profundidade, apesar da aridez do deserto do cotidiano.

O ritmo da sociedade atual e, sobretudo, o culto à novidade, ao efêmero, ao superficial, ao consumismo, pede de nós recuperar a dimensão de profundidade em nossa vida cotidiana.

O chamado universal à santidade nos faz confiar profundamente na vida cotidiana, ou seja, no dia-a-dia da vida familiar, no exercício da profissão, nas relações da vida social, nas decisões éticas, na ação cidadã, no

campo dos direitos humanos,  da economia, na presença ativa da política, no mundo da cultura, no cuidado e preservação da vida, no diálogo com os meios de comunicação..., como “lugares agraciados” de encontro com Deus e manifestações explícitas de compromisso cristão.

Custa-nos muito descobrir a “espiritualidade da vida familiar cotidiana”, a vida de cada dia nos parece sem sentido, sem muito destaque e sem muitos fatos extraordinários; temos ainda muito que aprender da vida cotidiana do artesão de Nazaré.

Precisamente a vida cotidiana é o lugar privilegiado para descobrir Deus (“por onde passa meu Senhor”), sentir o sabor da Sua presença que permanece. Os lugares cotidianos são “lugares sagrados” de encontro com o Senhor da Vida.

Encontrar a Deus no cotidiano significa que é preciso viver em um contexto vital no qual cada um se sinta estimulado a tomar decisões, a assumir responsabilidades, grandes e pequenas, a cuidar pessoalmente dos processos concretos da vida de cada dia.

É vital descobrir se nossa vida cotidiana é egocêntrica ou excêntrica, se tem a marca da “cultura do encon-tro” ou da “cultura da indiferença”, se a missão de nossa vida nos projeta para o compromisso com o outro, se temos paixão pelo Evangelho encarnado nos ambientes onde nos fazemos presentes cotidianamente.

A realidade cotidiana da nossa Nazaré é o lugar onde somos chamados a viver a espiritualidade cristã e a deixar-nos conduzir pelo mesmo Espírito que animou Jesus e o levou a inserir-se na trama humana e a assu-mir o risco da história. Ser seguidor(a) de Jesus, inserido(a) no mundo, em meio às agitações cotidianas, é acima de tudo tê-Lo como inspiração de vida: suas palavras, suas ações, sua relação com o Pai e com os outros...

A espiritualidade cristã é a espiritualidade do cotidiano, que conserva sua força transformadora, que é capaz de despertar o espanto e a admiração, apontando sempre para um horizonte mais amplo e mais rico;

é a espiritualidade que reacende desejos e sonhos novos, que suscita energias em direção ao mais;

é a espiritualidade que faz descobrir, escondida no cotidiano, uma Presença absoluta que nos envolve;

é a espiritualidade que faz saborear o eterno e o Absoluto no ritmo doméstico e cotidiano da vida...;

é a espiritualidade que projeta a vida a cada instan-te; abre espaço à ação do Espírito para que Ele nos expanda, nos alargue e nos impulsione em direção a uma nova humanização.

Textos bíblicos:  Lc 2,41-52

Na oração: A vida cotidiana exige não apenas fidelidade, mas também amor, gratuidade. É o lugar que inspira a viver encontros com a marca da surpresa, da acolhida do diferente, do respeito ao outro...

 - Como é o seu cotidiano? rotina e repetição ou desafio e criação? Espaço de encontros inspiradores ou ali-mentador da indiferença? Nele há lugar para a esperança e para o novo?

*Adroaldo Palaoro é padre jesuíta e atua no ministério dos Exercícios Espirituais.

Uma análise psicológica: em busca de nossa própria alma

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Egor Fomin - Shutterstock

Talita Rodrigues | Dez 28, 2018
Quantas vezes você já perdeu o sentido da vida?
Não raramente observamos pessoas buscando por um novo sentido ou tentando reencontrar um para viver. Dentro da Psicologia Analítica, pode-se considerar a falta de sentido e a falta de algo essencial, como “perda da própria alma”. Para a psicologia analítica, a alma pode significar um todo. Um todo que é fundamental para que sejamos completos e mais felizes.

Dentro disso, podemos considerar três fatores importantes: o primeiro, é de que a de que a alma não é superstição nem figura de retórica; o segundo, é de que a alma é uma realidade psicológica; e o terceiro, é de que a alma é vivida psiquicamente de maneira inconsciente por cada ser humano. É com base nisso que Carl Gustav Jung concebe a psique como a própria alma humana.

Pensando sobre o significado de alma dentro da psicologia analítica e do poder transformador que exerce sobre cada ser humano, fica claro que, sem ela, nós simplesmente existimos. E não se esqueça: existir não é viver.

Não raro, perdemos a nossa alma e, por algum motivo, não lembramos onde é que a perdemos e não temos força para resgatá-la e fazer dela uma alma vívida novamente, de forma que nos traga a completude que tanto buscamos.

Talvez você tenha a perdido quando criança diante das circunstâncias difíceis em que a vida te colocou, ou até mesmo quando adulto, após um relacionamento falido que endureceu completamente o seu coração. E que, desde então, você não sabe como e o que fazer para simplesmente restabelecer contato com ela.

Há centenas de pessoas pelo mundo que, neste exato momento, inconscientemente, buscam por suas almas e pela alegria de viver que só ela é capaz de proporcionar a cada um.

Buscar pela sua alma, perdida em algum momento de sua história é uma verdadeira aventura. E, como todas as aventuras, você terá de restabelecer contato com seu herói interior, afinal, haverá momentos em que você sentirá medo e sentirá que está completamente sozinho, porque precisará abrir mão de coisas que fizeram ou que se permanecem ainda, dentro da tua história, farão com que você a perca de vista novamente.

Mas, como todas as aventuras, também haverá momentos felizes, nos quais você se (re)descobrirá e se (re)inventará novamente de uma forma ainda mais bonita. E será justamente através desta (re)descoberta, (re)invenção e contato com o seu herói interior, que você terá coragem de voltar ao capítulo mais doído de sua história, no qual você a perdeu.

Lembre-se: não tenha medo da aventura de ir ao encontro de sua alma perdida, afinal, como disse Campbell (1990) em seu livro “O poder do mito”:

“Não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos enfrentaram antes de nós. Temos apenas que seguir a trilha do herói, e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um Deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ao centro de nossa própria existência. E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo.”

E se por acaso, nesta grande aventura, você reencontrar sua alma, por favor, não permita com que você a perca novamente. Sua alma é quem você é – e é o que dá sentido à tua jornada aqui nesta terra.