sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Participação do Brasil no G20 é irrelevante à espera do que fará Bolsonaro

domtotal.com
Do Brasil, o que os líderes querem saber mesmo é o que será do governo Bolsonaro.
Brasil é um ator importante no cenário mundial, mas terá um protagonismo limitado
Brasil é um ator importante no cenário mundial, mas terá um protagonismo 
limitado (Wilson Dias/Agência Brasil)
A reunião de líderes das 20 maiores economias do mundo, a Cúpula do G20, que começou nesta sexta-feira (30), em Buenos Aires, enfrenta o seu maior desafio desde a crise financeira de 2008. O Brasil é um ator importante no cenário mundial, mas terá um protagonismo limitado por conta da transição de governo.

O presidente Michel Temer terá participação na sessão plenária da Cúpula de Líderes do G20, mas terá apenas duas reuniões bilaterais ao longo do dia. Uma com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, e outra com primeiro-ministro da Austrália, Scott John Morrison.

Antes disso, Michel Temer terá um encontro informal com os membros dos BRICS, que se reúnem paralelamente ao G20. Do Brasil, o que os líderes querem saber mesmo é o que será do governo Bolsonaro. Mas, para isso, ainda devem aguardar. Se o G20 tem como objetivo gerar o diálogo e o consenso entre os países, esse objetivo pode fracassar no encontro na Argentina. A guerra comercial entre Estados Unidos e China e um recuo no combate às mudanças climáticas são ameaças palpáveis.

As grandes potências vivem tempos de fortes tensões entre si que poderão agravar-se ou distender-se depois dos encontros desta sexta-feira (30) e sábado em Buenos Aires, cidade que, aliás, também enfrentará protestos sociais contra o G20 nesta sexta-feira.

'Impossível' com Bolsonaro

Havia uma expectativa de um acordo político entre os dois blocos durante esta cúpula do G20, mas o presidente francês, Emmanuel Macron, descartou essa possibilidade. Num recado direto ao presidente eleito Jair Bolsonaro, o presidente francês disse que achava impossível avançar agora com um acordo entre o Mercosul e a União Europeia devido à mudança política no Brasil.

O presidente francês criticou a postura de Bolsonaro na questão ambiental. Disse que não pode pedir aos empresários e aos trabalhadores franceses que façam sacrifícios na luta contra as alterações climáticas e, ao mesmo tempo, assinar tratados comerciais com países que não pensam em fazer o menor esforço nessa matéria. Em referência ao Brasil, Macron disse que "não está disposto a aceitar acordos comerciais com países que não respeitarem o acordo de Paris".


Marcio Resende, RFI em Buenos Aires

Nenhum comentário:

Postar um comentário