sexta-feira, 31 de agosto de 2018

IGREJA FERIDA

papatempocomum
Um grupo expressivo, no interior da própria hierarquia da Igreja, não quer saber de um verdadeiro pastor.
Por Alfredo J. Gonçalves*
A Igreja Católica está universalmente ferida. Um vírus a corrói a partir das próprias entranhas e desde longas décadas. De um lado, emergem e clamam por justiça as centenas e milhares de vítimas de abusos por parte de tantos pastores que, em lugar de cuidar e garantir a proteção do “rebanho”, usaram as pessoas para satisfazer seus próprios instintos. De outro lado, alguns de entre os próprios pastores tratam de instrumentalizar tais fatos, misturando-os com boatos, contra o Pastor Supremo, o Papa Francisco. O pecado e o crime associa-se à difamação com fins nada evangélicos. Aliados aos expoentes da extrema direita, os pombos se transformam em corvos, para bloquear toda e qualquer mudança de rumo na Igreja. Trazem à tona o saudosismo do luxo ostensivo, do liturgismo formal, da solenidade principesca, da indumentária imponente, do dogma fossilizado e doutrinário... O saudosismo de uma Igreja medieval com poder e influência na sociedade.

capa_roxo_pp1O que está em jogo? Antes de mais nada um fato real e incontestável: milhares de pessoas, no interior das próprias estruturas eclesiais, sofreram abusos inaceitáveis. Os pastores com pele de cordeiro se revelaram verdadeiros lobos, atacando numerosos membros do “rebanho”, submetendo de forma particular as pessoas mais vulneráveis, como meninas e meninos, adolescentes, jovens e dependentes. A retórica do “chamado ou vocação, em lugar de um serviço ao povo de Deus, foi o mecanismo utilizado para exercer um poder efetivo e simbólico perverso e corrosivo. Feridas e cicatrizes dessa tirania em nome de Deus são denunciadas em várias partes do mundo. Tudo isso dentro de um corporativismo clerical (ou clericalismo), em que os membros tentam proteger-se reciprocamente. Daí a fusão nefasta e altamente danosa entre silêncio, cumplicidade, imunidade, influência e carreirismo. Mutatis mutandis, trata-se dos mesmos ingredientes que hoje fazem avançar os representantes, os grupos e os partidos de extrema direita em diferentes partes do globo. O poder em nome de Deus se une ao poder em nome do povo – para fechar as portas, as fronteiras e as leis aos “sem vez e sem voz”. Como o Papa Francisco vem fazendo com insistência, as vítimas de tantos abusos merecem um profundo e sincero pedido de perdão por que de toda a Igreja que, como repete o Pontífice, “não foi capaz de agir com pronta decisão para defender o “rebanho” dos lobos que o devoravam.

Mas está em jogo, além disso, um ataque frontal ao modo como o atual Pontífice tem procurado conduzir a “barca de Pedro”. Os conservadores saudosistas e retrógrados não suportam a presença de um Papa que, em lugar de pompas, privilégios e um toque de majestade, retorna à simplicidade límpida e transparente da fonte evangélica, onde a água é mais cristalina. Melhor dizendo, não suportam as páginas contundentes dos relatos bíblicos, notadamente os livros proféticos, onde o Deus de Israel, no Antigo Testamento, privilegia com clareza “o pobre, a viúva e o estrangeiro”. E o Pai de Jesus Cristo, no Novo Testamento, mostra predileção particular pelos “pobres, oprimidos, prisioneiros, indefesos, prostitutas, excluídos, pecadores” – como o Bom Pastor que deixa as noventa e nove ovelhas para ir ao encontro daquela que se perdeu.

O que os incomoda é justamente a retomada da prática de Jesus: beber do Evangelho Vem à memória o episódio do Grande Inquisidor na obra do escritor russo Dostoiévski Os Irmãos Karamazov. O retorno de Jesus perturba o status quo, interpela os estabelecidos, comporta mudança de atitude, exige conversão. O retorno à denúncia corajosa e profética diante das injustiças e das assimetrias socioeconômicas, de uma “economia que mata”, bem como do modo como são rechaçados os migrantes e refugiados que, em fuga da própria terra natal, buscam desesperadamente uma nova pátria. Da mesma forma que a corte e o palácio, a cúria e a hierarquia eclesial sempre temeram a voz dos profetas. Pior ainda quando se juntam e se fundem os dois poderes, temporal e espiritual. Não raro, juntos ou separadamente, perseguiram, fizeram calar e mataram os opositores. Um grupo expressivo, no interior da própria hierarquia da Igreja, não quer saber de um verdadeiro pastor. Prefere um príncipe, com tudo o que isso significa de requinte, sofisticação e custos. Enquanto o pastor, pelo simples fato de sê-lo, questiona e interpela atitudes e privilégios duvidosos, a presença do príncipe no pico da pirâmide justifica e legitima o comportamento e os benesses dos demais príncipes que, na cúria romana e nas cúrias de toda a Igreja, se agarram com unhas e dentes a um modo de vida, ao mesmo tempo, longe do povo que chamam de “rebanho”, e longe das pegadas de Jesus de Nazaré.

*Alfredo J. Gonçalves, cs, é superior dos carlistas, Roma, Itália.

Padre Geovane: Jornal do Parque Araxá - JPA, por Juracy Mendonça, 3 décadas de sacerdócio

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UM TRISTE BRASIL PARA OS TRABALHADORES

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Importante lembrar que a terceirização não diminui custos, pelo menos não no serviço público. A empresa leva uma bolada de dinheiro enquanto paga uma mixaria para os trabalhadores, como é hoje com as empresas de limpeza.
Por Elaine Tavares

O jogo do toma-lá-dá-cá entre o governo de Temer e o Judiciário garantiu mais um gol de placa para a classe dominante: a terceirização irrestrita. Com isso, o Brasil volta ainda mais no tempo, alcançando a era em que os trabalhadores não tinham qualquer direito garantido e podiam ser movidos ao bel prazer dos patrões. A decisão do Superior Tribunal Federal, pouco depois de garantir aumento salarial de 16% para seus membros, permite que a partir de agora mesmo as atividades-fim possam ser terceirizadas. Até então apenas as atividades-meio como limpeza, transporte e segurança eram permitidas. Mas, agora, vale para qualquer função. Ou seja, uma empresa pode funcionar sem nenhum empregado contratado, com cada tipo de trabalhador vindo de uma empresa diferente.


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Essa decisão abre-se também uma porta gigantesca para o fim do serviço público tal como o conhecemos, com concurso para os trabalhadores e com estabilidade, evitando assim, os bota-fora a cada governo de plantão. Afinal, ali também a terceirização já vem sendo implantada, com empresas gerindo hospitais, creches e instituições de assistência. Logo, logo, a máquina pública também poderá terceirizar todos os trabalhadores.

Importante lembrar que a terceirização não diminui custos, pelo menos não no serviço público. A empresa leva uma bolada de dinheiro enquanto paga uma mixaria para os trabalhadores, como é hoje com as empresas de limpeza. O resultado é sempre o mesmo: os donos cheios de grana e os empregados na maior precariedade.

A votação no STF foi de sete votos a favor e apenas quatro contra. Os argumentos dos que votaram a favor seguem o mesmo padrão dos do governo: "com a terceirização aumentarão os empregos". O que eles não dizem é que os empregos que existirão serão quase uma escravidão, já que não contarão mais com qualquer amparo. A reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso, já tratou de eliminar todos os possíveis “gastos” que a classe patronal possa ter com trabalhadores. Sobra então, o emprego precário, sem direitos, sem férias, sem 13º, sem nada. A pessoa pega ou larga, e pronto. Salários baixos, nenhuma garantia, é o salvem-se quem puder. Carteira assinada, nem pensar.

A terceirização está apta também a entrar no serviço público. Professores poderão ser contratados por hora, médicos, enfermeiros, dentistas, qualquer um. Não precisará mais de concurso, apenas contrato temporário. Viveremos a mais brutal exploração do trabalho humano, comparada talvez aos primórdios do capitalismo, quando as pessoas, apesar de trabalharem 15 ou 18 horas por dia, morriam de fome.

O cinismo dos togados, que recebem mais de 30 mil de salário e ainda gozam de imunidade sob todos os aspectos, inclusive de crítica, não tem mais limites. O ministro Celso Mello declarou que: “Pode a terceirização constituir uma estratégia sofisticada e eventualmente imprescindível para aumentar a eficiência econômica, promover a competitividade das empresas brasileiras e , portanto, para manter e ampliar postos de trabalho”. Tudo às claras. O que importa é garantir mais e mais lucros para os empresários. Os trabalhadores são mero detalhe. Como se não fossem eles, e somente eles, os que podem geral valor.

A vida vai ficar ainda bem pior para os trabalhadores, sejam eles qualificados pelo ensino formal ou não. O mundo “mad-max” ao vivo e a cores. Os “jogos vorazes” estarão abertos, com as pessoas que têm apenas sua força de trabalho para vender se digladiando entre si, enquanto o 1% que detém a riqueza assiste, inebriado pelo champanhe e pelo sadismo, em nome do lucro e da competitividade.

O capitalismo na sua fase mais perversa, da superexploração exacerbada. O paraíso do empresariado predador e especulador.

Todos os dias cai um direito. Todos os dias a classe dominante avança mais sobre os trabalhadores, sugando feito vampiro até a última gota.

E as ruas estão quietas. E alguns esperam as eleições.

*Elaine Tavares é jornalista.

PRESIDENTE DO SENADO DIZ QUE BRASIL SÓ TERÁ ELEIÇÃO LIVRE SE LULA PARTICIPAR

Agência Senado | Jornalistas Livres

Agência Senado | Jornalistas Livres
"Eleições livres são eleições com Lula" - a frase, incisiva, é do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE); durante evento em Fortaleza, o parlamentar cravou: "eu sou eleitor de Lula"; senador não mencionou sequer uma vez o presidenciável do seu partido, o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB); também não citou o nome de Michel Temer, o mais impopular desde a redemocratização; enquanto isso, Lula, mesmo preso, lidera todas as pesquisas

"Eu, filho de lavrador, filho de agricultor, de família de homem pobre. Eu, com a mesma história de Lula. Só quem viu uma mãe carregar lata d’água na cabeça é que pode fazer o que fazemos", acrescentou ele, na convenção que oficializou sua candidatura no último final de semana.

O presidente do Senado não mencionou sequer uma vez o candidato do seu partido à Presidência, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), oficializado na última semana. Também não citou o nome de Michel Temer, do mesmo partido.

Pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada no final do mês passado, apontou vitória do ex-presidente Lula no primeiro turno com 58% dos votos válidos.

No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, as intenções de voto do ex-presidente aumentaram para 41% contra 39% registrado em maio.

De acordo com o levantamento, a soma de todos os outros adversários alcançou 29%. Na segunda posição está Jair Bolsonaro (PSL), com 12%, seguido por Ciro Gomes (PDT), que alcançou 5%; Marina Silva (Rede) caiu de 6% para 4%, empatando com Geraldo Alckmin (PSDB), que também registrou apenas 4% (veja mais aqui).


URGENTE: Assista ao 1º comercial de Lula no horário eleitoral

31 de agosto de 2018 por Esmael Morais


O PT divulgou hoje (31), início do horário eleitoral, o 1º comercial de Lula e Haddad.


“É Lula, é Haddad, é o povo, é o Brasil Feliz De Novo!”, diz o texto.

ASSISTA TAMBÉM
URGENTE: Vaza o 1º programa de Lula para horário eleitoral na TV; assista

Lula e Haddad, pelo PT, terão direito a 2 minutos e 32 segundos (por bloco) e 189 inserções comerciais.

Assista ao 1º comercial:

Mais árvores na Amazônia úmida

domtotal.com
Estudo realizado por pesquisadores da Unesp de Rio Claro aponta que habitats úmidos da Amazônia contam com pelo menos 3.615 espécies de árvores.
Mas um novo trabalho científico revela que são locais muito mais ricos, com três vezes mais espécies de árvores do que se imaginava antes.
Mas um novo trabalho científico revela que são locais muito mais ricos, com três vezes mais espécies de árvores do que se imaginava antes. (Tamara Sare/ Fotos Públicas)

Entre as muitas fisionomias que existem na Floresta Amazônica, as chamadas áreas úmidas, que passam cerca de metade do ano embaixo d’água e a outra metade praticamente na seca, sempre foram consideradas locais de situação-limite, que somente abrigariam espécies capazes de tolerar essas condições. Mas um novo trabalho científico revela que são locais muito mais ricos, com três vezes mais espécies de árvores do que se imaginava antes.

O estudo, realizado por pesquisadores da Unesp de Rio Claro, aponta que hábitats como igapós, pântanos, campinas alagadas, mangues, além das várzeas ao longo de planícies inundáveis que margeiam nascentes, contam com pelo menos 3.615 espécies de árvores, configurando a maior diversidade em áreas úmidas no mundo.

O número resulta de um amplo trabalho de revisão de inventários florestais e dados de coleções biológicas que nunca tinham sido contabilizados juntos. Até então, eram somadas apenas espécies encontradas ao longo das planícies dos Rios Solimões e Amazonas.

O novo trabalho incluiu os Rios Purus, Juruá e Madeira. E surpreende porque revela que muito mais árvores da Amazônia têm a capacidade de se adaptar ao difícil regime hidrológico. O trabalho, publicado na revista PLoS One, calcula que o total de espécies das áreas úmidas amazônicas compreende 53% de 6.727 espécies da flora arbórea da Amazônia.

Isso chama a atenção porque as áreas úmidas compreendem apenas 30% dos 7 milhões de km2 da Amazônia, o que indica que há um intercâmbio entre as espécies de terras secas e as de terras úmidas.

Alerta

A descoberta já chega com um alerta de risco em um cenário futuro de mudanças climática. "Se a estação seca aumentar muito, pode começar a favorecer somente as espécies que ainda vivem em terra firme e toleram um pouco de inundação. Isso pode promover uma homogeneização da biodiversidade de árvores", afirma Thiago Sanna Freire Silva, professor no Departamento de Geografia da Unesp e coordenador da pesquisa. Essa ameaça já aparece em algum grau com as mudanças de regime hídrico promovidas pelas barragens de hidrelétricas.


Agência Estado

Leia a íntegra da defesa de Lula no TSE

31 de agosto de 2018 por Esmael Morais

A defesa do candidato Luiz Inácio Lula da Silva protocolou no Tribunal Superior Eleitoral, por volta das 23h desta quinta (30), a contestação aos pedidos de impugnação de sua candidatura à Presidência da República. O documento rebate cada uma das 17 impugnações e sustenta que Lula pode ser candidato, com todos os direitos, com base na lei e em decisões anteriores da Justiça Eleitoral em casos semelhantes.

Além de argumentar com o artigo 26-C da Lei da Filha Limpa, que permite a suspensão da inelegibilidade mesmo de candidatos condenados em órgão colegiados da Justiça (que é o caso das decisões injustas e arbitrárias contra Lula), a defesa acrescentou o recente comunicado do Comitê de Direitos Humanos da ONU que obriga o Brasil a garantir os direitos políticos de Lula, inclusive o de disputar as eleições presidenciais.

“A inelegibilidade do ex-Presidente Lula foi suspensa pela decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, como será demonstrado”, afirma a defesa. “Não tivesse sido, poderia ser suspensa a qualquer momento – conforme expressa previsão do art. 26-C da (assim chamada) Lei da Ficha Limpa.”

Os advogados reafirmaram que o Brasil está obrigado a cumprir o comunicado do Comitê da ONU, por ter assinado o Protocolo Facultativo do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, aprovado pelo Congresso Nacional. E argumentam que o Comunicado da ONU é um fato novo, que obriga o reexame da inelegibilidade.

A Contestação demonstra com números da própria Justiça Eleitoral que não pode ser tomada uma medida excepcional para impedir Lula de disputar as eleições. “Dos 145 candidatos que se elegeram em 2016 com o registro indeferido, 98 conseguiram uma alteração fática ou jurídica superveniente após a eleição, apenas antes da diplomação. Reverteram o indeferimento do registro, foram diplomados, tomaram posse e exercem o mandato”, diz o texto da defesa.

A defesa sustenta que Lula tem o direito de participar de todos os atos de campanha, inclusive debates e entrevistas, mesmo com sua candidatura sujeita a julgamento. É o que diz o art. 16-A da Lei Eleitoral: “O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral.”
Leia a íntegra da contestação

Espanha anuncia recursos da UE para ajudar em crise migratória venezuelana

VENEZUELANS
O chefe de governo espanhol destacou o "compromisso humanista" do governo colombiano
A UE vai aportar 35 milhões de euros a América Latina para enfrentar a crise migratória venezuelana, disse nesta quinta-feira (30) o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, após propor à região uma “distribuição de cotas” de migrantes.

Ao fim de uma visita a Bogotá, no âmbito de sua primeira viagem à região, o dirigente socialista reconheceu o problema que representa para o “conjunto da América Latina” o “êxodo maciço” de pessoas que fogem da crise na Venezuela, apesar de o chavismo rejeitar que se trate de uma crise migratória.

“Hoje precisamente em Bruxelas foi acordado que vão ser 35 milhões de euros que a União Europeia (UE) coloca à disposição da América Latina para enfrentar” esta conjuntura, afirmou Sánchez durante coletiva de imprensa conjunta com o presidente colombiano, Iván Duque.

O chefe de governo espanhol destacou o “compromisso humanista” do governo colombiano perante o drama de centenas de milhares de venezuelanos que cruzaram a fronteira em busca de comida, remédios e produtos básicos que faltam em seu país, e defendeu “uma resposta multilateral” ao maior fluxo migratório registrado no continente em tempos de paz.

Embora não o tenha mencionado durante a coletiva, Sánchez havia proposto anteriormente que os governos latino-americanos adotem um sistema de “distribuição de cotas” para atender os venezuelanos.

De acordo com as Nações Unidas, 2,3 milhões de pessoas (7,5% da população venezuelana, de 30,6 milhões) moram no exterior, das quais 1,6 milhão partiu desde 2015, quando se aprofundaram as dificuldades no país com as maiores reservas de petróleo no mundo.

A maioria fugiu para Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Chile e Argentina devido à falta de alimentos e medicamentos na Venezuela, uma hiperinflação que o Fundo Monetário Internacional projeta em 1.000.000% para 2018 e salários equivalentes a 30 dólares.

“Se concebemos a América Latina como uma comunidade solidária, é evidente que a distribuição de cotas poderia ser uma boa solução”, declarou Sánchez em entrevista à Blu Radio.

No entanto, Sánchez se distanciou das posições mais radicais sobre o trato com o governo de Nicolás Maduro e insistiu em um “diálogo” frente à situação política e econômica que conduziu a esta fuga em massa.

(AFP)

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

TSE recua de julgamento às pressas da candidatura de Lula

URGENTE
30 de agosto de 2018 por Esmael Morais


A tentativa de julgar às pressas no TSE e barrar a aparição de Lula no horário eleitoral, neste sábado, parece que bateu na trave.


Segunda a agência Reuters, o Tribunal Superior Eleitoral desistiu da pauta extraordinária desta sexta (31) para examinar pedidos que pedem a impugnação do ex-presidente.

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A casa do TSE vai cair, se cassar Lula do horário eleitoral sem julgamento

A defesa do petista tem até 23h59 desta quinta (30) para apresentar a defesa.

Ainda segunda a Reuters, houve uma avaliação interna no TSE de que julgar o registro do Lula no dia seguinte ao prazo de apresentação da defesa dele às impugnações, nesta quinta, poderia passar a impressão de pressa.


Advogada defende que Lula apareça em propaganda até julgamento sobre candidatura

Defesa argumenta que Lula pode aparecer em propaganda eleitoral até julgamento definitivo sobre candidatura
Propaganda eleitoral no rádio e na TV para candidatos à Presidência da República começa no sábado (1º). Lula, preso desde abril, teve a candidatura questionada no TSE e ainda não sabe se poderá concorrer.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília

Uma das advogadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) defendeu nesta quinta-feira (30) o direito do petista aparecer como candidato à Presidência na propaganda eleitoral que começa no próximo sábado (1º).

Em conversa com jornalistas após sessão da Corte, Maria Claudia Bucchianeri, disse que a lei eleitoral garante a um político essa participação, enquanto a Justiça Eleitoral não julgar em definitivo se ele permanece ou não na disputa.

Preso desde abril, Lula vai ter o registro da candidatura julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral  (Foto: Reprodução/JN)
Preso desde abril, Lula vai ter o registro da candidatura julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (Foto: Reprodução/JN)

O TSE marcou para sexta-feira (31), às 14h30, uma sessão extraordinária. A expectativa é que se discutam pedidos de liminar (decisão provisória) apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo Partido Novo, para proibir Lula de aparecer como candidato no rádio e na TV.

Para Bucchianeri, a lei e decisões recentes do TSE garantem a participação de políticos cuja candidatura esteja sob contestação, como é o caso de Lula, condenado por órgão colegiado e considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Ele está preso desde abril em Curitiba.

“O artigo 16-A é muito claro: enquanto o candidato estiver ‘sub judice’ ele tem direito de acesso ao rádio e à TV. Então a gente confia na lei, pelo menos até que o registro seja julgada e essas teses, que são muito profundas, sejam enfrentadas”, disse aos jornalistas.

O artigo 16-A da Lei 9.504/1997 diz que “o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior”.


O registro de candidatura de Lula é alvo de mais de uma dezena de impugnações (questionamentos). Termina nesta quinta o prazo para os advogados do petista apresentarem a defesa da candidatura. O documento, com cerca de 200 páginas, deve ser protocolado no início da noite.

Bucchianeri considera difícil os ministros julgarem nesta sexta o pedido de registro, que definirá se Lula fica ou sai da disputa. A expectatva é que isso ocorra na semana que vem, quando a propaganda eleitoral já estará no ar.

Mesmo após a apresentação da defesa, nesta quinta, a legislação garante outros prazos para alegações finais das partes – na qual os interessados em derrubar o registro de Lula poderão rebater os argumentos da defesa.

No documento a ser apresentado nesta quinta, os advogados de Lula vão anexar pareceres de juristas e argumentar que o TSE deve aprovar a candidatura, principalmente com base na recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) em favor da participação do petista no pleito.

LULA

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

Defesa De Lula No TSE: TRF4 É Culpado Por Instabilidade Político-Jurídica

Por Felipe  Em 30 ago, 2018

 A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminha nesta quinta-feira (30) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma manifestação de mais de 200 páginas culpando,  “em alguma medida”, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre, “pela instabilidade político-jurídica” do julgamento do registro da candidatura dele. Advogados pedem respeito a compromissos internacionais de defesa dos direitos humanos, conforme trechos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com a defesa, o TRF4, que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão no processo do tríplex do Guarujá, na Operação Lava Jato, deve “ser chamado a compartilhar, em alguma medida, a culpa pela instabilidade político-jurídica” do julgamento do registro. “Isso por jamais ter remetido o recurso de Lula ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a despeito de estar admitido há dois meses”, dizem os advogados.

“Não se está a sustentar que tenha havido alguma artimanha do TRF-4, mas fato é que os recursos de Lula ainda não subiram. Só para intimar o Ministério Público para apresentar contrarrazões (o que deveria ser imediato) o TRF-4 demorou 45 dias. E o Ministério Público usou o prazo integral – o que é legítimo, é claro. O tempo morto integral, pós-condenação colegiada (pós-inelegibilidade, portanto) é de 75 dias. Quem sabe tenha sido o tempo que faltou para o STJ ter julgado, no mérito, o recurso especial”, acrescentam.

A defesa também ressalta que o Comitê de Direitos Humanos da ONU emitiu no último dia 17 um comunicado pedindo a garantia dos direitos políticos do ex-presidente. Segundo os advogados, “em momentos de reafirmação e valorização da democracia, valorizam-se, de igual modo, os compromissos internacionais de defesa dos direitos humanos”.

O Comitê de Direitos Humanos da ONU determinou ao Estado Brasileiro que “tome todas as medidas necessárias para que para permitir que o autor [Lula] desfrute e exercite seus direitos políticos da prisão como candidato nas eleições presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à imprensa e a membros de seu partido politico” e para “não impedir que o autor [Lula] concorra nas eleições presidenciais de 2018 até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação sejam completados em um procedimento justo e que a condenação seja final”.

O Congresso Nacional confirmou, por meio do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que o Brasil assinou “o Brasil é signatário do ‘Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos’ e de seus Protocolos Facultativos, assinados na ONU em 16 de dezembro de 1966”. “O tratado internacional tramitou na Câmara e no Senado entre janeiro de 2006 e junho de 2009, sendo aprovado em ambas as Casas, e foi promulgado pelo Decreto Legislativo nº 311, de 2009, conforme publicado no Diário Oficial da União de 17 de junho de 2009, encontrando-se em pleno vigor”.

Golpe Arrastou 23 Milhões À Miséria, Tamanho Igual À População Do Chile

Por Felipe  Em 30 ago, 2018

Depois do golpe, o Brasil arrastou de volta à miséria o equivalente à população do Chile. Foram nada mais nada menos do que 23,3 milhões de pessoas empurradas para a linha abaixo da pobreza. O dado é estarrecedor: trata-se de 11,2% da população brasileira. São pessoas que voltaram a viver com menos de R$ 203 por mês.

A pesquisa que afere esta mobilidade social invertida – o exato contrário do que foi o período dos governos Lula, em que 40 milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza – foi feita pela FGV Social, órgão de pesquisa ligado à FGV (Fundação Getúlio Vargas), coordenada pelo economista Marcelo Neri.

Os dados sobre a devastação do golpe, associados à figura de Michel Temer e de Henrique Meirelles, começam a ter sua divulgação acelerada, depois de dois anos de recrudescimento de todos os dados negativos que uma economia e uma sociedade pode imaginar ter.

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O índice de 33% de crescimento da pobreza é dos últimos 4 anos, o exato período em que Aécio Neves e Eduardo Cunha se juntaram para sabotar o governo Dilma, vencedor das eleições.

Antes mesmo do golpe sacramentado, que tornou-se oficial no ano de 2016, a governança do país já estava sob a ação da confraria do horror, com trancamentos de pauta no Congresso, bombardeio midiático sobre todas as políticas sociais dos governos do PT e chantagens as mais variadas correndo solta em Brasília,  bem como a Operação Lava Jato, que contribuiu ferozmente para que o desemprego e a aniquilação do cinturão de proteção social construído anos a fio nos governos soberanos e democráticos eclodissem com velocidade extrema.

Com informações do Brasil 247

Haddad “apoiado por Lula” vai até 34%, diz DataPoder360

30 de agosto de 2018 por Esmael Morais


Pesquisa do DataPoder360 afirma que 34% do eleitorado votaria em Fernando Haddad, apoiado por Lula, à Presidência da República.


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Haddad e Requião, juntos, em Curitiba

Lula lidera a corrida presidencial 39% das intenções de voto, segundo o último Datafolha. Isto significa que, de arrancada, o ex-presidente transferiria 13,26% dos votos para Haddad — o suficiente para colocá-lo no 2º turno, haja vista que o vice também tem residual próprio como ex-prefeito de São Paulo e da campanha atual.

O DataPoder360 lembra ainda que o PT e o PSDB terão os maiores tempos disponíveis para fazer esses comerciais por 35 dias, o que possibilitará ampliar o potencial de transferência de votos de Lula para Haddad.

O levantamento consistiu em 5.500 entrevistas por meio de telefones fixos e celulares de 24 a 27 de agosto. Foram atingidas 329 cidades em todas as 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O registro do estudo no TSE é BR-04538/2018.

Quem é o seu próximo?

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Os profetas defendem o humano, seus direitos, sua dignidade.
"É bonita a vida de quem ajuda os outros a viver de novo"(Dom Luciano) (Noah Buscher by Unsplash)
Por Élio Gasda*

Em tempos de Francisco é bom relembrar outros três pastores-profetas que muito se assemelham a ele em gestos e palavras. Em 27 de agosto celebramos a Páscoa de dom Helder Câmara (1999), Dom Luciano Mendes de Almeida (2006) e Dom José Maria Pires (2017). A caridade quanto mais personificada, mais é perseguida e rejeitada. Chamados de rebeldes e bispos de esquerda, são homens que escolheram o mesmo que Jesus: acolher os pobres e marginalizados. Puro Evangelho!

Logo depois de ser eleito, ainda cardeal Bergoglio, Francisco ouviu baixinho as palavras do amigo Cláudio Hummes: “Não se esqueça dos pobres!” Não foram diferentes as palavras de Dom Luciano antes de morrer: “Cuide dos pobres, não esqueça dos pobres!” ditas ao irmão Luiz. O Bispo de Roma, como Luciano, escolheu a simplicidade e a misericórdia como estilo de viver. O “bispo do Brasil” foi amoroso e humilde. “Em que posso ajudar?”, era sempre sua pergunta. Tudo “em nome de Jesus” foi seu lema. Movido pela misericórdia, disse uma vez que se deveriam “abrir as portas das casas e Igrejas para abrigar à noite os pobres”.

Um dos responsáveis pela criação da Pastoral do Menor, Luciano foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo, arcebispo de Mariana, foi Secretário Geral (1979-1988) e Presidente (1987-1995) da CNBB. “Os Santos são o evangelho vivo”. Os que o conheceram o dizem santo. Em breve será canonizado.

Os profetas defendem o humano, seus direitos, sua dignidade. Foi assim a vida de Dom Helder Câmara, conhecido como "irmão dos pobres", mas também como “Bispo Vermelho”. Apelido que ganhou dos militares em tempos da ditadura. “Sempre que procura defender os sem-vez e sem-voz, a Igreja é acusada de fazer política”, disse. Mas, antes de ser identificado assim, cometeu “um erro de juventude” como costumava justificar os tempos em que apoiou a direita integralista. Mas o contato permanente com os mais pobres mudou sua vida. "Se dou comida aos pobres, eles chamam-me santo. Se pergunto por que razão os pobres não têm comida, eles chamam-me comunista".

Dom Helder, como Francisco, incomodou a muitos, principalmente ao denunciar fora do Brasil a violação dos direitos humanos e as atrocidades cometidas pelo regime militar. Acolheu em sua casa muitos perseguidos políticos. Foi o exemplo vivo da Igreja em saída que tanto defende Papa Francisco. Presente nas periferias e denunciando as injustiças. O bispo dos pobres foi articulador da fundação da CNBB, das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), teve papel decisivo na criação do Movimento dos sem Terra (MST) e de diversos sindicatos rurais. Foi chamado de "homem simples, pobre e desprendido", "exemplo de uma Igreja que tem muita coisa a mudar em si".

Grande amigo de Dom José Maria Pires, juntos estiveram no Concílio Vaticano II. Estavam entre os 40 bispos que assinaram o Pacto das Catacumbas da Igreja Serva e Pobre. Comprometeram-se a viver como o povo, sem títulos e roupas luxuosas, assim como do uso de ouro e prata, sem propriedade pessoal, estabelecer relações horizontais de diálogo em suas dioceses. Essa é a Igreja que Francisco almeja, distante dos “centros” e que se aproxime das “margens” do mundo. Era um homem sem meias palavras: “Dom José Maria vai às causas, vai às raízes... fala claro, sem perder a serenidade, chamando as coisas pelos nomes”, dizia dom Helder sobre o amigo. Depois de ser bispo de Araçuaí, assumiu a arquidiocese de João Pessoa por 30 anos. Tornou-se bispo emérito peregrino sempre animando as comunidades. Sua causa era a dos empobrecidos e sua luta a justiça social. Assumiu sua etnia e se entregou a defesa dos negros, carinhosamente chamado de Dom Zumbi. Incentivou a criação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Trabalhou no processo de enculturação da liturgia e diálogo inter-religioso. Grande incentivador da Missa dos Quilombos e da Missa da Terra sem Males, junto com Dom Pedro Casaldáliga.  

Denunciou a ganância dos fazendeiros e coronéis do Nordeste. Como Francisco, criticou o capitalismo: “Dar esmolas, todos acham que é razoável. Mas aceitar que é um roubo guardar o supérfluo quando a outros falta o necessário, isto lhes cheira a marxismo. Realmente, dentro da mentalidade dominante, não é fácil aceitar a receita da Populorum Progressio que é a mesma do Evangelho”. Ir para a margem da sociedade, da Igreja, do mundo foi seu maior gesto.

“Insignis charitatis erga pusillos et pauperes” – de extraordinária caridade para com os pequenos e pobres – esse foi o traço mais marcante na vida destes pastores. Seus preferidos eram os mesmos de Jesus. Na Igreja desses bispos não há espaço para acomodados, acovardados e indiferentes. Inquiete-se: qual é a sua causa, quem é o seu próximo? “É bonita a vida de quem ajuda os outros a viver de novo” (Dom Luciano). Quer ser santo? Ame. “Quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei” (Rm 13,10).

*Élio Gasda é doutor em Teologia, professor e pesquisador na FAJE. Autor de: Trabalho e capitalismo global: atualidade

Mais de 130 cidades poderão receber menos recursos federais em 2019

domtotal.com
Outros 105 municípios devem receber mais recursos, de acordo com CNM.
A lista de municípios que sofreram mudanças no coeficiente para 2019 ainda será confirmada pelo TCU.
A lista de municípios que sofreram mudanças no coeficiente para 2019 ainda será confirmada pelo TCU. (Antonio Cruz/ Agência Brasil/Agência Brasil)

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que 135 cidades do interior do Brasil poderão receber menos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2019, a partir da nova estimativa populacional divulgada hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo do CNM, também divulgado nesta quarta-feira, estima que outros 105 municípios tiveram aumento do coeficiente usado para calcular a cota do FPM e poderão receber mais verbas da União do que no ano passado. De acordo com os dados, 5.330 municípios mantiveram o coeficiente de 2017.

Os dados do IBGE servem como base dos cálculos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para definir o percentual do repasse obrigatório de recursos da União para cada município do país. A previsão da transferência financeira é prevista na Constituição Federal para todas as cidades e capitais, incluindo o Distrito Federal.

A maioria das cidades que foram impactadas com redução do coeficiente está na Bahia, Minas Gerais e Paraná e grande parte dos municípios que apresentaram aumento do coeficiente do FPM está nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.

A Confederação destaca que existem ainda 268 municípios que estão próximos das faixas de mudança do FPM (diferença de até 500 habitantes). O CNM alerta que os gestores municipais podem contestar a estimativa populacional até o dia 17 de setembro junto ao IBGE para tentar aumentar sua população e seus coeficientes para o próximo ano.

A lista de municípios que sofreram mudanças no coeficiente para 2019 ainda será confirmada pelo TCU. Na distribuição dos recursos, o Tribunal considera a divisão dos municípios em três classes: 10% são destinados para as capitais dos estados e o Distrito Federal, 3,6% para reserva (cidades com mais de 142,6 mil habitantes) e 86,4% para cidades do interior.

A projeção mais recente do IBGE aponta que a população brasileira passou de 208,4 milhões, o que representa aumento de 0,38% em relação a 2017. No entanto, mais da metade (52,7%) dos 5.570 municípios brasileiros sofreram redução no número de habitantes, por alterações nas fronteiras das cidades, entre outros motivos.


Agência Estado

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Paris, Tóquio, Nova York e outras cidades prometem reduzir o desperdício

domtotal.com
O aterro Robinson Deep, o maior de Joanesburgo, em 29 de junho de 2018.
O aterro Robinson Deep, o maior de Joanesburgo, em 29 de junho de 2018. (AFP).

Reduzindo o desperdício de alimentos e melhorando a gestão e a reciclagem de resíduos, 23 cidades e regiões globais que representam 150 milhões de pessoas prometeram, nesta terça-feira (28), diminuir significativamente o lixo que geram até 2030.

Cidades como Nova York, Tóquio, Londres, Paris e Sydney prometeram "cortar a quantidade de resíduos gerada por cada cidadão em 15% até 2030", disse um comunicado da C40 Cities, uma rede global dedicada a combater as mudanças climáticas.

Elas também "reduzirão a quantidade de resíduos enviados para aterros e incineração em 50% e aumentarão a taxa de desvio para 70% até 2030", segundo a declaração.

O objetivo da "Declaração de avanço em direção ao lixo zero" é evitar o descarte de pelo menos 87 milhões de toneladas de lixo até 2030.

O lixo está se tornando uma das principais ameaças ao meio ambiente, aumentando mais rapidamente do que qualquer outro poluente.

A cada ano, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados são enviados para aterros, onde restos podres enviam metano, um potente gás do efeito estufa, para a atmosfera.

Melhorar o desperdício e a gestão de materiais em todo o mundo pode reduzir as emissões globais em 20%, e são passos "essenciais" para cumprir as metas do acordo climático de Paris de 2015 e limitar o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 grau Celsius, disse a declaração da C40 Cities.

O anúncio foi divulgado antes da Cúpula Global de Ação Climática, que será realizada em São Francisco em meados de setembro.

Os signatários incluem Auckland, Copenhague, Dubai, Londres, Milão, Montreal, Nova York, Newburyport, Paris, Filadélfia, Portland, Roterdã, San Jose, São Francisco, Santa Monica, Sydney, Tel Aviv, Tóquio, Toronto, Vancouver, Washington DC. e as regiões de Navarra e Catalunha.

Etapas específicas incluem a redução do desperdício de alimentos e a facilitação da doação de alimentos seguros.

As áreas participantes podem incentivar a coleta seletiva de restos de comida que poderiam ser usados para compostagem, e apoiar políticas locais como compras sustentáveis e aumento da conscientização e uso de reciclagem para materiais de construção e demolição.

As áreas também podem apoiar reduções ou proibições de plásticos descartáveis e não recicláveis.

Os signatários se comprometeram a divulgar publicamente seu progresso a cada dois anos.

"Reduzir drasticamente os resíduos ajudará a frear as emissões de carbono, ao mesmo tempo em que nos ajudará a construir uma cidade mais justa, mais limpa e mais habitável para todos os nova-iorquinos", disse o prefeito de Nova York, Bill de Blasio.

"Estamos orgulhosos de estar ao lado de outras cidades líderes mundiais na tomada de medidas ambiciosas para reduzir o desperdício".


AFP

A fé em meio a graves escândalos na Igreja

  Miguel Pastorino | Ago 29, 2018
CANDLES
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Shutterstock-Alexander Narraina

Em que Igreja cremos? Em um clube de perfeitos ou em hospital de pecadores?
Em 1969, o então teólogo Joseph Ratzinger escreveu, em sua obra “Introdução ao Cristianismo”, um breve capítulo sobre a Igreja. Ele começa de um modo que nos parece muito atual:

“… Externemos o que hoje nos preocupa neste ponto. Se formos sinceros, seremos tentados a dizer que a Igreja não é nem santa, nem católica (…).Os séculos da história da Igreja estão tão repletos de humano fracasso, que podemos compreender a horrível visão de Dante, ao descrever a prostituta babilônica sentada na carruagem da Igreja, parecendo-nos também plausíveis as terríveis palavras do bispo de Paris, Guillaume d’Auvergne (século XIII), o qual acreditava que qualquer pessoa que visse o embrutecimento da Igreja, deveria ficar tomado de horror: ‘Não é mais esposa, mas um monstro de medonho aspecto e selvageria’ (…). A catolicidade da Igreja parece problemática. A túnica inconsútil do Senhor está dividida entre partidos litigantes, a Igreja única fracionada em muitas igrejas, das quais cada uma tem a pretensão, mais ou menos extremada, de ser a única a ter razão. Por isto a Igreja para muitos se tornou um real impedimento para a fé. Eles são capazes apenas de ver as aspirações humanas pelo poder, o espetáculo mesquinho daqueles membros seus que, afirmando serem os administradores do cristianismo oficial, parecem constituir o empecilho máximo ao verdadeiro espírito cristão”.

Dito isso com total clareza e dureza, estamos convencidos de que esses argumentos não podem ser refutados, e que essa percepção não somente está baseada em razões, mas também na experiência de corações partidos e feridos, que, agora, sofrem uma terrível decepção. E, partir deste ponto de vista, deste contrate entre o que se acredita e o que se percebe na realidade é que perguntamos: Por que, apesar de tudo, amamos a Igreja?

Igreja Santa? 
Dizer “Igreja santa” não significa afirmar que todos os seus membros são santos. Ratzinger defende que este sonho de uma igreja imaculada renasce em todas as épocas e que, de fato, as mais duras críticas à Igreja têm origem neste sonho irreal. Ele esclarece: 

“A santidade da Igreja consiste no poder pelo qual Deus opera a santidade nela, dentro da pecaminosidade humana. É um dom de Deus, uma graça, que permanece apesar da infidelidade humana. É expressão do amor de Deus que não se deixa vencer pela incapacidade do homem, mas, apesar de tudo, sempre volta a mostrar-se-lhe bondoso, a recebê-lo exatamente como pecador, a voltar-se para o homem, a santificá-lo, a amá-lo”. 

Assim como qualquer dom, a santidade não depende do mérito dos crentes. A santidade que permanece na Igreja é a de Cristo, não a nossa. 

Para Ratzinger, a paradoxal imagem da justaposição entre a santidade de Cristo e a infidelidade humana é a dramática figura da graça neste mundo, pela qual se faz visível o amor gratuito e incondicional de Deus, que tanto ontem quanto hoje se senta para comer na mesa dos pecadores. 

O sonho de um mundo puro 
A ideia de que a Igreja não se mistura com o pecado é um pensamento simplista e dualista, que pretende tecer uma imagem ideal e aristocrática, mas não real. Ratzinger lembra como os contemporâneos de Cristo se escandalizavam porque Ele não era um fogo capaz de destruir os pecadores:

“Sua santidade revelava-se precisamente como procura dos pecadores que Jesus atraía para perto de si; como um misturar-se até o extremo de ele mesmo se ter tornado ‘pecado’, carregando a maldição da lei em seu suplício (…). Jesus atraiu a si o pecado e tornou-o parte dele, revelando deste modo o que é a autêntica ‘santidade’: não isolamento, não julgamento, mas amor salvador.”

As perguntas que surgem deste modo de ver as coisas são estremecedoras e cheias de esperança: 

“Não é a Igreja a mera continuação desse divino compromisso com a miséria humana; não é a Igreja a mera continuação da comunidade da mesa de Jesus com os pecadores, do seu misturar-se com a miséria do pecado, de modo a dar a impressão de naufragar nele? Na pecadora santidade da Igreja, em contraste com a humana expectativa dos puros, não se revela a verdadeira santidade de Deus que é amor, amor que não se conserva em nobre distância diante dos puros intocáveis, mas se mistura com a sujeira do mundo para vencê-la? Nesta perspectiva a santidade da Igreja poderia ser outra coisa que o mútuo suportar-se que, naturalmente, flui para todos do fato de Cristo a todos sustentar?”

Carregarmos uns aos outos, pois Ele tem nos carregado 
Ratzinger confessa, em seu tom sempre lúcido e transparente, que a santidade quase imperceptível da Igreja tem algo de consolador. Porque nós certamente iríamos nos desanimar diante de uma santidade imaculada, judicial e arrasadora que não abraçasse a fragilidade humana e não oferecesse sempre o perdão a quem se arrepende de coração. De fato, todos teríamos que sair da Igreja, caso ela fosse uma comunidade dos que merecem o prêmio da perfeição.  

Quem é consciente de que tem a necessidade de ser apoiado pelos outros, não poderá se negar a carregar os seus irmãos. O único consolo que a comunidade cristã pode oferecer é apoiar o próximo, assim como ela mesma é apoiada. 

O que realmente importa aos fiéis 
As visões reducionistas sobre a Igreja não levam em conta a visão que ela tem de si mesma nem seu centro, que é Jesus Cristo. Ela não é uma instituição em que o mais importante é a sua organização ou os objetivos políticos, “mas o consolo da palavra e dos sacramentos, que se conservam em dias bons e fatídicos”. 

“Os crentes autênticos não dão excessiva importância à luta pela reorganização de formas eclesiásticas. Vivem do que a Igreja sempre é. E querendo saber o que é a Igreja, basta dirigir-se a eles. Porquanto a Igreja geralmente está não onde se organiza, reforma, rege, mas nos que crêem singelamente, recebendo dela a dádiva da fé, que se lhes torna fonte de vida. Só quem experimentou de que modo, por cima das vicissitudes dos seus ministros e das suas formas, a Igreja sustenta os homens, lhes dá pátria e esperança, uma pátria que é esperança: caminho para a vida eterna – só quem o experimentou, sabe o que é Igreja em todos os tempos.”

Para Ratzinger, a Igreja vive da luta entre o pecado de seus membros e a santidade do Cristo que a habita. Mas esta será uma luta útil somente se for usada para amor real e eficaz. Uma Igreja de portas fechadas destrói os que estão dentro dela. 

Ainda de acordo com Ratzinger, é uma ilusão crer que, isolando-se do mundo podemos melhorá-lo, assim como é uma ilusão acreditar em uma “igreja de santos”, pois o que existe é uma “Igreja santa”- santa porque é de Cristo, não nossa. 

CATRIMANI: “OS MISSIONÁRIOS CHEGARAM COMO AMIGOS”

Por Jaime Carlos Patias
A convivência do povo Yanomami com os Missionários da Consolata, construiu ao longo dos anos, um modelo de missão alicerçada no respeito e no diálogo. Fundada em 1965, a 250 Km de Boa Vista, a Missão Catrimani contribui para a defesa da vida, da cultura, do território e da floresta, a Casa Comum. O princípio fundamental deste modelo de missão é anunciar a alegria do Evangelho no silêncio e no diálogo gerando laços de amizade na ótica do bem viver. P. Corrado Dalmonego vive com os Yanomami há 11 anos e partilha sobre as seis áreas do Projeto da Equipe na Missão.

Além do P. Corrado, integram hoje a Equipe Missionária na Missão Catrimani, as Irmãs Mary Ages Njeri Mwangi (queniana), Noemi del Valle Mamaní (argentina) e Giovanna Geronimo (italiana). O testemunho dos missionários e missionárias que em diferentes etapas partilharam suas vidas com o povo Yanomami lembra a atuação da Igreja em suas origens. “A missão nos dá a possibilidade de nos enriquecer. Aqui somos preenchidos pelas riquezas do povo. Aprendemos a caminhar com os indígenas, com suas esperanças e lutas, alegrias e conflitos, rompendo fronteiras e construindo alianças com eles e com outras organizações”.

A história do Catrimani nos ensina que os povos indígenas assim como qualquer outo povo, devem ser respeitados e compreendidos em suas diferenças. P. Corrado comenta sobre o estilo da Missão Catrimani, uma história muito rica que nos faz mais fiéis ao carisma ad gentes. E citando palavras proferidas por Davi Kopenawa Yanomami, em 2015, P. Corrado recorda: “A Missão Catrimani está lá, protegendo este lugar, para não deixar entrar outro pessoal estranho [...] Isso é muito importante, para continuar a trabalhar e permanecer... até o fim do mundo!”

Por fim, um convite: “Não tenham medo da Missão Catrimani”



24-INMD-Floresta_amazonica_na_Terra_Indigena_Yanomami
A floresta amazónica na Terra Indigena Yanomani.
24-INMD-Coleta_de_castanhas_da_floresra

Recolha de castanhas da floresta.

24-INMD-Plantacao_de_bananeiras