sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Trabalhador sem carteira ganha 44% menos que empregado formal, aponta IBGE

Há 1 ano, diferença era menor, de 40,5%. No 4º trimestre, rendimento médio do trabalhador com carteira foi de R$ 2.090, enquanto que do informal foi de R$ 1.179.
Por Daniel Silveira e Darlan Alvarenga, G1
23/02/2018 12h59  Atualizado há 24 minutos
Foto: (Valdecir Galor/SMCS)
Além da falta de garantias como férias e 13º salário, o trabalhador que não têm carteira assinada recebe, em média, 44% menos que o trabalhador formal. É o que aponta o detalhamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

Rendimento médio do brasileiro
Remuneração mensal habitual por posição ocupada, em R$
2.0902.090
1.1791.179
1.5671.567
3.3353.335
5.5555.555
852852
Com carteira assinada
Sem carteira assinada
Conta própria
Empregado no setor público
Empregador
Trabalhador doméstico
0
2k
4k
6k
Empregado no setor público
3.335
Fonte: IBGE
De acordo com a pesquisa, no 4° trimestre de 2017 a média de rendimento mensal do trabalhador com carteira assinada no país era de R$ 2.090. Já os empregados sem carteira assinada tiveram rendimento médio de R$ 1.179. Ou seja, uma diferença de R$ 911. No mesmo trimestre do ano anterior, a distância entre o valor pago (já descontada a inflação) era menor, de 40,5% ou R$ 818.

“O trabalho sem carteira assinada é ilegal e vai pegar ocupações mais precárias, menos qualificadas, por isso o rendimento é menor”, avaliou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Leia também: Falta trabalho para 26,4 milhões de brasileiros, aponta IBGE

O pesquisador destacou que entre 2014 e 2017, o país perdeu, em função da crise econômica, cerca de 3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. Com isso, aumentou o número de trabalhadores contratados sem carteira assinada e por conta própria.

Segundo os números do IBGE, em 1 ano, o número de empregados sem carteira cresceu 5,7% e os por conta própria aumentou 4,8%, ao passo que o de trabalhadores formais caiu 2%. Já o de empregadores subiu 6,4%.

“O trabalhador por conta própria é uma pessoa que desenvolve atividade econômica e não tem emprego. Essa população aumenta em momentos de crise econômica. Associada ao emprego sem carteira, ela indica o trabalho informal, ou seja, o aumento do trabalho precário”, afirma Azeredo.

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