domingo, 31 de dezembro de 2017

São Jorge, o grande Mártir: ensina-nos que temos derrotar o dragão nosso de cada dia

 Padre Geovane Saraiva 
São Jorge, grande Mártir, santo padroeiro das cruzadas, guerreiro e cavalheiro. Venceu o dragão, indicando que temos derrotar o nosso dragão de cada dia, o mal. Nasceu entre 275 e 280 —, morreu aos 23 de abril de 303, com 28 anos. De acordo com o que se sabe, São Jorge teria nascido na antiga Capadócia.
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Papa dirige-se às famílias «feridas» e critica quem vive com «falsas imagens» de Deus

Agência Ecclesia 31 de Dezembro de 2017, às 11:59 
Foto: Lusa   
Foto: Lusa
Último ângelus de 2017 assinalou festa da Sagrada Família.

Cidade do Vaticano, 31 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a Igreja tem de acolher as famílias “feridas” e criticou quem vive com “falsas imagens” de Deus.

“Não há nenhuma situação familiar que esteja fechadas ao caminho novo de renascimento e de ressurreição. Cada vez que as famílias, mesmo as feridas e marcadas pela fragilidade, falhanço e dificuldades, regressam à fonte da experiência cristã, abrem-se novos caminhos e possibilidades inauditas”, assinalou, no último ângelus de 2017, a respeito da festa da Sagrada Família, que a Igreja Católica celebra este domingo.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco disse que o tempo de celebração do nascimento de Jesus recorda a todos que Ele veio “para fazer cair as falsas imagens” que as pessoas fazem de Deus e de si próprias.

Jesus veio para que todos possam “ressurgir, num autêntico caminho humano e cristão, fundado sobre os valores do Evangelho”, acrescentou.

Evocando as figuras de Maria e José, o Papa sublinhou que a família tem como missão “criar condições favoráveis para o crescimento harmonioso e total dos filhos, a fim de que possam viver uma vida boa, digna de Deus e construtiva, para o mundo”.

OC

Vaticano: Papa convida católicos a viver final de 2017 em espírito de «gratidão»

Agência Ecclesia 31 de Dezembro de 2017, às 11:34       
Francisco vai presidir a celebração de oração no último dia do ano
Cidade do Vaticano, 31 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje os católicos a fazer do último dia de 2017 um dia de “gratidão” por tudo o que viveram neste ano.

“Não nos esqueçamos de agradecer a Deus, neste dia, pelo ano que passou e por todo o bem que recebemos”, disse, no Vaticano, após a recitação da oração do ângelus.

“Hoje é um dia de agradecimento”, insistiu.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco sustentou que há  muito que cada um recebeu e que deve agradecer a Deus.

"Vai fazer-nos bem, a cada um de nós, tirar um pouco de tempo para pensar em quantas coisas boas recebi do Senhor, este ano, e agradecer. E se houve provações, dificuldades, devemos agradecer também, porque nos ajudou a superar esse momento”, acrescentou.

O Papa despediu-se dos peregrinos e visitantes com votos de bom domingo e “um fim de ano sereno”, agradecendo pelas orações e felicitações que tem recebido nesta época festiva.

Esta tarde, pelas 17h00 (menos uma em Lisboa), Francisco vai presidir no Vaticano a um momento de oração “em agradecimento pelo ano que passou.

A celebração das I Vésperas da solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, inclui o ‘Te Deum’ (nós te louvamos, Senhor), um dos mais antigos hinos litúrgicos que é cantado em celebrações solenes de ação de graças desde o século IV.

OC

Novo filme de Woody Allen chega aos cinemas

domtotal.com
Desde seu passado remoto, o diretor não foi bem acolhido por seus filmes dramáticos, caso de "Interiores" (78) e "Setembro" (87).
Cena do filme
Cena do filme "Roda Gigante". (Divulgação)
Veja um resumo dos principais filmes que estreiam nos cinemas do país:

“RODA GIGANTE”

- O mais recente filme escrito e dirigido por Woody Allen está fadado a ser um dos menos apreciados de sua extensa filmografia – para começar por não ser uma comédia. Desde seu passado remoto, o diretor não foi bem acolhido por seus filmes dramáticos, caso de “Interiores” (78) e “Setembro” (87).

Não é segredo para ninguém que, a esta altura, o diretor de 82 anos está repisando os próprios passos, revisitando as próprias personagens e influências – o que significa menos novidades, menos frescor, talvez, mas a rigor nada desinteressante, considerando-se sua estrada como cineasta.

Neste novo filme, ele volta a Coney Island, praia de Nova York que era o berço de Alvy Singer, protagonista de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977). São os anos 1950, o que dá oportunidade ao diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro esbanjar uma paleta de cores especiais. Essas cores mutáveis reforçam a impressão de um cenário teatral, arte que está no centro da inspiração da história, que tem como narrador o salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Ele é também um aspirante a dramaturgo, que se encarrega de contar o drama do qual é participante.

A praia, seu calçadão e uma casinha ao lado da roda-gigante são o ambiente em que vivem os personagens de uma família disfuncional: Ginny (Kate Winslet), atriz frustrada que trabalha como garçonete; seu marido Humpty (Jim Belushi), operador da roda-gigante; Carolina (Juno Temple), a filha do primeiro casamento de Humpty; e o garoto Richie (Jack Gore), filho da ligação anterior de Ginny.

Vivendo um romance extraconjugal com Mickey, Ginny sonha com uma saída desta rotina frustrante. Mas a ligação não traz nada de bom ao conturbado ambiente familiar.

Clique aqui, confira o trailer e onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
“FALA SÉRIO, MÃE!”

- Comediante que é marca registrada de sucessos como “De Pernas pro Ar” e “Minha Mãe é uma Peça”, Ingrid Guimarães dá sinais de cansaço na imagem que a consagrou e entra no piloto automático em “Fala Sério, Mãe!”, que protagoniza ao lado de Larissa Manoela.

O talento e o timing cômico de Ingrid são inegáveis, mas este roteiro, adaptado pela atriz, ao lado de Paulo Cursino e Dostoiewski Champagnatte, do livro homônimo de Thalita Rebouças, é uma sucessão de lugares-comuns, em que ela nunca se arrisca fora de sua zona de conforto. O máximo de provocação que esta história lhe oferece está em situações constrangedoras que esta mãe superprotetora cria para a filha Malu (Larissa), as piores envolvendo humor de banheiro. Uma das raras boas cenas envolve Malu quando menina (interpretada por Vitória Magalhães), numa aula de balé. A garotinha, visivelmente, não quer nada com as sapatilhas, mas a mãe insiste. A resistência da pequena Malu rouba a cena.

Quando Malu entra na adolescência é que as crises entre as duas explodem. Faria muito bem ao filme explorar situações comuns, cotidianas, de maneira leve, mas isso não acontece. A direção de Pedro Vasconcelos é burocrática e as sequências em que a mãe faz a filha pagar mico num ônibus escolar e outras não decolam. É tudo forçadinho, até a cena em que o comediante Paulo Gustavo, interpretando ele mesmo, aparece num supermercado e é obrigado a tirar selfies com todos os membros da família.

Clique aqui, confira o trailer e onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
“A ORIGEM DO DRAGÃO”

- O drama “A Origem do Dragão” conta como o lendário ator e diretor Bruce Lee (1940-1973) lapidou seu estilo de luta marcial. O problema é que o filme não se define como um programa destinado aos fãs do ídolo ou ao público em geral. Para os primeiros, talvez seja um tanto frustrante – por não ter nem tem tantas lutas marciais. Já os demais, provavelmente, nem cogitem ver um longa com esta temática.

Ao centro da trama está a disputa entre Lee (Philip Ng) e o mestre shaolin Wong Jack Man (Yu Xia), na San Francisco nos anos de 1960. O resultado, diz a lenda, refinou o estilo de luta de Lee. O filme, porém, parece mais focado numa subtrama sobre um americano (Billy Magnussen) apaixonado por uma garçonete chinesa (Jingjing Qu). Ainda assim, mesmo este romance é morno, parecendo saído de um filme dos anos de 1930.

Já a luta entre os dois rivais, que deveria ser o clímax, é tão mal coreografada que os lutadores parecem estar dançando ao invés de disputando. De qualquer forma, talvez seja mais vantagem assistir novamente a “Operação Dragão”, um dos clássicos estrelados pelo verdadeiro Bruce Lee.

Clique aqui, confira o trailer e onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
“O JOVEM KARL MARX”

- Os anos de juventude de dois homens que mudaram o mundo, Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), estão no centro do novo filme do cineasta haitiano Raoul Peck (“Eu não sou seu negro”). No roteiro, assinado por Peck e Pascal Bonitzer, Marx (August Diehl) é um jovem de menos de 30 anos, jornalista e polemista, que começa a interessar-se pelos mecanismos que regem a exploração do homem pelo homem. Mas é pobre, casado com uma mulher rica que abandonou seu clã e sua fortuna por amor, Jenny (Vicky Krieps), e tem que enfrentar os dilemas da sobrevivência, além da perseguição da polícia ao seu ativismo.

Num encontro desses destinados a alterar a história do mundo, Marx conhece Engels (Stefan Konarske), herdeiro rebelde de tecelagens que são, em meados dos anos 1840, o cenário das jornadas de trabalho análogas à escravidão que caracterizaram a Revolução Industrial. Dessa amizade inusitada entre dois homens de origens muito diferentes nasce uma parceria intelectual ativa e duradoura, que os levará ao encontro de outros socialistas da época, como o francês Proudhon (Olivier Gourmet), um dos muitos aos quais eles se aliarão, para depois superar, em livros como “A Sagrada Família” e, depois, “O Capital”, obra máxima de Marx.

“A ÓPERA DE PARIS”

- O diretor Jean-Stéphane Bron faz uma viagem inesquecível e imperdível ao coração da Opéra Bastille e do Palais Garnier, em Paris, no documentário “A Ópera de Paris”, que destaca os bastidores de um dos maiores símbolos da cultura francesa.

As imagens, filmadas ao longo de um ano e meio, durante a preparação das atrações da temporada de 2016, conduzem o espectador em uma visita guiada a uma verdadeira cidade, habitada por técnicos, atores, bailarinos, músicos, coreógrafos, maestros, operadores, funcionários da limpeza e até um touro de uma tonelada, que se torna protagonista de uma ópera.

Se os efeitos em 3D nos filmes de ação aproximam personagens e cenários até quase colidir com os olhos do espectador, em “A Ópera de Paris” uma câmara invisível nos transporta diretamente para os locais onde a ação se desenvolve. O diretor, que nunca havia assistido a uma apresentação lírica, disse ter filmado uma utopia.


Reuters

Há algo de divino nessa voz



Uma música arrepiante: para ouvir de olhos fechados enquanto você faz uma oração de louvor a Deus!  ❤
Música  “Laudate Dominum”, de Mozart, na voz de Aksel Rykkvin, sopranista norueguês de apenas 13 anos.

Uma música para sentir, um salmo para orar!

(Se não conseguir visualizar o vídeo, clique aqui)

Louvai a o Senhor
Louvai ao Senhor todas as nações,
louvai-o todos os povos.
Porque a sua benignidade é grande para conosco,
e a verdade do Senhor dura para sempre.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém.
Laudate Dominum
Laudate Dominum omnes gentes
Laudate eum, omnes populi
Quoniam confirmata est
Super nos misericordia eius,
Et veritas Domini manet in aeternum.
Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio, et nunc, et semper.
Et in saecula saeculorum.

Vaticano: Nova aplicação ajuda padres a criar homilias


Agência Ecclesia 30 de Dezembro de 2017, às 22:12       

Iniciativa da Congregação para o Clero

Cidade do Vaticano, 30 dez 2017 (Ecclesia) - A Congregação para o Clero, em colaboração com a Secretaria para a Comunicação, do Vaticano criou um ‘app’ para ajudar os padres a elaborar as suas homilias dominicais.

“Semanalmente, de modo geral nas quintas-feiras, serão propostas algumas sugestões homiléticas, oferecidas a quem quiser aprofundar e meditar a Palavra dominical”, adianta o portal de notícias do Vaticano.

A aplicação a leitura do texto, com possibilidade de baixar e arquivar as homilias offline, bem como de partilhar o conteúdo das homilias nas redes sociais e aplicativos.

OC

Fátima: Santuário promove celebrações na passagem de ano

Agência Ecclesia 31 de Dezembro de 2017, às 05:01   
Foto: Santuário de Fátima
Foto: Santuário de Fátima

Sagrado Lausperene comemora o 58º aniversário da sua instituição na diocese
Fátima, 31 dez 2017 (Ecclesia) - O Santuário de Fátima vai promover hoje um conjunto de celebrações “em ação de graças por mais um ano” e para receber 2018.

Este domingo, a Igreja Católica assinala a festa da Sagrada Família de Nazaré, pelo que nas várias Missas dominicais se vai fazer a “Promessa do amor familiar”.

“Haverá também o gesto de osculação da imagem do Menino Jesus. As ofertas recolhidas na osculação do Menino Jesus, neste período natalício, serão entregues à Cáritas para ajuda às vítimas dos incêndios”, assinala uma nota divulgada pelo site do Santuário de Fátima.

Pelas 22h00 a Basílica da Santíssima Trindade acolhe a missa com ‘Te Deum’ de Ação de Graças; em seguida haverá uma procissão para a Capelinha e recitação do Rosário.

À meia-noite, o carrilhão assinala a chegada do novo ano, e os peregrinos Consagração ao Imaculado Coração de Maria e um gesto da paz; depois, a Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores acolhe um chá-convívio.

A 1 de janeiro de 2018, Dia Mundial da Paz, tem lugar o gesto de osculação da imagem do Menino Jesus nas Missas do dia.

Após a missa das 15h00, celebrada na Basílica da Santíssima Trindade, inicia-se a procissão Eucarística para o altar do recinto, pela paz no mundo, no 58.º aniversário do Lausperene neste Santuário.

OC

Festa da Sagrada Família




REDAÇÃO CENTRAL, 31 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste domingo da oitava de Natal, a Igreja celebra a festa da Sagrada Família e convida todos a olhar para Jesus, Maria e José, que desde o início tiveram que enfrentar os perigos do exílio no Egito, mas, sempre mostrando que o amor é mais forte do que a morte. Eles são um reflexo da Trindade e modelo de cada família.


A solenidade da Sagrada Família é uma festa que incentiva a aprofundar o amor familiar, examinar a situação do próprio lar e buscar soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada vez mais como a Família de Nazaré.

Ao celebrar esta data em 2013, o Papa Francisco ressaltou que o “nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco”.

A vida familiar não pode ser reduzida a problemas de relacionamento, deixando de lado os valores transcendentes, já que a família é o sinal do diálogo entre Deus e o homem. Pais e filhos devem estar abertos à Palavra e ouvir, sem esquecer a importância da oração familiar que une fortemente os membros da família.

São João Paulo II, que é conhecido como o Papa das famílias, no Ângelus desta solenidade em 1996, destacou que “a mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro”.

“Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade”, indicou.

Em muitas ocasiões, João Paulo II reforçou a importância da vivência da fé em família, por meio da oração. “A família que reza unida, permanece unida”, dizia, sugerindo que juntos rezassem o Rosário.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Calendário paroquial 2017 – Paróquia de Santo Afonso (Fortaleza – Ceará)

 Os principais eventos da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, em Fortaleza – Ceará, organizados pelos movimentos e pastorais  para o ano de 2017.

















Reflexão para o Domingo da Sagrada Família

Sagrada FamíliaA imagem da Família de Nazaré como família migrante e pobre nos obriga a refazer a imagem da família atual, retornando às origens e aos valores, ou seja, a abundância de bens materiais não é necessária para ser feliz e amar a Deus e ao próximo.

Sagrada Família
Padre César Augusto dos Santos – Cidade do Vaticano

O perdão dos pecados acontece por causa de uma atitude de amor para com os pais, pois o lar, Igreja doméstica, voltou a ser o local do encontro com Deus.

A misericórdia em todos os relacionamentos, mas especialmente para com os pais, está em referência ao próprio Deus que é o Pai por excelência. Portanto, honrar os pais, respeitá-los, é prestar culto a Deus.

Tanto a primeira leitura quanto a segunda, da liturgia de hoje, não escondem as falhas no relacionamento familiar e humano, mas nos dizem que o importante aos olhos de Deus não está em ser sem defeitos, em ter uma família perfeita, mas sim na capacidade de amar sem medidas, apesar dos limites e das falhas pessoais. Claro que Deus deseja que sejamos perfeitos, mas mais importante para Ele é que nos amemos e nos perdoemos como Ele nos amou e nos perdoou, sem limites, sem restrições.

Dentro desse pensamento sobre o relacionamento familiar, será importante refletir sobre a realidade da família deste início de século, onde e como vive. Certamente a maioria mora em grandes centros urbanos e é constituída pelo casal e por um ou dois filhos. Um terceiro já faz considerá-la família numerosa.

Também a mãe trabalha fora e pais e filhos se encontram à noite, cansados, muitas vezes diante da televisão, ou durante o jantar. Se isso acontece já poderão se classificar felizes, pois em outros lares, muitas vezes quando pais saem para o trabalho, os filhos ainda dormem e quando voltam eles já estão deitados. O encontro, nesse caso, só se dá no final de semana.

Rezar juntos, passar para os filhos a vivência de uma oração em família, mesmo que seja apenas à mesa, só excepcionalmente, pois em muitos casos, para que possam descansar, não cozinham em casa e vão comer fora, em um restaurante ou na casa de parentes ou de amigos.

É difícil passar valores, enfim, formar os filhos. A sociedade pós moderna penetra em suas entranhas e é muito custoso prepará-los para o futuro, para que sejam filhos e irmãos como Deus quer. Só com a graça divina e com a disposição dos pais para uma autêntica renúncia e sacrifico.

Renúncia aos apelos de dar aos filhos tudo o que a sociedade consumista coloca como valores e que os pais enxergam como coisa boa e vantajosa. É preciso renunciar fazer do filho ou da filha pessoas como nos pede o elitismo, relativizar seus códigos. É preciso questionar os valores propostos por ela e crer nos do Evangelho.

Cabe a pergunta: formo minha família para ser cidadã deste mundo ou para ser cidadã do Reino de Deus, mas neste mundo? Jesus rezou ao Pai dizendo que não queria que nos tirasse do mundo, mas nos preservasse do mal.

Sacrifício: sacrificar significa tornar sagrado. Meu filho, minha filha, são do mundo ou de Deus? O batismo os retirou do paganismo e os fez filhos de Deus, sagrados. Respeito a senhoria de Deus sobre eles ou sou conivente com as solicitações consumistas e mundanas?

 A imagem da Família de Nazaré como família migrante e pobre nos obriga a refazer a imagem da família atual, retornando às origens e aos valores, ou seja, a abundância de bens materiais não é necessária para ser feliz e amar a Deus e ao próximo.

É importantíssimo não só a simplicidade de vida, mas sobretudo é fundamental a convivência afetiva e efetiva, além do respeito aos idosos como gratidão e como referência à sua experiência de vida que porta sabedoria e os referenciais da autêntica tradição.

A Família de Nazaré nos ensina a cristianizar a família pós-moderna, recolocando Deus no centro e n’Ele reencontrando a verdadeira felicidade.

Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A CELEBRAÇÃO DO 51º DIA MUNDIAL DA PAZ
1° DE JANEIRO DE 2018
1. Votos de paz

Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal,[1] é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz».[2] E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.

Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, «nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, [para] lhes favorecer a integração»[3]. Os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir.[4]

2. Porque há tantos refugiados e migrantes?

Na mensagem para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”»[5] que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.

Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir».[6] As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental».[7]

A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.[8]

Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.

3. Com olhar contemplativo

A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha».[9] Estas palavras propõem-nos a imagem da nova Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse (cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência dentro dela.

Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (…), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça»,[10] por outras palavras, realizando a promessa da paz.

Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos.

Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido»,[11] isto é, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles.

Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.

4. Quatro pedras miliárias para a ação

Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.[12]

«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».[13]

«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».[14]

«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito».[15]

Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus».[16]

5. Uma proposta para dois Pactos internacionais

Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.

De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes disponibilizar os fundos necessários.

A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação[17] como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.

6. Em prol da nossa casa comum

Inspiram-nos as palavras de São João Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”».[18] Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.

Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro, muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz».[19]

Franciscus

Desastres naturais custaram US$ 306 bi em 2017

  domtotal.com
Dessa soma, 136 bilhões foram assumidos em 2017 pelos seguros, contra 65 bilhões no ano anterior.
Chamam tomam conta da mata em Ojai, Califórnia
Chamam tomam conta da mata em Ojai, Califórnia (AFP/Arquivos)
As perdas financeiras pelas catástrofes e desastres naturais causados pelo homem custarão 306 bilhões de dólares em 2017, contra 188 bilhões de 2016, segundo as primeiras estimativas da seguradora suíça Swiss Re.

Dessa soma, 136 bilhões foram assumidos em 2017 pelos seguros, contra 65 bilhões no ano anterior.

O ano de 2017, marcado pelos furacões Harvey, Irma e Maria, que atingiram vários países do Caribe e o sudeste dos Estados Unidos, é o terceiro mais caro para as seguradoras, segundo a Swiss Re, que desde 1970 realiza este cálculo.

Somente emdanos causados pelos furacõesa em 2017, as seguradoras tiveram de pagar 93 bilhões, e a fatura ainda não é definitiva.

A isso é preciso acrescentar os incêndios na Califórnia, que geraram danos imobiliários de 7,3 bilhões de dólares.

O ano também foi marcado pelos terremotos no México, cujos gastos em seguros superaram os 2 bilhões de dólares.


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Espaço familiar: romper bolhas, derrubar muros

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Comentário à festividade da Sagrada Família, que será comemorada domingo, 31 de dezembro.
Para as famílias cristãs, poderíamos perguntar se há algo mais além, por detrás dessa bolha, desse globo fechado no qual todos brincam como crianças inconscientes.
Para as famílias cristãs, poderíamos perguntar se há algo mais além, por detrás dessa bolha, desse globo fechado no qual todos brincam como crianças inconscientes. (Reprodução/ Pixabay).

Por Adroaldo Palaoro*

“... Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor” (Lc 2,22)

Certamente todos já viram um invento recreativo para crianças, composto de um globo inflável que flutua sobre um reservatório de água; ali elas são introduzidas, e ficam se movendo prazerosamente. Tal invento evoca um comportamento frequente nas famílias de hoje. Sem se darem conta, elas mesmas fabricam uma bolha e se fecham nela como num reduzido microcosmo. Elaborado pela mente e inflado pelo ego, esse pequeno globo enclausura as pessoas em um mundo familiar muito definido: o êxito, a vaidade, o dinheiro, os bens materiais, um ambiente raquítico de espaço e tempo, torna-se sua única realidade.

No entanto, para as famílias cristãs, poderíamos perguntar se há algo mais além, por detrás dessa bolha, desse globo fechado no qual todos brincam como crianças inconscientes. Despertar o “eu profundo e universal” é descobrir-se habitante de um universo novo e espaçoso, um “eu sou” com sabor de infinito, onde nem a escassez ou a riqueza, nem a saúde ou a enfermidade, nem a vida curta ou longa..., é o mais essencial, mas a consciência expandida que rompe a bolha e faz a pessoa sentir a liberdade amorosa dos filhos e filhas de Deus.

Deus “se fez diferente” e é na “diferença” que Ele vem ao nosso encontro como chance de enriquecimento vital e de intercâmbio criativo. Deixemo-nos surpreender pelo Deus da vida que rompe esquemas, crenças, legalismos, bolhas...; ou nossa vivência de fé se reduzirá a um ritualismo fechado, impedindo sair de nós mesmos.

Também os muros estão voltando à moda. Não podemos esquecer que os muros foram criados para a segregação dos “diferentes”. O muro econômico que exclui, se visibiliza no muro que segrega os excluídos.

Um muro é uma ordem, um silêncio forçado e prolongado, é vontade de poder e domínio sobre os outros.

Muros são pedras da vergonha no nosso percurso vital. Como tirá-los do caminho?

Muros não têm semente, embora se multipliquem pelo mundo. O muro é um veneno. Muros são concretos: muros entre ricos e pobres, entre homens e mulheres, entre ignorantes e doutores, entre negros e brancos, entre centro e periferia.

Muros são urros. Muros são murros, são muito burros! Todos os muros deviam se envergonhar, pois se os muros pudessem ensinar alguma coisa, desistiriam de serem muros.

A festa da Sagrada Família, que se deslocou a Jerusalém, nos instiga a romper a bolha que asfixia a vida e derrubar os muros que cercam o coração das famílias, atrofiando sua própria existência.

A mudança de mente, de coração, de esperança, de paradigmas... exige que todos, de tempos em tempos, revisem suas vidas, conservando umas coisas, alterando outras, derrubando ideias fixas, convicções absolutas, modos fechados de viver...   que impedem a entrada do ar para arejar a própria vida.

Há em todo ser humano uma tendência a cercar-se de muros, a encastelar-se, a criar uma rede de proteção. Também as famílias não estão imunes desta tentação.

No entanto, nada mais contrário ao espírito cristão que a vida instalada e uma existência estabilizada de uma vez para sempre, tendo pontos de referência fixos, definitivos, tranquilizadores...

Numa vida assim faltaria por completo o princípio da criatividade, a capacidade de questionar-se, a audácia de arriscar, a coragem de fazer caminho  aberto à aventura.

Se quisermos que a família cristã tenha a marca da Família de Nazaré, é necessário compreender que ela é chamada a um compromisso diferente e mais profundo: sair da reclusão do próprio mundo para entrar na grande “casa” de Deus; romper com o tradicional para acolher a surpresa; deixar a “margem conhecida” para vislumbrar o “outro lado”; desnudar-se de ilusões egocêntricas; afastar a “pedra” da entrada do coração para poder viver com mais criatividade... 

As respostas do passado às questões atuais já não satisfazem; as velhas razões para fazer coisas novas, simplesmente já não movem os corações num mundo repleto de novos desafios.

Não há razão para permanecer nas bolhas e condomínios quando todas as circunstâncias mudaram.

Comprovamos hoje um “déficit de interioridade”. O ser humano “pós-moderno” perdeu a direção do seu coração; dentro dele há um “condomínio” onde portas se fecham, chaves se perdem, segredos são esquecidos... e mergulha na mais profunda solidão estéril. Vive perdido fora de si mesmo e não consegue colocar as grandes perguntas existenciais: “de onde venho? quem sou? para onde vou? quê devo fazer?”

Muitos já não conseguem mais recolher-se e voltar para “dentro” de si, para recuperar o centro gravitacional de sua vida, o ponto de equilíbrio interior. São vítimas da chamada “síndrome da exteriorização existencial”; tem dificuldades de introspecção, silêncio, reflexão, contemplação...; não são capazes de velejar nas águas da interioridade, vivendo uma vida superficial e sem sentido.

Seduzidos pelos estímulos ambientais, envolvidos por apelos vindos de fora, cativados pela mídia, pelas inovações rápidas, magnetizados por ofertas alucinantes... muitos ambientes familiares se esvaziam, perdem a dimensão da interioridade, afastam-se do horizonte de sentido e... se desumanizam. Tudo se torna líquido:  o amor, as relações, os valores, a ética, as grandes causas...

Longe de um ambiente humano dinâmico, operante, ousado, solidário..., o que elas deixam transparecer é, pelo contrário, um ambiente humano neutro, apático, estagnado.

Inspirando-se em Maria e José, pais e mães convertem-se em fonte de vida nova; e a sua missão mais apaixonante é aquela de poder dar uma profundidade e um horizonte novo aos seus filhos; sabem integrar “vida em Nazaré” (espaço de interioridade) e “presença em Jerusalém” (vida expansiva, aberta ao novo e ao diferente).

“O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria”; esta expressão sugere a atitude básica dos pais e mães: cuidar a vida frágil de quem começa o seu percurso neste mundo. Como seguidores(as) de Jesus e com sua presença humanizadora, eles(elas) são promotores(as) de habilidades na vida de seus filhos: “dão asas” e despertam neles as potencialidades do humano presentes em cada um, levando-os a experimentar condições ousadas de crescimento e realização; na convivência cotidiana, interagem com eles e conseguem extrair deles o melhor, fomentam o papel ativo deles, incentivam-os a desenvolver sua autonomia e dar asas à sua imaginação.

O ambiente familiar, sadio e instigante, torna os filhos conscientes de que são seres em movimento, protagonistas de mudanças, capazes de criar novos modos de existir, de romper com o instituído e buscar o diferente, o novo, o desconhecido... A família é o espaço das inovações, dos riscos, dos experimentos... Nela se encontra o lugar dos sonhos, dos desejos, da liberdade e autonomia.

Texto bíblico:  Lc 2,22-40

Na oração: A exortação apostólica “amoris Laetitia”, do Papa Francisco,  inspira os casais cristãos a que se convertam em pontes, ponham suas energias, sua formação, dedicação, sua vida a serviço de criar, alimentar e sustentar os laços humanos, relações sociais, estruturas políticas e econômicas que tornem possível a solidariedade entre todos os seres humanos e aponte para um mundo fraterno e justo. A vocação para estender pontes, superando fronteiras, é algo crucial para o mundo de hoje.

Seu ambiente familiar: risco da aventura ou medo asfixiante? Contínua surpresa ou perene rotina?  Espaço de liberdade ou vivências dentro de bolhas asfixiantes e muros de proteção?

*Adroaldo Palaoro é padre jesuíta e atua no ministério dos Exercícios Espirituais.

O PEQUENO GRANDE SINAL

DOM AILTON MENEGUSSI - BISPO DE CRATEúS


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Há pouco mais de 2000 anos, num pequeno país ocupado por forças estrangeiras (Romanos), onde a vida do povo era marcada por muitos sofrimentos, ressoou um anúncio grandioso, uma grande alegria para toda a humanidade, com um sinal dado aos pobres pastores, mas imperceptível pelos moradores de Belém: um recém nascido frágil, como todos os outros, dependente de pessoas “comuns”, Maria e José.


Numa manjedoura de Belém, ali, no meio do estrume, fora da cidade, entre os mais pobres, mas também acessível aos magos vindos de longe e prontos para se despojar e inclinar, e voltar por um outro caminho, transformados por este encontro, ali, e dessa maneira, Deus veio partilhar a condição humana. O Filho Jesus vindo revelar o amor do Pai, sem transformar tudo por magia. Sinal fraco, mas que não perdeu força, e ultrapassa mais de 2000 anos de história e que espera a nossa resposta e o nosso empenho.

Como os pastores, atraídos naquela noite pela luz e pelos anjos, também nós precisamos nos sentir atraídos por aquela mesma luz e sentir Deus mais perto do que nunca. Só assim, podemos compreender que o mundo é viável, que há mais motivos para o amor do que para o ódio, mais razões para a paz do que para a guerra. É preciso que façamos a experiência dos Magos, que, depois do encontro com Ele, tomaram um novo caminho.

Portanto, não podemos parar nas declarações de ternura diante do presépio: Que Menino fofinho, cabelos dourados, olhinhos da cor do céu! Não é hora de sentimentalismos e pieguices, mas de teologia natalina! O mistério que contemplamos é algo incrível, de dar calafrios e vertigens: Deus feito neném. Nunca o Deus todo-poderoso fez uma descida tão radical e se arriscou tanto! O amor de Deus se manifestou mais em Belém do que na cruz, porque há maior distância entre Deus e o homem do que entre o homem e a morte. A teologia do Natal nos ensina a não parar numa ternura adocicada diante do presépio para não pensarmos nas conseqüências de tal mistério da encarnação.

No Natal, um Menino nos é dado e Deus nos é revelado: Ele nos surpreende. Não combina com as costumeiras imagens que temos de Deus. Vem numa “embalagem” bem discreta. Em vez de Todo-Poderoso, Todo-Frágil (carente, dependente dos outros para sobreviver); em vez de Altíssimo, o Baixíssimo; em vez de palácio real ou hotel cinco estrelas, um estábulo; Deus podia se revelar de outro jeito espetacular.  Então, fica no ar a pergunta: Por quê desse jeito? Por experiência sabemos que há pessoas brilhantes, charmosas, bem sucedidas, que se impõem, mas nem por isso as amamos. Chegamos a invejá-las, detestá-las ou, no máximo, as admiramos. Deus não quer nada disso. Deus só quer ser amado, por isso vem feito criancinha, mendigando nosso amor, pedindo colo, acolhida. Não faz isso para chocar-nos, e sim para despertar na gente os sonhos mais lindos, que se concretizam somente quando se criam laços amorosos (“Se queres transformar uma pessoa, começa a amá-la; sem isso, jamais a farás avançar um passo” (M.Quoist).

Nesse sentido, o Papa Francisco nos convida a acolher o Neném do presépio, Jesus, no nosso caminho, junto com nossos irmãos e irmãs e o papa exprime o desejo de que a Igreja se torne uma “Igreja pobre para os pobres”, Igreja “em saída”, que vai em direção aos outros para chegar às periferias humanas; que procura os afastados nas encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos; que vive um desejo de oferecer a misericórdia do Pai, pondo-se de joelhos para lava-lhes os pés, tocando a carne sofredora de Cristo no povo; Igreja que contrai o “cheiro das ovelhas”; que acompanha as pessoas com muita paciência; que cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio; que sabe oferecer a vida inteira até ao martírio. Igreja que tem alegria e celebra. (Alegria do Evangelho, 24).

Natal é o começo da realização do Sonho de Deus: ser um de nós, divinamente humano. A outra parte do sonho de Deus é que nós sejamos como Ele! Humanamente divinos! Perante o Mistério da Encarnação, nada pode continuar como antes. Se não acreditamos, estamos fechando as portas, como os habitantes de Belém (não havia lugar para ele). Se cremos, adotemos uma postura que combine com essa fé.

Finalmente, contemplemos o Mistério Único: Belém, Cruz e Eucaristia. Sempre o mesmo Cristo envolto em fraldas no presépio, num lençol na sepultura e numa toalha no altar. Um corpo como o nosso (mas gerado pelo Espírito Santo), verdadeiramente morto (mas vencedor, ressuscitado), verdadeiro pão (mas, sem fermento, imune a bolor). Cristo ontem, hoje e sempre! Eis que vos anuncio a maior de todas as boas notícias da História: Nasceu-nos um Salvador! Para quem está na escuridão, finalmente brilhou uma grande luz!

Nesta época de festa, alegria, ternura, reunião de família, compreendamos que a razão de tudo isso é oMenino deitado nas palhas da manjedoura. Corramos para Belém e deixemos aflorar aquele lindo sonho que dorme na parte mais pura de cada um de nós. Esse Menino é muito bom. Não explode em choradeiras raivosas; sabe esperar e adormecer em nossos braços, pois confia que, afinal, sua bondade irá nos contagiar e o mundo vai ser transformado.

Que as festividades do Natal, fim e começo de ano sejam ocasião para partilhar notícias, fortalecer os laços de amizade entre nós, com os de perto e os de longe!

Feliz natal e feliz ano novo,

para você leitor, sua família, amigos e comunidade!

Dom Ailton Menegussi

Bispo diocesano

Três milhões de pessoas receberão o Ano Novo em Copacabana

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Um total de 1.032 guardas municipais foram mobilizados para fazer a segurança das comemorações.
Fogos de artifício celebram o Ano Novo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 1º de janeiro de 2017.
Fogos de artifício celebram o Ano Novo na praia de Copacabana, 
no Rio de Janeiro, em 1º de janeiro de 2017. (AFP).

Cerca de três milhões de pessoas, uma cifra recorde, receberão o Ano Novo na praia de Copacabana, apesar dos graves problemas de segurança do Rio de Janeiro, indicou a Prefeitura da cidade.

Nos últimos anos, em torno de dois milhões de pessoas, a maioria usando branco, assistiram à tradicional queima de fogos de artifício na praia, apelidada de Princesinha do Mar, segundo estimativas oficiais.

"Pretendemos entregar o maior e o melhor para que nossa imagem seja a melhor possível para o Brasil e o mundo", afirmou Marcelo Alves, presidente da Riotur, em uma coletiva de imprensa.

Um total de 1.032 guardas municipais foram mobilizados para fazer a segurança das comemorações. O estado do Rio já havia cancelado no início da semana os dias livres para 2.000 policias, a fim de reforçar a proteção da cidade durante as festas de fim de ano.

Um ano e meio depois dos Jogos Olímpicos, a Cidade Maravilhosa enfrenta uma grave crise de segurança, piorada pela complicada situação financeira do estado, que acumula atrasos no pagamento de seus funcionários, incluindo agentes policiais.

Apesar desses problemas, a Riotur calcula que a cidade receberá 2,7 milhões de turistas - brasileiros e estrangeiros - nessas datas, que devem gastar cerca de dois bilhões de reais.

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ) elevou nesta quarta-feira para 87% o índice de ocupação hoteleira entre 30 de dezembro e 1º de janeiro. No mês passado a cifra era de 72%.

Em Copacabana a taxa chegará a 91%.

Além dos fogos de artifício - 25 toneladas que iluminarão a noite por 17 minutos -, o Ano Novo carioca contará com nove palcos musicais.

O principal ficará em Copacabana e será animado pela cantora Anitta, fenômeno artístico e social da música brasileira.


AFP

Previsões para um ano imprevisível

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Longe da racionalidade, vejamos o que os búzios e o baralho cigano reservam para 2018.
"E o resultado das eleições? Aqui, até mesmo os astros preferem se abster." (Divulgação)
Por Luiz Ruffato*

Nestes dias atribulados, que deveriam ser de confraternização e são de consumo, busquei ajuda do imponderável para tentar antecipar o cenário do mundo, e em particular do Brasil, no ano que nos aguarda acocorado logo ali à frente. Já que não podemos contar com a racionalidade – 2017 provou, mais uma vez, que a realidade é inverossímil -, apelemos a formas de conhecimento alternativas, que, apenas porque não compreendemos, não podem ser julgadas inferiores.

Janjão do Jardim Paraná e Tia Maura são videntes reconhecidos em suas comunidades. O primeiro, mestiço alto e forte, é especialista na leitura dos búzios, essas pequenas conchas marinhas que revelam a história futura a quem sabe lê-las e interpretá-las. A segunda, de estatura mediana, nem magra nem gorda, carismática e envolvente, mistura de todas as etnias do mundo, desembaraça os fios vindouros examinando as figuras enigmáticas do baralho cigano.

A ambos fiz perguntas específicas, abarcando questões políticas e econômicas, e, claro, num ano de Copa do Mundo, busquei algum indício a respeito do desempenho da nossa seleção de futebol. O que se segue é um apanhado das respostas, nem sempre claras, nem sempre contundentes, pois a linguagem das predições é a da poesia, que eu tento canhestramente traduzir em prosa. Portanto, se equívoco houver, deverá ser debitado à minha incompetência – traduttore traditore, já esconjuravam os italianos.

O mussoliniano presidente norte-americano, Donald Trump, continuará tentando, a todo custo, provocar uma terceira guerra mundial. Depois de enjerizar o mimado ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e de atiçar os muçulmanos com a transferência da embaixada para Jerusalém, Trump arrumará novas desculpas para colocar o planeta na iminência de um conflito de proporções catastróficas. Conseguirá? Não em 2018, não ainda... Mas a passos largos caminhamos nessa direção.

Os fundamentalistas islâmicos seguirão se explodindo nas ruas da Europa e eventualmente dos Estados Unidos, e os miseráveis, expulsos pela fome e pela falta de perspectiva, permanecerão se aventurando nas águas do Mar Mediterrâneo para alcançar as costas da Itália. Enquanto os ricos do mundo fingirem que não têm responsabilidade sobre a tragédia africana e do Médio Oriente, estarão apenas alimentando o ódio, o rancor e o ressentimento, caldo de cultura ideal para o desenvolvimento do fanatismo.

O clima se manterá enlouquecido. O número de ciclones e de tufões aumentará, provocando enormes estragos e inúmeras mortes no Caribe e Estados Unidos, e nos países-ilhas do Oceano Pacífico. Um terremoto de proporções gigantescas assustará o mundo e levará muitos a pensar no Juízo Final. Por aqui, serão registradas temperaturas, máxima e mínima, nunca antes conhecidas. Poderá faltar água em algumas capitais brasileiras, devido a um longo período de escassez de chuvas.

Infelizmente, as notícias sobre o Brasil não são as melhores. A violência urbana fugirá de vez do controle em algumas partes do país, evidenciando o poder real do tráfico de drogas. A economia reagirá como um paciente saindo do coma: com picos de melhora e de piora, pois o organismo, frágil e enfraquecido, às vezes parecerá sucumbir à enfermidade. O desemprego vai se conservar alto e o pessimismo em relação ao futuro levará jovens e idosos de classe média a fugir do país, revivendo um quadro desenhado na década de 1980.

Mas há notícias boas! Um astro da televisão se casará, um fenômeno da música brasileira irá se transformar num sucesso internacional, a internet se expandirá para os mais longínquos lugares do país, e os nossos jogadores continuarão sendo exportados como produto de excelência para campos de futebol de todos os cantos do mundo. Aliás, este é outro dado alentador: a seleção de Tite estará entre os finalistas em Moscou, embora ambos os consultados tenham se arriscado cravando que será a Alemanha o campeão do certame.

E o resultado das nossas eleições? Pois é, aqui, até mesmo os astros preferem se abster.

*Luiz Ruffato é escritor e cronista do El País

Brasil: D. Hélder Câmara declarado patrono dos direitos humanos


Agência Ecclesia 28 de Dezembro de 2017, às 11:50       
Brasília, 28 dez 2017 (Ecclesia) – O presidente da República do Brasil aprovou a lei que concede a D. Hélder Câmara o título de patrono brasileiro dos direitos humanos, informa o Diário Oficial da União publicado esta quarta-feira.

“Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o É declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara”, lê-se na lei aprovada por Michel Temer esta terça-feira, dia 26 de dezembro.

O sítio online da Presidência do Brasil destaca que D. Hélder Câmara ficou conhecido como “um dos ícones da Igreja Católica contra a ditadura militar”, especialmente no estado de Pernambuco.

O prelado brasileiro foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 1964, o ano em que o regime ditatorial teve início e participou em organizações e movimentos onde foi um “líder contra o autoritarismo e os abusos aos direitos humanos, praticado pelos militares”, assinala a Fundação Joaquim Nabuco. 

A presidência brasileira destaca que D. Hélder Câmara foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, e o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prémio Nobel da Paz.

De recordar que em abril de 2015 a Arquidiocese de Olinda e Recife revelou que recebeu da Santa Sé uma carta que permitia o início da fase diocesana da causa de beatificação e canonização de D. Hélder Câmara.

O sítio online da Presidência do Brasil destaca ainda que a igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras, no Recife, tem um memorial dedicado ao agora patrono brasileiro dos direitos humanos onde estão expostos objetos de D. Hélder, como livros, quadros, roupas e móveis.

Nasceu a 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, e foi ordenado padre em 1931, com 22 anos; Aos 43 anos D. Hélder Câmara foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1952, e em 1964 tornou-se arcebispo de Olinda e Recife, até 1985, tendo falecido a 27 de agosto de 1999, no Recife.

CB

Vaticano: Papa sublinha importância de dar continuidade ao Vaticano II


Agência Ecclesia 29 de Dezembro de 2017, às 21:21        

Audiência à Associação Teológica Italiana
Cidade do Vaticano, 29 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje os membros da Associação Teológica Italiana, numa das últimas audiências do ano, a quem sublinhou a importância de dar continuidade ao Concílio Vaticano II (1962-1967).

“Peço-vos que continueis a permanecer fiéis e ancorados ao Concílio e à capacidade que, naquela ocasião, a Igreja mostrou de se deixar fecundar pela perene novidade do Evangelho de Cristo”, referiu Francisco.

A Associação, composta por 330 teólogos, completou 50 anos em 2017.

O pontífice desafiou os participantes a refletir em conjunto, e não “numa lógica competitiva”.

“A pesquisa dos teólogos não pode ser pessoal, mas de pessoas que estão imergidas numa comunidade teológica, a mais ampla possível, da qual se sentem e realmente fazem parte, envolvidas em laços de solidariedade e também de amizade autêntica”, precisou.

Francisco considerou a Teologia “imprescindível” para repensar os temas da fé cristã na cultura atual.

“Precisamos de uma Teologia que ajude todos os cristãos a anunciar e mostrar, sobretudo, o rosto salvífico de Deus, o Deus misericordioso, especialmente perante alguns desafios inéditos que envolvem hoje toda a humanidade”, disse, citando a crise ecológica, as desigualdades sociais, as migrações e o relativismo.

OC

Ecumenismo/Taizé: Encontro pessoal com os pobres é caminho de humildade e alegria

Agência Ecclesia 30 de Dezembro de 2017, às 10:24  
http://www.taize.fr/pt  
http://www.taize.fr/pt
Meditação do Irmão Alois marcou noite do segundo dia do encontro europeu

Basileia, Suíça, 30 dez 2017 (Ecclesia) - O prior da Comunidade ecuménica de Taizé afirmou que o "encontro pessoal" com os mais vulneráveis chama os jovens à humildade, humanidade e alegria.

"Ajudam-nos a desligarmo-nos de problemas que não são essenciais e a alegrarmo-nos ao nos tornarmos mais simples, mais humanos", disse o irmão Alois, na meditação que encerrou a noite do segundo dia do encontro europeu de Taizé que decorre em Basileia, na Suíça.

Na meditação que juntou os participantes do 40º encontro o responsável quis comunicar as dificuldades de um povo que encontrou no Sudão e Sudão do Sul, numa viagem que realizou em outubro, onde "o grito da dor" exala da "miséria, da violência, da fragilidade extrema" mas cujo eco não parece chegar a outros cantos do mundo.

"O que fazer para que este grito seja ouvido, para que os que sofrem não tenham mais impressão de que o seu grito se perde no vazio?"

Para o irmão Alois a coragem dos que encontrou é um convite a renovar a coragem dos que escutam.

"Quando escutamos de perto o grito de um ser ferido, quando olhamos nos olhos, quando ouvimos, quando tocamos os que sofrem, aproximarmo-nos de Jesus, pobre entre os pobres, que nos faz entrar numa maior intimidade com ele".

Os pobres são um caminho para Jesus, indicou o responsável da Comunidade ecuménica, lembrando que esse itinerário é "paradoxalmente", um trilho de alegria.

"Ainda que seja apenas uma centelha, é uma alegria verdadeira que os mais pobres partilham connosco".

O 40º encontro europeu de Taizé prossegue até ao dia 1 de janeiro, em Basileia, na Suíça, cidade que acolhe milhares de jovens para rezar, refletir e celebrar a entrada em 2018.

LS

10 pessoas que entregaram sua vida pelos demais em 2017

Fair Use
Rostros contemporáneos del Evangelio

Aleteia apresenta as testemunhas da caridade do ano

Quem são as “Madre Teresa de Calcutá” de hoje? Quem são os heróis da caridade e do amor incondicional pelos demais, especialmente pelos mais necessitados?
Neste ano de 2017, assim como nos últimos dois milênios, homens e mulheres das diferentes confissões cristãs doaram sua vida até a morte pelos demais, ou consagraram sua existência a compartilhar o amor de Deus com sua entrega diária aos mais necessitados.
Apresentamos a seguir dez casos de testemunhas da caridade que vivem ou viveram a fundo as palavras de Jesus: “ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (João 15, 13).
1) Ignacio Echeverría, 
o “herói do skate” dos atentados de Londres
O mundo lembra dele como o “herói do skate”, pois Ignacio Echeverría, de 39 anos, bancário, não hesitou em enfrentar os terroristas no ataque de 3 de junho de 2017, em Londres.
Ele poderia ter seguido seu caminho e fugido como tantas outras pessoas, mas enfrentou e lutou contra um terrorista, salvando assim a vida de várias pessoas que conseguiram escapar naquele momento. Ignacio caiu ferido mortalmente quando outros terroristas chegaram e o esfaquearam pelas costas.
Licenciado em Direito, Ignacio era membro da Ação Católica. Ele tinha deixado a Espanha, sua terra natal, para trabalhar como analista no banco HSBC. Algumas pessoas já pediram à Igreja que avalie a possibilidade de abrir sua causa de beatificação.
2) Gaetano Nicosia,
o “anjo dos leprosos” na China
O padre Gaetano Nicosia, missionário salesiano, chegou a Macau em 1963 para atender cerca de 100 leprosos que tinham se refugiado na ilha de Coloane. Abandonados à própria sorte, a situação dos doentes era dramática, em virtude da terrível falta de higiene, da violência e dos suicídios.
Nascido na Itália em 1915, o sacerdote já falava chinês, pois tinha começado sua obra missionária entre as comunidades chinesas em 1935 em Hong Kong, Macau e na província de Guangdong, de onde foi expulso pelos comunistas em 1950.
Quando o bispo de Macau pediu aos salesianos ajuda para atender os leprosos de Coloane, o padre Nicosia ofereceu-se para ir viver com eles, tal como fizera São Damião de Molokai. De 1963 a 2011, durante 48 anos, ele compartilhou sua vida com os leprosos, transformando totalmente aquele lugar.
Ele conseguir levar à ilha enfermeiros e médicos, implementou uma dieta adequada aos doentes, reformou as casas, fez chegar água potável e luz; montou uma granja, ofereceu formação profissional aos que podiam trabalhar, construiu uma escola e uma igreja.
Em 2011, quando o sacerdote, já muito idoso, deixou essa missão, já não havia mais nenhum doente entre os moradores. O testemunho de vida do salesiano levou a maioria dos membros da comunidade a abraçar a fé cristã. O padre Nicosia faleceu em Hong Kong, no dia 6 de novembro passado, aos 102 anos.
3) Sudha Varghese,
libertadora das “intocáveis” na Índia
Na Índia, ela é conhecida como “Nari Gunjan” (a voz das mulheres). Estamos falando da Irmã Sudha Varghese, religiosa das Irmãs de Notre Dame.
O trabalho desta religiosa permitiu libertar do abusos sexual e de outras formas de violência as Musahar (dalits, ou intocáveis) do Estado de Bihar.
Antes da chegada da religiosa, nos anos 1980, os Musahar eram chamados de “comedores de ratos”: não tinham propriedades e só conseguiam os trabalhos mais duros.
Suas mulheres e crianças com frequência eram vítimas de abusos sexuais. Não podiam frequentar a escola. As meninas eram dadas em casamento aos 10 anos.
A Irmã Sudha Varghese, nascida em 1949 no seio de uma família rica de Kerala, lutou contra esse ciclo perverso, através da criação de uma rede de centros de formação para meninas e jovens Musahar (dalits), muitas delas mães solteiras. Seu trabalho lhe rendeu inúmeras ameaças de morte.
A religiosa, que viveu como uma dalit durante mais de duas décadas, complementou sua obra caritativa com centro educativos para meninos.
Este vídeo publicado por Zinc a apresenta como uma mulher capaz de inspirar a vida de qualquer pessoa:
Clique abaixo para avançar à página 2 e descobrir a extraordinária obra da “Madre Teresa da Birmânia, de Christopher Hartley e de Rafaela Wordacsak, eleitos grandes testemunhas do amor de Deus em 2017.