domingo, 15 de outubro de 2017

Papa proclamou novo santo português

Agência Ecclesia 15 de Outubro de 2017, às 09:43 
Foto: CNBB
Foto: CNBB
Padre Ambrósio Francisco Ferro integra grupo de mártires assassinados durante perseguições anticatólicas

Cidade do Vaticano, 15 out 2017 (Ecclesia) - O Papa Francisco proclamou hoje como santo o sacerdote português Ambrósio Francisco Ferro, morto no Brasil a 3 de outubro de 1645 durante perseguições anticatólicas, por tropas holandesas.

A fórmula de canonização foi proclamada, em latim, no início da Missa celebrada na Praça de São Pedro, perante milhares de pessoas.

O novo santo faz parte do grupo dos chamados “protomártires do Brasil”, que foram mortos no atual território da Arquidiocese de Natal, então sob jurisdição portuguesa.

Centenas de pessoas desta região partiram para Roma, acompanhando as várias celebrações que precedem a canonização dos primeiros santos mártires do Brasil, acompanhados pelo arcebispo de Natal, D. Jaime Vieira Rocha.

"Precisamos de nos revestir cada dia do seu amor, de renovar cada dia a opção de Deus. Os Santos canonizados hoje, sobretudo os numerosos mártires, indicam-nos esta estrada. Eles não disseram «sim» ao amor com palavras e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim", disse o Papa na homilia da celebração.

O padre Ambrósio Francisco Ferro era vigário do Rio Grande; sabe-se que outro dos mártires, António Vilela Cid, natural de Castela, era casado com uma irmã do futuro santo, Inês Duarte, açoriana.

A 16 de julho de 1645, o padre André de Soveral e outros fiéis foram mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares, quando celebravam a Missa dominical.

A 3 de outubro de 1645, houve o "massacre de Uruaçu" no qual o padre Ambrósio Francisco Ferro foi torturado e assassinado.

“Feitos prisioneiros, juntamente com o seu pároco, o padre Ambrósio Francisco Ferro, e levados para perto de Uruaçu, onde os esperavam soldados holandeses e cerca de duzentos índios, cheios de aversão contra os católicos. Os fiéis e o seu pároco foram horrivelmente torturados e deixados morrer entre bárbaras mutilações”, informa a nota biográfica oficial divulgada pelo Vaticano.

O texto sublinha que, “do numeroso grupo de fiéis assassinados”, apenas se conseguiram identificar “com certeza” 30 pessoas: padre André de Soveral e Domingos Carvalho, mortos em Cunhaú; padre Ambrósio Francisco Ferro; Mateus Moreira; António Vilela, o jovem, e sua filha; José do Porto; Francisco de Bastos; Diogo Pereira; João Lostão Navarro; António Vilela Cid; Estêvão Machado de Miranda e duas filhas; Vicente de Souza Pereira; Francisco Mendes Pereira; João da Silveira; Simão Correia; António Baracho; João Martins e sete companheiros; Manuel Rodrigues Moura e sua esposa; e uma filha de Francisco Dias, o jovem, mortos em Uruaçu.

Estes fiéis católicos foram beatificados por João Paulo II, no Vaticano, a 5 de março de 2000, que os apresentou como “as primícias do trabalho missionário, os protomártires do Brasil”.

No local do massacre foi erguido o ‘Monumento dos Mártires’, cuja festa litúrgica se celebra a 3 de outubro.

A Santa Sé recorda que a evangelização no Rio Grande do Norte (Brasil) foi iniciada em 1597 por missionários jesuítas e sacerdotes diocesanos, originários de Portugal.

Nas décadas seguintes, a chegada dos holandeses, de religião calvinista, provocou “a restrição da liberdade de culto para os católicos”, contexto em que se verifica o martírio dos futuros santos.

Além dos mártires do Brasil, foram canonizados três jovens mexicanos (Cristóforo, António e João), mortos entre 1527 e 1529, considerados os "protomártires do México"; o padre espanhol Faustino Míguez (1831-1925), que se destacou na educação dos mais desfavorecidos e das mulheres; e o religioso capuchinho Angelo de Acri (1669-1739), italiano, um confessor conhecido pelo seu apostolado itinerante.

OC
notícia atualizada às 10h15

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