segunda-feira, 24 de julho de 2017

O que os Corais da Amazônia e o Ártico têm em comum?

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Ambos são jóias da natureza que se encontram ameaçadas pela ganância da exploração petrolífera, e por isso precisam de nosso apoio.
Corais da Amazônia: recém descobertos e já ameaçados.
Corais da Amazônia: recém descobertos e já ameaçados. (Greenpeace)
Por Thais Herrero

O Ártico, no extremo norte do planeta, e os Corais da Amazônia (na costa do Amapá, ao norte do Brasil) estão distantes por milhares de quilômetros, mas têm muito em comum. Ambos são locais únicos na Terra, insubstituíveis pela riqueza de vidas que abrigam, com espécies exclusivas que levaram milhares de anos para se adaptar às condições adversas desses ambientes - o frio do Ártico e a baixa luminosidade das águas em função dos sedimentos do rio Amazonas. Mas esses locais também são novas fronteiras petrolíferas.

Gigantescas companhias internacionais estão de olho no fundo do mar para levar suas imensas plataformas de perfuração, em busca do óleo que polui nossos ar e esquenta o planeta.

O mar de Barents é um desses locais. Ele fica no Ártico próximo à Noruega e está sob a mira da empresa Statoil, regida pelo governo norueguês. No norte do Brasil, a petrolífera francesa Total e a britânica BP é que estão em processo de licenciamento ambiental para explorar a costa da Amazônia, contra mais de 1 milhão de pessoas que já se manifestaram contra esse projeto assinando a petição. Em comum, elas têm um ganancioso desespero de encher seus bolsos de dinheiro. Por isso, querem explorar a qualquer custo.

Ativistas protestam no Ártico

A boa notícia é que existem muitas pessoas ao redor do mundo defendendo esses locais incríveis. Nesta sexta-feira (21/7), 11 ativistas em botes infláveis fizeram um protesto no mar de Barents contra a plataforma Statoil Songa Enabler, a 275 km ao norte da costa norueguesa.

A sobrevivente das mudanças climáticas, Joanna Sustento, das Filipinas, e a atriz e ativista Lucy Lawless, da Nova Zelândia, célebre no Brasil por ter feito a princesa guerreira Xena, estão entre as 19 nacionalidades que viajaram para as águas do norte do planeta a bordo do navio do Greenpeace Arctic Sunrise. "É difícil entender e aceitar que um governo como o da Noruega abra novas áreas de exploração de petróleo no Ártico, sabendo que irá colocar famílias em risco em outras partes do mundo", afirma Joanna, que perdeu toda a família, exceto o irmão, para o super tufão Hayan. Confira sua história no vídeo.

Apenas duas semanas após a assinatura do Acordo sobre o Clima de Paris, o governo da Noruega concedeu a 13 companhias de petróleo dez novas licenças em uma área completamente nova, pela primeira vez em mais de 20 anos. Em 2016, o Greenpeace entrou com um processo judicial contra o governo da Noruega e as mais de 250.000 assinaturas já reunidas na petição contra a exploração serão usadas para apoiar o caso no tribunal.

"Eu não posso acompanhar isso sem fazer nada, quando sabemos que não podemos queimar mais um único barril de petróleo de um novo poço, se quisermos evitar uma catástrofe climática. Não quero olhar meus filhos nos olhos e explicar porque não fiz tudo o que pude para protegê-los. É além do meu entendimento que o governo norueguês dê à Statoil um passe livre para explorar como louca às custas das gerações futuras", disse Lucy Lawless.


Greenpeace, via IHU

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