sábado, 3 de junho de 2017

Sudão do Sul: 15 crianças morrem após receber vacina contaminada

  Agências de Notícias | Jun 02, 2017
UN Photo by Eskinder Debebe CC

Quinze crianças morreram após receber uma vacina contaminada em uma região isolada do sudeste do Sudão do Sul, país em guerra desde o final de 2013, anunciou nesta sexta-feira o ministro de Saúde.

“A equipe de vacinação não respeitou as normas de segurança aprovadas pela Organização Mundial de Saúde”, declarou o ministro Riek Gai Kok em coletiva, que denunciou a utilização de somente uma seringa durante a campanha contra o sarampo, que durou quatro dias.

“A reutilização da seringa, denominada reconstituição, implica que esta última está contaminada e, por sua vez, contamina os frascos da vacina contra o sarampo e infecta todas as crianças”, criticou o ministro.

 A investigação, comandada por um comitê sul-sudanês especialista em saúde e com a ajuda de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), demonstrou que as vacinas administradas na região de Kapoeta não foram conservadas respeitando as regras da cadeia de frio, o que favoreceu a sua contaminação.
As crianças começaram a morrer por conta deste incidente a partir de 2 de maio, enquanto outras 32 sofreram sintomas que incluíram vômito, febre e diarreia, embora tenham sobrevivido. No total, 300 pessoas foram vacinadas durante esta campanha.

Segundo Riek Gai Kok, a equipe de saúde contratou crianças de 12 anos para aplicar as vacinas. “Utilizar crianças de 12 e 13 anos é inaceitável, vamos descobrir como aconteceu, mas não tem nada a ver com uma possível falta de equipe”, assegurou

“Esta lição que aprendemos hoje não deve impedir de continuar com as vacinações, as vacinas são seguras quando seguem as instruções”, disse o diretor da OMS no Sudão do Sul.

Segundo as diretivas da OMS, a vacina contra o sarampo devem ser armazenadas em um local protegido da luz e a uma temperatura entre 2ºC e 8ºC.

“Neste ano, 70 crianças morreram por causa do sarampo em diferentes partes do país”, advertiu o ministro.

A epidemia de sarampo que o Sudão do Sul está vivendo é uma nova catástrofe humanitária para um país que em 2013 caiu em uma guerra civil, dois anos e meio após a sua independência, que causou dezenas de milhares de mortes e mais de 3,5 milhões de deslocados.

A fome, consequência direta do conflito, afeta mais de 100.000 pessoas em certas zonas do país e ameaça um milhão.

(AFP)

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