segunda-feira, 5 de junho de 2017

Socorro! A minha madrasta zomba do crucifixo da minha sala!

  Katrina Fernandez | Jun 05, 2017
Shutterstock
Há algo essencial no crucifixo, a respeito do Amor de Deus, que muitas seitas protestantes infelizmente ignoram

Nossa colunista Katrina Fernandez, da edição da Aleteia em inglês, recebeu o seguinte e-mail de uma leitora norte-americana:

Olá, Katrina,

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A minha madrasta às vezes me tira do sério! Ela é uma mulher maravilhosa e eu a amo, mas, toda vez que ela vem ao meu apartamento, ela tem que fazer um comentário sobre o crucifixo que eu tenho na parede da sala de estar. Ela diz que fica incomodada ao ver Jesus pendurado na cruz desse jeito, enquanto o Jesus “dela” já ressuscitou. Ela ri, aponta e diz coisas como “Ele não está mais lá” e “O meu Jesus triunfou sobre a cruz”. O tom dela é do tipo “Ah, católicos bobos e seu Jesus ainda crucificado”.

Eu não entro na casa dela comentando isso e aquilo sobre a decoração. E certamente não vou retirar o meu crucifixo da parede! Queria apenas que ela me respeitasse e parasse com esse assunto. Você teria algo a me aconselhar?

TJ, de Atlanta, EUA


Eis a resposta de Katrina:

Querida TJ,

Você não disse, mas concluo que a sua madrasta faça parte de alguma denominação protestante. Esta atitude é frequente em algumas seitas protestantes do sul dos EUA no tocante ao crucifixo. Já passei eu mesma por uma situação muito parecida quando me mudei para Birmingham. Tínhamos convidado amigos para jantar e uma mulher ficou abertamente desconfortável com o meu crucifixo espanhol, bastante gráfico e realista, e fez comentários semelhantes. Na verdade, ela foi um tanto grosseira, mas eu nunca voltei a ter de convidá-la para outros jantares. Já no caso da sua madrasta, que é membro da família, a solução não será tão simples como foi a do meu caso.

No entanto, você mesma respondeu à sua pergunta logo antes de me pedir conselho. Diga a ela exatamente o que você me disse: que você não vai retirá-lo da parede e que ela precisa respeitar a sua decisão. É a sua casa, é a sua religião e é o seu crucifixo.

Vocês duas concordam que Jesus triunfou sobre a cruz e isto é essencial, pois todos sabemos que, “se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé”. Agora, isto não significa que não devamos honrar e respeitar também a imagem do Seu Corpo crucificado, porque a Paixão e a Ressurreição fazem parte indissociável da mesma e única história da nossa Redenção. A representação do Cristo crucificado não é uma veneração mórbida de Jesus morto. Somos conscientes de que a crucificação é o mais puro, verdadeiro e extremo ato do Amor divino por nós, e, ao olharmos para um crucifixo, nos lembramos desse Amor incondicional de Cristo; nos lembramos do preço da nossa Redenção.

São Maximiliano Kolbe chamava o crucifixo de “escola do Amor”. Os protestantes não costumam levar em conta que nós, católicos, ao mantermos o crucifixo presente diante dos nossos olhos, nos lembramos, em meio às nossas próprias dores, de que não há nada que nós estejamos sofrendo que Jesus não tenha sofrido muito mais na Sua Paixão. Ele é o nosso verdadeiro companheiro, o Deus que realmente sabe o que é sofrer. Isto é de uma profundidade extraordinária: amamos um Deus que quis sofrer conosco! E esta não é, nem de longe, uma lição – ou incentivo – que possa ser ignorada!

Se você explicar gentilmente à sua madrasta esse aspecto literalmente “crucial” da nossa fé, eu duvido que ela insista em criar caso com o crucifixo. Se ela souber o que você realmente enxerga no seu crucifixo, a opinião dela vai se suavizar. Você pode até contar a ela onde e por que comprou ou ganhou esse crucifixo, acrescentando um aspecto ainda mais pessoal à sua relação com este símbolo da nossa fé. Comunicação e entendimento sempre nos fazem avançar bastante no caminho. Um dia, quem sabe, ela pode até começar a compartilhar do seu amor pelo crucifixo…

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