segunda-feira, 5 de junho de 2017

Harvard 'desconvida' calouros que publicaram memes ofensivos no Facebook

Pelo menos dez estudantes que haviam recebido oferta de admissão em Harvard acabaram tendo a aprovação revogada, depois que a universidade descobriu um grupo secreto onde eles trocaram memes de cunho ofensivo.
Por G1

A Universidade Harvard fica em Massachusetts, nos Estados Unidos, e é uma das instituições de maior prestígio do mundo (Foto: Divulgação )
A Universidade Harvard fica em Massachusetts, nos Estados Unidos, e é uma das instituições de maior prestígio do mundo (Foto: Divulgação ).

Um grupo de pelo menos dez calouros que começariam a graduação na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, no segundo semestre acabaram tendo sua aprovação revogada após trocarem memes e piadas ofensivas em um grupo fechado no Facebook. A instituição, uma das mais prestigiosas do mundo, afirma que não fala publicamente sobre as matrículas individuais de estudantes. Porém, de acordo com uma reportagem do jornal local "The Harvard Crimson", publicada neste domingo (4), são pelo menos dez os estudantes que já haviam sido aprovados na universidade, mas acabaram ficando de fora da Classe de 2021, como é conhecido o grupo de alunos que passarão os próximos quatro anos em Harvard.
Todos os anos, a própria instituição cria e administra um grupo oficial dos novos estudantes, onde só são aceitas pessoas que constam na lista oficial de aprovados. O grupo, hoje com mais de 1.500 membros, é usado como uma forma de os jovens encontrarem futuros colegas com interesses em comum. Mas, desde então, dois novos grupos não-oficiais foram criados pelos próprios estudantes, para reunir os colegas que eram fãs de trocar memes e outras imagens bem-humoradas.
O jornal conversou com estudantes que participaram dos dois grupos, entre eles um jovem que preferiu permanecer anônimo e confirmou ter sido "desconvidado" a estudar em Harvard. Eles afirmaram que a primeira comunidade manteve um tom respeitoso nas mensagens trocadas, mas que, em dezembro do ano passado, um grupo menor de membros decidiu criar um canal ainda mais restrito para compartilhar conteúdo "proibido para menores", segundo uma das alunas ouvidas.
Segundo o "Harvard Crimson", que diz ter obtido capturas de tela de algumas das mensagens trocadas, os estudantes compartilharam imagens zombando de abuso sexual, do Holocausto e da morte de crianças. "Algumas das mensagens brincavam sobre o abuso de crianças ser sexualmente excitante, enquanto outras tinham piadas direcionadas a grupos raciais ou étnicos específicos. Uma [mensagem] chamou o enforcamento hipotético de uma criança mexicana de 'hora da piñata'", diz a reportagem.
Para ser admitido no grupo restrito de memes, os estudantes eram desafiados a publicar mensagens no grupo que tinha mais colegas.
O jornal afirma que as mensagens ofensivas enviadas nesse grupo privado chegou ao conhecimento da universidade meses depois. Em abril, o Escritório de Admissões de Harvard enviou e-mails aos estudantes envolvidos solicitando que eles encaminhassem todas as mensagens que haviam publicado, segundo um dos estudantes que acabou rejeitado por Harvard mesmo antes do início das aulas.
Segundo o jornal, o estudante recebeu a seguinte mensagem via e-mail: "O Comitê de Admissões ficou decepcionado ao descobrir que diversos estudantes em um grupo privado da Classe de 2021 estavam enviando mensagens que continham mensagens e gráficos ofensivos. (...) Como entendemos que você está entre os membros distribuindo esse material nesse chat, pedimos que você envie um posicionamento até amanhã às 12h para explicar suas contribuições e ações para discussão no Comitê de Admissões." Uma semana depois, esse estudante e pelo menos outros nove calouros receberam cartas informando que suas admissões haviam sido revogadas.

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