terça-feira, 6 de junho de 2017

Filha de pai hinduísta, foi batizada católica aos 26 anos por “culpa” de sua avó


MADRI, 06 Jun. 17 / 06:00 am (ACI).- Yamuna, uma jovem espanhola filha de pai hinduísta, foi batizada católica aos 26 anos por “culpa” de sua avó paterna, que lhe deu um “grande presente” durante sua infância.

Em seu testemunho, intitulado “A semeadura de uma avó” e publicado no site do Opus Dei, Yamuna explica que seu pai “e da religião hinduísta” e que nasceu “em um povoado de Castilla La Mancha (Espanha) em uma família católica”.

“Mas, quando era jovem, conheceu o que logo seria seu guia espiritual e se tornou Hare Krishna”, assinala.

Yamuna, por sua parte, nasceu em um povoado de Valência (Espanha). Seu nome, explica, é o do “maior afluente do rio Ganges e um dos principais do norte da Índia”.

“Minha mãe sempre foi católica, embora não tenha dado continuidade na prática de sua fé, mas valorizo que sempre tenha estado ali para me recordar de Jesus”.

Durante sua infância, recordou, conheceu o hinduísmo, com o consentimento de sua mãe. “Daqueles primeiros anos, lembro os verões na comunidade dos Hare Krishna”, assinala.

“Aprendi muitas coisas com o meu pai, como o valor da oração; o vegetarianismo – que ainda pratico; a perseverança diante daquilo que se acredita e a pouca importância que o material pode ter”, indica.

Em seu testemunho, Yamuna recorda de forma especial sua avó, “a mãe do meu pai”, católica praticante que morreu quando a jovem tinha 17 anos.

“Quando eu era pequena, ela me deu um grande presente. E até hoje não havia me dado conta do quanto que devo a ela”, assegura.

A jovem recorda que costumava passar os verões com sua avó “e me falava sobre Jesus e a Virgem Maria, me levava à igreja nos domingos, me ensinava a rezar”.

“Sempre que estava com ela, levava-me para visitar o Senhor. Suponho que queria me tornar consciente de que Jesus estava no sacrário. Era uma mulher muito carinhosa, que vivia sua fé profundamente e me transmitia”, diz.

“Minha avó não compartilhava a religião do meu pai, mas sempre que estávamos na casa dela nas férias, unia-se aos nossos costumes e deixava de comer carne e ovos para respeitar as crenças de seu filho”, destaca.

Para Yamuna, embora na época não percebesse, “aquelas conversas de neta e avó não foram em vão”.

A inquietude e a atração pela Igreja, semeadas por sua avó, acompanharam-na durante muitos anos. “Sempre que viajava e via alguma igreja, sentia a necessidade de entrar. Ir á Igreja e sentar-me diante de Jesus me dava muita paz. Eu ia e lhe contava as minhas coisas. Sentia atração pelos sacrários das Igrejas, era algo que não me deixava indiferente”, acrescenta.

Com o passar dos anos, passou por uma escola adventista e quase abandonou a fé por causa de um namorado agnóstico durante seus anos de universidade.

Foi durante seu mestrado para ser professora do ensino médio que conheceu o Opus Dei, através de um companheiro de estudos.

“Nunca tinha conhecido um estilo de vida tão autêntico: via pessoas que praticavam sua fé e que falavam dela com normalidade, via que as pessoas estavam felizes e me decidi. Não se pode explicar essas coisas... cada um tem seu processo”, assegura.

Foi no dia 13 de julho de 2016 que Yamuna recebeu os sacramentos da iniciação à vida cristã: Batismo, Primeira Comunhão e Crisma, na Igreja de São João do Hospital, de Valência.

“Nesse dia, lembrei muito a minha avó, pensei que estaria feliz porque, a final, se cumpria o que ela queria e que foi também o que eu queria”, assinala.

Seus pais a apoiaram, pontua, e a presentearam com a viagem para a Jornada Mundial da Juventude 2016, em Cracóvia, Polônia.

Depois que entrou para a Igreja, expressa, “embora ainda seja a mesma, há algumas coisas que mudaram em minha vida”, pois “a fé deu solidez à minha vida. Antes, tudo o que eu fazia, meu dia a dia, era muito superficial, mas agora posso dar um sentido novo a tudo”.

Relacionando seu nome com o rio da Índia que o inspirou, a jovem assinala que sua vida “é como o Yamuna, que no seu curso cria uma planície de aluvião nesse trecho entre o rio e o Ganges, regando tantos terrenos de cultivo e dando de beber a milhões de pessoas”.

“Espero que minha vida seja fértil assim”, assegura.

“Se tivesse que resumir em uma palavra a fé, seria felicidade, porque realmente mudou minha vida e me fez mais feliz. Devo tudo a Deus e a minha avó, que abriu aquele manancial de fé em minha alma. A culpa é sua, vó. Obrigada!”, conclui.

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