sábado, 6 de maio de 2017

Atuações sustentam interesse no drama "A Filha"

 domtotal.com
A trama também foi recriada para construir um drama em torno da adolescente Hedvig.
Cena do filme
Cena do filme "A filha" (Divulgação)
Por Neusa Barbosa

Diretor teatral com alguma estrada como ator, o australiano Simon Stone estreia como diretor de longas com o drama “A Filha”. Com elenco recheado de atores australianos consagrados internacionalmente, como Geoffrey Rush, Miranda Otto e Sam Neill, o filme incorpora um verniz intelectual sofisticado com um roteiro que tem como ponto de partida a peça “O Pato Selvagem”, de Henrik Ibsen.

Neste roteiro, também assinado pelo diretor Stone, foram tomadas muitas liberdades, como trazer o enredo do século 19 para a época atual e trocar os nomes de praticamente todos os personagens. A trama também foi consideravelmente recriada para construir um drama em torno da adolescente Hedvig (Odessa Young).

Filha única do casal Oliver (Ewen Leslie) e Charlotte Finch (Miranda Otto), a garota é corajosa e desinibida. Nada sugere grandes dilemas em sua vida, cuja maior preocupação no momento é a descoberta do sexo com seu namorado, Adam (Wilson Moore).

Dois fatos ligados à família Neilson, a mais rica do local onde vivem a garota e seus pais, alteram drasticamente o panorama. O primeiro, a decisão do magnata Henry (Geoffrey Rush) de fechar a madeireira local, desempregando o pai da menina e muitos outros trabalhadores da região. O outro, a chegada do filho de Henry, Christian (Paul Schneider), que vem para o casamento do pai viúvo com uma ex-funcionária bem mais jovem, Anna (Anna Torv).

Os problemas íntimos de Christian em relação a este pai, de quem se manteve afastado por anos desde a morte da mãe, acabam tornando-se o epicentro de um verdadeiro terremoto emocional, cujas ondas afetam drasticamente a família Finch.

Vários destes excelentes atores, quase todos australianos, atuaram também na versão teatral da história, sob o comando de Stone, contribuindo para uma segurança de atuação que é um ponto forte do filme.

Em compensação, não é tão consistente a adaptação em alguns pontos, talvez o maior deles a composição do personagem de Christian, insuficientemente delineado na trama em comparação ao poder que lhe é atribuído na condução de tantos fios narrativos.

Ainda assim, impressiona a desenvoltura da jovem Odessa Young, com apenas 16 anos, que com justiça recebeu prêmio na Academia Australiana de Cinema e TV como melhor atriz, ao lado de Miranda Otto, vencedora como melhor coadjuvante.

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Reuters

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