sábado, 31 de outubro de 2015

Pit bull entra como dama de honra em casamento levando alianças no Piauí

Casal cria a cadela de nome Overdose desde o primeiro mês de namoro.
A pit bull teve um dia de princesa para ficar calma durante a cerimônia.

Amanda DouradoDo G1 PI

Uma cena inusitada chamou a atenção dos convidados de um casamento realizado em Teresina. A tradicional entrada das alianças com uma dama de honra foi feita por um cão da raça pit bull. A cadela, chamada de Overdose, é o xodó do casal Marcus Vinicius, 26 anos e Amanda Nery, 24 anos, que selaram a união em cerimônia realizada em um sítio.
Cachorra entrou com o pequeno Edson Neto  (Foto: Tibério Helio)O pequeno Edson Neto, sobrinho do noivo entrou
com a pit bull (Foto: Tibério Helio)
Juntos há sete anos, o jovem casal adotou a cadela ainda no primeiro mês de namoro, razão de escolher Overdose para entrar com as aliaças. Antes do casamento, ela teve um "dia de princesa" para gastar toda energia e entrar bem calma como dama de honra.
“Ela (cadela) é bem dócil e nossa intenção era desmistificar a ideia de que cachorros da raça pit bull são violentos e não podem participar de um momento como este”, falou Amanda.
Segundo o casal, a família da noiva foi a que ficou mais resistente à ideia, pois pensavam que a cadela iria assustar os convidados.
“Nosso estilo é bem alternativo, então sempre tivemos a certeza de que nosso casamento fugiria do tradicional. O tio da minha esposa, o senhor Osmir Pierot, nos ajudou demais a tirar esse medo da família e abraçarem a ideia”, lembra Marcus Vinicius.
Overdose entrou na cerimônia ao som da musica Lucky, do Jason Mraz, junto com o sobrinho do noivo, o pequeno Edson Neto, que também é apaixonado pelos bichos. As alianças estavam em uma espécie de pacotinho preso à coleira. “A juíza que celebrou nossa união achou a ideia muito romântica e todos os convidados ficaram muito emocionados quando ela entrou”, recorda Amanda Nery.
Pti bull teve um dia de dama de honra para entrar bem calma a cerimônia (Foto: Tibério Helio)Pit bull teve um 'dia de princesa' para entrar bem calma na cerimônia (Foto: Tibério Helio)
Paixão por cães
Além do amor que um tem pelo outro, eles não escondem a paixão que têm por cães. Overdose convive com mais quatro cachorros das raças American Bullies e Dogue Alemão.

“Começamos a ajudar uma instituição que resgata animais abandonados e o nosso número de cachorros foi aumentando. Eu sempre gostei de animais, mas nunca pensei em ter mais de um. Quando me dei conta já tínhamos os cinco cachorro”, contou Amanda Nery.
Para Marcus Vinicius, a participação dos cinco cachorros era fundamental no casamento. Meses antes da cerimônia, o casal fez questão de levar os animais para o ensaio fotográfico pré-casamento.

“Eu sempre tive cães em casa desde criança, então eles sempre fizeram parte da minha família. Nunca passou pela minha cabeça excluir meus cães do meu casamento, pois se aquela é uma celebração de família, então não faria sentido algum eu não levar pelo menos um deles, e ainda por cima fazendo o papel de dama de honra”, falou Vinicíus.
O casal pretende criar os futuros filhos convivendo em perfeita harmonia com os cinco cachorros. “Eu gosto muito de estudar psicologia canina, então tento criar os meus cães da forma mais sociável possível. Quando nós tivermos filhos, eles serão criados de forma que vejam que os cães são nossos companheiros para todas as horas e que devemos zelar por eles. Serão grandes parceiros! Assim como sempre mostrei para os meus sobrinhos essa parceria, também vou mostrar para os meus filhos” enfatizou o jovem.
Casal cria o animal há sete anos e ele não poderia faltar a esse momento (Foto: Tibério Helio)Cães fizeram parte do ensaio fotográfico pré-casamento (Foto: Tibério Helio
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DIA DAS BRUXAS: Obama brinca com criança vestida de papa no Halloween; veja fotos

Obama brinca com criança vestida de papa no Halloween; veja fotos (REUTERS/Carlos Barria)

Avião cai durante apresentação na região do Farol da Barra, em Salvador

Acidente ocorreu por volta das 15h45 deste sábado (31), em Salvador.
Aeronave faz parte da comemoração pelo Dia do Aviador e Mês da Asa.

Danutta Rodrigues e Lílian MarquesDo G1 BA

Avião caiu no mar durante apresentação de esquadrilha (Foto: Darlan Azevedo/Arquivo pessoal)Avião caiu no mar durante apresentação de
esquadrilha (Foto: Darlan Azevedo/Arquivo pessoal)
Um avião caiu no mar durante apresentação da "Esquadrilha Textor Show", por volta das 15h45 deste sábado (31). O acidente aconteceu perto do Farol da Barra.
Por volta das 16h30, a assessoria da Aeronáutica em Salvador, afirmou que o único tripulante da aeronave foi resgatado. Não há informações sobre o estado de saúde dele. Duas equipes do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), embarcações da Marinha e mergulhadores participaram das buscas.
O piloto participava de uma apresentação em comemoração ao Dia do Aviador e o mês da Asa. De acordo com o Major Celino, da assessoria da Aeronáutica, o avião colidiu com o mar após uma série de acrobacias. A aeronave afundou logo após a queda. O major afirmou que a apresentação estava no fim quando o acidente aconteceu.
Ainda segundo Major Celino, a aeronave não é da Força Aérea Brasileira e o piloto também não é militar. A "Esquadrilha Textor Show" é formada por três aeronaves e cada uma delas é pilotada por um familiar, pai e dois filhos. O piloto da aeronave que caiu é um dos filhos. A esquadrilha é sediada em Rio Verde, interior de Goiás, e os três tripulantes são gaúchos, segundo informações do major.
Aeronave participava de apresentação em comemoração ao dia do Aviador (Foto: Darlan Azevedo/Arquivo pessoal)Aeronave participava de apresentação em comemoração ao dia do Aviador (Foto: Darlan Azevedo/Arquivo pessoal)
Aeronave caiu no mar por volta das 15h45 deste sábado (31) (Foto: Darlan Azevedo/Arquivo pessoal)Aeronave caiu no mar por volta das 15h45 deste sábado (31) (Foto: Darlan Azevedo/Arquivo pessoal
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Ninguém nasce homem

Simone de Beauvoir ainda assusta muita gente. “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” – sentença que parecia ponto pacífico por apregoar o papel fulcral da cultura na definição e formação daquilo que chamamos feminino – ainda não foi assimilado. De maneira estranha, as pessoas ainda buscam uma identidade única e sólida, como se isso fosse possível.

Identidade é uma relação de igualdade que se dá, em geral, por algum tipo de redução que despreza as diferenças. Por exemplo: Uma xícara e um prato de vidro podem ser identificados quanto à sua função. Um e outro, ignorando-se suas formas, são chamados louça. Entretanto, apesar de se prestarem à alimentação, um é habitualmente usado para líquidos e outro para sólidos, mas não necessariamente. Assim, se se considera os maiores detalhes de uso bem como a forma, pode-se dizer que há mais identidade entre um prato de vidro e outro de plástico que entre o primeiro e uma xícara. A coisa fica mais complicada se tomamos outros aspectos como a escala. O mesmo prato em escala menor é chamado pires e perde sua identidade de prato.

O que se quer dizer com isso? Que aquilo que chamamos identidade é a consideração de igualdade estabelecida pela cultura, entre coisas diferentes, a partir de determinado aspecto. Por isso identidade é um conceito relativo. Em sentido estrito, algo só pode ser idêntico a si mesmo. Mesmo assim há de se considerar que tudo está em movimento. Basta pensar na física de partículas e muito mais no ser humano que, como diz Heráclito, não passa duas vezes no mesmo rio. Este está em constante mutação e só se pode falar na sua identidade quando se compreende que ela não é algo fixo ou rígido. Diz respeito à sua capacidade de ser considerado o mesmo apesar de todas as suas mudanças. Para entender isso imaginemos uma banda que, ao longo de sua história e pouco-a-pouco, tenha mudado todos os seus membros. A banda seria a mesma? E se no início ela tocasse rock pesado e com o tempo fosse incluindo elementos pop e eletrônicos? A banda continuaria sendo a mesma? Ela teria perdido sua identidade? Quando? Onde esta estaria? No seu nome? Na sua história?

A briga atual sobre a determinação biológica sobre o sexo e a identidade poderia ser diminuída quando se toma outros elementos da vida cotidiana para cotejar tais embates. Lembro-me de alguns senhores dizendo em discussões com outros homens: “Você não é um homem. Você é um moleque. Honre o que tem entre as pernas”. Sem querer, apesar de seu machismo, estava implícito nas falas que não era o fato de ter um pênis que tornava alguém homem, mas que isso era um ideal adulto que considerava muito a responsabilidade e caráter como constitutivo daquilo que se entendia como masculino (e que não pertence somente ao homem). Honrar o que se possui entre as pernas dizia que a maturação sexual deveria coincidir com a maturação da personalidade, não o mero desenvolvimento do órgão sexual. Dizia que aquele que se apropria de sua sexualidade e genitalidade deveria também estar apto a responder por suas responsabilidades sociais. Dizia que não se nasce homem: torna-se homem.

Mineiramente

Eu não sou só isso ou aquilo. Você não é só isso ou aquilo. A identidade de cada um é múltipla e plural e se diz na relação que se estabelece com o mundo e a mutação na qual vivemos. Dentre os ramos nos quais ela se estende pode-se falar também das identidades regionais. Sabemos que “Minas são muitas” e que ser mineiro tem algo que fala do nosso jeito barroco, que alguns possuem mais ou menos. No barroco mineiro, cabe o paradoxo, a tensão, a justaposição de coisas, a bricolagem, a dobra. É fácil entender quando uma coisa é e não é ao mesmo tempo aqui em Minas. Descartes, Hegel, Aristóteles, Kant, Parmênides não poderiam ter nascido na terra das gerais. Tem muita paixão em um pão de queijo e nem a Serra da Mantiqueira pode separar nosso jeito de ver o mundo, esse lugar onde tudo é logo ali.

Neste sábado, o mineiríssimo grupo Ponto de Partida, da cidade de Barbacena, apresenta em Belo Horizonte o espetáculo Mineiramente.  A peça é embalada pela poesia de Drummond, textos de Guimarães Rosa e pela música de Milton Nascimento, Fernando Brant e Tavinho Moura, revelando os contornos da profunda, ritualística, desconfiada, bem humorada e musical Minas Gerais. Tudo se mistura à fachada do Palácio da Liberdade, pois, segundo o grupo, o espetáculo foi “concebido para se misturar às paisagens urbanas e atrair o olhar para as belezas de cada cidade”.

A entrada é gratuita, mas as senhas serão distribuídas a partir das 17h, no Centro de Informação ao Visitante (Prédio Verde), situado na Praça da Liberdade, no dia do espetáculo. A apresentação encerra a programação de lançamento do Inventário do Rio São Francisco, feito pelo IEPHA, que conta com a belíssima mostra "Alameda São Francisco: o rio inunda a cidade" criada por Alexandre Rousset e Tereza Bruzzi.

MINEIRAMENTE – BH: 31/10, sábado, às 20h, no Palácio da Liberdade.

Gilmar P. da Silva SJMestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, com pesquisa em Signo e Significação nas Mídias, Cultura e Ambientes Midiáticos. Graduação em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Possui Graduação em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. Experiência na área de Filosofia, com ênfase na filosofia kierkegaardiana. 

Drama dos refugiados em debate entre Papa e presidente da Macedônia

 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no sábado (31/10), no Vaticano, o Presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov.
No decorrer da audiência, expressou-se satisfação pelas boas relações bilaterais e os votos de que o país consiga ingressar na União Europeia.
Falou-se ainda de temas de política internacional, em especial das persistentes dificuldades econômicas e sociais e da necessidade de um empenho compartilhado para oferecer assistência ao grande número de refugiados que têm chegado à região.
De acordo com a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, relevou-se a importância de favorecer sempre mais o diálogo e a convivência entre as várias realidades étnicas e religiosas do país. 
(BF)
(from Vatican Radio)

Cadeirante supera expectativa de vida e vira praticante de esportes radicais

Garoto do DF pratica basquete, natação, skate e tem tempo para namorar.
Médicos disseram que ele não passaria dos 2 anos e recomendaram aborto.

Isabella FormigaDo G1 DF

Mateus Moreira andando de skate no Eixão de Brasilia (Foto: Ronaldo )Mateus Moreira andando de skate no Eixão de Brasilia (Foto: André Redivo/Reprodução)
O brasiliense Mateus Moreira, de 14 anos, exibe com orgulho as mãos calejadas de andar de skate: por conta de uma malformação congênita, ele nunca conseguiu movimentar as pernas. Nem por isso ele deixa de fazer manobras na prancha ou de praticar stand-up paddle, vela adaptada, basquete e natação. À parte dessas atividades, ele ainda arruma tempo para estudar, tocar bateria e sair com a namorada, com quem se relaciona há sete meses.
Mateus Moreira em skate (Foto: André Redivo/Reprodução)Mateus Moreira em skate
(Foto: André Redivo/Reprodução)
A mãe dele, Adriana Moreira, estava grávida quando soube que o filho nunca andaria por conta da mielomeningocele, o tipo mais grave de espinha bífida. A doença impede que os ossos da coluna vertebral se desenvolvam adequadamente durante a gestação. O médico disse a ela que a criança não sobreviveria por mais de dois anos e recomendou o aborto. Ela não concordou.
“A princípio, a gente fica chocado. Sempre espera que o filho seja perfeito”, diz ela. “Mas o susto maior foi na hora da notícia. Depois, pensei: ‘se Deus mandou para mim é porque sou capaz.” “E hoje, estou aqui”, emenda o menino, orgulhoso.
Desde que nasceu, o garoto já passou por cinco cirurgias. A primeira, sete dias após nascer, para fechar a coluna e proteger a medula. Por conta do procedimento, ele desenvolveu hidrocefalia e, uma semana depois, fez outra operação para colocar uma válvula para drenar o acúmulo de líquido no crânio.
Decidida a oferecer uma boa qualidade de vida para o filho, Adriana passou a pesquisar sobre a mielomeningocele, mas não encontrou muitas informações. “Só via menino com cabeça grande, não conseguia ver uma pessoa que poderia se desenvolver. Foi então que me disseram: 'Olha, se ele tiver a mente boa, ele vai para onde quiser”, diz.
A mãe decidiu então que não deixaria o filho parado em casa e que faria tudo para incentivar ele a ser independente. Ela o matriculou em escolas comuns e o incentivou a praticar esportes desde pequeno. Aos três meses, teve as primeiras aulas de natação, que ajudaram a fortalecer a musculatura dos braços. Depois, passou à equoterapia. A atividade física o ajudou a se sentir autoconfiante e a fazer novos amigos.
Mateus Moreira com a namorada (Foto: Mateus Moreira/Arquivo pessoal)Mateus Moreira com a namorada (Foto: Mateus Moreira/Arquivo pessoal)

Vida
Adriana conta que quando Mateus era criança, as pessoas olhavam com pena na rua. “Íamos para o supermercado, shopping, e todo mundo olhava e perguntava, 'tadinho, o que ele tem, por que está na cadeira de rodas?”, diz. Mateus, no entanto, diz que nunca se sentiu vítima e que "nada é impossível".
Mateus Moreira andando de skate (Foto: Mateus Moreira/Arquivo pessoal)Mateus Moreira andando de skate
(Foto: Mateus Moreira/Arquivo pessoal)
Quando ele quer fazer algo que não pode, como andar de bicicleta, encontra uma forma de adaptar o veículo à cadeira de rodas. “Falei que queria andar de moto, e agora existe uma adaptação que bota na cadeira. O jeito é pensar em formas de adaptar a cadeira de rodas ao que se quer fazer”, diz.
A mãe diz que o filho é totalmente independente em casa. “Ele se vira. Digo a ele: 'Mateus, vai tomar banho'. Quando vejo, ele está lá. Leva a cadeira, desce, tem uma cadeira especial, se veste, vai para a cama, para o quartinho. Às vezes vai se arrastando, andando com as mãos”, diz.
Acessibilidade
As maiores dificuldades enfrentadas pelo menino, segundo Adriana, dizem respeito à acessibilidade. No mês passado, a família ganhou uma ação contra uma rede de lanchonetes que impediu Mateus de usar a fila preferencial. “Quando ele entrou na fila, o funcionário disse que o preferencial era só para gestante e idoso e que ele iria ficar na fila como qualquer pessoa comum”, diz.
Adriana Moreira e o filho andando de stand up paddle no Lago Paranoá, em Brasília (Foto: Adriana Moreira/Arquivo pessoal)Adriana Moreira e o filho andando de stand up
paddle no Lago Paranoá, em Brasília
(Foto: Adriana Moreira/Arquivo pessoal)
A mãe foi à lanchonete tirar satisfações. “Questionei o funcionário. Como assim? A lei é para todos. A fila pode ter milhões de pessoas, tem que ter preferência”, diz.
Sem conseguir convencer o atendente, ela foi até a administração do shopping protocolar uma reclamação. Depois, recebeu uma ligação da franquia, que ofereceu uma caixa de doces como pedido de desculpas. Ela recusou o presente. “Não quero caixa, quero que a Justiça seja feita, porque vocês feriram a lei.”
Adriana entrou então com uma ação na Justiça, que três meses depois obrigou a rede de lanchonetes a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais ao garoto. A empresa recorreu. “É o mesmo que falo para ele. Brigo, luto pelas vagas de deficiente. A gente chega e estão sempre ocupadas. Às vezes estaciono atrás para impedir a pessoa de sair enquanto tiro a cadeira dele.”
Sonho
Inspirado em skatistas como Og de Souza e Ítalo Romano, também deficientes, Mateus diz querer se profissionalizar no esporte e cursar educação física. Ele diz ter vontade de motivar pessoas em situação semelhante a não se deixarem abater e diz que gostaria de um dia dar palestras para deficientes e contar a história dele. “Diria a elas que nada é impossível. Você pode ir para onde quiser”, diz. “Diria: não desista dos seus sonhos.”
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Mateus Moreira tocando bateria (Foto: Mateus Moreira/Arquivo pessoal)Mateus Moreira tocando bateria (Foto: Mateus Moreira/Arquivo pessoal
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Estado Islâmico afirma ter abatido avião russo no Egito

Grupo teria agido em retaliação à intervenção russa na Síria, afirma AFP.
Análise preliminar indica que queda seria decorrente de falha técnica.

Do G1, em São Paulo

O ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirmou neste sábado (31) no Twitter ser o responsável pela queda do avião da companhia áerea russa KogalimAvia, também conhecida como Metrojet, que caiu no Sinai egípcio, causando 224 mortes. As informações são das agências de notícias France Presse e Reuters.
Apesar da reivindicação do grupo, uma primeira análise do local do acidente indica que a queda poderia ter sido causada por uma falha técnica. Segundo uma autoridade do controle do espaço aéreo no Egito, o piloto relatou um problema técnico nos equipamentos de comunicação. Além disso, o ministro russo de Transporte, Maxim Sokolov, disse que a informação não deve ser considerada confiável.
"Os soldados do Califado foram capazes de derrubar um avião russo na província do Sinai que transportava mais de 220 cruzados que foram todos mortos", afirma o grupo extremista em um comunicado publicado em suas contas no Twitter, indicando que agiu em retaliação à intervenção russa na Síria.
Paramédicos egípcios transportam corpos das vítimas da queda do avião russo em aeronave militar.   (Foto: AFP PHOTO / KHALED DESOUKI )Paramédicos egípcios transportam corpos das vítimas da queda do avião russo em aeronave militar. (Foto: AFP PHOTO / KHALED DESOUKI )
A Rússia decidiu intervir no conflito sírio para apoiar o governo de Bashar al-Assad, e afirma bombardear alvos do grupo o Estado Islâmico e outros grupos "terroristas" que se opõem ao poder.
Mapa queda do avião (Foto: Editoria de Arte/G1)
O voo da Metrojet saiu de uma cidade no litoral do Egito e seguia para São Petersburgo, na Rússia. O Airbus A-321 transportava 217 passageiros, entre eles 138 mulheres, 62 homens e 17 crianças, além de 7 tripulantes. Segundo a Reuters, 214 eram russos e três ucranianos. 

O governo egípcio confirmou que todos morreram. Cerca de 150 corpos foram encontrados em um raio de 5km. "Agora vejo uma cena trágica. Muitos mortos no chão e outros tantos ainda presos em suas poltronas", relatou uma autoridade egípcia. Segundo ele, o avião se dividiu em duas partes.
O primeiro-ministro egípcio, Ismail Sharif, confirmou o acidente por meio de comunicado. O avião perdeu contato com os radares 23 minutos após a decolagem, quando sobrevoava a cidade de Larnaka, informou um porta-voz de Rosaviatsia, a agência de aviação civil da Rússia. O contato foi perdido quando a aeronave estava a 30.000 pés de altitude (9.144 m).

Especialistas militares questionados pela agência AFP consideram que os insurgentes do EI, presentes no norte do Sinai, não possuem mísseis capazes de atingir um avião a 30.000 pés. Mas eles não excluem a possibilidade de uma bomba a bordo, ou que tenha sido atingido por um foguete quando descia em razão de problemas técnicos.

Além disso, o ministro russo de Transporte disse que as autoridades egípcias não têm informações que confirmem a declaração do grupo jihadista. "Com base em nosso contato com o lado egípcio, a informação de que o avião foi abatido não deve ser considerada confiável", disse Maxim Sokolov, segundo a agência russa Interfax.
O avião caiu em uma área montanhosa no centro de Sinai e más condições atmosféricas dificultaram o acesso das equipes de resgate ao local, de acordo com a autoridade da segurança egípcia que havia acabado de chegar ao local contou à Reuters. Cerca de 50 ambulâncias foram enviadas para o local. Os corpos dos passageiros estão sendo levados de avião para o Cairo. Até agora foram recuperados 129 corpos, afirmou o premiê egípcio.
Parentes pedem informações sobre a queda do avião, no aeroporto de São Petersburgo (Foto: AP Photo/Dmitry Lovetsk)Parentes pedem informações sobre a queda do avião, no aeroporto de São Petersburgo (Foto: AP Photo/Dmitry Lovetsk)
Amostras de DNA serão coletadas dos parentes dos passageiros que estavam a bordo do avião, conforme informou o comitê de políticas sociais da Rússia.
Parentes dos passageiros estão se reunindo no balcão de informações da Kogalymavia no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, com a esperança de obter mais informações. O voo 9268 transportava muitos turistas do resort egípcio de Sharm el-Sheikh.
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Familiares ficaram em estado de choque, buscando informações no aeroporto russo. (Foto: Reuters)Familiares ficaram em estado de choque, buscando informações no aeroporto russo. (Foto: Reuters)
Equipes de resgate russas no Egito
O presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "profundas condolências" às famílias das vítimas e ordenou o envio de equipes de emergência russas para o local da queda. Putin decretou luto nacional no domingo (1º).
Putin falou ao telefone com Abdel Fatah al-Sisi, presidente do Egito, para discutir a queda do avião russo no país. Al-Sisi ofereceu profundas condolências e prometeu criar condições para uma participação mais ampla possível de especialistas russos na investigação do acidente, segundo o Kremlin.
O premiê russo Dmitry Medvedev disse, em mensagem publicada no Twitter, que está profundamente chocado pela queda do avião. "A tragédia será exaustivamente investigada, e as famílias receberão apoio."
Segundo a agência de notícias russa, o ministro da Defesa da Rússia convocou uma reunião de ermergência para discutir a queda do avião. No total, cinco aviões com especialistas em várias áreas estão a caminho do Egito.
O Comitê de Investigação da Rússia lançou um processo criminal contra a companhia aérea Kogalymavia. A agência de notícias RIA informou que o caso será investigado pelo artigo de "violação das regras de voos e preparações".
Detalhes sobre a aeronave
A Airbus, fabricante do A-321, informou que dará mais informações assim que tiver mais detalhes sobre o acidente. Veja a íntegra do comunicado da empresa:
Foto feita no dia 20 de outubro mostra um Airbus A321 da companhia Kogalymavia, no aeroporto de Moscou (Foto: AP)Foto feita no dia 20 de outubro mostra um Airbus A321 da companhia Kogalymavia, no aeroporto de Moscou (Foto: AP)
"A aeronave envolvida no acidente, registado sob o número de série EI-ETJ 663, foi produzido em 1997 e desde 2012 operado pela Metrojet. A aeronave tinha acumuladas cerca de 56.000 horas de voo em cerca de 21.000 vôos. Ele foi equipado com motores IAE V2500.
Em conformidade a lei, um grupo de técnicos da Airbus foi destacada para fornecer as informações às autoridades encarregadas da investigação.
O A321-200 é o maior membro da família A320, com capacidade para 240 passageiros. O primeiro A321 entrou em serviço em janeiro de 1994. Até o final de setembro de 2015, cerca de 6.500 aeronaves da família A320 estavam em serviço com mais de 300 operadoras. Até à data, toda a frota já acumulou cerca de 168 milhões de horas voadas em 92,5 milhões de voos.
A Airbus dará mais informações disponíveis assim que os detalhes forem confirmados e liberados pelas autoridades para a divulgação."
Último acidente aéreo no Egito
O último acidente aéreo no Egito foi em janeiro de 2004 e fez 148 mortos, incluindo 134 turistas franceses. Um Boeing 737 da empresa egípcia Flash Airlines caiu no Mar Vermelho, poucos minutos depois de decolar do aeroporto de Sharm el-Sheikh.
Desde o início em 2011 da revolta que derrubou Hosni Mubarak do poder, o turismo está fraco e as autoridades tentam relançar de todas as maneiras esse setor vital da economia egípcia.
Apesar da instabilidade política do país e os atentados jihadistas contra as forças de segurança no norte do Sinai, os resorts do Mar Vermelho, no sul da península, continuam sendo um dos principais destinos turísticos do país e muito frequentados por turistas russos e do leste europeu, que chegam diariamente a bordo de vários voos fretados.
Estado Islâmico
O Estado Islâmico (EI), também conhecido como Daesh ou ISIS, é um grupo radical sunita (um dos ramos do islamismo) criado a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, a conhecida rede responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Com maior capacidade de recrutamento, mais estrutura e com um território conquistado entre o Iraque e a Síria, o EI tem atraído milhares de jovens do mundo todo - segundo o Centro de Estudos do Radicalismo, mais de 20 mil estrangeiros de 50 países se juntaram a grupos sunitas radicais em 2014 - entre eles, principalmente, o Estado Islâmico.
áreas controladas pelo ei (Foto: Editoria de Arte/G1)
O EI segue uma leitura radical das escrituras islâmicas e tem uma visão sectária antixiita.A sharia, lei islâmica, é seguida de forma rígida e práticas como a decapitação de inimigos e a pena de morte a homossexuais são amplamente usadas.
O EI é regido pelo autoproclamado califa Abu Bakr al-Bagdadi, dois vices e alguns conselheiros, que auxiliam com questões de diferenças religiosas, execuções e assuntos políticos. Em abril, o jornal "The Guardian" noticiou que al-Bagdadi ficou gravemente ferido após um ataque aéreo no Iraque realizado pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, mas o próprio EI ainda não divulgou nada a respeito.
O Estado Islâmico se originou em meio a práticas terroristas da rede Al-Qaeda, mas desenvolveu seu próprio modo de agir. Entre as diferenças que causaram a separação dos dois grupos estão a apropriação de territórios e a formação de um califado.
O EI também usa a violência generalizada contra muçulmanos xiitas - além de não islâmicos, que eles chamam de "infiéis". O Observatório Sírio dos Direitos Humanos estima que mais de 2.600 pessoas foram executadas pelo EI desde a proclamação do seu califado.
Dentro do califado, as regras de vida são rígidas e baseadas na sharia - lei islâmica. Outra inovação em relação à Al-Qaeda é o pagamento para os combatentes. Segundo uma reportagem da revista "The Economist", cada guerrilheiro que luta em nome do grupo recebe um salário de US$ 400 mensais, valor bem superior ao que grupos jihadistas iraquianos ou que o Exército sírio paga a seus combatentes. Além de uma contribuição mensal, os militantes recebem dinheiro ao se casar, para ajudá-los a começar uma família
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CRATO

Grecianny Carvalho Cordeiro*

CRATO. PRINCESA DO CARIRI. CAPITAL DA CULTURA. OÁSIS DO SERTÃO. É o título do novo livro do escritor Seridião Correia Montenegro, recentemente lançado.

Por algum tempo exerci meu ofício na comarca do Crato. O “Cratinho de açúcar”. Mas confesso que somente agora vim compreender essa maravilhosa cidade através desse livro histórico, tão rico de informações e ao mesmo tempo tão didático.
Seridião nada deixa escapar em suas preciosas observações. Fala da etimologia da palavra Crato (onde existe divergência entre os historiadores), passando pela sua geografia, pelo desenvolvimento humano e estrutura socioeconômica. Relata passagens históricas, como a Carta Régia de Dona Maria Primeira (com a separação das Capitanias do Siará e da Paraíba, da subordinação do Governo Geral de Pernambuco), a Revolução Pernambucana de 1817 (objetivando a emancipação política de Portugal), a Confederação do Equador (em busca do republicanismo), a Sedição de Juazeiro (revolta popular ocorrida em 1914, onde os coronéis do sertão cearense se mostraram descontentes com a interferência do governo Federal na política da região, sendo um de seus articuladores o Padre Cícero), o Campo de Concentração do Crato (onde ficavam confinados os retirantes da seca de 1932), o Caldeirão de Santa Cruz do Deserto (um movimento messiânico liderado pelo beato José Lourenço).
O livro revisita a riqueza cultural do Crato, as Bandas Cabaçais, a Dança do Coco, Literatura de Cordel, Reisado, Violeiros e Repentistas. Aqui ganham corpo e espaço os monumentos e prédios históricos (Casa de Câmara e Cadeia, Colégio Santa Tereza, Diocese do Crato), os clubes recreativos (Crato Tênis Clube, Serrano Atlético Cratense), entidades culturais. E como não poderia deixar de ser, trata também das personalidades ilustres da cidade: a exemplo de Padre Cícero, de Bárbara Pereira de Alencar e do Cego Aderaldo.
A cidade do Crato (ou de Crato, como muitos chamam), situa-se na região do Cariri, onde havia uma tribo indígena denominada Cariris, os primeiros habitantes da região sul do Ceará. Mas havia também outros grupos indígenas, dentre os GÊS OU Tapuias, Caraíbas, Panos, Etias e outros. 
CRATO. PRINCESA DO CARIRI. CAPITAL DA CULTURA. OÁSIS DO SERTÃO. É um livro rico, agradável, de leitura obrigatória para compreendermos nossa cultura, tradições e história. Um livro a ser incorporado aos currículos escolares.
Parabéns ao autor Seridião Correia Montenegro por essa obra prima.
*Escitora e Promotora de Justiça

Arcebispo de Braga propõe criação de «Marca Minho»


Agência Ecclesia 30 de Outubro de 2015  

D. Jorge Ortiga sublinha contributo dos visitantes e necessidade de formar guias com dimensão de «espiritualidade»


Braga, 30 out 2015 (Ecclesia) - O arcebispo de Braga defendeu hoje a criação de uma ‘Marca Minho’ e disse à Agência ECCLESIA que a aposta no turismo religioso pode ajudar a economia de uma região atingida pelo desemprego.

“O Minho é uma região caraterística, pela sua paisagem, pela sua cor, é um espaço carregado de uma dimensão patrimonial muito significativa, em termos de igrejas, de santuários, de mosteiros, é de uma riqueza enorme que nem sempre conhecemos”, sublinhou D. Jorge Ortiga.

O também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana marca presença nas Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo, que decorrem no Santuário do Bom Jesus, Braga.

Para o arcebispo primaz, é preciso “trabalho” para que essa “Marca Minho” se consiga impor, mostrando um “espaço único, diferente” em Portugal.

“É pena este tesouro não ser conhecido, pelos portugueses e pelos estrangeiros”, acrescentou.

D. Jorge Ortiga sublinhou o papel do turismo como “fator de desenvolvimento económico” e de “sustentabilidade” da região.

“A Arquidiocese de Braga sente que a partir do turismo poderão ser criados muitos empregos”, numa região em que o “desemprego é muito grande”, observou.

Além disto, “que também é trabalho da Igreja”, há uma dimensão “religiosa”, que supera a “curiosidade” dos visitantes e procura transmitir uma “mensagem”, com “respeito” mas “sem medo nem vergonhas”.

“Os guias têm de ser profissionalmente competentes, com formação adequada, e só se compreende verdadeiramente o significado de determinados espaços sagrados quando algo sai de dentro de uma espiritualidade”, assinala o arcebispo primaz.

Nesse sentido, o responsável conta com a colaboração da Universidade Católica para a criação de um “laboratório de fé”.

O património religioso no Minho está ligado a locais como São Bento da Porta Aberta, o Santuário do Bom Jesus ou eventos como a Semana Santa em Braga, entre outros, “com uma carga muito grande de fé”.

“Que não seja um património morto, mas continue a mostrar a fé e os valores em que acreditamos”, apelou D. Jorge Ortiga.

Num “tempo da mobilidade”, a Igreja Católica tem de saber colocar o seu património religioso “ao serviço da evangelização”

“A Igreja não pode desperdiçar a oportunidade de contactar com as pessoas que a procuram”, advertiu o prelado.

Para o arcebispo de Braga, o património religioso é sinal de uma “identidade” e as as comunidades precisam de ser “formadas” e aprender a ter o “gosto” de “visitar, contemplar e saborear” essa herança, em Portugal.

“Às vezes vamos procurar fora o que temos dentro”, lamentou.

Neste sábado, os participantes vão ter a oportunidade de seguir numa visita guiada até ao Bom Jesus, ao Santuário do Sameiro e ao Mosteiro de Tibães.

As jornadas vão terminar com a conferência ‘Secularização do património religioso’ pelo presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa, o teólogo João Duque.

PR/OC