sexta-feira, 31 de julho de 2015

O resgate dos abandonados e esquecidos

Padre Geovane Saraiva*
Não tenho dúvida de que a missão do Santo Padre, o Papa Francisco, é de ensinar a reavivar o dom da fé e reacender a esperança, proclamando em alta voz aos empobrecidos, dizendo-lhes que são chamados a sonhar com um projeto restaurador de vida, estendido a casa comum, o planeta, fundamentado na Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os empobrecidos, embora frágeis, contam com a proposta do Augusto Pontífice, um aliado de peso incomparável, pelo seu terno convite de pai, a resistirem com coragem e firmeza aos sofrimentos e perseguições. Daí a atenção de todos para as palavras do Santo Padre: “Acho que Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos” (cf. Laudato Si, 10).

O Papa Francisco, no seu dadivoso presente oferecido à humanidade, a Carta Encíclica sobre o cuidado da casa comum, eleva súplicas ao bom Deus, tão fervorosas quanto proféticas: “Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais conosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz”.

Sentir compaixão diante da dor de uma multidão de irmãos, a qual clama por dignidade, solidariedade e misericórdia, é sinal evidente da percepção da dor e da angústia humana, ao dizer não à indiferença, no exemplo que vem do Filho de Deus, sensível às suas necessidades em todas as circunstâncias, a ponto de tomar para si suas humilhações, ao ver aquela multidão marcada pelo sofrimento (cf. Mc 6, 34). A propósito, a forte e bela palavra compaixão, foi destaque na alocução do Santo Padre, precedida da Oração do Angelus, na Praça São Pedro, agradecendo ao bom Deus pela viagem ao Equador, Bolívia e Paraguai, ao mesmo tempo em que falou das “grandes potencialidades humanas e espirituais” do continente latino-americano, dando grande importância as palavras cheias de encanto do Bom Pastor - ver, ter compaixão e ensinar - presentes no Evangelho de Marcos proposto pela liturgia do domingo (19/07/2015). “O continente guarda valores cristãos profundamente radicados, mas vive também graves problemas sociais e econômicos. Para contribuir para a sua solução, a Igreja está comprometida em mobilizar as forças espirituais e morais de suas comunidades, colaborando com todos os componentes da sociedade”.

O Papa Francisco já na sua profética Encíclica Evangelii Gaudium, de importância incomensurável, apontou com sabedoria o maior de todos os desafios da humanidade, visível e concreto, na ideologia ou ídolo do dinheiro: “Uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e sobre as nossas sociedades” (cf. EG, 55). Situação esta a causar prejuízo sem precedentes à criatura humana, imagem e semelhança de Deus e na própria natureza, sempre mais desfiguradas e aqui se fazem oportunas as palavras do Santo Padre, a respeito do Pobrezinho de Assis: “Manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo. Nele se nota até que ponto são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenhamento na sociedade e a paz interior” (cf. Laudato Si, 10).


Estou seguramente convicto que é Deus mesmo que nos convoca a ler este documento, Laudato Si, mas dentro de um espírito de profunda e estreita sintonia com o projeto de Deus Pai, que se manifestou ao mundo em seu Filho e, hoje, revela-se aos homens de boa vontade, no Papa Francisco, pelo peso da força e importância mística, beleza ética e espiritual do documento Laudato Si, totalmente voltado para Francisco de Assis: “O seu testemunho mostra-nos também que uma ecologia integral requer abertura para categorias que transcendem a linguagem das ciências exatas ou da biologia, e nos põem em contato com a essência do ser humano. A sua reação ultrapassava de longe uma mera avaliação intelectual ou um cálculo econômico, porque, para ele, qualquer criatura era uma irmã, unida a ele por laços de carinho. Por isso, sentia-se chamado a cuidar de tudo o que existe. São Boaventura, seu discípulo, contava que ele, enchendo-se da maior ternura ao considerar a origem comum de todas as coisas, dava a todas as criaturas – por mais desprezíveis que parecessem – o doce nome de irmãos e irmãs” (cf. Laudato si, 11). Amém!

*Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com

One Direction lança primeiro single como quarteto


"Drag Me Down" segue "Night Changes", de novembro, e é a primeira música do grupo.

Por Marie-Louise Gumuchian
A famosa boy band One Direction liberou sua primeira canção como um quarteto nesta sexta-feira, dois dias após o ex-membro Zayn Malik anunciar um novo acordo com uma gravadora como artista solo.
"Drag Me Down" segue "Night Changes", de novembro, e é a primeira música do grupo, que se tornou reconhecido mundialmente após a competição britânica "The X Factor", desde que Malik saiu do conjunto, em março.
O quarteto - Harry Styles, Liam Payne, Niall Horan e Louis Tomlinson - postou uma mensagem em vídeo no Twitter anunciando a nova canção.
"É a primeira música de um novo álbum que estamos trabalhando muito, muito", disse Payne no vídeo.
A notícia veio após Malik tuitar uma foto de si mesmo, na quarta-feira, assinando contrato na gravadora RCA Records.
Malik saiu do One Direction após cinco anos no conjunto, dizendo que queria ser "um jovem normal de 22 anos que consegue relaxar e ter um pouco de tempo fora dos holofotes".
Reuters

Papa Francisco, o peregrino da esperança

Padre Geovane Saraiva*
Os profetas são aquelas pessoas chamadas e enviadas, com a missão de falar em alto e bom tom a respeito do projeto de Deus para a humanidade; de proclamar ou anunciar as mudanças de costumes, de maneira a tocar intimamente o coração dos homens. Mais ainda e ao mesmo tempo em que obediente e fiel ao seu Mestre e Senhor, querem animar e colocar um espírito novo no coração dos desanimados, tal qual aconteceu com Amós: “O Senhor chamou-me quando tangia o rebanho e o senhor me disse: Vai profetizar para Israel, o meu povo” (cf. Am 7, 15). Neste mesmo sentido, o exemplo maior vem do próprio Vigário de Cristo na terra, o Papa Francisco, na sua mística e força inabaláveis, ao assumir a condição de  profeta e peregrino da esperança, no emblemático lema de São Francisco de Sales: “Fazer-se tudo para todos”.

Quando nos voltamos para o Santo Padre, O Papa Francisco, anunciando o Evangelho ao povo de Israel de hoje, à juventude empobrecida, indígenas, presidiários, crianças, idosos e sofredores de toda sorte, revestido do espírito da ternura e da compaixão, visivelmente concretizado na sua peregrinação pelo Equador, Bolívia e Paraguai, de 05 a 13 de julho de 2015. Na última etapa de seu peregrinar como profeta e apanágio da esperança, no Santuário Nacional de Nossa senhora de Caacupé, no Paraguai, assim se expressou: “Deus não desilude, não abandona o seu povo, embora existam momentos ou situações onde parece que Ele não está”.

Deus seja louvado por nos ter dado do céu um Francisco, inspirado em Francisco de Assis, profundamente concreto e inspirador, na sua ação pastoral utópica e sonhadora, mas longe dos falsos evangelizadores, que em suas mensagens, sejam escritas ou faladas, convidam os leitores a construir um projeto de ficção, entrando em caminhos, muitas vezes marcados por comoventes aventuras, caminhos que são intercalados por sonhos, fantasias, segredos, entrando em cena o enredo com o objetivo relevador, no que se propõe o autor, muitas vezes na construção do que é forte ou frágil.

Francisco, além de se sobrepor ao mundo das ideias e da ficção, cumpre magistralmente e de modo incomparável sua missão de profeta e pastor universal, dizendo-nos que restaurar a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, hoje, é tarefa de todos os cristãos, chamando-os e enviando-os, a exemplo dos profetas. Embora distintas sejam as funções, sabemos que a vocação divina é a mesma para todos, quando se percebe uma acentuada tendência de se retornar ao luxo e à glória do mundo, mesmo dentro da Igreja. O Papa Francisco surpreende, impressiona e causa admiração, quando anuncia ao mundo a importância da simplicidade, da humildade e do despojamento, do diálogo e da proximidade com as pessoas, também quando quebra protocolos e dispensa privilégios, títulos e honrarias.

Aquela voz que inspirou o Santo de Assis, a ir e restaurar a Igreja, além de ser muito evidente e contumaz no nosso Sumo Pontífice, através de seus generosos gestos de humildade e simplicidade, sem esquecer a sua palavra profética em favor da vida humana e da vida do planeta, sempre provocando pacto e impacto assim como uma boa notícia. A capela de São Damião, a Igreja Porciúncula e a Igreja de São Pedro, restauradas pelo Pobrezinho de Assis, representam a Igreja inteira e a própria humanidade, que precisa sempre mais de restauração e renovação e o Santo Padre está convencido, num esforço enorme de não se afastar desse ideal, como profeta da paz e peregrino da esperança.

Somos todos tocados e sensibilizados pela graça de Deus, através do Vigário de Cristo na terra, homem convicto e corajoso, que não tem medo de dialogar com o mundo contemporâneo, nas questões internas da Igreja e nos desafios, nas dores e nas angústias do Planeta, onde percebemos sua maestria e disposição, não só como apanágio espiritual, mas como inspirador consequente. Nada melhor do que rendermos graças ao bom Deus pelo Augusto Pontífice, instrumento visível e sinal do Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infinito, ensinando-nos a contemplar-Vos na beleza do universo, onde tudo fala de Deus, mistério indizível (cf. Laudato Si, p. 196).

Essa nova fase da Igreja, inaugurada a partir de 13 de março de 2013, com a eleição do Sucessor de Pedro, requer e clama por novos agentes e missionários com propostas claras, à luz do Evangelho, numa mensagem de alegria e esperança, no reavivamento da proposta de Francisco de Assis, em que no Cântico das Criaturas, Deus é louvado de modo integral na clara afirmação da fraternidade universal, nos profundos gestos do Papa Francisco, na bela e maravilhosa visita apostólica ao nosso continente latino-americano, que dela esperamos muitos e bons frutos, para a maior glória de Deus.

*Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com

Dom Helder, um presente do céu!


Padre Geovane Saraiva*
Os seguidores ou discípulos de Jesus de Nazaré são convidados a dar continuidade à obra por Ele iniciada. Ele está junto do Pai, mas ao mesmo tempo presente e caminhando com seu povo, inspirando a mente e renovando o coração de cada pessoa, deixando claro que nosso feliz destino é a glória. O mesmo Espírito de força, imprimido na mente e no coração dos discípulos, O Qual os encorajou e os animou na missão, nos convidada a acolhê-Lo no coração.

A Igreja do Brasil produziu e ofertou incontáveis dons e talentos à Igreja Universal no século vinte. Não tenho nenhuma dúvida que a maior dádiva do céu que caiu sobre seu povo, enriquecendo a Igreja Universal foi o pastor dos empobrecidos, Dom Helder Câmara, pelos seus escritos: livros, poesia e pensamentos; sua capacidade de criar e realizar; mas, sobretudo, sua força mística, em profunda comunhão com Deus, ao afirmar: “Que eu aprenda afinal, com a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, a cobrir de véus o acidental e efêmero, deixando em primeiro plano, apenas o mistério da Redenção".

Ninguém melhor do que Dom Helder para perceber o rosto de Deus na dor, na angustia e no sofrimento do próximo: “...nos rostos gastos pela fome e esmagados pelas humilhações vi o rosto do Cristo Ressuscitado”. Apesar de não ter convivido com Dom Helder, ao ingressar no seminário em 1974, passei a admirá-lo. Tive a sorte de estar com ele em três ocasiões. Sua vida foi um verdadeiro hino de louvor a Deus. Em 1948 como padre novo no Rio de Janeiro se expressou de modo extremamente profundo e em tom de poesia ao externar: “Se eu pudesse sairia povoando de sono e de sonhos as noites mal dormidas dos desesperados”.

Assaz sua participação no Concílio Vaticano II (1962-1965), agindo excepcionalmente nos bastidores com um articulador da melhor qualidade. Certa vez Dom Hélder confidenciou: “Uma de minhas maiores emoções, em toda minha vida, foi quando da abertura da primeira sessão do Concílio Vaticano II”. Em sua aula inaugural, o Papa João XXIII disse com força: “Aqui estamos para a nossa conversão” e ele mesmo se incluía. Isso significava que nós, cristãos, padres e bispos e até o Papa, precisávamos voltar às origens do cristianismo e a reaprender o Evangelho. A beber novamente da fonte d’água da vida que é o próprio Deus. Como místico, tornou-se conhecido no Brasil e no mundo inteiro, por sua luta em favor de uma humanidade livre, especialmente, os desafortunados da vida, os empobrecidos, os “sem voz e sem vez”, como ele costumava dizer. O Papa Francisco, logo no início de seu pontificado deu sinais concretos da importância do Concílio Vaticano II: dispensou a cruz de ouro, recusou o carro de luxo, pagou a sua conta na pensão, exortou os bispos a saírem dos palácios e a irem para as periferias, disse que a Igreja sem a Cruz é tão somente uma piedosa ONG, pediu a bênção dos fiéis e se esforça para dar rumo aos trabalhos pastorais nos nossos dias.

No seu sonho em favor de uma Igreja restaurada e renovando no amor, dentro do espírito do Pacto das Catacumbas (16/11/1965), Dom Helder era de tal modo concreto, que em uma sugestão filial  e profética, assim se expressou ao Santo Padre, Papa Paulo VI: “Santo Padre, abandone seu título de rei e vamos reconstruir a Igreja como nosso Mestre, sendo pobres. Deixe os palácios do Vaticano, vá morar numa casa na periferia de Roma. Pode até ter uma praça para saudar e abençoar as ovelhas. Depois, Santo Padre, convide a todos os bispos a largarem tudo o que indica poder, majestade: báculos, solidéus, mitras, faixas peitorais, batinas roxas. Vamos amontoar tudo na Praça de São Pedro e fazer uma grande fogueira, dizendo de peito aberto para o povo: 'Vejam, não somos mais príncipes medievais. Não moramos mais em palácios. Todos somos pastores, somos pobres, somos irmãos' ”.

Iniciado o processo de sua beatificação em 03/05/2015, saibamos olhá-lo, na sua espiritualidade genuína e cristalina, quando sua oração ao Deus altíssimo se transforma em ação e poesia: “Fomos nós, as tuas criaturas que inventamos teu nome!? O nome não é, não deve ser um rótulo colado sobre as pessoas e sobre as coisas… O nome vem de dentro das coisas e pessoas, e não deve ser falso… Tem que exprimir o mais íntimo do íntimo, a própria razão de ser e existir da coisa ou da pessoa nomeada… Teu nome é e só podia ser amor”.
Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com

Link: http://fgsaraiva.blogspot.com.br/2015/09/preghiera-per-lintercessione-di-dom.html

Mês Vocacional na Arquidiocese de Fortaleza




Leia aqui a íntegra da Carta Circular enviada pelo arcebispo metropolitano de Fortaleza, dom José Antonio, sobre as comemorações do mês vocacional na arquidiocese de Fortaleza.
São diversas comemorações durante o mês vocacional: no dia 3 de agosto acontece a confraternização do clero a partir das 8h no SESC Iparana, em Caucaia; no dia 7 de agosto, às 18h30min, na Catedral Metropolitana, acontecerão as ordenações diaconais (veja aqui o convite); no dia 14 de agosto, com início às 12h, na Catedral Metropolitana será celebrada uma missa pelos 41 anos de falecimento de dom Antonio Lustosa de Almeida.

30 anos da morte do padre Ezequiel Ramim


PadreEzequiel_ramim-30anosmorte 244x270Em recordação aos 30 anos da morte do padre Ezequiel Ramim, assassinado em 1984 ao voltar de uma missão de paz na Fazenda Catuva, em Cacoal (RO), a Verbo Filmes produziu o documentário “EZEQUIEL RAMIN – O Mártir da Opção pelos Pobres” sobre a vida e trajetória do sacerdote, que dedicou sua vida aos mais pobres e injustiçados. O material foi feito em parceria com os Missionários Combonianos.
O coordenador do trabalho de divulgação da memória dos 30 anos da morte de Ezequiel, padre Rafael Vígolo, missionário comboniano de Porto Velho (RO), trabalha na divulgação nos municípios que compõem a diocese de Ji Paraná (RO), e afirma que o legado do padre está vivo.
“Percebo como a memória de Ezequiel continua viva no meio do povo. Assim como a vida de tantos outros mártires, o seu testemunho se tornou semente de novos cristãos, suscitando um compromisso renovado no seguimento de Cristo, que nos chama a abraçar uma missão profética e empreender caminhos de paz e justiça, em favor dos mais pobres e abandonados. Hoje há várias obras e atividades, tanto no campo social, quanto da evangelização, que nasceram e se inspiram na sua vida”, revela padre Rafael.
Uma moção de apoio foi lançada para a abertura do inquérito diocesano sobre o martírio do padre Ezequiel, que será dirigida a dom Bruno Pedron, bispo de Ji Paraná.
História
Padre Ezequiel, missionário comboniano, nasceu em Pádua, na Itália, em 1953 e chegou ao Brasil em 1983, na diocese de Ji Paraná. Na região, encontrou uma acentuada situação de desigualdade social decorrente da ausência de reforma agrária e uso da violência pelos grandes latifundiários, que grilavam terras para ampliar suas propriedades. O padre colocou-se então ao lado dos indígenas e pequenos trabalhadores rurais na luta pelo direito à terra, ao trabalho e à vida digna.
No dia 24 de julho de 1985, Ezequiel foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz na Fazenda Catuva. Na companhia do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cacoal, ele havia ido falar com colonos ameaçados de despejo para que não partissem para o conflito. Enquanto voltava para casa, o carro em que viajava foi almejado de tiros.
Por CNBB – Com informações das Pontifícias Obras Missionárias

17ª Romaria da Terra e 1ª Romaria das Águas: Dia 2 de agosto em Tianguá

Vamos à Viçosa do Ceará! A 17ª Romaria da Terra e 1ª Romaria das Águas acontecerá, pela primeira vez na Diocese de Tianguá. Lugar de lutas históricas dos povos nativos, pelo acesso a terra e a água; pelo reconhecimento e demarcação dos seus Territórios. A Cidade de Viçosa se prepara para acolher os romeiros e romeiras da terra e da água de todo o Ceará. A CPT, o CPP, as CEBs e toda Diocese de Tianguá deseja que esta Romaria seja um sincero encontro entre os irmãos e irmãs do campo e da cidade; um momento forte de celebração das lutas e de denúncia de tudo aquilo que ameaça a vida dos seres humanos e da natureza; um grito de profecia; um clamor de todos os povos que buscam permanecer em seus Territórios ou retomarem os que lhes foram tomados.
Cartaz-Romaria-CTP-Correto-
Programação da 17ª Romaria da Terra:
Das 4h. às 6h. da manhã acolhida das caravanas:
·         As dioceses de Fortaleza, Sobral e Limoeiro na cidade de Tianguá;
·         Diocese de Iguatu na cidade de Ubajara;
·         Diocese de Itapipoca na cidade de Granja;
·         Diocese de Crateús na cidade de São Benedito;
·         Diocese de Crato na cidade de Guaraciaba;
·         Diocese de Quixadá na cidade de Ibiapina.
Às 8h. da manhã acolhida das  caravanas, abertura da romaria e início da missa ao redor da Lagoa Pedro II, na entrada da cidade de Viçosa. Em seguida sairá a caminhada, com duas paradas, até a Praça da Matriz, onde permanecerão até o final da missa.  Ás 12hs cada diocese irá para um espaço, onde poderão descansar e fazer a partilha do almoço (todos/as devem levar algum tipo de comida para partilhar). Ás 14h. todos/as retornam para Praça da Matriz onde acontecerá as denuncias e profecias, seguido do momento cultural;  Ás 16h. celebração de envio e despedida dos romeiros e romeiras.
Por CPT Regional Nordeste I.

O coração de Minas

 |  domtotal.com
Onde está o coração de Minas Gerais?  Essa interrogação de grande e singular importância é também um convite a percorrer caminhos históricos, políticos, cidadãos e também religiosos. As respostas podem ser muitas, visto que a grande diversidade de lugares possibilitará diferentes interpretações. Certamente, todas elas justas.

Para se responder a essa pergunta, deve-se observar elementos relevantes que indiquem um critério seletivo. Não se pode eleger o coração de Minas por um conjunto restrito de referências, ainda que algumas delas tenham importância reconhecida. Convém considerar aspectos de caráter histórico, geográfico, cultural, político, religioso, ambiental e paisagístico. O lugar-candidato, com relevância para ser o coração de Minas, há de guardar em si o conjunto desses elementos todos e mais: deve ser agraciado por riqueza singular, com propriedade para alimentar o sentido de pertencimento e rasgar o tempo com sua atualidade; para conservar a força de sua beleza e ter o predicado de ser herança de todos, de incitar o dever de defesa e preservação.

Minas Gerais tem, indiscutivelmente, muitos lugares com belezas e qualidades para concorrer ao título de Coração de Minas. Contudo, parece incontestável a escolha do Santuário Nossa Senhora da Piedade - intitulado pelo sábio coração de Dom João Resende Costa, o segundo arcebispo de Belo Horizonte, “Magnífica Arquitetura Divina”.

Os mineiros, assim como os cidadãos de todo o mundo, quando o visitam se emocionam com as maravilhas dessa divina obra. O Santuário Nossa Senhora da Piedade é verdadeiramente o coração de Minas e parece ter sido criado para que fosse assim. Além disso, sua história, detalhada por infinitas riquezas, se confunde com a história deste “Estado Diamante”.

Neste 31 de julho, celebra-se o 55º aniversário da oficialização de Nossa Senhora da Piedade como Padroeira do Estado de Minas Gerais.

Naquele dia do ano de 1960, na Praça da Liberdade, coração da Capital Mineira, grande festa marcava a história de Minas. A Igreja, o povo e as autoridades governamentais celebravam a obtenção do título por meio do empenho do cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota junto ao Papa São João XXIII, em 1958. Filho de Caeté e arcebispo de São Paulo, o cardeal Mota nutria grande paixão por esse lugar sagrado, a 1746 metros de altura,  onde exercera seu  ofício religioso.    

História também construída com a intervenção da magistral inteligência de Frei Rosário Joffily, dominicano, o grande idealizador da estrutura que ainda hoje permite novos avanços. Trabalho de uma vida inteira, inspirado no pioneirismo de Antônio da Silva Bracarena. O português, um leigo vindo para ganhar dinheiro com a construção da Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté, converteu-se pelo relato sobre a aparição de Nossa Senhora, no alto da Serra da Piedade, a uma menina muda que recebera a graça de voltar a falar.

Com permissão da Igreja, Bracarena empregou seus ganhos na construção da Ermida dedicada àquela que viria a ser Padroeira de Minas, cultuada na imagem veneranda de Nossa Senhora da Piedade, fruto da admirável arte do Mestre Aleijadinho.

Lá se vão 250 anos - a serem completados em 2017 - das raízes de fé ali plantadas, como fonte, atraindo peregrinos, marcando corações, indicando caminhos novos de humanidade e fé. Essa fonte renovável, por força da espiritualidade e da graça, retrata o ouro da fé cristã católica mineira no conjunto de suas riquezas depositado no alto da Serra.

No calvário lá assentado, na grande Praça Cardeal Mota, sobressai o trono de Cristo Rei, sua cruz redentora, sua realeza que se efetiva em oferta total de si pela salvação da humanidade. Assim canta o Hino do II Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Belo Horizonte, em 1936: “Firma aqui seu trono, Jesus, no altar das montanhas de Minas”.

Ao contemplar a Ermida da Padroeira comove ver que, ali, a Mãe da Piedade, a Mãe de Jesus, pôs sua casa de clemência e bondade. Não há outro retrato mais artístico e verdadeiro de Minas, emoldurado pelo imenso jardim botânico que é a Serra da Piedade. Criação de Deus, com fauna e flora de riquezas ímpares, referências do cerrado, da mata atlântica e do campo rupestre.

A vista em 360 graus, o movimento revelador da natureza num jogo de cores e luzes, de nuvens, de céu e de sol, e sua belíssima arquitetura;  os eventos religiosos que tornam a Casa da Mãe Piedade lugar especial  de espiritualidade, fé e  oração pela intercessão da Padroeira dos mineiros fazem do Santuário de Nossa Senhora da Piedade o coração de Minas. Oportunidade singular para se reverenciar o sagrado, cultivar o respeito à natureza dadivosa, sensibilizar os corações com a fé dos peregrinos e  conquistar um coração novo em humanidade e espiritualidade.

Todo esse esplendor, presente em testemunhos e experiências, reafirma: o Santuário, na Serra da Piedade, é o Coração de Minas.

Dom Walmor Oliveira de AzevedoO arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. 

Evangélicos pedem desculpas pela destruição de imagens na Reforma

Hamburgo, Alemanha, 31 jul  (sirnoticias@hotmail.com) – A comunidade protestante alemã apresentou suas desculpas pela vasta destruição de imagens religiosas realizada durante o período da Reforma. Em uma declaração da Evangelische Kirche in Deutschland (EKD) divulgada pelo semanário católico “The Tablet”, os responsáveis religiosos sublinharam que a comunidade protestante condena com firmeza esta prática de destruição. “As imagens – salientou o Bispo Petra Bosse-Huber, durante uma reunião da delegação da EKD e do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla – há muito tempo tornaram-se expressão da piedade protestante”.
Os líderes religiosos das duas Igrejas encontraram-se em Hamburgo nos dias passados para discutir a aprofundar o significado da imagem do ponto de vista Ortodoxo e Protestante. Por ocasião do encontro, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I e o Presidente da Evangelische Kirche in Deutschland, Bispo Bedford-Strohm, enviaram sua saudação aos participantes, abençoando o encontro.
Durante os trabalhos foi destacado que a destruição de imagens era mais comum no período imediatamente posterior à Reforma. Na primeira metade do século XVI, as estátuas da Virgem Maria e dos Santos, assim como vitrais com imagens sacras, retratando eventos milagrosos e sobrenaturais, foram removidos das igrejas e das capelas e muitas vezes destruídos.
Em particular, a Suíça, os Países Baixos, a Inglaterra e a Alemanha meridional sofreram os efeitos maiores desta prática destrutiva. Em Ulm, na Alemanha, em 1531, durante o “Götzentag” (“Dia do falso ídolo”), os apoiadores da Reforma, convencidos de que os objetos religiosos fossem símbolos de idolatria supersticiosa, removeram com violência sessenta altares e dois órgãos da catedral local. Mais tarde Genebra, na Suiça, assistiu a uma das mais devastadoras ondas de destruição de imagens religiosas e de objetos sacros, inspiradas por grupos de influentes teólogos protestantes.
SIR

Recuperação da seca: árvores levam 4 anos

Florestas têm papel importante no amortecimento da mudança climática provocado pelo homem.

Se as florestas não são tão boas em reter o dióxido de carbono, a mudança climática pode se acelerar.
As árvores precisam, em média, de dois a quatro anos para recuperar suas taxas de crescimento após secas severas, um período maior do que o estabelecido pelos modelos globais que relacionam clima e vegetação, e que assumem uma recuperação quase imediata.
O estudo, publicado na quinta-feira (30) pela revista “Science”, sugere, portanto, que as florestas, como consequência de sua recuperação lenta após uma seca, são capazes de armazenar menos carbono do que se tinha calculado com os modelos de clima e vegetação e isto traz implicações para a mudança climática, que pode ser também mais rápida do que se pensava.
Estas são algumas das conclusões de um artigo liderado por William R.L. Anderegg, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, e Jesús Julio Camarero, cientista do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) do Instituto Pirenaico de Ecologia, em Zaragoza, na Espanha.
As florestas têm um papel muito importante no amortecimento da mudança climática provocado por ação do homem: as árvores retêm grande parte das emissões de CO2 através da fotossíntese e transformam e armazenam parte desse carbono sintetizado em forma de madeira.
Esta regulação do ciclo global de carbono é fundamental para o planeta, comentou Camarero à Agência Efe, e a descoberta de que o estresse causado por períodos de seca atrasa o crescimento das árvores durante anos indica que as florestas são capazes de armazenar menos carbono que o calculado.
“Se as florestas não são tão boas em reter o dióxido de carbono, isto significa que a mudança climática pode se acelerar”, disse Anderegg em uma nota de imprensa emitida pela Universidade de Utah.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram uma base de dados global do crescimento de árvores (Internacional Tree Ring Data Bank), que foi elaborada a partir de medições dos anéis de crescimento fornecidos por cientistas do mundo todo.
Concretamente, os especialistas estudaram a recuperação de árvores de mais de 1.300 florestas não tropicais depois de graves secas ocorridas na segunda metade do século XX, entre elas as de 1994 e 1995 na Espanha e a de 2003 no centro da Europa.
A dendrocronologia é a ciência que estuda os anéis de crescimento nos troncos das árvores e através de técnicas dendrocronológicas os pesquisadores puderam reconstruir o crescimento após os períodos de seca e ter uma ideia de como as florestas transformam o carbono ao longo do tempo.
Uma vez estabelecido os anos que as árvores levam para se recuperar, os pesquisadores compararam os dados com os cálculos dos modelos teóricos de clima e vegetação.
Assim, segundo esse trabalho, o crescimento foi aproximadamente 9% menor que o esperado durante o primeiro ano de recuperação e 5% menor no segundo ano. Os efeitos da seca foram mais evidentes em famílias como a das pináceas, que compreendem pinheiros e outras árvores coníferas, e em zonas semiáridas.
“As conclusões deste trabalho são muito importantes para as florestas espanholas, dominadas por pinheiros e submetidas a períodos frequentes de seca”, declarou Camarero.
Segundo Anderegg, o impacto na capacidade de armazenamento de CO2 “não é insignificante: durante mais de um século, a capacidade de armazenamento de carbono nos ecossistemas semiáridos seria reduzida em 1,6 gigatoneladas, uma quantidade maior que o total de emissões de carbono, relacionadas com o consumo e a produção de energia, nos EUA em um ano”.
Ambiente Brasil

Concorrência em medicina faz idade de calouros da USP subir, diz estudo

Levantamento analisou dados da USP, Unifesp, Unicamp e Unesp.
Na Unicamp, concorrência aumentou mais de 900% desde 1980.

Gabriela GonçalvesDo G1, em São Paulo

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Cidade Universitária, Universidade de São Paulo: vista do novo prédio da Reitoria (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)Entre 1980 e 2015, número de calouros da FMUSP
com 20 anos ou mais subiu de 16% para 40%
(Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
O aumento da concorrência no vestibular de medicina da Fuvest desde 1980 mudou o perfil dos calouros da Universidade de São Paulo (USP). Segundo levantamento feito pelo Curso Poliedro, nos últimos 35 anos, quase dobrou o número de calouros que precisou fazer pelo menos dois anos de cursinho pré-vestibular antes de conseguir uma vaga na carreira.
O estudo também analisou dados históricos dos principais vestibulares do Brasil, incluindo os outros três cursos públicos de medicina mais prestigiados: os da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo Rodrigo Fulgêncio Mauro, coordenador pedagógico da turma de medicina do Poliedro, a mudança no perfil dos calouros é decorrente do aumento da concorrência pelas vagas.
Enquanto a população brasileira cresceu 67% desde 1980, o número de vagas ofertadas nestas universidades manteve-se igual na USP e Unesp, caiu 3% na Unifesp e cresceu 22% na Unicamp, diz o estudo.
Concorrência para medicina
Veja o quanto cresceu a taxa de candidatos por vaga nos quatro maiores vestibulares de medicina de SP
candidatos por vaga19204669394160116230UnicampUSPUnespUnifesp19802000050100150200250
Fonte: Curso Poliedro
Desta forma, o número de candidatos disputando a mesma vaga cresceu. Há 35 anos, 19 candidatos disputavam uma vaga na Unicamp, hoje são 204, 973% a mais.
Veja as mudanças na relação candidato-vaga das quatro universidades:
USP – Em 1980, 66 candidatos disputavam uma vaga. Atualmente, 93 alunos disputam a mesma vaga. O aumento foi de 41%.
Unifesp – A taxa de candidato por vaga era de 94, em 1980, e subiu para 16, o que representa uma aumento de 70%.
Unesp – Em 1980, 116 candidatos disputavam uma vaga no curso de medicina. Em 2015, a concorrência aumentou 98%, para 230 alunos por vaga.
Unicamp – A Unicamp tinha a menor taxa de 19 candidatos por vaga em 1980. Atualmente, porém, 204 alunos disputam a mesma vaga. Aumento de 973%.
Diferença de milésimos
Segundo Fulgêncio, a pontuação entre os candidatos aprovados e não convocados é muito pequena. "O que separa o último jovem convocado do primeiro reprovado é uma crase, um erro de concordância ou uma vírgula. A diferença de pontuação chega a ser de milésimos. É muito pouco", destaca o coordenador.
Perfil do calouro da Medicina USP
Em 1980, só 16% dos calouros tinham 20 anos ou mais; em 2015, quantidade subiu para 40% do total
idadeporcentagem do total de calouros (%)13252240menos de 17 (2015)18 (2015)19 (2015)20 ou mais (2015)01020304050
Fonte: Curso Poliedro
"O segredo de passar na prova não é questão de genialidade, mas de humildade para entender suas deficiências e dedicação para correr atrás delas. O apoio dos pais é fundamental também", salienta.
Mais tempo no cursinho
Enfrentando maior concorrência, o tempo que os alunos passam no vestibular cresce cada vez mais. De acordo com o estudo, 55% dos estudantes aprovados na Fuvest 2014 ficaram dois ou mais anos no cursinho. Há 35 anos, o índice era de 29%.
Com isso, a média de idade dos calouros aumentou.  Em 1980, 16% dos candidatos aprovados na Fuvest tinham mais de 20 anos. Hoje, 40% dos estudantes apresentam este perfil.
O que separa o último jovem convocado do primeiro reprovado é uma crase, um erro de concordância ou uma vírgula. A diferença de pontuação chega a ser de milésimos"
Rodrigo Fulgêncio Mauro,
coordenador de medicina do Poliedro
A Universidade Estadual de Campinas (Foto: Antoninho Perri / Unicamp)A Universidade Estadual de Campinas
(Foto: Antoninho Perri / Unicamp)
Segundo Fulgêncio, ficar muito tempo no cursinho pode ser estressante para o aluno. "A maturidade é sempre positiva, e o aluno que ingressa mais velho na universidade entra mais maduro, mas isso é muito sofrido para o aluno. Ele encara a faculdade com mais seriedade, mas se desgasta muito, já entra cansado."
Preparação
Atualmente, a Fuvest é o vestibular responsável por selecionar os alunos aprovados na USP. Entretanto, em 1980, Unesp, Unicamp e Unifesp também usavam este modelo para aprovação dos candidatos. Hoje, com quatro provas diferentes, os estudantes têm tido mais dificuldade para ingressar na universidade.
Para o coordenador, em 1980 a preparação do aluno era mais simples, porque só tinha um tipo de prova. "O aluno deve se preparar para provas diferentes, conteúdo e tipos de questões diferentes e isso complica. A exigência da prova mudou muito", afirma.
"É um conjunto de características e estrutura emocional que aprovam o candidato. O nível de preparação dos cadidatos é nível de atleta. Estudam de segunda a segunda, fazem simulados e muitos testes. Esse estudo mostra que a falta de vagas é um problema estrutural de anos", explica o professor
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Como mandar mensagens de celular quando não há cobertura nem internet

Aplicativos e acessórios ajudam a repassar sinal de aparelhos.

Da BBC

Aplicativos e acessórios ajudam a mandar mensagens quando não há sinal (Foto: BBC)Aplicativos e acessórios ajudam a mandar mensagens quando não há sinal (Foto: BBC)
Você chegou com amigos a um show mas, de repente, se vê sozinho no meio da multidão. Tenta o Whatsapp, mas não consegue enviar a mensagem. Tenta ligar, mas não há sinal. As redes estão sobrecarregadas.
O que fazer, então, para se comunicar com seus amigos? A BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) mostra três alternativas para enviar mensagens quando você não tem internet nem sinal.
Firechat
Este aplicativo já havia sido utilizado durante protestos no Irã e em Taiwan, mas ficou mais conhecido nas manifestações pró-democracia em Hong Kong no ano passado.
Em setembro, em apenas 24 horas 100 mil pessoas baixaram o app, da empresa americana Open Garden, na região administrativa especial da China.
Em apenas 24 horas, 100 mil pessoas baixaram o app em Hong Kong Elas encontraram com a ferramenta uma maneira de se comunicar quando o Instagram havia sido bloqueado na China e muito mais mensagens que o habitual eram censuradas no "Twitter chinês" Sina Weibo.
O Firechat permitiu que eles se comunicassem inclusive sem ter acesso à cobertura telefônica ou à internet.
O app funciona graças a outros celulares que estão conectados à rede sem fio e que atuam como ponto de acesso para os terminais que não estão conectados.
Depois de instalar o aplicativo, esses últimos se conectam através da antena wifi, que permite que as mensagens se espalhem em cadeia, saltando de um usuário para outro próximo.
MeshMe
Esse aplicativo utiliza a mesma tecnologia do Firechat, e daí vem seu nome: mesh networking (comunicação em rede).
É igual ao Firechat e serve para se comunicar em meio a manifestações ou quando existe censura nas redes sociais.
Apps são úteis em protestos e também em shows e festivais em que a rede fica sobrecarregada. (Foto: BBC)Apps são úteis em protestos e também em shows e festivais em que a rede fica sobrecarregada. (Foto: BBC)
Ele também é útil em festivais ou eventos onde as redes habituais estão sobrecarregadas, assim como nas montanhas ou em outros locais ou a cobertura seja baixa ou nula.
MeshMe permite que você se comunique com outros usuários mesmo quando seu smartphone está em modo "avião", sempre que a conexão wifi ou Bluetooth esteja ativa.
Cada celular que tenha instalado o aplicativo passa a funcionar como um roteador e passa a informações para outro aparelho usando o caminho mais eficiente no momento.
Mas os proprietários dos telefones que estiverem sendo usados como "nós" não podem ler o texto da mensagem.
Segundo a companhia, um iPhone 6 com MeshMe deveria ser capaz de transferir dados a uma distância entre 20 e 30 metros usando o sinal wifi e entre 10 a 15 metros usando o Bluetooth.
goTenna
Essa não é um aplicativo que possa ser baixado no telefone, mas um acessório para celulares que faz às vezes de antena.
É um produto de uma startup de Nova York com o mesmo nome. A "antena" é uma barra de bolso com uma corrente para ser presa à mochila ou ao cinto.
Como os apps anteriores, o goTenna permite uma comunicação ponto a ponto, mas os usuários dos aparelhos precisam ter o acessório. O que ela faz é criar uma rede de rádio de baixa frequência para iOS ou Android.
Não se deve esperar uma comunicação de banda larga, mas a CEO da empresa, Daniela Perdomo, diz que em horizontes abertos ela pode enviar mensagem a até 80 metros de distância.
Todas as comunicações são cifradas e contam com um sistema de reenvio constante, até se assegurar de que a mensagem chegou a seu destinatário
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