terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Papa Francisco apela ao desarmamento nuclear e ao respeito pelos Direitos Humanos

Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2014 lembra vítimas do tráfico de pessoas e pede fim da violência

D.R.
Cidade do Vaticano, 31 dez 2013 (Ecclesia) – O Papa defende a necessidade de um desarmamento “nuclear e químico”, pedindo total respeito pelos Direitos Humanos, na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2014, que se celebra a 1 de janeiro.
“Faço meu o apelo lançado pelos meus predecessores em favor da não-proliferação das armas e do desarmamento por parte de todos, a começar pelo desarmamento nuclear e químico”, refere o documento, dedicado ao tema ‘Fraternidade, fundamento e caminho para a paz’.
O Papa justifica a posição pelo facto de uma circulação de armamentos em “quantidade tão grande como a atual” servir para que se encontrem “novos pretextos para iniciar as hostilidades”.
O texto recorda que ao longo do último ano muitas pessoas continuaram a viver a “experiência dilacerante da guerra”, que constitui “uma grave e profunda ferida infligida à fraternidade”.
“Por este motivo, desejo dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência e morte, com as armas: naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão”, pede o Papa
“Renunciai à via das armas e ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação para reconstruir a justiça, a confiança e esperança ao vosso redor”, acrescenta.
Francisco convida a comunidade internacional a um esforço conjunto para fazer cessar quaisquer hostilidades, “todo o abuso e violação dos direitos fundamentais do homem”.
A mensagem lamenta que muitos conflitos que se “consumam na indiferença geral” e deixa uma saudação de solidariedade pessoal, por parte do Papa, e de toda a Igreja aos que “vivem em terras onde as armas impõem terror e destruição”.
A Igreja, diz Francisco, que dar voz e apoio às “vítimas indefesas das guerras esquecidas, através da oração pela paz, do serviço aos feridos, aos famintos, aos refugiados, aos deslocados e a quantos vivem no terror”.
A mensagem papal adverte para a violação sistemática de “direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião”.
Nesse contexto, alude ao “exemplo preocupante” do “dramático fenómeno do tráfico de seres humanos”, ao “drama dilacerante da droga”, à “devastação dos recursos naturais”, às “condições desumanas de muitos estabelecimentos prisionais” e à “prostituição que diariamente ceifa vítimas inocentes, sobretudo entre os mais jovens”.
“Penso no abominável tráfico de seres humanos, nos crimes e abusos contra menores, na escravidão que ainda espalha o seu horror em muitas partes do mundo, na tragédia frequentemente ignorada dos emigrantes sobre quem se especula indignamente na ilegalidade”, prossegue o Papa.
O texto condena ainda a criminalidade organizada, considerando que a mesma “ofende gravemente a Deus” e “prejudica os irmãos”, ainda mais quando “tem conotações religiosas”.
Na sua primeira mensagem para o Dia Mundial da Paz, Francisco afirma que os acordos internacionais “não bastam por si sós para preservar a humanidade do risco de conflitos armados”.
“É precisa uma conversão do coração que permita a cada um reconhecer no outro um irmão do qual cuidar e com o qual trabalhar para, juntos, construírem uma vida em plenitude para todos”, sustenta.
OC

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