quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Estudos confirmam a idade da "tumba de Jesus" em Jerusalém


Representação da sepultura de Cristo / Crédito: Wikimedia Commons.

JERUSALÉM, 30 Nov. 17 / 07:00 pm (ACI).- Os resultados de testes científicos recentes proporcionados à ‘National Geographic’ parecem confirmar que a Igreja do Santo Sepulcro, lugar onde ocorreu a Crucificação, sepultura e Ressurreição de Cristo, tem aproximadamente 1.700 anos, tal como afirma a tradição herdada dos primeiros cristãos.

A tradição afirma que a igreja foi construída no local da tumba de Jesus, 300 anos depois da sua morte.

O estudo não informa se a tumba realmente guardou o corpo de Jesus depois da sua crucificação, mas, a ‘National Geographic’ indicou em 28 de novembro que os testes realizados por 50 especialistas da Universidade Técnica Nacional de Atenas, na cova de calcário, revelam que o lugar teria sido construído no ano 345 d.C., durante o reinado do Imperador Constantino tal como indica a tradição cristã.

Santa Helena, a mãe do imperador, supostamente descobriu a tumba ao redor do ano 327. Quando o seu filho tornou legítimo o cristianismo no Império, os romanos construíram uma igreja sobre a tumba.

Antonia Moropoulou, coordenadora científica principal das obras de restauração da igreja, disse que as evidências estavam de acordo com as crenças históricas quando os romanos construíram o monumento na tumba.

"Este é um descobrimento muito importante porque confirma que, como foi demonstrado historicamente, que Constantino, o Grande, foi responsável por revestir a cova de pedra da tumba de Cristo com as lajes de mármore na edícula", disse a especialista da AFP.

As descobertas são especialmente notáveis ??porque, até agora, a evidência arquitetônica mais antiga encontrada no santuário era da época das Cruzadas, em torno do Século XI.

Em outubro de 2016, abriram a tumba pela primeira vez depois de séculos, para a delicada obra de restauração. Dentro da tumba, os cientistas encontraram uma antiga laje de mármore gravada com uma cruz.

O projeto de restauração de 9 meses custou 4 milhões de dólares, segundo informou ‘The Guardian’.

Diretor geral adjunto do "banco do Vaticano" é afastado do cargo

Basílica de São Pedro. Foto: Castielli (CC-BY-SA-3.0

Vaticano, 30 Nov. 17 / 04:42 pm (ACI).- A vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Paloma Garcia Ovejero, informou que Giulio Mattieti foi demitido de do cargo de diretor geral adjunto do Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como “Banco do Vaticano”.

Mattieti foi nomeado adjunto do atual diretor Gianfranco Mamm em novembro de 2015 e deixou seu cargo em 27 de novembro de 2017.

Giulio Mattietti é formado em Física e começou o seu cargo de desenvolvedor no IOR em 1997. Em 2007 foi nomeado responsável pelo departamento de informática.

O IOR foi criado em 1942 por Pio XII. A entidade é responsável pela administração dos imóveis transferidos e concedidos por pessoas físicas e jurídicas, e destinados às obras de caridade, assim como pela administração de contas bancárias dos funcionários do Vaticano.

Nos últimos anos, o IOR passou por mudanças na sua organização com o objetivo de alcançar uma transparência financeira total.

Não se pode usar Deus como pretexto para o ódio, a violência e a divisão, diz o Papa

Papa Francisco / Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)


Vaticano, 30 Nov. 17 / 11:48 am (ACI).- Durante o seu discurso às autoridades, o Papa Francisco condenou novamente o uso que algumas pessoas fazem da religião a fim de "incentivar a divisão" e a violência.


Em uma clara alusão ao terrorismo jihadista internacional, o Santo Padre afirmou: “Em um mundo onde muitas vezes a religião é – escandalosamente – usada para fomentar a divisão, revela-se ainda mais necessário um tal gênero de testemunho do seu poder de reconciliação e união”.


Além disso, o Pontífice recordou o terrível ataque que ocorreu precisamente em Daca, no dia 1º. de julho de 2016, quando cinco assaltantes abriram fogo em um restaurante e em uma padaria de um bairro financeiro da capital, onde também há várias embaixadas. Eles fizeram dezenas de reféns e mataram vários policiais. Finalmente, os assaltantes foram mortos.

“Isto manifestou-se de forma particularmente eloquente na reação comum de indignação que se seguiu ao brutal ataque terrorista do ano passado aqui em Daca e na mensagem clara enviada pelas autoridades religiosas da nação, segundo a qual o santíssimo nome de Deus não pode jamais ser invocado para justificar o ódio e a violência contra outros seres humanos, nossos semelhantes”, acrescentou Francisco.

Papa menciona o drama dos rohingya em Bangladesh e pede ajuda internacional

Papa durante o encontro com as autoridades. Foto: L'Osservatore Romano

Vaticano, 30 Nov. 17 / 01:53 pm (ACI).- No seu primeiro dia em Bangladesh, o Papa Francisco mencionou o drama dos rohingya, entre eles, calcula-se que 600 mil fugiram de Mianmar para este país asiático, e pediu à comunidade internacional impedir a crise humanitária.

No discurso às autoridades, ao corpo diplomático e à sociedade civil do país, o Papa recordou que “nos últimos meses, o espírito de generosidade e solidariedade, sinais caraterísticos da sociedade do Bangladesh, no seu ímpeto humanitário a favor dos refugiados chegados em massa do Estado de Rakhine, proporcionando-lhes abrigo temporário e provisões para as necessidades primárias da vida”.

“Isto foi conseguido à custa de não pouco sacrifício; e foi realizado também sob o olhar do mundo inteiro. Nenhum de nós pode deixar de estar consciente da gravidade da situação, do custo imenso exigido de sofrimentos humanos e das precárias condições de vida de tantos dos nossos irmãos e irmãs, a maioria dos quais são mulheres e crianças amontoados nos campos de refugiados”.

Portanto, “é necessário que a comunidade internacional intensifique as medidas resolutivas diante desta grave crise, não só trabalhando por resolver as questões políticas que levaram à massiva deslocação de pessoas, mas também prestando imediata assistência material ao Bangladesh no seu esforço por responder eficazmente às urgentes carências humanas”.

Por outro lado, pediu “um clima crescente de diálogo inter-religioso”, porque, em sua opinião, “isto permite aos crentes expressar livremente as suas convicções mais profundas sobre o significado e a finalidade da vida. Assim podem contribuir para promover os valores espirituais que são a base segura para uma sociedade justa e pacífica”, acrescentou.

Francisco recordou que tanto Paulo VI como São João Paulo II já visitaram o país, e assegurou que apesar de ser “um Estado jovem”, “ocupou sempre um lugar especial no coração dos Papas, que desde o princípio expressaram solidariedade ao seu povo, procurando acompanhá-lo na superação das dificuldades iniciais e apoiando-o na tarefa exigente da construção da nação e do seu desenvolvimento”.

“Bangladesh é uma nação que se esforça por alcançar uma unidade de linguagem e cultura com o respeito pelas diferentes tradições e comunidades, que fluem como inúmeros ribeiros vindo enriquecer o grande curso da vida política e social do país”.

Sobre os “poucos” católicos do país, afirmou que “procuram desempenhar um papel construtivo no desenvolvimento da nação, especialmente através das suas escolas, clínicas e dispensários”.

“A Igreja aprecia a liberdade que beneficia toda a nação de praticar a sua fé e realizar as suas obras sócio-caritativas, incluindo a de oferecer aos jovens, que representam o futuro da sociedade, uma educação de qualidade e um exercício de valores éticos e humanos sadios”.

Pai em Dose Dupla 2

Título original: Daddy's Home 2
Após resolverem suas diferenças, Brad (Will Ferrell) e Dusty (Mark Wahlberg) precisam agora lidar com uma nova situação complicada: a súbita aparição de seus pais (John Lithgow e Mel Gibson), que possuem comportamentos bem diferentes.
País: EUA
Ano: 2017
Gênero: Comédia
Classificação: L
Direção: Sean Anders
Elenco: Will Ferrell, Mark Wahlberg, Mel Gibson
Duração: 1h38 m.

Quase um milhão de crianças trabalham no Brasil fora do marco legal

 domtotal.com
Segundo IBGE, em 2016 havia 1,8 milhão de trabalhadores de cinco a 17 anos, um número equivalente a 4,6% dessa faixa etária de população.
Entre as crianças de entre cinco e 13 anos em situação de emprego,  apenas 26% recebiam remuneração.
Entre as crianças de entre cinco e 13 anos em situação de emprego, 
 apenas 26% recebiam remuneração. (Agência Brasil).

Quase um milhão de crianças e adolescente de cinco a 17 anos trabalhavam no ano passado no Brasil "em desacordo com a legislação", segundo um relatório apresentado nessa quarta-feira (29).

A legislação brasileira autoriza o trabalho a partir dos 16 anos (exceto em funções perigosas ou insalubres) e a partir dos 14 anos em situação de aprendizado.

Segundo o estudo divulgado pelo instituto de estatísticas IBGE, em 2016 havia 1,8 milhão de trabalhadores de cinco a 17 anos, um número equivalente a 4,6% dessa faixa etária de população.

Desse total, mais da metade (998.000) trabalhava fora de qualquer marco legal, com frequência em trabalhos familiares agrícolas e sem remuneração.

Por grupos de idade, havia 30.000 crianças de cinco a nove anos empregadas em funções diversas (0,2% do total); 160.000 de 10 a 13 anos (1,3%); 430.000 de 14 e 15 anos (6,4%) e 1,2 milhão de 16 e 17 anos (17%), afirma o documento.

 Entre as crianças de entre cinco e 13 anos em situação de emprego,  apenas 26% recebiam remuneração. Essa porcentagem sobe para 78,2% no  grupo de entre 14 e 17 anos.  Essa porcentagem sobe para 78,2% no grupo de entre 14 e 17 anos.

O rendimento médio do grupo de entre cinco e 17 anos foi de R$ 514 por mês, muito abaixo do salário mínimo, que era R$ 880 no ano passado.

Um total de 64,1% das crianças que trabalhavam eram negras ou pardas, uma porcentagem superior à média nacional. No Brasil, 8,2% da população se declara negra e 46,7% parda, de acordo com dados do IBGE.

No total, 81,4% da população infantil ocupada estava escolarizada. A taxa sobe para 98,4% entre as crianças de cinco a 13 anos e cai para 79,5% no grupo de 14 a 17.


AFP

Aprenda a fazer um calendário diferente para o Advento

  Blanca de Ugarte | Nov 30, 2017
Elena Schweitzer - Shutterstock

É simples, divertido e pode ser feito em casa, sem gastar muito. Crianças e adultos vão adorar!

ABlack Friday deu a largada para a “temporada de compras de Natal”. As crianças já começaram a entrar no clima e, claro, a nos fazer a pergunta que pode ser uma “tortura” para muitos pais: “Já é Natal”?

Uso a palavra “tortura” com carinho, pois, como pais, sabemos que temos que desenvolver a virtude da paciência com nossos filhos. Mas, quando falta um mês para a Noite Feliz e eles já começam a perguntar sobre a chegada do Natal, nos sentimos como se estivéssemos começando uma viagem, em que eles sempre dizem: “Quanto falta? Já chegamos?”.

A percepção do tempo é difícil para as crianças. Elas não entendem muito bem quando foi ontem, quando será amanhã, como funciona o calendário (ainda bem que há excelentes professores pelo mundo!).

Para este tema do Natal, os alemães têm um grande instrumento: o calendário do Advento.

A tradição já se estendeu a outros países, pois, além de bonita e estar carregada de significado, é muito educativa.

Trata-se simplesmente de um calendário que nos permite fazer a contagem regressiva para a chegada do Natal. Começa no dia 1.º de dezembro e termina no dia 24. Em muitos lugares, o calendário é vendido com um pequeno chocolate para cada dia. Mas há também as famílias que personalizam os seus – o que é muito mais legal.
phbodrova - Shutterstock
Você pode, por exemplo, fazer várias bolsinhas ou sacolinhas e colar em cada uma um papel ou adesivo com o dia do mês. Use enfeites com temas natalinos. Pendure tudo em uma espécie de varal. Em cada bolsinha, coloque um presentinho que represente essa festa cristã.
Jeanette Dietl - Shutterstock
 24 mensagens

Esse presentinho também pode ser uma mensagem inspiradora para convidar quem estiver lendo – tanto as crianças quanto os adultos – a valorizar a melhor versão de si mesmo e se preparar para viver a festa religiosa mais importante do ano.

Apresentamos 24 mensagens para você se inspirar:

Dia 1 – Hoje vou ajudar em casa quando for solicitado;

Dia 2 – Hoje vou cumprimentar com carinho as pessoas com quem eu encontrar;

Dia 3 – Hoje vou fazer a coroa do Advento e acender a primeira vela;

Dia 4 – Hoje vou dividir algo com um companheiro;

Dia 5 – Hoje vou abraçar meu irmão/pai/minha mãe por um momento;

Dia 6 – Hoje vou escolher um brinquedo e vou presentear uma criança que precisa;

Dia 7 – Hoje vou montar a árvore de Natal;

Dia 8 – Hoje vou fazer um desenho para alguém que não tem família;

Dia 9 – Hoje montaremos o presépio;

Dia 10 – Hoje vou pensar nas crianças que não têm nada e serei cuidadoso com minhas coisas;

Dia 11 – Hoje vou brincar mais com meu irmão;

Dia 12 – Hoje vou dizer algo bonito à minha professora;

Dia 13 – Hoje vou me esforçar para fazer bem o meu trabalho;

Dia 14 – Hoje vou escrever para alguém e desejar Feliz Natal;

Dia 15 – Hoje vou rezar por quem tem fome;

Dia 16 – Hoje vou participar de uma ação solidária;

Dia 17 – Hoje vou ouvir músicas natalinas;

Dia 18 – Hoje não vou brigar com meu irmão;

Dia 19 – Hoje vou me aproximar de um companheiro que não tem muitos amigos;

Dia 20 – Hoje vou dizer “Te amo” a alguém especial;

Dia 21 – Hoje vou perdoar a quem me feriu;

Dia 22 – Hoje vou fazer um balanço do ano que se passou;

Dia 23 – Hoje vou ler a história do nascimento de Jesus;

Dia 24 – Hoje vou celebrar a Noite Feliz com minha família. Feliz Natal!

França muda trecho da oração 'Pai Nosso' a partir deste fim de semana

 domtotal.com
A frase 'não nos submeteis à tentação' será substituída por 'não nos deixeis cair em tentação', como em português, o que transfere a carga do pecado aos homens.
Missa celebrada na basílica de Notre-Dame-des-Victoires, em Paris.
Missa celebrada na basílica de Notre-Dame-des-Victoires, em Paris. (AFP).

Os fiéis na França começarão a rezar uma nova versão do "Pai Nosso" a partir de domingo, após a modificação de uma frase que sugere que os pecadores são tentados por Deus.

A frase "não nos submeteis à tentação", como aparece atualmente na versão em francês desta oração, será substituída a partir deste fim de semana por "não nos deixeis cair em tentação", como em português, o que transfere a carga do pecado aos homens.

A versão atual da oração em francês foi adotada em 1966, como resultado de um compromisso ecumênico após o Concílio Vaticano II, e nunca foi unânime.

Pode Deus submeter seus filhos à tentação, um domínio reservado ao diabo? O teólogo protestante Jacques Ellul considerava esta tese absurda, enquanto outros, especialmente católicos, a consideravam quase blasfematória.

"A tradução não era errônea, mas a interpretação era ambígua", comentou o monsenhor Guy de Kerimel, presidente da comissão episcopal para a liturgia na Conferência de Bispos da França (CEF).

Mas a nova versão também gerou críticas. Para o Conselho Nacional de Evangélicos da França (CNEF), o novo texto elimina a ideia de que o Criador "seria responsável pela tentação, mas solapa a soberania de Deus".

A Igreja espera que esta mudança seja uma "ocasião para que os cristãos se reapropriem" do Pai Nosso.


AFP

A razão de ser dos contemplativos

  Vanderlei de Lima | Nov 29, 2017
pixabay

Há quem compreenda, sob certo ponto, que um homem ou uma mulher seja membro de um Instituto religioso a atuar em trabalhos pastorais, mas não entende como alguém possa levar uma vida plenamente contemplativa: a sós ou em comunidade.

Eis, pois, a necessidade deste artigo: demonstrar a razão de ser dos religiosos (homens e mulheres) contemplativos à Igreja e à humanidade inteira.

Escreve um monge cartuxo – Ordem fundada por S. Bruno, em 1084, na França, para uma vida completamente afastada do mundo –, que: “A missão dos contemplativos é ser no meio do mundo ‘o olhar atento’ da humanidade concentrado em Deus; serem os que permanecem na presença de Deus, por aqueles que jamais se põem na Sua presença; serem os delegados da humanidade esquecida de Deus, para Lhe apresentar o amor, a adoração, as lágrimas e os pecados de todo o mundo; serem, enfim, os que deixam o mundo e as suas vaidades para procurar Deus e dedicar-se totalmente a Ele”.

E continua: “Portanto, não é o egoísmo, o desprezo dos valores humanos nem a covardia o que inspira essa renúncia e procura. Se o contemplativo deixa tudo, é com o intuito e o desejo de entrar plenamente na esfera e na órbita de Deus, amado e procurado sobre todas as coisas” (A vida cartusiana. Ivorá: Mosteiro Nossa Senhora. Medianeira, s/d, p. 3). Ora, é nessa esfera de Deus que o contemplativo eleva ao Senhor as dores e angústias da humanidade inteira rezando por elas, seja de modo voluntário, seja atendendo aos numerosos pedidos de orações que lhe chegam diariamente.

Isso posto, pergunta-se: qual é a espiritualidade básica a mover um eremita (solitário) de Charles de Foucauld (1858-1916)? – É a da vida de Nazaré, tempo no qual o Senhor Jesus passou, dos 12 aos 30 anos, oculto ao mundo.

Todavia, também aprende esse mesmo eremita, a exemplo do Bem-aventurado Foucauld, a não ser um completo isolado, mas, sim, a gritar, com alegria, ao mundo a beleza do Evangelho com o exemplo da própria vida, em primeiro lugar, e com alguns apostolados condizentes com o seu modo de viver: catequese semanal, conversas com pessoas necessitadas, pessoalmente ou via meios eletrônicos, entre outras coisas. Aliás, Foucauld chegava a atender, em seu eremitério, 56 pessoas por dia e não queria que fosse deixada de lado a caridade para com o próximo em momento algum.

Questiona-se, contudo, o que reza um eremita de Charles de Foucauld? – Eis a resposta: às 5h00, reza o Ofício de Leituras (também chamado de Vigílias), depois Laudes (Louvores) e a saudação mariana do Angelus (O Anjo do Senhor anunciou a Maria etc.). Faz, na sequência, a Lectio Divina (Leitura orante da Bíblia) por 1 hora, seguida da Consagração do dia ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, além da Oração do Abandono ou de entrega incondicional nas mãos de Deus.

Logo depois, participa (ou celebra, se for sacerdote) a Santa Missa por volta das 7 horas. Volta a rezar, ainda, às 9h o Ofício de Terça (a vinda do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os apóstolos, At 2,15); às 11h40, o Ofício de Sexta (Início da agonia de Jesus, Mt 27,45), novamente o Angelus e o Rosário. Às 15h reza-se o Ofício de Noa (a morte do Senhor Jesus na Cruz, Mt 27,45) e o Terço da Misericórdia. Novamente, às 17h30, se volta para o Ofício de Vésperas (dá graças a Deus pelo dia e recorda a Ceia do Senhor ocorrida em tempo vespertino, bem como o Juízo Final, arremate da História, Jo 8,12). Novamente se reza o Angelus. À noite, há o Ofício de Completas que, como o próprio nome diz, encerra o dia com a entrega da vida a Deus (cf. Lc 2,29-32), uma Leitura Espiritual (a vida de um santo, um livro de piedade etc.) e o grande silêncio noturno até a manhã seguinte.

Certo é que esse tempo dedicado à oração está entrecortado pelo trabalho manual (manutenção da casa, preparo da alimentação), intelectual (estudos) e pastoral (atender a pessoas que necessitam, especialmente via e-mail). Tudo em louvor a Deus.

Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo.

Sim, até as mães mais ocupadas conseguem rezar

  Natalia Bialobrzeska | Nov 29, 2017
AleksDaria - Shutterstock
Você também vai conseguir, mesmo com as crianças colocando sua casa de ponta-cabeça

Nos últimos anos, minhas orações favoritas (e, verdade seja dita, as únicas que eu tenho conseguido rezar) são pequenas preces espontâneas, tipo: “Senhor, não me deixe chegar atrasada”. Ou algo assim: “Querido Jesus, deixe-o dormir o maior tempo possível”. Tem ainda os agradecimentos: “Obrigada, Senhor, pelo meu café quente e o banho”.
Um observador externo provavelmente pensaria que eu sou louca, já que eu passo o dia fazendo malabarismos com crianças, tarefas domésticas, e parecendo falar comigo mesma a cada minuto. Mas eu não falo sozinha! Eu sei que, em algum lugar, alguém me escuta e me motiva, e o que parece ser o caos e a desordem é, na realidade, cheio de beleza e de sentido. É como um caleidoscópio: se nós apenas olharmos para parte da imagem, ela parecerá desordenada e aleatória. Porém, vista como um todo, é tão gloriosa quanto uma janela de vitrais.

Acordando para a realidade

Minha vida costumava ter uma beleza diferente, menos caleidoscópica. Gosto de me lembrar dos meus anos como universitária, porque, naquela época, era como se eu vivesse um conto de fadas. Eu tinha tempo para o ritual diário de reflexão matinal e fazia várias rotas diferentes para o campus da faculdade, ao longo do qual eu podia encontrar tempo e lugar para a oração, adoração, confissão ou um simples momento de paz no caminho para as aulas.

Na minha bolsa, sempre havia espaço para uma Bíblia sem manchas provocadas pela compota de maçã de um bebê. Meu tempo era só meu; eu o organizava como eu queria, de acordo com minhas necessidades, interesses e nível de energia. Como eu disse: um conto de fadas!

Eu tinha pouca ideia do que era ter uma família. Eu não sabia que seria como entrar numa nave espacial, na qual meu mundo tão regradinho seria lançado na desordem da gravidade e o tempo ficaria relativo, pois minha vida iria acelerar bastante. Eu não tinha previsto o quão duro eu teria que trabalhar para estar lá, pronta para mim, para o meu marido, para os meus filhos e para Deus.

Ladainha da Mamãe

Com o nascimento de meus filhos, o furacão “Maternidade” soprou no meu mundo espiritual. Hoje em dia, eu já não abro meus olhos pela manhã recitando um salmo, porque meu primeiro pensamento do dia é sobre meus filhos. Está tudo certo com eles? Eles já acordaram? Se já acordaram, onde eles estão? O que eu faço para o café da manhã?  Por que eles estão chorando?

Quem tem filhos sabe o que é um estado de espírito que não tem modo “off”. Durante todo o dia, eu ouço: “Mamãe, eu tenho que fazer xixi! Mamãe, estou com fome! Mamãe brinca comigo! Mamãe não! Mamãe sim! Por favor, mamãe! Mamãe, dê para mim! Mamãe vem aqui!”. É aí que penso com uma empatia especial sobre Maria, a quem rezamos tantas ladainhas… e começo a entender por que às vezes temos que esperar uma resposta para as nossas orações!

No entanto, no meio de toda essa loucura, eu encontrei um método de oração. Se você é mãe, sua vida doméstica provavelmente não é tão diferente da minha. Então talvez você se beneficie dessas ideias também!

Formas de rezar

Reze com sua vida. Este é um método defendido por muitos santos. Agora, eu aprecio muito quando tenho momentos de  silêncio e solidão (e eles são um verdadeiro luxo raro). Ofereço meus deveres diários para uma intenção particular – não apenas todos os meus deveres no início do dia. Ofereço cada um individualmente, à medida que eu vou fazendo as tarefas, como: colocar uma criança na cama, fazer o café da manhã, caminhar, brincar com os filhos, separar uma briga. Tudo o que de certa maneira exige de mim esforço e abnegação eu ofereço por uma intenção específica.

Uma dezena do Rosário. Rezar o Rosário não é algo fácil para mim, mas eu consigo fazer uma dezena durante o dia, no intervalo entre lavar louça e preparar o cereal. E uso um anel em forma de rosário para me lembrar de rezar – e isso ajuda.

Youtube. Eu encontrei uma bela interpretação do Terço da Divina Misericórdia no YouTube. Felizmente, meus filhos aceitaram a interpretação e me deixam ouvir. Eu tenho alto-falantes na cozinha, aos quais eu posso me conectar com meu smartphone.  Então, logo depois de ouvir programas infantis e “música clássica para gênios” (sério, está no Spotify!) eu acesso o terço. Isso me permite ouvir, cantar ou, muitas vezes, apenas viver cercada por seus sons ao ler livros com as crianças.

Reaprendendo a rezar com os filhos. Minha filha de três anos já consegue fazer o sinal da cruz, rezar a oração ao seu anjo da guarda e terminar dizendo: “Jesus, eu confio em vós”. Eu me beneficio disso. Muitas vezes, é a minha única oração explícita durante o dia; algo que aquece meu coração. Quando olho para minha filha e vejo seu entusiasmo, sua alegria e seu foco total nas palavras faladas, eu gostaria de ser como ela.

Talvez eu tenha tido que desistir do meu estilo de vida de conto de fadas antes dos filhos. Mas minha vida de oração não terminou; apenas  mudou .E eu não trocaria minha vida familiar agitada e maravilhosa por nada.Z

Bangladesh: Visita do Papa assinala 500 anos de evangelização começada por missionários portugueses

Agência Ecclesia 30 de Novembro de 2017, às 10:19  
Foto: Lusa
Foto: Lusa
Francisco leva mensagem de «reconciliação, perdão e paz» para viagem centrada no diálogo entre religiões

Lisboa, 30 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco começou hoje uma visita de quatro dias ao Bangladesh, país que em 2018 assinala 500 anos de evangelização começada por missionários portugueses.

O avião que transportou a comitiva papal desde Mianmar aterrou em Daca pelas 15h00 locais, menos uma em Lisboa.

O Papa foi recebido pelo chefe de Estado,Abdul Hamid, e por duas crianças em trajes tradicionais que lhe ofereceram flores e um vaso de terra.

A cerimónia oficial de boas-vindas contou com a presença de autoridades políticas e civis, 10 bispos e um grupo de fiéis, informa a sala de imprensa da Santa Sé.

A visita prosseguiu no Memorial Nacional aos Mártires, em Savar, onde Francisco depositou uma coroa de flores, e no ‘Bangabandhu Memorial Museum’, com uma homenagem ao “Pai da Pátria”, xeque Mujibur Rahman, na presença de alguns dos seus familiares.

O Papa realizou depois uma visita de cortesia ao presidente da República do Bangladesh, Abdul Hamid.

Francisco foi acolhido pelo secretário militar, que o acompanhou até à entrada de honra do palácio presidencial.

Antes de começar esta viagem à Ásia, que já passou pelo Mianmar, o pontífice enviou uma mensagem de “reconciliação, perdão e paz” ao Bangladesh, nação onde os católicos são 0,24% da população.

As duas nações estão no centro da crise humana que atinge a minoria rohingya, em fuga de Mianmar para o Bangladesh, que já abriga mais de 600 mil integrantes dessa comunidade.

O Papa vai encontrar-se esta sexta-feira no Bangladesh com um grupo de refugiados rohingya, durante um evento inter-religioso pela paz em Daca.

Francisco apresenta-se como “ministro do Evangelho de Jesus Cristo” e revela o desejo de encontrar-se com todos, de modo especial as lideranças religiosas em Ramna.

“Vivemos numa época em que os cristãos e os homens de boa vontade são chamados, em todos os lugares, a promover a compreensão e o respeito recíprocos, a ampararmo-nos uns aos outros como membros da única família humana”, assinala.

João Paulo II fez a primeira viagem apostólica de um Papa ao Bangladesh, em 1986; Paulo VI esteve no aeroporto de Daca, durante cerca de uma hora, em novembro de 1970, para manifestar a sua solidariedade às vítimas de graves inundações provocadas por um ciclone, nas semanas anteriores.

O Cristianismo chegou ao Bangladesh em 1518 pela mão de comerciantes portugueses que se instalaram em Chittagong, tendo este território ficado confiado à Diocese de Cochim e Goa.

Em 1598 chegaram ao país os dois primeiros missionários jesuítas, Franciesco Fernandes e Domingos de Sousa; o primeiro foi torturado e morto a 14 de novembro de 1602.

Em 2001, o então patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, esteve em Daca para a cerimónia de reabertura da igreja do Santo Rosário, construída pelos missionários agostinhos em 1677.

A primeira catedral instituída no Bangladesh acolhe as lápides dos missionários portugueses.

No Bangladesh, o Papa Francisco vai visitar o memorial nacional aos mártires de Savar, falando a autoridades políticas e religiosas.

O programa inclui um momento inter-religioso de oração pela paz.

OC

Notícia atualizada às 10h19

Por que os bispos e cardeais de Mianmar se vestem de branco como o Papa?

Papa Francisco com os bispos de Mianmar. Foto: L'Osservatore Romano

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Nov. 17 / 06:30 pm (ACI).- Durante a visita do Papa Francisco a Mianmar, os cardeais e bispos do país se vestiram de branco publicamente e surpreenderam os fiéis, uma cor geralmente reservada ao Pontífice.


O Arcebispo de Yangun, Cardeal Charles Maung Bo e os outros bispos de Mianmar usaram batinas brancas.

No caso dos cardeais, o solidéu, a faixa e os botões são vermelhos, enquanto os bispos usam a cor roxa e os sacerdotes a cor preta.

Entretanto, há duas exceções que permitem os sacerdotes usarem a cor branca diariamente: A primeira é estar em uma "Terra de Missão" e a segunda, estar em zonas tropicais muito quentes, onde a cor branca ajuda resistir o calor.

Em ambos os casos, a única regra para demostrar respeito ao Papa é que os sacerdotes usem a batina branca com os detalhes da cor atribuída segundo a sua missão na Igreja, sendo reservada a batina totalmente branca (incluindo botões, faixa e solidéu) ao Sucessor de São Pedro.

Em Mianmar são cumpridos os dois requisitos: é uma "Terra da Missão", que ainda necessita de missionários e missionárias em ação e cuja evangelização precisa de um cuidado especial da Pontifícia Congregação para a Evangelização dos Povos e, nesta época do ano, a temperatura supera facilmente os 30 graus, com 81% de umidade, o que aumenta a sensação de calor.

Mianmar é um país de maioria budista, onde os cristãos são apenas 4% da população.

Hoje Igreja celebra Santo André Apóstolo, a “ponte do Salvador”



REDAÇÃO CENTRAL, 30 Nov. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 30 de novembro, é celebrada a festa de Santo André Apóstolo, irmão de Pedro e patrono da Igreja Ortodoxa. As passagens dos Evangelhos que mostram como André aproximou algumas pessoas de Jesus lhe renderam o título de “ponte do Salvador”.

Santo André nasceu na Betsaida. De início, foi discípulo de João Batista e logo começou a seguir Jesus. Foi por intermédio dele que Pedro conheceu o Senhor. “Encontramos o Messias”, disse ao seu irmão.

Aparece ainda no episódio da multiplicação dos pães e dos peixes, quando indica a Jesus um jovem que tinha apenas cinco pães e dois peixes.

Além disso, ao lado de Filipe, dirige-se a alguns gregos e os leva a conhecer o Salvador.

A tradição assinala que, depois do Pentecostes, o apóstolo André pregou em muitas regiões e foi crucificado na Acaia, Grécia. Diz-se que a cruz em que morreu tinha forma de “X”, a qual ficou conhecida popularmente como “cruz de Santo André”.

Esta cruz recebeu as seguintes palavras do apóstolo: “Salve Santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou!”.

Santo André é também fundador da Igreja em Constantinopla, nome antigo da atual cidade do Istambul, na Turquia.

Em um dia como este em 2014, o Papa Francisco, sucessor do Pedro, e o Patriarca Bartolomeu, herdeiro de Santo André, renovaram na Turquia os laços de irmandade entre ambas as Igrejas.

Naquela ocasião, durante a homilia, Francisco dirigiu estas palavras ao Patriarca: “Amado irmão, caríssimo irmão, estamos já a caminho, a caminho para a plena comunhão e já podemos viver sinais eloquentes de uma unidade real, embora ainda parcial. Isso nos conforta e sustenta na prossecução deste caminho”.

Por fim, declarou: “Temos a certeza de que, ao longo desta estrada, somos apoiados pela intercessão do Apóstolo André e do seu irmão Pedro, considerados pela tradição os fundadores das Igrejas de Constantinopla e de Roma. Imploramos de Deus o grande dom da unidade plena e a capacidade de o acolher nas nossas vidas. E não nos esqueçamos jamais de rezar uns pelos outros”.

Canção sobre a Maria e o significado do Natal segue revolucionando YouTube [VÍDEO]




REDAÇÃO CENTRAL, 30 Nov. 17 / 07:00 am (ACI).- O videoclipe da canção “Mary, did you know?” (Maria, você sabia?), interpretada à capela pelo grupo Pentatonix, até então foi visualizado por mais de 142 milhões de pessoas depois de ter revolucionado o YouTube no seu lançamento em 2014.

Próximo ao tempo do Advento daquele ano, as cinco vozes do Pentatonix lançaram o seu disco natalino “That’s Christmas to me” vendido no iTunes, recordando o verdadeiro sentido das festas natalinas.

A letra da canção foi escrita pelo compositor cristão norte-americano Mark Lowry em 1984, a pedido de um pastor para um teatro de Natal. Lowry escreveu várias perguntas dirigidas à Virgem Maria.

Anos depois, Lowry buscou um fundo musical e foi Buddy Greene quem o compôs. Desde então, foi interpretada por mais de 30 artistas.

Esta é a letra da canção traduzida ao português:

Maria, você sabia?

Maria, você sabia que seu filho irá um dia andar sobre a água?
Maria, você sabia que seu filho vai salvar nossos filhos e filhas?

Você sabia que seu filho veio para te fazer nova?
Que essa criança que você deu à luz, em breve, trará a Luz para você?

Maria, você sabia que seu filho vai dar visão a um cego?
Maria, você sabia que seu filho vai acalmar uma tempestade com a própria mão?

Você sabia que seu filho caminhou onde anjos pisaram?
Que quando beijava o seu bebê você beijava o rosto de Deus.

Maria, você sabia? Maria, você sabia?

Os cegos verão, os surdos ouvirão;
Os mortos voltarão a viver;
Os paralíticos saltarão;
Os mudos falarão os louvores do Cordeiro.

Maria, você sabia que seu filho é o Senhor de toda a criação?
Maria, você sabia que seu filho irá um dia governar as nações?

Você sabia que seu filho é o Cordeiro Perfeito dos céus?
Que o Menino adormecido que você segura é o grande EU SOU?

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A luta pela terra deixa nua a violência do poder

domtotal.com
A experiência humana de luta pela terra se torna mediação necessária entre o ser social e a consciência social que influencia na atuação do sujeito Sem Terra.
A experiência da luta pela terra marca indelevelmente quem dela participa e suscita o ímpeto de contá-la na busca de caminhos emancipatórios.
A experiência da luta pela terra marca indelevelmente quem dela participa e suscita o ímpeto de contá-la na busca de caminhos emancipatórios. (Reprodução)
Por Gilvander Moreira

A opressão do latifúndio, dos latifundiários e do capitalismo tem levado, de alguma forma, a um emudecimento dos sem-terra e ao desejo de libertar-se da experiência de ser expropriado e ignorado nos seus direitos; tem levado à banalização da existência humana, à perda de valores. Entretanto, na contramão da ordem estabelecida, no Brasil, a experiência da luta pela terra marca indelevelmente quem dela participa e suscita o ímpeto de contá-la na busca de caminhos emancipatórios. Isso constatamos na nossa pesquisa de doutorado sobre Luta pela terra enquanto pedagogia de emancipação humana, na FAE/UFMG, defendida em maio de 2017. Para que o tempo volte a ser qualitativo e gere experiências com significações e valores, urge resgatarmos a memória de lutas que subvertem a banalização do sentido da existência humana. A experiência humana de luta pela terra se torna mediação necessária entre o ser social e a consciência social que influencia na atuação do sujeito social Sem Terra. Concordamos com Thompson, quando ele afirma que “é a experiência (muitas vezes a experiência de classe) que dá cor à cultura, aos valores e ao pensamento: é por meio da experiência que o modo de produção exerce uma pressão determinante sobre outras atividades...” (THOMPSON, 1981, p. 112).

A experiência de ser camponês Sem Terra, expulsando o medo e participando de uma ocupação de terra, resistindo na terra e participando de todas as lutas inerentes à luta pela terra, é algo que marca indelevelmente a vida de um camponês. Mesmo que este camponês deixe de ser um militante do MST, jamais será a mesma pessoa de antes. Há nessa experiência algo de emancipatório que contribui para a superação do capitalismo, uma vez que não podemos esquecer o que Walter Benjamim afirmou: “a experiência de nossa geração: o capitalismo não morrerá de morte natural” (BENJAMIN, 2006, p. 708).

A Constituição de 1824, do Brasil imperial, determinava acerca do Direito de Propriedade em seu artigo 179, inciso XXII, nos seguintes termos, com grafia da língua portuguesa da época:

“Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte. XXII. É garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem publico legalmente verificado exigir o uso, e emprego da Propriedade do Cidadão, será elle préviamente indemnisado do valor della. A Lei marcará os casos, em que terá logar esta unica excepção, e dará as regras para se determinar a indemnisação” (PORTO, 1985, p. 37).

Na prática muitas decisões do poder judiciário no Brasil relativos aos conflitos agrários e urbanos -pedidos de reintegração de posse - são julgados como se estivéssemos ainda regidos pela Constituição de 1824 do Brasil imperial, a que prescrevia direito absoluto de propriedade. Esquecem geralmente os magistrados que a Constituição de 1988 prescreve que a Propriedade tem que cumprir sua função social, coluna mestra da propriedade. Ou seja, se a propriedade não cumpre sua função social ela deixa de existir juridicamente.

Após as revoluções do século XVIII – a francesa e a dos Estados Unidos -, acolhendo os interesses liberais da burguesia nascente na Europa, a Constituição do Brasil, de 1824, garantiu juridicamente o interesse individual absoluto do proprietário, em detrimento dos direitos sociais da coletividade. Ao proprietário ficou assegurada a plena liberdade de ‘uso, gozo e disposição do proprietário’[1], sem função social da propriedade da terra e, com uma única exceção: a utilização do seu imóvel pelo Estado, mediante indenização prévia. Esse conceito de propriedade plena ficou conhecido como “absolutização” do Direito de Propriedade. Afirmava-se, assim, a individualidade de cada proprietário e o direito civil de propriedade inviolável e não mais o centralismo monárquico. O caput do artigo 179 da Constituição de 1824 garantia a propriedade como fundamento dos direitos civis dos cidadãos brasileiros, ao expressar, na grafia da língua portuguesa da época: “A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio”.

Aqui cabe recordar a função dupla do poder como violência na instituição do Direito, conforme nos ensina Walter Benjamin. “A função do poder como violência na instituição do Direito é dupla, na medida em que essa instituição se propõe ser aquilo que se institui como Direito, como seu fim, usando a violência como meio; mas, por outro lado, no momento da aplicação dos fins em vista como Direito, a violência não abdica, mas transforma-se, num sentido rigoroso e imediato, em poder instituinte do Direito, na medida em que estabelece como Direito, em nome do poder político, não um fim livre e independente da violência, mas um fim necessária e intimamente a ela ligado” (BENJAMIN, 2012, p. 77).

Ao analisar a evolução histórica do Direito de Propriedade nas constituições brasileiras, Figueira comenta sobre a Constituição de 1824: “A Constituição do Império garantiu a propriedade de modo absoluto e aos moldes das Constituições Francesa e Portuguesa” (FIGUEIRA, 2007, p. 29). E, os Sem Terra, na luta pela terra, exigem que a Constituição de 1988 seja respeitada pelo poder judiciário e não a prescrita Constituição de 1824.

[1]Conceitos do Direito Romano sobre a propriedade: jus utendi, fruendi et abutendi (Direito de usar, fruir e abusar).

Referências.

BENJAMIN, Walter. BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Organização e tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

____. Passagens. Organização da edição brasileira Willi Bolle. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

FIGUEIRA, Lúcia Valle. Função social da propriedade urbana e o plano diretor. Belo Horizonte: Fórum, 2007.

PORTO, Walter Costa. A Constituição de 1824. Brasília: Institutos dos Advogados do Brasil, 1985.

THOMPSON, Edward Palmer. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1981


Gilvander Moreira
é frei e padre da Ordem dos carmelitas; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália; doutor em Educação pela FAE/UFMG; assessor da CPT, CEBI, CEBs, SAB e Ocupações Urbanas; professor de “Direitos Humanos e Movimentos Populares” em curso de pós-graduação do IDH, em Belo Horizonte, MG, autor de livros e artigos.

O restrito clube das potências nucleares

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Teste de sistema antimísseis no Pacífico em 2013.
Teste de sistema antimísseis no Pacífico em 2013. (DoD/AFP/Arquivos).

Mais de 90% das reservas mundiais de armas atômicas estão nas mãos da Rússia e dos Estados Unidos, juntamente com outros sete países, incluindo a Coreia do Norte - o fechado clube de potências nucleares.

Hoje, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou que seu país se tornou um Estado nuclear de pleno direito, após testar com sucesso um novo tipo de míssil capaz de atingir qualquer lugar dos Estados Unidos.

Das 15.000 ogivas nucleares registradas no mundo, cerca de 4.000 estão prontas para serem usadas, segundo estimativas da Federação de Cientistas Americanos (FAS).

Até agora, apenas os Estados Unidos recorreram a esse tipo de armamento, em 6 e 9 de agosto de 1945, contra as cidades japonesas de Hiroshima (140.000 mortos) e Nagasaki (70.000 mortos). Esses dois bombardeios precipitaram a capitulação do Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial.

Firmado em 1968 e em vigor desde 1970, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) obriga os cinco países que oficialmente dispõem da bomba atômica (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China) a não transferir tecnologia militar nuclear para outros países. O TNP também proíbe a obtenção, ou a fabricação, de arma atômica, no caso dos países que ainda não a possuem.

Desde então, alguns países renunciaram a seu programa nuclear militar, como Suécia (1968), Suíça (1969), África do Sul (1991) e as antigas repúblicas soviéticas.

Apesar do TNP, quatro Estados se dotaram de bomba nuclear: Paquistão, Índia e Israel - nenhum deles signatário do tratado - e, mais recentemente, Coreia do Norte, que se retirou do acordo em 2003. Israel nunca confirmou, nem desmentiu, esse status.

Entre os cientistas acusados de terem participado da proliferação atômica, está o paquistanês Abdul Qadeer Khan, considerado um herói em seu país por ter dado ao mundo muçulmano sua primeira bomba nuclear.

Em 2004, ele confessou ter vendido segredos nucleares para Irã, Líbia e Coreia do Norte. Retratou-se em 2009, após passar vários anos em prisão domiciliar.

O Irã constitui um caso particular.

Suspeito - segundo a comunidade internacional - de buscar desenvolver a arma atômica nos anos 2000, Teerã alcançou em julho de 2015 um acordo com as grandes potências, garantindo o caráter civil de seu programa nuclear, em troca da suspensão progressiva das sanções internacionais.

Agora, o presidente americano, Donald Trump, ameaça retirar seu país do acordo.


AFP

Papa pede a budistas birmaneses superação do preconceito e do ódio

domtotal.com
Não é mais possível "permanecermos isolados uns dos outros", afirma Francisco aos budistas.
"As oportunidades de encontro e diálogo entre os líderes religiosos são um elemento importante na promoção da justiça e da paz em Mianmar", disse Francisco (ANSA).

Recebido na tarde desta quarta-feira (29) pela máxima instituição budista de Mianmar, o Papa Francisco considerou "necessário superar todas as formas de incompreensão, intolerância, preconceito e ódio".

O momento é especialmente delicado, em meio às críticas da comunidade internacional ao país por causa da crise dos rohingyas.

Convidado a discursar no comitê do Sangha Maha Nayaka (instituição nomeada pelo governo que regula o clero budista), o Papa evitou falar especificamente sobre a minoria muçulmana, a qual estaria sendo vítima de uma "limpeza étnica", segundo a ONU e os Estados Unidos.

Nessa viagem inédita a um país de maioria budista, o sumo pontífice pediu unidade, afirmando que não é mais possível "permanecermos isolados uns dos outros".

"Como podemos fazer? As palavras do buda oferecem a cada um de nós um guia: 'Elimine o ódio com a ausência de ódio, vença o mal com a bondade, desfaça a avareza com a generosidade, vença a mentira com a verdade'", citou Francisco, nesse encontro com Sangha, a mais alta instância budista do país.

Na terça-feira, Francisco pediu "respeito a todos os grupos étnicos", mas evitou pronunciar a palavra "rohingya" e não fez menção direta ao êxodo para Bangladesh dessa minoria muçulmana vítima de perseguições.

Em um discurso pronunciado diante das autoridades civis do país na capital, Naypyidaw, o Papa também defendeu um "compromisso pela justiça e respeito aos direitos humanos".

No país, a xenofobia e o ódio dos muçulmanos ganham terreno, e boa parte da população considera os rohingyas imigrantes em situação ilegal.

O alto clero budista, que levou anos até banir o movimento dos monges extremistas de Wirathu responsável pela propagação do ódio do Islã, nunca se pronunciou a favor da minoria muçulmana discriminada.

Mais de meio milhão no país, os monges são uma força considerável e sempre participaram da política nacional. Na época da junta militar, estiveram com frequência na linha de frente nos protestos contra a ditadura.

Hoje mais visíveis e os únicos a se manifestarem no país, os mais virulentos descartaram esse apelo do papa à tolerância.

"Estamos felizes que ele não tenha pronunciado a palavra 'rohingya', mas quero sugerir a ele para ler o Corão para ver se ele vai continuar a achar que é uma religião de paz", comentou Sithu Myint, um militante nacionalista ligado aos monges radicais.

Multidão colorida para a missa

Em uma missa campal realizada esta manhã antes da reunião com Sangha, o papa recomendou "o perdão" aos cerca de 150 mil fiéis católicos que compareceram para vê-lo e ouvi-lo.

Diante da multidão, o papa considerou que chegou a hora de perdoar, "ainda que muitos carreguem as feridas da violência, sejam elas visíveis, ou invisíveis".

Diante de multidão colorida e bastante contida, vestindo roupas étnicas e agitando um mar de bandeiras birmanesas e do Vaticano, o papa disse ter "vindo oferecer algumas palavras de esperança".

Muito emocionado com a primeira visita de um papa ao país, vários católicos passaram a noite no imenso campo onde aconteceria a missa, no centro de Yangun, capital econômica do país.

"Nunca sonhei em ver o papa ainda em vida!", comemorou Meo, de 81 anos, da minoria Akha.

Já Gregory Than Zaw, da etnia Karen, que chegou de ônibus junto com outras 90 pessoas, comentou que "nunca viu tantos católicos".

Na segunda parte de sua turnê, o papa desembarca nesta quinta no muçulmano Bangladesh, país onde mais de 900 mil refugiados rohingyas vivem em acampamentos de condições insalubres.

Francisco deve se reunir com membros dessa comunidade apátrida em Dacca.


AFP

Fernando Henrique: está na hora do PSDB cair fora do governo Temer

Por Andréia Sadi
29/11/2017 09h23  Atualizado há 3 horas

Foto: (Reprodução/GloboNews)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse em entrevista ao Blog nesta quarta-feira (29) que está na hora de o PSDB "cair fora" do governo. A razão principal, para o ex-presidente, é a busca de identidade do partido nas eleições de 2018.

"Não precisa de data. Qual a razão principal pela qual para o PSDB é melhor ficar fora do governo? O PSDB quer ter candidato à presidência da República. Então precisa ter autonomia, cara própria. O governo é o governo do PMDB".
O tucano defende a saída dos ministros do PSDB do governo, com exceção do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. "Assim com o da Defesa, Relações Exteriores é questão de Estado. Não é uma posição política-partidária. Os outros podem perfeitamente, educadamente, falar com o presidente que está na hora de cair fora", disse.
FH afirma que a saída do governo não significa que o partido não apoiará as reformas, como a da Previdência. "Não se pode romper com o governo porque precisamos votar as reformas. Mas queremos ganhar espaço de liberdade para definirmos nossa cara no ano que vem".
No final de semana, Michel Temer quer discutir a data da saída do PSDB com Geraldo Alckmin.
Para o ex-presidente, o PSDB não precisa de data marcada para desembarcar. "Coisa complicada que pode ser simples".


Cearense é a doutora mais jovem do Brasil

Segundo Bruna, o gosto pela ciência e pela pesquisa exigiram alguns sacrifícios, como fins de semana nos laboratórios e vários dias distante da família

18:10 | 28/11/2017287798 FacebookTwitterGoogle+
Em 2014, na Alemanha, Bruna Mara recebeu o prêmio CDE Grant Winner, 
no Congresso de Neurociência Aplicada e Translacional (Foto: Reprodução/Facebook)

A cearense Bruna Mara Machado Ribeiro atingiu o recorde de doutora mais jovem do Brasil. Nascida em 13 de setembro de 1988, ela concluiu Doutorado em Farmacologia no dia 17 de junho de 2015, com 26 anos, nove meses e cinco dias. A informação é do site Rank Brasil.

Ela realizou o Doutorado pelo programa de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), e defendeu sua tese com o tema "Estudo dos Efeitos Neuroprotetores do Ômega-3, Liraglutide, Risperidona e Clozapina em um modelo neuroinflamatório induzido por Poly I:C em cultura primária de célula Hipocampais".

Segundo a doutora, o gosto pela ciência e pela pesquisa exigiram alguns sacrifícios, como fins de semana nos laboratórios, períodos de dedicação exclusiva ao estudo, horas de experimentos e vários dias distante da família. "O recorde não me envaidece, mas a história de superação enobrece minha alma", postou em seu Facebook.

Bruna leva uma vida de estudos desde a infância. No colégio público, obteve, em 2003, Menção Honrosa na 1ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas do Ceará, organizada pelo Governo do Estado do Ceará, Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia (CNPQ).

Hoje, é professora de Embriologia, histologia e Farmacologia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), tutora do Programa Mais Médicos do Governo Federal e sócia da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC). Na pesquisa, realiza estudos com foco nos mecanismos neurodesenvolvimentais, neuroinflamatórios e neuroprotetores.

Redação O POVO Online

Papa Francisco: O amor de Cristo revelado na cruz é como um GPS espiritual

Papa Francisco durante a Missa. Foto: L'Osservatore Romano

Vaticano, 29 Nov. 17 / 09:34 am (ACI).- Durante a Missa celebrada no Kyaikkasan Ground, na cidade de Yangun, em Mianmar, o Papa Francisco afirmou que o amor de Cristo revelado na cruz "é como um GPS espiritual".

Diante de aproximadamente 150 mil fiéis presentes na celebração realizada na manhã de hoje, a partir das 8h30(hora local), o Santo Padre refletiu sobre a sabedoria do Senhor, e como perante o ódio e a violência, ele sempre respondeu com misericórdia e amor.

Ao terminar a Missa e em suas palavras de agradecimento pela presença do Papa em Mianmar, o Arcebispo de Yangun, Cardeal Charles Maung Bo, disse que “esta é como a experiência do Monte Tabor. Os católicos simples têm uma experiência impressionante".

"Apenas um ano atrás, o pensamento deste pequeno rebanho de partir o pão com o Papa Francisco era só um sonho. Somos um pequeno rebanho, somos como Zaqueu. Entre as nações, não podemos ver o nosso pastor. Como Zaqueu, se somos chamados, descemos porque queremos ir à tua casa".

"Santo Padre Francisco: Um bom pastor busca os pequenos e os marginalizados. Você pronunciou a palavra e partiu o pão", disse o Cardeal.

O Purpurado também disse que "este dia permanecerá no coração das pessoas que estão aqui. Nosso querido Santo Padre, todos os católicos te cumprimentam aqui com um coração generoso".

"Um milagre aconteceu hoje. Todos voltamos como um milagre de Deus. Obrigado e esse pequeno rebanho reza por você".

"Muito obrigado, obrigado por tudo", concluiu o Cardeal falando em espanhol.

A homilia

A "mensagem de perdão e misericórdia" de Cristo, disse o Pontífice na sua homilia em italiano, traduzida ao idioma local dos participantes, "obedece a uma lógica que nem todos querem compreender e que encontra obstáculos".

“Contudo, o seu amor é definitivamente inabalável. É como um GPS espiritual que nos guia infalivelmente rumo à vida íntima de Deus e ao coração do nosso próximo", afirmou durante a Missa celebrada em inglês, em latim e em algumas línguas locais.

Além disso, o Pontífice disse que "o intérprete definitivo dos mistérios de Deus é Jesus. Ele é a sabedoria de Deus pessoalmente. Jesus não ensinou a sua sabedoria com longos discursos ou por meio de grandes demonstrações de poder político ou terreno, mas com a oferta da sua vida na cruz". "Às vezes, podemos cair na armadilha de confiar na nossa própria sabedoria, mas na verdade podemos nos desorientar facilmente. Nesses momentos, devemos recordar que temos diante de nós uma bússola segura: o Senhor crucificado".

Na cruz, o Santo Padre continuou: "encontramos a sabedoria que pode guiar nossas vidas com a luz que vem de Deus. Da cruz vem também a cura. Na cruz, Jesus ofereceu as suas feridas ao Pai por nós, as feridas que nos curaram. Para que sempre possamos ter a sabedoria de encontrar nas feridas de Cristo a fonte de toda a cura".

Vídeo racista: saiba o que pode acontecer com procedimento da mulher

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Casal de artistas prestou queixa na polícia e, mesmo assim, a mulher se gabou de que não teria que responder pelo crime por morar no Canadá e o processo correr no Brasil.
Day  Mccarthy deu declarações racistas a Titi, filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso.
Day  Mccarthy deu declarações racistas a Titi, filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. (Reprodução).

A capixaba Dayane de Andrade, conhecida nas redes sociais como Day  Mccarthy, ganhou destaque após gravar um vídeo neste sábado, 25, com  declarações racistas a Titi, filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso.
Resultado de imagem para filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso.
Titi foi adotada em 2016 pelo casal de atores (foto: Reprodução/Instagram)
O casal prestou queixa na polícia e, mesmo assim, a mulher se gabou de  que não teria que responder pelo crime por morar no Canadá e o processo  correr no Brasil. Conversamos com profissionais da área para saber  qual é o crime pelo qual ela pode ser investigada e as possíveis penas.

Para a advogada Carla Benedetti, mestre e doutora em Direito Penal pela  PUC-SP, o crime em questão é de injúria qualificada por preconceito de  raça e cor previsto no Artigo 140, parágrafo 3º. Nesse caso, a pena  prevista é de reclusão de um a três anos e multa.

O criminalista Miguel Pereira Neto concorda com a tipificação do crime e  explica que o caso não pode ser qualificado como racismo porque esse  crime, especificado na lei 7716/89, é praticado contra a coletividade e  não contra uma pessoa ou grupo específico.

"É claro que essa acusação contra a pessoa pode vir a ter uma conotação  genérica também e aí atingir a todos, mas pelo que se apresenta no caso,  ao menos o que eu pude saber do caso, aí não se enquadraria em racismo,  mas sim em injúria", explica Miguel.

O criminalista ainda ressalta que se Dayane não for reincidente, há a  possibilidade dela cumprir sua pena em liberdade, uma vez que isso é  permitido para casos de penas iguais ou inferiores a quatro anos para  não-reincidentes.

Sobre sua afirmação de que não teria que cumprir pena pelo seu crime por  morar fora do País, Carla Benedetti diz que há regras de reciprocidade e  de cooperação internacional que não permitiriam tal impunidade. "Essas  regras podem optar até mesmo em punir lá e aqui, porque o crime  praticado no caso é transnacional", fala.

Miguel Pereira Neto ressaltou um entendimento do Supremo Tribunal  Federal brasileiro em favor da substituição da pena por outra  alternativa como, por exemplo, prestação de serviços à comunidade. Caso  isso ocorra, o criminalista entende que provavelmente ela não seria  extraditada para o Brasil e cumpriria a pena no Canadá mesmo, mesmo  procedimento caso ela seja não-reincidente e possa responder em  liberdade.


Agência Estado

Parte de geleira se desprende na Patagônia chilena

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'O mais singular, anedótico e chamativo é que este é um iceberg de dimensões maiores que as observadas' em desprendimentos anteriores nesta geleira.
O iceberg de 350 por 380 metros se desprendeu da geleira Grey, localizada no Parque Nacional Torres del Paine, um dos pontos turísticos mais visitados no sul do Chile, a cerca de 2.000 km de Santiago.
O iceberg de 350 por 380 metros se desprendeu da geleira Grey, localizada no Parque Nacional Torres del Paine, um dos pontos turísticos mais visitados no sul do Chile, a cerca de 2.000 km de Santiago. (CONAF/AFP).

Uma parte grande de uma geleira milenar da Patagônia chilena se desprendeu sobre um extenso lago, o que poderia pôr em risco a navegação na zona, informou nessa terça-feira (28) o Instituto Antártico do Chile (Inach).

O iceberg de 350 por 380 metros se desprendeu da geleira Grey, localizada no Parque Nacional Torres del Paine, um dos pontos turísticos mais visitados no sul do Chile, a cerca de 2.000 km de Santiago.

"O mais singular, anedótico e chamativo é que este é um iceberg de dimensões maiores que as observadas" em desprendimentos anteriores nesta geleira, disse Ricardo Jaña, glaciologista do Inach.

Em 2 de novembro foi registrada uma protuberância na geleira em "uma zona de instabilidade, o que teria lhe dado a liberdade de se desprender como um grande bloco", acrescentou o especialista.

Apesar do lago ser bastante extenso (cerca de 13 km), existe a probabilidade de que o iceberg "seja um obstáculo para a navegação caso se desintegre" em pedaços menores, acrescentou Jaña.

As causas do desprendimento não foram especificadas na informação difundida pelas autoridades.

Com mais de 24.000 geleiras - mais de 70% de todas as massas de gelo existentes na América do Sul -, o Chile é a terceira reserva mundial de água.

Cientistas do mundo todo alertam há décadas sobre o risco que as geleiras correm devido às mudanças climáticas, que provocaram perdas de volume de gelo.

Estudos indicam que a temperatura na Patagônia sobe dois graus Celsius a cada 100 anos, segundo o relatório do Inach.


AFP

Bolívia: Tribunal autoriza nova candidatura Evo Morales

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Morales poderá tentar um quarto mandato, apesar de mais da metade dos bolivianos ter rejeitado a 
Morales poderá agora aspirar completar quase duas décadas de mandato em 2025.
Morales poderá agora aspirar completar quase duas décadas de mandato em 2025. (Reuters)
Por Daniel Ramos

La Paz - O presidente boliviano, Evo Morales, pode tentar um quarto mandato consecutivo em 2019, após o Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP) eliminar nessa terça-feira limites à reeleição.

Morales poderá agora aspirar completar quase duas décadas de mandato em 2025, apesar de mais da metade dos bolivianos ter rejeitado em fevereiro do ano passado uma modificação constitucional que eliminava os limites que uma pessoa pode se candidatar a um cargo.

"Esta disposição... está justamente permitindo que essas pessoas se candidatem, porque definitivamente quem escolhe é o povo boliviano", disse o presidente do tribunal, Macario Lahor Cortez.

O governo boliviano apresentou um recurso ao tribunal para declarar a inaplicabilidade de vários artigos da Constituição e da lei do regime eleitoral, que impediam que Morales fosse candidato em 2019.

"A decisão foi unânime em sessão plenária, o Tribunal Constitucional Plurinacional atuou de acordo com o estabelecido pela Constituição Política do Estado e as convenções internacionais", disse Cortez.


Reuters

Amar vale a pena?

  Awebic | Nov 28, 2017
By lissa93 | Shutterstock
O amor pode ser assustador, mas ainda assim, ame intensamente

Abra seu coração e ame.

Derrube suas paredes.

Baixe sua guarda.

Diminua qualquer barreira que esteja no seu caminho.

Ame ferozmente e sem medo, não compre qualquer ideia sobre como o amor deveria ser. Permita-se se apaixonar e siga seu instinto.

Amar pode ser amedrontador às vezes.

Cair na incerteza de que seus sentimentos não estão sendo retornados ou dar todo seu carinho, de todo o coração, sem nenhuma expectativa pode ser bastante assustador.

Mas de qualquer forma, ame.

Ame mesmo quando as preocupações mais obscuras o consomem.

Ame mesmo quando essa felicidade que você tem, esse amor que você encontrou e essa alma gêmea que você identificou estão fugindo de você.

Ame mesmo quando você se questiona se é boa o suficiente ou se merece esse amor. Ame mesmo quando todas as dúvidas se aproximam.

Ame!

Mesmo quando você derrama todo seu afeto, que transborda, em alguém que possa mudar de ideia amanhã.

Ame mesmo quando todas as inseguranças falaram mais alto.

Ame!

Mesmo quando você tá cada pedaço de você mesmo a essa pessoa que pode virar as costas para você.

Ame mesmo quando estiver ocupada demais planejando seu futuro.

Eu sei que você não quer isso. Eu entendo. Entendo que você nunca quer ser pega com a guarda baixa. O pior tipo de desgosto é o amor que vai embora.

Você está com medo de dar o melhor de si apenas para ser deixada com nada.

Você tem medo porque é realmente aterrorizante amar tão profundamente: por ficar nua nas suas vulnerabilidades, por ter a possibilidade de se arruinar, por estar fora de controle, por ter a chance de ter o coração partido.

Mas às vezes a solução é simplesmente amar mais.

Ame sem restrições, sem reciprocidade, sem expectativas. Em meio à incerteza, confie em sua jornada que tudo vai acabar como supostamente deve ser.

Enfrente cada obstáculo que bloqueie seu caminho e nunca perca a fé. Em cada obstáculo, seja você mesma e dê o melhor de si para não viver com arrependimentos.

Porque às vezes o melhor remédio para o medo do desconhecido é simplesmente abraçá-lo.

Saiba como você está se sentindo e pense nas razões pelas quais você se sente assim. Afirme que você é maior do que qualquer coisa que esteja te assombrando, e então, apenas deixe-as irem embora.

Cuide da pessoa com quem você está, porque o agora é tudo que você tem.

Na cena do amor moderno, nunca tenha medo de ser a pessoa que se importa mais, que vai além e que ama sem se proteger.

Seja a pessoa que escreve de volta, faça o primeiro movimento, confesse todo seu sentimento. Revele sua emoção, mostre seu eu mais autêntico e seja vulnerável.

Demonstre seu amor todos os dias. Vista seu amor e faça o que é certo para você. Ouça sua própria voz e viva sua própria verdade.

E nunca se conforme com uma vida abaixo do seu grande e generoso amor.

Nunca ceda às emoções obscuras. Nunca desista de se esforçar para alcançar a vida que você sabe que merece.

Nunca pare de escolher o amor.

É preciso abrir o coração se se sentir confortável em sua própria pele. Você precisa desistir de seus medo para alcançar todo o amor que está bem além dos seus sonhos mais selvagens.

Escolha sempre o amor acima de tudo.

Pois o amor, o grande amor, o todo-consumidor e bonito amor em que você acredita, é sempre valioso.

(Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Thought Catalog escrito por Liane White. Via Awebic)