quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Alvo da 45ª fase da Lava Jato, filho de ministro do TCU tem R$ 1,7 milhão bloqueado de contas bancárias

Juiz Sérgio Moro havia determinado o bloqueio de até R$ 6 milhões.
Por Thais Kaniak, G1 PR, Curitiba
30/08/2017 13h32  Atualizado há 20 minutos
  Filho do presidente do TCU, o advogado Tiago Cedraz, foi alvo de busca e apreensão na 45ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Reprodução)
Filho do presidente do TCU, o advogado Tiago Cedraz, foi alvo de busca e apreensão na 45ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Reprodução)

O Banco Central do Brasil (Bacen) bloqueou R$ 1.779.859,32 de contas e investimentos bancários de Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU). Tiago Cedraz foi um dos alvos de busca e apreensão da 45ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em 23 de agosto. *Confira abaixo as principais suspeitas.
O juiz federal Sérgio Moro – responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância – havia pedido o bloqueio de até R$ 6 milhões de Tiago Cedraz. O Bacen explicou que a determinação foi "cumprida parcialmente por insuficiência de saldo".
O documento do bloqueio, realizado no dia 24 de agosto, foi juntado ao processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná na terça-feira (29).
Conforme Sérgio Moro, o valor ordenado nos bloqueios correspondente aproximadamente ao total pago pela empresa norte-americana Sargeant Marine, que forneceu asfalto para a Petrobras, entre 2010 e 2013, a título de comissão.
"Observo que a medida ora determinada apenas gera o bloqueio do saldo do dia constante nas contas ou nos investimentos, não impedindo, portanto, continuidade das atividades das empresas ou entidades, considerando aquelas que eventualmente exerçam atividade econômica real", explicou o juiz federal no despacho que autorizou o cumprimento dos mandados e os bloqueios.
No dia da deflagração da última etapa da Lava Jato, Tiago Cedraz divulgou nota reiterando "sua tranquilidade quanto aos fatos apurados por jamais ter participado de qualquer conduta ilícita". Ele afirmou que "confia na apuração conduzida pela Força Tarefa da Lava Jato e permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários".
Outro bloqueio
Sérgio Moro também tinha determinado o bloqueio de até R$ 6 milhões das contas de Sergio Tourinho Dantas, outro alvo de busca e apreensão da 45ª fase da operação.
Das contas de Sergio Tourinho Dantas, que é advogado, o Bacen bloqueou R$ 301.162,40, com a mesma justificativa de que a ordem foi "cumprida parcialmente por insuficiência de saldo".

Em petição protocolada no sistema eletrônico da Justiça Federal, a defesa de Dantas afirmou, à época da deflagraação, que o cliente foi surpreendido com a "desnecessária" busca e apreensão na casa dele e que está à disposição do juiz, das autoridades policiais e do Ministério Público para prestar esclarecimento.
Principais suspeitas
Operação Abate II apura a participação de 2 advogados em esquema de propina na Petrobras.
A ação é uma continuação da Abate I, que investiga irregularidades na contratação da Sargeant Marine pela Petrobras.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a Sargeant pagou US$ 500 mil ao PT, ao ex-deputado Cândido Vaccarezza e a funcionários da Petrobras para fornecer asfalto à estatal.
A Abate II indica que Cedraz e outro advogado receberam comissões em contas na Suíça para facilitar a contratação da Sargeant pela Petrobras.
Citações sobre Tiago Cedraz
O lobista Jorge Luz, que está preso em Curitiba, disse em depoimento que o advogado Tiago Cedraz intermediou conversas entre a empresa norte-americana Sargeant Marine e a Petrobras e que ele teria recebido US$ 20 mil em propina por isso. Tiago Cedraz recebeu os recursos em contas mantidas na Suíça em nome de offshores, de acordo com as investigações.
Nos últimos anos, Tiago Cedraz se tornou um nome recorrente na Lava Jato. Em julho de 2015, o advogado já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão em seu escritório de advocacia, o Cedraz Advogados.
Delatores da Lava Jato – como Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, e executivos e ex-dirigentes da Odebtrech – também citaram Tiago Cedraz em depoimentos.
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