terça-feira, 4 de julho de 2017

Extinção dos dinossauros levou à multiplicação de espécies de sapos

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Dez espécies de sapos sobreviveram à extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, após a queda de um asteroide que eliminou 75% da vida na Terra.
Entre as sobreviventes, só três grandes espécies de sapos conseguiram se diversificar.
Entre as sobreviventes, só três grandes espécies de sapos conseguiram se diversificar. (AFP/Arquivos).

O desaparecimento dos dinossauros permitiu que os sapos se multiplicassem e se tornassem um dos vertebrados com mais variedades do mundo, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.

Dez espécies de sapos sobreviveram à extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, após a queda de um asteroide que eliminou 75% da vida na Terra, detalhou o estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Entre as sobreviventes, só três grandes espécies de sapos conseguiram se diversificar e povoar o planeta. Atualmente existem 6.700 variedades.

Quase nove de cada 10 sapos contemporâneos (88%) são descendentes destas linhagens.

"Os sapos existem há mais de 200 milhões de anos, mas este estudo demonstra que não foi até a extinção dos dinossauros que tivemos esta explosão de variedades que resultaram na maioria dos sapos que vemos hoje", explica David Blackburn, coautor do estudo e conservador adjunto de anfíbios e répteis do Museu de História Natural da Flórida.

"Estas descobertas são totalmente inesperadas", ressalta. Até agora, os cientistas acreditavam que as diferentes espécies de sapos tinham aparecido progressivamente no final do Cretáceo, há entre 66 milhões e 150 milhões de anos.

Mas este último estudo mostra que o aparecimento de sapos ocorreu como uma "explosão": os pequenos anfíbios se aproveitaram do desaparecimento de outras criaturas e se instalaram nos habitats que estas deixaram.

Cientistas da China e dos Estados Unidos criaram para a pesquisa a maior base de dados que existe sobre sapos. Para isso, colheram amostra genéticas de 156 espécies, e acrescentaram informações já existentes sobre outras 145.

O estudo analisou 95 genes - os anteriores só examinaram entre cinco e 12 - e os pesquisadores também estudaram fósseis para saber quando as novas espécies se formaram.

Descobriram que "não houve uma, mas três explosões de novas espécies de sapos em distintos continentes, todas concentradas após o desaparecimento maciço da maioria dos dinossauros e de muitas outras espécies há cerca de 66 milhões de anos".

Duas das três linhagens que sobreviveram, Microhylidae e Natatanura, vêm da África. A terceira, Hyloidea, se estendeu pela América Latina.

Eventos evolutivos semelhantes aconteceram com algumas espécies de pássaros, disse o coautor David Hillis, professor de Biologia na Universidade do Texas, em Austin.


AFP

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