segunda-feira, 19 de junho de 2017

Filósofo apoiador da prática do aborto junta-se à academia pró-vida do Vaticano

 domtotal.com
Professor de teologia moral e pastoral na Universidade de Oxford, Biggar tem apoiado o aborto legal até a 18ª semana desde a concepção.
18ª semana após a concepção é o momento aproximado de quando se percebe alguma evidência de atividade cerebral.
18ª semana após a concepção é o momento aproximado de quando se percebe alguma evidência de atividade cerebral. (EPA).

O filósofo Nigel Biggar, apoiador do aborto legal, está entre os 45 novos nomeados para a Pontifícia Academia para a Vida, de acordo com uma nota publicada no sítio eletrônico do Vaticano.

Professor de teologia moral e pastoral na Universidade de Oxford, Biggar tem apoiado o aborto legal até a 18ª semana desde a concepção.

Em um diálogo travado em 2011 com Peter Singer, filósofo apoiador do infanticídio, Biggar declarou: “Eu estaria inclinado a traçar uma linha para o aborto na 18ª semana após a concepção, que é o momento aproximado de quando se percebe alguma evidência de atividade cerebral e, portanto, de consciência. Para mantermos um forte compromisso social em preservar a vida humana sob situações difíceis, e para não nos tornarmos demasiado fortuitos em acabar com vidas humanas, acho que precisamos traçar esta linha de forma muito mais conservadora”.

E acrescentou: “Não está claro que um feto humano é o mesmo tipo de coisa que um adulto ou um ser humano maduro e, portanto, merecedor exatamente do mesmo tratamento. Consequentemente, a questão passa a ser sobre onde traçarmos a fronteira, e não existe uma razão absolutamente convincente para traçá-la em um momento, em detrimento de outro”.

Biggar também vem se opondo à legalização do suicídio assistido, e escreveu em defesa da guerra justa.

Outras nomeações para a Academia incluem Carl Anderson, Cavaleiro Supremo Ordem dos Cavaleiros de Colombo; o Dr. John M. Haas, presidente do Centro de Bioética Católica Nacional, da Filadélfia; e Dom Anthony Fisher, arcebispo de Sydney.

A Pontifícia Academia para a Vida foi fundada em 1994 pelo Papa São João Paulo II e pelo professor Jerome Lejeune. Ela dedica-se à promoção e à defesa da vida segundo o magistério da Igreja.

Estas nomeações ocorrem em um momento no qual a Pontifícia Academia encontra-se sob duras críticas da parte de ex-membros, os quais mostram-se preocupados com as ações do seu atual presidente, Dom Vincenzo Paglia, há nome meses no cargo.

Em novembro passado, Paglia implementou um novo estatuto para a Academia, que terminou com os mandatos dos seus 172 membros (com alguns deles sujeitos a uma renovação possível) e removeu a exigência para os membros novos de assinar uma declaração em que prometem defender a vida em conformidade com o ensino católico.

Ao National Catholic Register, Christine Vollmer, membro fundadora da Academia e presidente da Aliança Latino-Americana para a Família, contou que as ações de Paglia equivalem à “eliminação” da instituição que São João Paulo II ajudou a criar.

Mercedes Wilson, presidente da organização Família das Américas e também fundadora da Academia, disse que a nomeação feita pelo arcebispo é “muito trágica” e que, aparentemente, ele quer “destruir” tanto a Academia quanto o Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família, ao qual ele foi, no ano passado, nomeado Grande Chanceler.

Paglia defendeu as suas ações em comentários enviados ao National Catholic Register. Aos que demonstram preocupação para com os seus movimentos referentes a estes espaços, o prelado sugeriu lerem o que ele vem dizendo e escrevendo a respeito da defesa da vida.

Acrescentou que os novos membros não são “só pessoas talentosas e distintas”, mas também “verdadeiramente representantes de todos os que valorizam a vida em todas as suas fases”. Disse ainda que a sua visão para a Academia é uma visão que deve “manifestar claramente o que significa ser humano e deve apresentar uma visão atrativa do amor e da solidariedade humana”, com base no “grande tesouro de sabedoria humana e evangélica” da Igreja, para inspirar todas as culturas a “um humanismo renovado e frutífero”.

Catholic News Agency/ IHU - Tradução: Isaque Gomes Correa

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