domingo, 11 de junho de 2017

Eleanor Coppola estreia na direção de "Paris Pode Esperar"

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O roteiro é levemente inspirada num episódio da vida da diretora, quando teve de viajar de Cannes a Paris, de carro, com um amigo francês.
Cena do filme
Cena do filme "Paris pode esperar" (Divulgação)

Podem até chamá-lo de “Encontros e Desencontros 2”, ou a versão da meia-idade do filme de 2003 de Sofia Coppola. Mas “Paris Pode Esperar”, escrito e dirigido por Eleanor Coppola (mãe de Sofia, mulher de Francis Ford), que estreia como diretora de ficção aos 80 anos, tem como protagonista uma bela mulher, um tanto negligenciada pelo marido, que se reencontra na companhia de outro homem --por quem não está, necessariamente, apaixonada.

O roteiro é levemente inspirada num episódio da vida da diretora, quando teve de viajar de Cannes a Paris, de carro, com um amigo francês.

Como em todo road movie, o destino é o que menos importa. A questão é a jornada, aqui protagonizada por Anne (Diane Lane, excelente como sempre), que, por conta de uma dor de ouvido não poderá viajar de avião com o marido produtor de cinema (Alec Baldwin). Sendo assim, vai de carro para a capital da França, acompanhada por um amigo dele, Jacques (Arnaud Viard).

Trata-se de um francês típico -- mas, como ele está dentro de um filme, está mais para um estereótipo. Cínico, bon vivant, com um cigarro constantemente entre os dedos, amante da boa mesa e flertando sem parar, ele conduzirá Anne numa viagem com mais paradas pelo caminho do que qualquer coisa.

Em cada canto há um restaurante que ela precisa conhecer, um belo lugar que ela precisa visitar, um museu que ela vai amar. Tudo servindo apenas para adiar o fim da viagem.

A bordo de um velho Peugeot conversível, a dupla faz paradas para conhecer restaurantes, visitar antigas amigas de Jacques (provavelmente ex-namoradas). Um dos melhores desvios acontece em Lyon, onde visitam um museu dedicado aos irmãos Lumière e, mais tarde, outro dedicado a tecidos.

Eleanor, que em sua curta carreira assinou um documentário premiado sobre o difícil processo de produção de “Apocalypse Now”, tem um olhar terno sobre as relações humanas entre os personagens. Jacques não é um predador sexual que se joga em cima de Anne a cada oportunidade --embora ele não se esquive de lançar seu charme para cima dela.

É apenas a partir do encontro com Jacques que Anne começa a se reencontrar. Ela é quase uma escrava de seu celular, não espera para responder mensagens, atender ligações, sempre na ansiedade de algum contato do marido ou da filha, que acaba de entrar na universidade.

Além disso, carrega sua câmera fotográfica o tempo todo, registrando refeições, a natureza e as pessoas. A diferença dela para alguém viciado em redes sociais é que ela não posta nada na internet.

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Reuters

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