sexta-feira, 30 de junho de 2017

Dallagnol, cadê a transparência?

Publicado por  Marcelo Auler em  29 de junho de 2017 Categorias Tags

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Marcelo Auler

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Autointitulado bastião da moralidade, o messiânico procurador da República Deltan Dallagnol, visto por todos como o São Jorge que combate o dragão da corrupção, precisa incorporar ao seu dia a dia uma das teses que sempre defendeu ao compactuar com vazamentos seletivos de informações sigilosas para a imprensa: a transparência.

Esta, todos sabem – e ele, mais do que ninguém – deve ser regra e não exceção ao lidarmos com informações do interesse público e, principalmente, com relação aos agentes públicos.

Como tal, Dallagnol não pode recorrer à privacidade no momento em que se fala de remuneração, principalmente por que no seu caso a principal fonte é o cofre da União. Direito à privacidade ele tem com relação a aplicação do salário que recebe, algo que lhe diz respeito.

Já com relação ao dinheiro auferido, deve sim satisfação ao contribuinte, mesmo que seja em atividades paralelas ao trabalho de procurador. Afinal, como tal, a lei limita seus ganhos aos proventos e à atividade do magistério. Portanto, no seu caso, assim como de outros agentes públicos, o direito à privacidade se restringe ao que faz com o dinheiro que recebe dos cofres da União, como professor (se for o caso) ou mesmo em função do cargo que exerce.

Dentro do principio constitucional, independentemente da discussão se tem ou não direito a cobrar – e caro – por palestras que venha a ser solicitado em função da notoriedade conquistada a partir do que deveria ser o mero exercício do seu dever de servidor, é preciso tratar do assunto com a devida transparência.

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