quinta-feira, 25 de maio de 2017

Trump, da paz com o papa Francisco ao terrorismo na Otan

  Agências de Notícias | Maio 24, 2017
Alessandra Tarantino | POOL | AFP

Pope Francis (C) poses with US President Donald Trump, US First Lady Melania Trump (6thL), the daughter of US President Donald Trump Ivanka Trump (5thL), White House senior advisor Jared Kushner (4thL) and members of the US delegation at the end of a private audience at the Vatican on May 24, 2017. US President Donald Trump met Pope Francis at the Vatican today in a keenly-anticipated first face-to-face encounter between two world leaders who have clashed repeatedly on several issues. / AFP PHOTO / POOL / Alessandra Tarantino
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O papa Francisco recebeu nesta quarta-feira no Vaticano, pela primeira vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem falou sobre “promover a paz no mundo”, um dia antes da cúpula da Otan sobre a luta contra o terrorismo.

“Deixo o Vaticano mais decidido do que nunca a perseguir a PAZ em nosso mundo”, tuitou Trump, após trocar com Francisco “pontos de vista” sobre “a promoção da paz no mundo através da negociação política e do diálogo inter-religioso”, segundo a Santa Sé.

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Acompanhado de sua esposa, Melania, vestida de preto e com um véu na cabeça, um sorridente presidente americano apertou a mão do pontífice na biblioteca das suntuosas salas do Vaticano, antes de conversar a sós com ele no gabinete particular do papa.

Durante este esperado encontro, O Vaticano informou que manifestou sua “satisfação” pelo “compromisso comum em prol da vida e da liberdade religiosa e de consciência”, e pediu também “uma colaboração serena”, inclusive em campos como a assistência aos imigrantes”.

A expectativa sobre este encontro era alta, já que os dois líderes têm posições contrárias em temas como migração, mudança climática, venda de armas, pena de morte e islã – “obrigado, obrigado. Não esquecerei o que você me disse”, assegurou Trump ao papa.

A condenação ao aborto, a eutanásia, o casamento gay são alguns dos chamados “valores não negociáveis” para a Igreja Católica com os quais Trump concorda com veemência.

– Textos sobre a paz –

A audiência privada durou meia hora, o tempo médio que o papa concede aos governantes. No final do encontro, Trump apresentou a delegação que o acompanhava, incluindo sua filha Ivanka, também vestida de preto mas sem o véu.

O encontro, marcado após meses de especulações sobre as dúvidas de Trump, aconteceu muito cedo, já que Francisco deveria presidir duas horas mais tarde a tradicional audiência geral de quarta-feira na Praça São Pedro, diante de milhares de peregrinos de todo o mundo.

O presidente e o primeiro pontífice de origem latino-americana defendem modelos econômicos e sociais opostos, com divergências sobre temas como a construção de um muro entre Estados Unidos e México contra a migração, a assistência aos pobres, as relações com o mundo islâmico ou a estratégia no Oriente Médio.

O papa aproveitou a oportunidade para presentear Donald Trump com um emblemático texto seu sobre a paz, intitulado de “A não violência, estilo de uma política para a paz”, escrito por ocasião da Jornada Mundial da Paz 2017, com a esperança e que seja “um instrumento de paz”, assegurou.

O presidente americano, por sua vez, deu ao papa uma série de livros de Martin Luther King, o pastor americano defensor dos direitos civis para os afro-americanos, entre eles um que foi assinado pelo renomado ativista.

– “Vamos vencer esta luta” –

Após a troca destes textos de paz, o presidente americano se encaminhou para Bruxelas, onde irá se reunir na manhã de quinta-feira com os líderes das instituições da União Europeia e, à tarde, com os mandatários da Otan.

Em sua primeira reunião da Aliança, Trump quer pedir a seus sócios um maior gasto militar nacional e para que a Otan se junte à coalizão internacional contra os extremistas do Estado Islâmico, um passo “realmente importante” para o chefe da Diplomacia americana, Rex Tillerson.

Um chamado que poderia se concretizar depois que os embaixadores dos 28 países da Otan concordaram, nesta quarta-feira à tarde, com a entrada da organização na coalizão, à qual pertencem seus membros a nível individual, segundo uma fonte diplomática. Os presidentes devem confirmar isto na cúpula de quinta-feira.

“Quando veem o que aconteceu há alguns dias [o atentado em Manchester], se dão conta da importância de vencer esta luta. E vamos vencer esta luta”, disse Trump ao primeiro-ministro belga Charles Michel, após se reunir com os reis belgas, Filipe e Matilde.

Enquanto isso, milhares de pessoas – 6.000, segundo a polícia, e 10.000, de acordo com os organizadores – se manifestavam nas ruas de Bruxelas contra a visita de Trump e a política da Otan.

Depois de visitar a Arábia Saudita, Israel e o Vaticano, a primeira viagem internacional de Trump continua em Bruxelas, de onde viajará na quinta-feira à noite para a cidade italiana de Taormina para uma cúpula do G7, realizada na sexta-feira e no sábado.

(AFP)

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