terça-feira, 9 de maio de 2017

Jorge Amado e José Saramago, homenageados na Flip 2017

Por G1
Ao lado do escritor português José Saramago, Jorge Amado tira foto com baiana no Pelourinho, em 1996 (Foto: Acervo Zélia Gattai/Fundação Jorge Amado)
Ao lado do escritor português José Saramago, Jorge Amado tira foto com baiana no Pelourinho, em 1996 (Foto: Acervo Zélia Gattai/Fundação Jorge Amado)

A organização da 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciou na sexta-feira (5) que vai ter um espaço em homenagem aos escritores Jorge Amado (1912-2001) e José Saramago (1922-2010).
A Casa Amado e Saramago vai ter programação paralela e o lançamento de um livro inédito com correspondências trocadas entre o best-seller brasileiro o português ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Está prevista ainda uma exposição de fotografias dos dois.
Os eventos devem marcar os dez anos da Fundação José Saramago e tem apoio do Ministério da Cultura de Portugal. A Fundação Casa Jorge Amado é parceira da iniciativa.
No anúncio, que foi feito no Consulado Geral de Portugal em São Paulo, foi apresentada o que a organização da Flip chama de "presença lusófona" (ou seja: vindos de países onde o português é a língua oficial) na programação principal da edição de 2017.
O "time" português, que já tinha o escritor Frederico Lourenço, que tradutor da Bíblia, ganhou o três reforços: a jovem Djaimilia Pereira de Almeida e o rapper e ativista Luaty Beirão, ambos nascidos em Angola; e a jornalista espanhola Pilar de Río, víuva de Saramago e presidente da Fundação José Saramago. Todos estão escalados para a Tenda dos Autores, local onde acontecem os debates em Paraty.
Lázaro Ramos e outros autores da Flip 2017

Antes da "presença lusófona" na Tenda dos Autores, a Flip 2017 já havia anunciado três escritores, além da sessão de abertura com Lázaro Ramos e Lilia Schwarcz .
Enquanto a historiadora e escritora falará sobre Lima Barreto, homenageado da edição, o ator lerá trechos da obra do autor. A cenografia ficará a cargo do diretor de teatro Felipe Hirsch.
Os demais confirmados na edição 2017 da festa são:
Marlon James, jamaicano ganhador o Man Booker Prize en 2015;
Diamela Eltit, uma das principais autoras chilenas das últimas décadas;
Scholastique Mukasonga, que reflete o genecídio de Ruanda, seu país natal.
Mais sobre a Flip 2017

A 15ª Flip vai homenagear o escritor Lima Barreto. Nascido no Rio de Janeiro em 1881 e morto apenas 41 anos depois, o autor é conhecido pelo livro "Triste Fim de Policarpo Quaresma" e pelas críticas sociais e políticas ao Rio e ao Brasil.
A obra de Lima Barreto já vinha sendo cogitada como tema de discussões na Flip há alguns anos. E o evento, sobretudo em 2016, foi criticado pela ausência de autores e autoras negras em sua programação.
LEIA MAIS: Flip admite ausência de negros e cita recusa de Mano Brown
De acordo com a organização da Flip, "a edição resgatará a trajetória de um homem que estabeleceu-se como escritor no Rio de Janeiro, capital da Primeira República e da cultura literária do país. Em um meio marcado pela divisão de classes e pela influência das belas letras europeias, era difícil para um autor brasileiro com as suas origens afirmar seu valor".
Joselia Aguiar, jornalista que é a curadora da Flip 2017, lembrou em nota que Lima Barreto por muito tempo "ficou na 'aba' de literatura social, e sua obra e trajetória possibilitaram muitos debates sobre a sociedade brasileira".
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"O que eu gostaria, mesmo, é que a Flip contribuísse para revelar o grande autor que ele é. Para além das questões importantíssimas sobre o país que ajuda a levantar, tem uma expressão literária inventiva e interessante, à frente de sua época em termos formais, capaz de inspirar toda uma linhagem da literatura em língua portuguesa."

Do G1

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