terça-feira, 23 de maio de 2017

25 dos 53 deputados federais de Minas receberam doações da JBS

domtotal.com
Dos 53 deputados mineiros na Câmara Federal, 25 receberam doações do grupo, responsável pela delação-bomba que abalou o Governo Temer.
Lincoln Portela(PR),  Luiz Fernando Faria (PP) e Dimas Fabiano (PP)
Lincoln Portela(PR),  Luiz Fernando Faria (PP) e Dimas Fabiano (PP) (Agência Câmara/Montagem Dom Total)

O grupo JBS, principal financiador privado de candidatos na eleição de 2014, ajudou dezenas de políticos mineiros. Entre os documentos que os delatores da JBS entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) está uma lista de deputados eleitos em 2014 e beneficiados por doações do grupo empresarial. Nela, há 166 nomes — 32% do universo de 513 parlamentos eleitos.

Dos 53 deputados mineiros na Câmara Federal, 25 receberam doações do grupo, responsável pela delação-bomba que abalou o Governo Temer. O levantamento foi feito pelo portal Congresso em Foco. Entre os deputados de Minas, Lincoln Portela – (PR), com R$ 1,5 milhão, Luiz Fernando Faria (PP), com R$ 1 milhão, e Dimas Fabiano (PP), com R$ 900 mil, foram os mais beneficiados.

Além dos deputados, o Governador Fernando Pimentel (PT) e os senadores Antonio Anastasia (PSDB) e Aécio Neves (PSDB),que recebeu contribuição mais significativa: R$ 30,4 milhões, foram beneficiados pelo grupo.  Em nota, o PT, partido do governador Fernando Pimentel informou que todos os recursos recebidos em campanha foram declarados à Justiça Eleitoral. Já as assessorias dos senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia também afirmam que as doações foram feitas de acordo com a lei.

Valores das doações 


Governador

Fernando Pimentel (PT) - R$ 5,98 milhões

Senadores

Aécio Neves (PSDB) - R$ 30,4 milhões

Antonio Anastasia (PSDB) R$ 3,9 milhões

Deputados

Bilac Pinto (PR) - R$ 300 mil
George Hilton (PRB) - 13 mil
Ademir Camilo (PROS) -R$ 98 mil
Stefano Aguiar (PSDB) - R$ 120 mil
Diego Andrade (PSD) – Não informou os valores
Eduardo Barbosa (PSDB) - R$ 84
Rodrigo de Castro (PSDB) - R$ 10,9 mil
Reginaldo Lopes (PT) - R$ 392,9 mil
Patrus Ananias (PT) - R$ 91,5 mil
Gabriel Guimarães (PT) - R$ 28,9 mil
Weliton Prado (PMB) R$ 102,1 mil
Adelmo Caneiro Leão (PT) - R$ 15,3 mil
Luis Tibé (PT do B) - R$ 526,4 mil
Jô Moraes (PC do B) - R$ 13 mil
Mário Heringer (PDT) - R$ 210
Laudívio Carvalho (PMDB) - R$ 11 mil
Saraiva Felipe (PMDB) - R$ 6,7 mi
Renzo Braz (PP) -600 mil
Luiz Fernando Faria (PP) - R$ 1 milhão
Renato Andrade (PP) - 630 mil
Dimas Fabiano (PP) - R$ 900 mil
Toninho Pinheiro (PP) - R$ 500 mil
Lincoln Portela - (PR) - R$ 1,5 milhão
Aelton Freitas (PR) - R$ 700 mil
Zé Silva - R$ 100 mil


Respostas enviadas ao Congresso em Foco

Alguns parlamentares já se manifestaram publicamente sobre o assunto, informando que as doações recebidas foram legalmente registradas. O Congresso em Foco solicitou posicionamento dos citados: 

Senador Antonio Anastasia

“A campanha do senador Antonio Anastasia recebeu doação eleitoral lícita da empresa JBS S.A (CNPJ 02.916.265/0001-60), devidamente registrada junto à Justiça Eleitoral (N° 004560500000MG000285; N° 004560500000MG000447; e N° 004560500000MG000006).

A prestação de contas eleitorais, com os dados acima, pode ser conferida por qualquer cidadão por meio do http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2014/prestacao-de-contas-eleicoes-2014/divulgacao-da-prestacao-de-contas-eleicoes-2014”



Deputado Adelmo Leão

“Conforme consta em nossa prestação de contas apresentada no TSE, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT/MG) não recebeu nenhum recurso advindo da JBS.”



Deputado Zé Silva

“A citação de meu nome na delação da JBS foi, no mínimo, caluniosa. Em sua fala o diretor da empresa afirma ter doado, em meu nome, R$ 200 mil reais, em espécie, a alguém que não sabe dizer quem.

Destaco que nunca autorizei quem quer que seja a pedir ou receber doação em meu nome de forma não oficial.

Gostaria de lembrar que em 2014 as doações oficiais por empresas eram permitidas e todas as doações por mim recebidas constam em minha prestação de contas aprovada pela Tribunal Eleitoral.

Declarei, oficialmente, a doação feita pela empresa JBS, por meio do partido Solidariedade no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). (É possível confirmar consultando o site do TSE)

Compartilho diariamente com meus eleitores minhas ações e trabalhos. Jamais deixarei de informar sobre assuntos que envolvem meu nome, ainda que de maneira vaga e irresponsável.

Tenho 25 de anos de vida pública honrada em prol da agricultura familiar e relevantes resultados apresentados a centenas de municípios mineiros.”



Deputado Eduardo Barbosa

“Não recebi recursos da JBS na minha campanha eleitoral de 2014.

Dos fatos:

A candidata a deputada estadual Arlete Magalhães, por iniciativa própria e sem prévia autorização, confeccionou santinhos usando o meu nome, como se verifica na documentação anexa constante de minha prestação de contas e aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o material enviado pela então candidata, cópia anexa, que discrimina o valor e a quantidade confeccionados, apurou-se o valor da doação estimada em R$ 84,00 (oitenta e quatro reais) correspondente a 50% do valor total do material, conforme prevê a legislação eleitoral.

Depreende-se da documentação anexada, que a doação realizada pela JBS S/A foi feita diretamente para a campanha da deputada estadual Arlete Magalhães, e não para a minha campanha. No caso, ao utilizar, sem consentimento, o meu nome e número, configurou-se uma doação estimada daquela à minha campanha. E quem doa é obrigado a mencionar a origem do recurso arrecado.

A confecção de material de campanha da referida candidata, hoje deputada estadual Arlete Magalhães, sem minha prévia autorização, teve como intuito exclusivo a sua distribuição na sua própria campanha e não obedece ao layout da minha campanha à deputado federal, pois a mesma não o tinha em seu poder.

A referida doação da candidata Arlete Magalhães está declarada. Qualquer atitude ou contato com a empresa se deu exclusivamente pela candidata Arlete Magalhães, autora do procedimento acima mencionado.

Atenciosamente,

EDUARDO BARBOSA
Deputado Federal”



Deputado Bilac Pinto

“Desde que ingressei na vida pública sempre pautei-a pela transparência e integridade de meus atos, qualidades primordiais para qualquer figura pública que zele pela ética, idoneidade e compromisso junto aos seus eleitores.

No caso das doações das Empresas Seara Alimentos LTDA. e JBS S.A, os valores foram depositados na minha conta de campanha através do Diretório Nacional do Partido da República, movimentações que foram devidamente declaradas na minha prestação de contas, minuciosamente analisadas e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Vale ressaltar que nunca tive contato com nenhum executivo do Grupo JBS, e que entre os anos de 2011 e 2014 me encontrava afastado do Congresso Nacional, após honrosamente aceitar o convite do até então Governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, para assumir o cargo de Secretário de Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais.

Desde já agradeço o contato do Congresso em Foco, reiterando mais uma vez meu compromisso com a verdade, colocando meu gabinete a inteira disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

Respeitosamente,

Bilac Pinto

Deputado Federal”



Deputado Saraiva Felipe

“Instado que fui a explicar doação para a Campanha Eleitoral de 2014, no que tange a doações feitas pela empresa JBS, verifiquei, após a consulta a prestação de contas junto ao TRE/MG, que:

01-Não houve doação da JBS em dinheiro para minha campanha eleitoral em 2014

02-Não houve doação da empresa diretamente para a minha campanha

03-As doações recebidas, via comitê financeiro único chapa PT (CPNJ 20.609.045/0001-75- Razão Social: Eleição 2014, comitê financeiro único PT) foram recebidas como material de propaganda eleitoral da coligação, com o valor estimado em dinheiro, totalizando R$ 6.783,83 ( seis mil setecentos oitenta e três reais e oitenta e três centavos). Este material, elaborado pela campanha majoritária, era composto pelos candidatos majoritários associados aos candidatos às eleições proporcionais (Deputados Federais e Estaduais).

04-Afirmo que não conheço e não tive nenhum contato profissional, pessoal e político com representantes da empresa acima referida.

Anexo o que retiramos da prestação de contas junto ao TRE/MG, referente à mencionada doação da JBS.

Coloco-me à disposição para sanar quaisquer outras dúvidas.

Atenciosamente,

Saraiva Felipe

Deputado Federal / PMDB / MG”



Deputado Dimas Fabiano

“O Deputado Federal Dimas Fabiano não tem qualquer relacionamento com a JBS e sequer conhece seus diretores e acionistas.

Todas as doações recebidas para a campanha de Deputado Federal em 2014 – diretas ou mediante repasse do seu partido no interesse da legenda – foram integralmente contabilizadas e registradas no Tribunal Regional Eleitoral, que aprovou sem qualquer ressalva as contas apresentadas pelo candidato. Na prestação de contas não há qualquer doação do Grupo JBS.

Deputado Aelton Freitas

Declaro que recebi durante a minha campanha de 2014, da Direção Nacional do meu partido, o Partido da República (PR), oficialmente declarado na minha prestação de contas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),o valor de R$ 500.000,00 mais R$ 200.000,00 totalizando R$ 700.000,00 da empresa JBS S/A.

O vídeo o qual o delator Ricardo Saud cita meu nome e fala que foi entregue ao meu ex-funcionário, o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) não condiz com a realidade.

Não foi autorizado por mim qualquer solicitação na forma mencionada pelo deltor, da mesma forma que tais valores nunca chegaram até mim. Continuo afirmando que minha vida política sempre foi pautada pela transparência e probidade em todos meus atos.


Redação Dom Total/Congresso em Foco

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