segunda-feira, 3 de abril de 2017

Mais de 100 milhões de pessoas sofrem de grave insegurança alimentar, alerta FAO

  domtotal.com
'Não podemos evitar uma seca, mas podemos evitar que uma seca se transforme em fome'.
Segundo a FAO, Sudão do Sul, Somália, Iêmen e Nigéria podem declarar risco de fome
Segundo a FAO, Sudão do Sul, Somália, Iêmen e Nigéria podem declarar risco de fome
 (FAO/Albert Gonzalez Farran)

O número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar severa está aumentando no mundo: já são cerca 108 milhões nesta condição, contra 80 milhões em 2015. Os dados acabam de ser divulgados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo a FAO, o problema é causado pela dificuldade que determinadas regiões estão tendo para produzir ou ter acesso aos alimentos.

As causas principais são impactos de conflitos e guerras civis, alta nos preços e eventos extremos do clima, como secas prolongadas ou excesso de chuvas. De Roma, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que é possível garantir que a população tenha o suficiente para comer todos os dias.

"Isso pode ser evitado. Não podemos evitar uma seca, mas podemos evitar que uma seca se transforme em fome. O Nordeste brasileiro é um bom exemplo disso. Nós sofremos com três anos seguidos de seca e não houve fome, graças às políticas preventivas adotadas pelos governos. O mais assustador hoje é que o que explica grande parte dessas situações de insegurança alimentar aguda são conflitos e desastres naturais", afirmou Graziano.

Confrontos

Segundo Graziano, quatro países correm hoje risco de declarar situação de fome: Sudão do Sul, Somália, Iêmen e Nigéria. Neste último, a crise alimentar concentra-se na região norte. Ele destacou que há outras nações com insegurança alimentar severa devido a guerras e conflitos. "Quando se juntam conflito e desastres naturais, a situação se torna explosiva. É o caso da Somália e de algumas regiões da Etiópia, da República Centro-Africana e, sobretudo, do Iêmen e da Síria. Nesses lugares, a paz é uma pré-condição para se enfrentar a questão da fome. Sem paz não há segurança alimentar, da mesma maneira que, sem segurança alimentar, não há paz duradoura", afirmou.

De acordo com o diretor-geral da FAO, os 108 milhões de pessoas que sofrem de insegurança alimentar severa apresentam índice de desnutrição acima do normal e pouco acesso à comida, mesmo com ajuda externa. Sem ações fortes para melhorar a situação, essas populações correm o risco de passar fome com consequências graves.

Agência Estado

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