sábado, 30 de abril de 2016

Santa Sé leva voz de minorias perseguidas à ONU

2016-04-30 Rádio Vaticana

Na quinta-feira, dia 28 de abril, em Nova Iorque, foi promovido no Conselho Económico e Social das Nações Unidas um debate sobre liberdade religiosa.

O debate sobre liberdade religiosa foi promovido pela Missão permanente da Santa Sé na ONU, em parceria com outras organizações não-governamentais que atuam na defesa dos direitos humanos. O Observador permanente da Santa Sé, Arcebispo Bernardito Auza, coordenou as sessões e destacou a necessidade de se promover continuadamente o debate sobre a perseguição religiosa.

Situações dramáticas

“Não é possível falar sobre tudo o que precisa ser dito em um evento de três horas. Não é possível fazer justiça a cada grupo étnico e religioso alvo de expulsão e extermínio. Mas esperamos, por meio das particularidades que poderemos examinar, conscientizar sobre este sofrimento onde quer que ele ocorra”, exortou o observador vaticano.

Para tanto, os debates foram divididos em três sessões: a primeira sobre a proteção das vítimas de perseguição e a promoção da liberdade religiosa no mundo inteiro; a segunda com as vítimas e testemunhas oculares das atrocidades de massa contra os cristãos e outras minorias religiosas praticadas pelo EI na Síria e no Iraque e pelo Boko Haram na Nigéria; e a última apresentou em detalhes o sofrimento e os abusos sexuais sofridos por mulheres e meninas iezites no Oriente Médio.

Genocídio

Padre Douglas Al Bazi, sacerdote católico caldeu sequestrado pelo EI, denunciou o genocídio em curso contra os cristãos no Iraque:

“Em 2003, éramos mais de 1,5 milhão de cristãos no Iraque. Hoje somos apenas 300 mil, talvez somente 200 mil. Muitos deles vivem em campos no Curdistão, com poucas esperanças. Eu sei o que as pessoas que vivem nos campos passaram: assim como eles, eu fui sequestrado e torturado por terroristas simplesmente porque sou cristão. Todos os dias eu olhava para a cela ensanguentada onde fui colocado.  Não quero mais ver o sangue do meu povo”.

Dom Auza encerrou os debates recordando a carta que o Papa enviou aos cristãos do Oriente Médio no Natal de 2014:

“A presença de vocês é preciosa para o Oriente Médio. Vocês são um pequeno rebanho, mas com uma grande responsabilidade na terra onde nasceu e de onde irradiou o cristianismo. São como o fermento na massa. A maior riqueza para a região são os cristãos; são vocês. Obrigado por sua perseverança!”, escrevera Francisco.

(RB)

(from Vatican Radio)

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