sábado, 31 de outubro de 2015

CRATO

Grecianny Carvalho Cordeiro*

CRATO. PRINCESA DO CARIRI. CAPITAL DA CULTURA. OÁSIS DO SERTÃO. É o título do novo livro do escritor Seridião Correia Montenegro, recentemente lançado.

Por algum tempo exerci meu ofício na comarca do Crato. O “Cratinho de açúcar”. Mas confesso que somente agora vim compreender essa maravilhosa cidade através desse livro histórico, tão rico de informações e ao mesmo tempo tão didático.
Seridião nada deixa escapar em suas preciosas observações. Fala da etimologia da palavra Crato (onde existe divergência entre os historiadores), passando pela sua geografia, pelo desenvolvimento humano e estrutura socioeconômica. Relata passagens históricas, como a Carta Régia de Dona Maria Primeira (com a separação das Capitanias do Siará e da Paraíba, da subordinação do Governo Geral de Pernambuco), a Revolução Pernambucana de 1817 (objetivando a emancipação política de Portugal), a Confederação do Equador (em busca do republicanismo), a Sedição de Juazeiro (revolta popular ocorrida em 1914, onde os coronéis do sertão cearense se mostraram descontentes com a interferência do governo Federal na política da região, sendo um de seus articuladores o Padre Cícero), o Campo de Concentração do Crato (onde ficavam confinados os retirantes da seca de 1932), o Caldeirão de Santa Cruz do Deserto (um movimento messiânico liderado pelo beato José Lourenço).
O livro revisita a riqueza cultural do Crato, as Bandas Cabaçais, a Dança do Coco, Literatura de Cordel, Reisado, Violeiros e Repentistas. Aqui ganham corpo e espaço os monumentos e prédios históricos (Casa de Câmara e Cadeia, Colégio Santa Tereza, Diocese do Crato), os clubes recreativos (Crato Tênis Clube, Serrano Atlético Cratense), entidades culturais. E como não poderia deixar de ser, trata também das personalidades ilustres da cidade: a exemplo de Padre Cícero, de Bárbara Pereira de Alencar e do Cego Aderaldo.
A cidade do Crato (ou de Crato, como muitos chamam), situa-se na região do Cariri, onde havia uma tribo indígena denominada Cariris, os primeiros habitantes da região sul do Ceará. Mas havia também outros grupos indígenas, dentre os GÊS OU Tapuias, Caraíbas, Panos, Etias e outros. 
CRATO. PRINCESA DO CARIRI. CAPITAL DA CULTURA. OÁSIS DO SERTÃO. É um livro rico, agradável, de leitura obrigatória para compreendermos nossa cultura, tradições e história. Um livro a ser incorporado aos currículos escolares.
Parabéns ao autor Seridião Correia Montenegro por essa obra prima.
*Escitora e Promotora de Justiça

Nenhum comentário:

Postar um comentário