domingo, 30 de junho de 2013

Pastoral da Criança celebra 30 anos com mais de 35 mil comunidades pelo Brasil

Jaime C. Patias*
Encerrou nesta quinta-feira, 27, no Centro Cultural Missionária (CCM), em Brasília (DF), mais um Curso de Formação Missionária com enfoque na Amazônia. Na sua 4ª edição, o curso reuniu desde o dia 2 de junho, 18 missionários e missionárias, entre religiosas, presbíteros e leigos enviados de maneira especial, para a região amazônica. Com a ajuda de assessores, a programação ofereceu reflexões e debates sobre as diversas dimensões da Missão: humana, bíblica, teológica, geográfica, histórica, antropológica, socioambiental, ecumênica e espiritual.
A iniciativa é uma parceria entre o CCM, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Comissão Episcopal para Amazônia da CNBB e o Instituto Superior de Filosofia Berthier de Passo Fundo (RS), que concede aos participantes um certificado de extensão universitária reconhecido pelo MEC.
Dom Erwin Kräutler, bispo da prelazia do Xingu (PA) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em Brasília para o lançamento do Relatório de Violência contra os Povos Indígenas 2012, aceitou o convite de presidir a missa de encerramento. "Vocês não saem da vossa terra simplesmente para ir à Amazônia, mas Deus quer que vocês sejam uma bênção para o povo. Vocês não vão como colonizadores, mas onde forem, o povo será o seu povo", afirmou dom Erwin na missa que marcou também um envio simbólico dos missionários. O bispo destacou ainda atitudes, segundo ele, fundamentais na Missão. "Vocês vão para anunciar como serviço e testemunho de amor ao povo e a Deus. A Igreja tem a missão de anunciar e comunicar o amor de Deus a todos os povos. Sejam familiares, próximos ao povo como numa família onde também vocês vão se inserir. Sejam contemplativos, não percam essa dimensão da meditação e oração na missão", completou.
Irmã Pedrina Bernadino dos Santos natural de Itaetê (BA), da congregação das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores, estava em Teresina de Goiás e agora vai para Boa Vista (RR). Na sua opinião, "o conteúdo do curso foi muito bom para ter uma visão ampla do que acontece na Amazônia, conhecer a vida dos povos indígenas, os costumes. Isso me ajudou a ver com outro olhar, abrir um horizonte novo. É uma conversão da minha parte, por que conhecer a realidade do outro me ajuda também a me converter. Deus nos chama para ser junto desses povos presença viva".
Para Irmã Ivoni Grando, das Oblatas do Santíssimo Redentor, congregação que trabalha com mulheres em situação de risco, o curso foi um momento de renovação. "O meu objetivo foi fazer uma reciclagem e aprofundar, na minha vocação de Irmã Oblata, essa dimensão missionária no seguimento de Jesus Redentor. Esses dias foram significativos na renovação do meu desejo de seguir Jesus na vida cotidiana junto às mulheres pobres, em situação de prostituição e naquelas que são vítimas do tráfico humano, vendo nelas, como dizia madre Antônia, a Imagem do Redentor. O curso me ajudou aprofundar a espiritualidade missionária nessa mística redentora encarnada na mulher em situação de risco", afirmou a religiosa.
Lucimar Ferreira Rodrigues, da congregação das Irmãs de São José de Chambery vem de uma vivência de dois anos na missão em Alto da Boa Vista, prelazia de São Felix do Araguaia (MT). Para ela, o estudo trouxe algumas descobertas. "Consegui aprender várias coisas que eu não conseguia ver na missão. Vejo que não errei muito. Alguns temas eu não conhecia e me ajudaram a fortalecer a minha fé. Sinto que não sou mais ingênua diante de algumas situações. Assustei um pouco com algumas colocações, mas depois consegui absorvê-las. Sobre a antropologia e o ecumenismo, vimos que precisamos abertura com as outras religiões e até mesmo entre nós", comentou.
Desde a sua primeira edição em 2010, o curso acolheu 92 agentes de pastoral destinados à missão na região da Amazônia. Irmã Irene Lopez, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB faz uma balanço positivo sobre essa iniciativa. "Desde o início nós temos percebido um crescimento no acompanhamento nas dioceses, na Comissão para a Amazônia, como também na qualidade dos cursos que são oferecidos na região, especialmente em Manaus (AM) e Belém (PA)". Segundo a assessora, os que fazem esse curso, vão para a realidade do local, mais preparados. "Por isso, esses cursos são de grande valia. Acredito que não podemos parar, mas aperfeiçoar para acompanharmos melhor essa cooperação", defendeu.
No final da missa, Irmã Dirce Gomes da Silva, assessora da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e Irmã Irene Lopes entregaram os certificados aos participantes. Dom Erwin entregou o crucifixo, símbolo do envio.
Fonte: www.pom.org.br
* Missionário da Consolata

Pastoral da Criança celebra 30 anos com mais de 35 mil comunidades pelo Brasil

CNBB com Pastoral da Criança
Para celebrar seus 30 anos será realizado um Congresso Nacional comemorativo em Aparecida (SP), de 27 de julho a 2 de agosto. O congresso, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, vai reunir cerca de 500 participantes entre coordenadores da Pastoral da Criança nos estados, setores e núcleos, além da equipe nacional, assessores técnicos, palestrantes e outros convidados. Também participam do evento 20 representantes da Pastoral da Criança de vários países, entre eles Filipinas, Angola, Guatemala, República Dominicana, Peru e Paraguai.
A Celebração dos 30 anos acontece no dia 29 com Missa na Basílica de Aparecida e sessão solene no Centro de Eventos, com a presença do cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB; dom Aldo Di Cillo Pagotto, presidente do conselho diretor da Pastoral da Criança; irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança; médico Nelson Arns Neumann, coordenador da Pastoral da Criança Internacional, bispos referenciais da Pastoral da Criança, autoridades civis e outras personalidades.
Criada em 1983 pela médica pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns Neumann, hoje a entidade está presente em mais de 35 mil comunidades de todos os estados do Brasil e em mais 21 países da América Latina, África e Ásia. Reconhecida como uma das maiores organizações do mundo, a Pastoral da Criança trabalha em ações de combate às doenças e mortes infantis, melhoria da qualidade de vida das crianças e suas famílias.
Congresso Nacional
Neste ano, o congresso de Aparecida substitui os encontros regionais que a entidade promove anualmente para avaliar as atividades e planejar as novas ações empreendidas pelos milhares de voluntários. O evento é uma oportunidade para fortalecer a missão, atualizar conhecimentos, trocar experiências e buscar maior compreensão das diversas realidades existentes no país, observou a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, irmã Vera Lúcia Altoé. Com foco no desenvolvimento integral das crianças desde o ventre materno até os 6 anos, o programa do congresso inclui diversas oficinas e plenárias. A Centralidade da Infância, projeto que responde ao apelo dos bispos no Documento de Aparecida para que a infância seja destinatária de ação prioritária da Igreja, da família e do Estado é um dos destaques do programa.
A ampliação das ações de vigilância nutricional para prevenção da obesidade infantil; os cuidados nos primeiros mil dias (período da gestação mais os dois primeiros anos de vida) da criança e o sistema de geoprocessamento são outros temas das oficinas de formação contínua do congresso. As mudanças econômicas e sociais do país, como também o avanço das novas tecnologias são outras questões para reflexão no encontro de Aparecida, adiantou o gestor de relações institucionais Clóvis Boufleur. As mudanças, cada vez mais aceleradas, "afetam tanto as ações da Pastoral da Criança, como as famílias que acompanhamos", observa. "Vamos debater como agregar as novas tecnologias ao processo de informação e comunicação para dar mais agilidade às ações da entidade ", concluiu Boufleur.
Fonte: www.cnbb.org.br

Menino tem QI mais alto que o estimado para Barack Obama, diz agência.

Adam Kirby lê Shakespeare e está aprendendo novos idiomas.
Menino tem QI mais alto que o estimado para Barack Obama, diz agência.

Do G1, em São Paulo

O menino Adam Kirby, de dois anos, que tem QI de 141 (Foto: Mikey Jones/Caters News)O menino britânico Adam Kirby, de dois anos, que tem QI de 141 (Foto: Mikey Jones/Caters News)
Um garoto britânico de dois anos tornou-se o mais jovem membro de uma sociedade formada por pessoas de alto QI, a Mensa, fundada na Inglaterra em 1946, segundo a agência de notícias Caters. Adam Kirby fez um teste que lhe deu 141 como índice de QI, mais alto que o estimado para o presidente dos EUA, Barack Obama, e para o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ainda de acordo com a agência.
Apesar de não ser capaz de falar frases completas, o garoto lê Shakespeare e está aprendendo três idiomas: japonês, espanhol e francês, afirma a Caters. Os pais dizem ter percebido que o filho era especial quando ele leu um livro e "se treinou" para ir ao banheiro sozinho com apenas um ano.
Seu pai, Dean Kirby, de 33 anos, disse ao jornal britânico "Daily Mail" que as habilidades de Adam são "surpreendentes". "Enquanto a maioria das crianças está aprendendo a engatinhar ou ficar em pé, Adam lê muito, e a impressão que temos é que seu desenvolvimento é muito rápido", contou.
"Costumávamos mostrar a ele cartões com as palavras 'rinoceronte' e hipopótamo', quando ele era menor, e ele conseguia quase sempre identificar os animais corretamente", relatou o pai ao jornal. Com apenas dois anos, o garoto já consegue falar mais de cem palavras, está aprendendo a tabela periódica e outros feitos, de acordo com a Caters.

Lula cai menos que Dilma e venceria eleição no 1º turno, aponta Data Folha


Folha de São Paulo

Depois de três semanas de manifestações de rua em todo o país, a presidente Dilma Rousseff é a pré-candidata que mais perdeu apoio na corrida pelo Planalto.
Sua taxa de intenção de votos cai até 21 pontos percentuais. Embora ainda lidere a disputa de 2014, a queda indica que hoje ela teria de enfrentar um segundo turno.
Para piorar a situação da presidente, seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, se mostrou bem mais resiliente à insatisfação geral dos eleitores com os políticos.
Além de ter perdido só dez pontos percentuais, o petista ainda ganharia no primeiro turno a eleição hoje em um dos cenários apresentados.
Há um crescente movimento dentro do PT que pede a volta de Lula em 2014.
O Datafolha foi à ruas na quinta e na sexta-feira. Entrevistou 4.717 pessoas em 196 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O cenário hoje mais provável para a sucessão inclui Dilma, Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Nessa simulação, a petista tinha 51% das intenções de voto nos dias 6 e 7 deste mês. Agora, desceu para 30%. Esse é o mesmo percentual da aprovação de seu governo, apurada no mesmo levantamento e divulgada ontem pela Folha.
Nesse mesmo cenário, Marina Silva subiu de 16% para 23%. Aécio Neves foi de 14% para 17%. Campos oscilou de 6% para 7%.
Os três adversários juntos pularam de 36% para 47%. Nessa hipótese, seria realizado um segundo turno entre a petista e Marina.
Impressiona o aumento de eleitores sem candidato --que dizem não saber quem escolher ou que afirmam votar em branco, nulo ou nenhum. No início do mês, eram 12%. Agora, são 24%.
No outro cenário no qual Dilma aparece como candidata é incluído também o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa --que tem negado intenção de disputar eleições.
Nessa hipótese, a petista tem 29% e há três nomes empatados em segundo lugar: Marina (18%), Aécio e Joaquim (15% cada um). Campos pontua 5%.
Lula é testado em duas simulações. Numa delas, vai a 45%. Nesse cenário, Marina, Joaquim, Aécio e Campos somam juntos 43% e ficam empatados tecnicamente com o ex-presidente. Haveria possibilidade de segundo turno.
Em outra cartela, quando o nome de Joaquim não é incluído, Lula tem 46% contra 37% de Marina, Aécio e Campos somados -aí o petista venceria no primeiro turno.
No geral, é possível dizer que os votos perdidos por Dilma foram, em parte, herdados por Marina e Joaquim. Um outro segmento de ex-dilmistas preferiu fazer um "pit stop" no grupo dos que
não têm candidato. Aécio e Campos não se beneficiaram da desidratação de Dilma.

Outro indicador duro com a atual presidente é na pesquisa espontânea, aquela na qual o entrevistado não é confrontado com uma lista de nomes. A petista já havia caído de 35% para 27% de março para o início de junho. Agora, bateu em 16%. Lula se manteve estável, com 6%. Joaquim Barbosa, que nunca aparecia na pesquisa espontânea, surge com 2%.
Há oscilações nas intenções de voto quando se comparam as taxas do interior do país e de áreas urbanas. Dilma vai melhor no interior. (FERNANDO RODRIGUES)
Editoria de Arte/folhapress

Setor público responde por apenas 42% dos gastos com saúde no país


  
domtotal.com


Já famílias e instituições sem fins lucrativos respondem pelos 58% gastos restantes com saúde.
Por Vitor Abdala
Rio de Janeiro - Os governos federal, estaduais e municipais são responsáveis por apenas 42% dos gastos com saúde no país, enquanto as famílias e instituições sem fins lucrativos respondem pelos 58% restantes. Segundo dados de 2009, os mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os gastos públicos em saúde representaram 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto os gastos privados alcançaram 4,9%.

"Não alcançamos uma universalidade completa com o Sistema Único de Saúde (SUS). A criação do SUS possibilitou a melhoria do acesso da população, mas essa melhoria do acesso ainda não é suficiente para cobrir as necessidades de saúde. Mais da metade dos gastos totais em saúde no país são gastos privados. Os gastos públicos não alcançam 50%. Nos países que têm realmente sistemas universais de saúde, os gastos públicos correspondem a 80%", disse Lígia Giovanella, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública.

Segundo ela, além de gastar menos do que as famílias, o Estado brasileiro também gasta menos do que outros países que possuem sistemas públicos universais, como a Espanha, o Reino Unido e a Suécia, que investem em torno de 7% a 9% do PIB.

"O SUS sofre de um subfinanciamento crônico. Quando a população vai às ruas clamar por mais recursos públicos na saúde, ela tem toda razão. Nosso gasto público com saúde é menor do que 4%. A gente precisa de pelo menos 8% do PIB. Precisamos dobrar os gastos. Nossas riquezas nacionais nos permitiriam ter gastos mais elevados com saúde", disse.

De acordo com os últimos dados do próprio Ministério da Saúde, relativos a 2010, os gastos federais com saúde representaram R$ 63 bilhões. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, o governo quase triplicou investimentos no setor entre 2002 e 2012, já que o valor investido na saúde passou de R$ 28,3 bilhões em 2002 para R$ 95,9 bilhões em 2012. Para 2013, há uma previsão de aumento para R$ 99,3 bilhões.

Além disso, de acordo com a assessoria, o ministério cumpre a Emenda Constitucional 29/2000, que determina que o investimento na saúde deve ser do mesmo valor do ano anterior, acrescido da variação nominal do PIB. De 2008 a 2012, o Ministério da Saúde diz que executou R$ 4,9 bilhões acima do exigido.

Em nota divulgada pela assessoria, o ministério vem adotando uma série de ações para aprimorar a gestão e otimizar o uso de recursos do SUS. As medidas incluem compra centralizada de produtos estratégicos, negociação direta do ministério com fornecedores, adoção de bancos de preços internacionais e produção nacional de medicamentos por meio de parcerias entre laboratórios públicos e privados.
Agência Brasil

O caso dos haitianos no Brasil: imigrantes ou refugiados?

Defesa de Mestrado aborda os Refugiados Ambientais à luz do Direito Ambiental Internacional



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Defesa de dissertação de Gésun Fernando Prestes (Redação Dom Total)
Por Ana Clara Furtado

Nos últimos anos, a conscientização ambiental tem ganhado amplitude cada vez maior. Afinal, vivemos num mundo preocupado com as consequências e reflexos de décadas de imprudência, negligência e destruição ao meio ambiente. O aquecimento global insiste, a todo o momento, em mostrar seu lado devastador. Provoca o derretimento de calotas polares, aumentando o nível do mar. Causa a diminuição dos sumidouros de gases do efeito estufa, as florestas, além de intensas tempestades tropicais, assolando cidades, casas e, por vezes, vidas. Diante deste fenômeno que causa descompassos climáticos, secas prolongadas ainda se alastram por um número sem fim de territórios, lembrando ao homem, a todo momento, que a água é sim um elemento precioso. E escasso. 

Os problemas ambientais são dos mais variados e causam, em muitas ocasiões, um forçado fluxo migratório de pessoas. Afinal, na busca por condições mínimas de sobrevivência e dignidade humana, nem sempre é possível permanecer no país de origem: torna-se imperioso buscar abrigo em outros territórios. 

É diante deste quadro que ganha destaque a discussão acerca dos refugiados ambientais, indivíduos que são deslocados forçadamente em virtude de mudanças climáticas de natureza catastrófica ou pela interferência do próprio ser humano. Até 2050 estima-se, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ACNUR, que, em virtude de problemas ambientais, pelo menos 250 bilhões de pessoas tornar-se-ão refugiadas. 

Dados como este tornam-se preocupantes, principalmente quando recentes previsões da Organização das Nações Unidas, ONU, passam a apontar que, até 2025, dois terços da população mundial estará carente de recursos hídricos. 

Este cenário despertou a atenção do advogado e mestrando em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável da Dom Helder Câmara, Gésun Fernando Prestes. Sob a orientação do professor Sebastien Kiwonghi Bizawu, ele elaborou a dissertação “Refugiados Ambientais à luz do Direito Ambiental Internacional: caso dos haitianos imigrantes no Brasil”, defendida nesta sexta-feira (28), pela manhã, no auditório da Escola. Para compor a banca, como examinadores, foram convidados os professores Émilien Vilas Boas Reis e Bruno Wanderley Júnior. 

Aprovado com nota de 95 em sua defesa, Prestes conta que seu objetivo é provocar a comunidade internacional a se manifestar sobre um problema que, “num futuro próximo, poderá causar prejuízos ainda maiores”. Principalmente porque, de acordo com o mestrando, a tendência é de que haja um aumento mundial no número de refugiados ambientais, infelizmente ainda não acompanhado pela devida tutela jurídica.

Problema 
Prestes explica que não há uma normatização específica para os refugiados ambientais, que se encontram num limbo jurídico. Exemplo disso é o caso dos haitianos que buscaram e ainda buscam, após o terremoto que assolou o país, em janeiro de 2010, abrigo no Brasil. Anteriormente a catástrofe, de acordo com o mestrando, apenas 8% dos pedidos de refúgio no Brasil eram de pessoas do Haiti. Após o terremoto, este percentual elevou-se para 75%. 

Chegando ao Brasil, entretanto, os haitianos se defrontavam com privações de direitos humanos e tornavam-se vítimas de narcotráfico e de trabalho escravo. Sofriam com a falta de informação e de recursos. Na tentativa de conferir-lhes amparo jurídico, o governo brasileiro lhes concedeu visto humanitário, dando-lhes o direito de permanecer por 5 anos no território nacional, desde que presentes as condicionantes de trabalho e local fixo. 

Diante de tal atitude percebe-se que “o governo, então, entendeu que não se tratava de refugiados, eis que surge o grande problema desses indivíduos”, salientou Prestes. Isso porque, se assim tivessem sido reconhecidos, estariam protegidos pela Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, de 1951, tendo direito, assim, a uma gama maior de benefícios. 

O mestrando conta que, segundo este estatuto, refugiado é o indivíduo perseguido por motivos de raça, etnia, religião, grupo social ou opinião política o qual, em função dessa perseguição, esteja fora de seu país de origem. Contudo, tal conceituação, nos dias de hoje, é insuficiente para tratar a questão, eis que “outros interesses e fatores estão influenciando na figura do refugiado, como no caso do refugiado ambiental”. 

“Daí a incompatibilidade: o conceito de refugiado ainda não está juridicamente legitimado. Primeiramente, porque eles não são perseguidos em seus países de origem por motivos de opinião política ou raça. Em segundo lugar porque, cessado o motivo que enseja o pedido de refúgio, o indivíduo perderia o status de refugiado. Então como adequá-los ao conceito de refugiados ambientais?”, questionou Prestes. 

O problema proposto na dissertação apresentada foi justamente identificar a proteção jurídica conferida a esses indivíduos e a quais proteções eles podem fazer jus. “Acreditamos que o refugiados ambientais poderiam ser adequados tanto como refugiados, no âmbito do Estatuto do Refugiado, ou que a eles fosse criado um estatuto próprio, específico para eles”, defendeu o mestrando, dizendo estar “satisfeitíssimo” com o resultado final de seu trabalho. 

Para o orientador e professor, Sebastien Kiwonghi Bizawu, a dissertação defendida possui grande relevância no cenário acadêmico, pois trata de um assunto o qual, hoje em dia, “muitas pessoas desejam conhecer”.

“Esse trabalho vai despertar a questão dos refugiados ambientais tanto no plano nacional como no plano internacional. Isso seria já um ponto de partida para a construção da natureza jurídica dos refugiados ambientais”, observou. 
Essa discussão, inclusive, segundo Kiwonghi, traz benefícios tanto ao governo do Haiti, quanto o do Brasil. “É preciso analisar onde situar os haitianos chegando aqui, se como refugiados ambientais ou se considerados meramente refugiados ou imigrantes, conforme a convenção das Nações Unidas de 1951. Nesse caso, dentro da política nacional, o Brasil pode forçar a ONU a definir a situação e, ao mesmo tempo, pressionar o governo haitiano para criar mecanismos de conter essa imigração, essa vinda maciça, porque isso provoca uma questão ambiental em nosso país quanto a escassez dos alimentos, de emprego”, salientou.
Redação Dom Total


Papa terá proteção de até 20 mil agentes

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/

Pontificado de Francisco200 fotos

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30.jun.2013 - Papa Francisco acena para peregrinos na praça São Pedro, no Vaticano, neste domingo (30). Durante o Angelus, a reza dominical, o papa afirmou que se um cristão "não sabe escutar Deus em sua própria consciência, então ele "não é livreMaurizio Brambatti/EFE/EPA
A segurança do papa Francisco, um chefe de Estado de risco, está preparada para identificar no meio da multidão o rosto do atentado: a face pálida, a atitude tensa, o traje em desacordo com o clima, um olhar fixo. O "lobo solitário", como é definido nos cenários dos especialistas um autor de uma eventual ação violenta contra o pontífice, é a maior preocupação do grandioso esquema de segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a ser realizada no Rio, entre os dias 23 e 28 de julho.
Um enorme dispositivo envolvendo 20 mil agentes, entre os quais de 8,5 mil a 12 mil militares, foi mobilizado para o esquema montado pelo Ministério da Defesa e a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça.
O contingente terá à disposição recursos como helicópteros armados, ao menos dois caças supersônicos F-5M, aviões de ataque leve A-29 Super Tucano, um avião de inteligência R-99 e um Vant, a aeronave não tripulada, que fará reconhecimento de áreas como o gigantesco Campus Fidei, onde serão realizados a Vigília da noite de sábado, dia 27, e a Missa do domingo, dia 28. Nas duas celebrações são esperados de 1,5 milhão a 2 milhões de jovens fiéis.
Em terra, haverá blindados armados e de transporte de tropa, distribuídos de maneira discreta e sem interferir na rotina prevista para o Rio durante a Jornada. No total, cerca de 300 veículos de diversos tipos estarão no Rio e em Aparecida, para onde Francisco irá no dia 24.
O Comando da Marinha participa fazendo o controle da faixa marítima. O plano da Força ainda está sendo definido, mas deve ter um navio - provavelmente um dos três novos patrulheiros da classe Amazonas, ou uma fragata da série Niterói, armada com mísseis, canhões e torpedos - e lanchas rápidas. O tráfego de embarcações na Baía da Guanabara será monitorado, com previsão de abordagem para a inspeção. Os fuzileiros navais estão no programa.
A empreitada foi inspirada no plano criado para dar garantia à reunião Rio+20, em 2012, e está integrada ao projeto de acontecimentos internacionais iniciado com a Conferência da ONU e que só termina em 2016, com a realização dos Jogos Olímpicos. São estimados investimentos de R$ 710 milhões. Já foram liberados R$ 640 milhões para o custei0 direto. A missão do Papa e JMJ começa no dia 15 e deve terminar em 5 de agosto.

Hospital de campanha

As tarefas foram divididas entre polícias, locais e federal, mais as Forças Armadas. Caberá aos civis determinados cuidados, como acompanhar o movimento de chegada dos peregrinos e autoridades estrangeiras. Trânsito, segurança direta dos chefes de Estado e as escoltas também estão sob a responsabilidade da polícia do Rio e da PF.
O pessoal da Defesa vai trabalhar nas atividades da Base Aérea do Galeão, nos controles do espaço e do mar "e, sobretudo, na prevenção e combate ao terrorismo", segundo o general Jamil Megid. Esse é um tema delicado. Ele não confirma o deslocamento de equipes das Forças Especiais, de Goiânia, embora admita que haja "equipes localizadas" no Rio e em Aparecida na condição de alerta.
O papa vai se encontrar com a presidente Dilma Rousseff em Copacabana, no dia 26. Da agenda de Francisco constam visitas a um hospital e à Quinta da Boa Vista. Os coordenadores da programação consideram a possibilidade de que governantes da região, como a presidente Cristina Kirchner, da Argentina, Juan Santos, da Colômbia, e Nicolas Maduro, da Venezuela, possam comparecer à JMJ.
O grupo militar vai usar uma ponte metálica para facilitar o acesso ao Campus Fidei de Guaratiba e um hospital móvel para atender emergências. No ar, o Vant da FAB vai vigiar tudo em um raio de 250 km, com sistema de visão noturna e lentes de alta resolução. Pode permanecer em voo por até 16 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lula caiu num silêncio enigmático de um refugiado

Joaquim Gonçalves*
Se Lula fosse outro Chavez já teria convocado seus adeptos para ir para a rua liderando manifestações nas quais não teriam faltado atos violentos como nas manifestações que aconteceram nas últimas semanas.Mais uma vez Lula revelou uma espécie de esperteza carismática cujos frutos não aperfeiçoam a verdadeira democracia, tão sonhada pelo povo, correspondida no comparecimento nas urnas, e tão mal administrada pelas elites tradicionais e as que foram acopladas e se deixaram corromper pelo pelas benesses do poder.
A primeira saída para a rua foi apenas a faúlha que deu origem a um incêndio numa temperatura ambiental muito elevada. Os governantes e os políticos, tão fechados em si mesmos e cegos perante os anseios e privações sofridas pela população, não tiveram a adequada percepção da situação enquanto se preparavam para ocupar os quartos de hotel já reservados, perto dos estádios de futebol. A direita ajudou muito, por seus interesses políticos, a aumentar a graduação da temperatura nas arruaças.
Essa onda da direita, olhando para as fraquezas de Dilma, esperava pelo momento certo para erguer a voz. A faúlha se soltou no ato da contestação do aumento das tarifas. Na verdade, a oposição deixou entender que esperava por uma situação favorável para abrir as cavernas e soltar os ventos fortes contra o poder instalado e assim respirar fundo em vista das eleições de 2014. Inicialmente, a interpretação dos acontecimentos pela grande media ia na direção de jogar as culpas no governo. A polícia foi colocada em maus lençóis por causa de sua atuação exagerada. Mas quando se constatou que entre os baderneiros também havia gente de classe media com violência nos pés e nas mãos, o discurso mudou de tom. Afinal a baderna não é uma questão de ser de esquerda ou de direita, de ser pobre ou rico, mas de colocar interesses sociais e políticos na mesma rota. Aqueles jovens que queimaram os carros das TVs não eram da periferia.
As estatísticas captadas de imediato, após as grandes manifestações, sobre a presidente e seu governo tinham uma intenção só: colocar a Dilma contra a parede, desacreditar o governo. Na verdade, desde que Lula foi eleito, a elite nunca engoliu a novidade de um líder popular ocupar o mais alto grau de poder e nunca aprendeu a ser uma verdadeira oposição com propostas alternativas para melhoria da sociedade com melhor distribuição de renda. A idéia dominante era a de aproveitar bem a mão direita de Lula e cortar-lhe sem violência a esquerda.
Apesar das melhorias que se verificaram na estabilidade política e social, Lula deixou à sua sucessora, eleita num contexto social de messianismo lulista, uma herança mal registrada em cartório político. Antes de assumir o governo, Dilma deveria ter feito um curso de costureira para resolver bem os rasgos que Lula deixou no vestido social. Podemos acenar rapidamente a alguns.
Ele se vangloriou de ter pagado a dívida externa e lavou a mãos do "dólar dívida" e da dependência americana com certa ousadia. A dívida não se paga com discursos nem com os oportunismos de atração de capitais externos. Pagou mas endividou ainda mais o Brasil com dívida interna, os bancos de nossa casa, imaginado que iriam ser melhores bem feitores. A dívida pública é assinada pelos que governam, mas paga pelos trabalhadores, se houver bons administradores. Essa dívida só se paga lentamente com renda, com lucro bem investido e exportação competitiva. Num mundo globalizado como o nosso isso é difícil. Não basta o consumo interno, por maior que seja, para saldar a dívida pública. Os bancos colocam prazo para o reembolso e aumentam o valor da dívida se for renegociada. A crise européia revelou que na sua base estavam as dívidas dos Estados com a banca interna e externa e os serviços públicos mal geridos.
Lula conseguiu criar um messianismo importante que teve seus êxitos e reflexos nos mais pobres que receberam ajudas inusitadas e também nos mais ricos que se aproveitaram das circunstâncias para aumentar seu patrimônio. Tanto é verdade que a distância entre os mais ricos e os mais pobres cresceu, apesar do sistema das bolsas e os novos empregos terem ajudado os pobres a crescer um pouco no consumo.
Os bancos de Estado, os já existentes e os novos (BNDS, Caixa, Banco Popular) veicularam empréstimos fabulosos para ricos empresários e para a construção de casas populares, muitas delas mal acabadas, de pouco valor. Basta ver os novos bairros da periferia de Manaus com casas de 10 metros quadrados e sem hipótese de poder fazer algum acréscimo ou as casas construídas na margem dos igarapés com boa visibilidade e a parte interna inacabada e inadequada para uma família morar. O conluio entre empresas, a Caixa e os políticos locais é escandaloso. Nas inaugurações dessas casas os governantes nunca esclarecem o povo de que o dinheiro gasto faz parte de um empréstimo do BID (banco interamericano de desenvolvimento) a ser pago em 20 anos.
Infelizmente, o Partido dos Trabalhados perdeu a alma popular e se deixou contaminar pelo espírito da elite. Fez alianças inacreditáveis para poder segurar o poder na mão. O PT abandonou as ruas, fechou seus escritórios nas periferias. Alguns de seus advogados que prestavam assistência aos pobres passaram a mediar a atribuição de novos apartamentos para pessoas que já tinham sua casa própria (caso concreto de Sacomã e Heliópolis em São Paulo e de Santa Etelvina em Manaus).
Volta-se a falar de reforma política, mas é importante saber que ela nunca irá sair da caneta dos políticos instalados no poder porque não querem perder privilégios adquiridos e mantidos à custa de muitos dos impostos injustos. A administração pública é a maior consumidora dos bens de arrecadação e por isso pouco sobra para melhoria dos serviços sociais. Agora querem ainda mais: que o Estado subsidie as campanhas eleitorais. Todos os partidos e prefeitos já têm o seu caixa 2, organizado há muitos anos. Não há licença nem projeto de valor, aprovado pelas administrações locais, que não exija verba clandestina. Se nos Estados Unidos só o presidente da Câmara tem motorista e carro à plena disposição porque aqui cada deputado tem que ter apartamento, motorista, carro, viagens, tudo pago pelo dinheiro arrecadado por meio dos impostos? A reforma política tem que ser abrangente e muito aberta. Um plebiscito não é a saída adequada.
Mas a população também tem suas culpas nos entraves atuais. Falta ainda muito zelo e respeito pelos bens públicos, nas ruas, nas calçadas, nas escolas. Não podemos fazer lixo e jogar lixo fora de qualquer jeito. O apadrinhamento para conseguir favores especiais está embutido em todo o lado. É necessário assumir a responsabilidade de trabalhar com mais responsabilidade e rentabilidade. Necessário corrigir o hábito dos fura-filas. Sem qualidade nos produtos produzidos, nem disciplina de trabalho, não podemos concorrer e vender para ter lucro e renda que melhore a vida dignamente.
Agora a batata quente está nas mãos de Dilma. É a grande hora da prova diante do cenário das próximas eleições. Apetites pelo poder não faltam. Rasgos na organização social e no código de uma ética sincera há muitos. Não adianta remendar pano velho e fazer uma nova comida com o mesmo sabor. Não é através de um plebiscito que a popularidade dela vai melhorar, mas com propostas concretas de mudanças na organização de governo, na combinação do enxugamento das despesas públicas com os novos investimentos de curto e longo alcance. Com os meios de comunicação de que dispomos hoje ainda precisamos de tantos deputados e tantos senadores consumindo tanto dinheiro? As alianças devem ser feitas não em torno de estratégias de interesses de grupo, mas de projetos concretos de melhoria de vida para todos, começando do básico. Os referenciais do transporte, da saúde e da educação são fundamentais. É urgente acabar com as verbas de deputados porque esse dinheiro é sujeira pura. Nem metade vai ser gasto nos projetos apresentados por eles.
Podemos até acreditar que alguns deputados não transfiram nada para seu bolso pessoal, mas usam parte desses recursos para favorecer organizações, algumas de ficção, ou empresas de seus interesses. É hora de os deputados olharem mais para o povo e menos para seus umbigos.
Joaquim Gonçalves
Diretor da Revista Missões
Fonte: Revista Missões